Como já disse diversas vezes, costumo ler de tudo, da extrema esquerda à extrema-direita, com alguns malucos pelo caminho.
Eu tento se condescendente, lendo com atenção o que aparece por aqui e por ali, procurando entender o que esse pessoal da esquerda (mas a direita não é muito melhor) quer realmente transmitir como informação, como análise, como crítica, mas não consigo, realmente não consigo.
A debilidade dos argumentos, a má-fé das afirmações, a falta de qualquer conexão entre o que dizem e a realidade, que é realmente levar a sério o que eles procuram transmitir à sociedade, na verdade a eles mesmos, numa espécie de loucura coletiva que funciona em circuito fechado.
Aposto que eles até acreditam nas imensas bobagens que afirmam, a menos que tudo não seja uma alucinação coletiva, uma conspiração para enganar o distinto público, achando que a maior parte das pessoas que os ouvem é formada por idiotas consumados.
Eles são muito ruins, mas muito ruins mesmo, abaixo de qualquer crítica, patéticos, irrecuperáveis...
Paulo Roberto de Almeida
26 de fevereiro de 2019
Barão de Itararé debate ameaças na política externa, aposentadorias e direitos
Cerco à Venezuela, a Lula e aos aposentados norteou discussão. Princípios constitucionais em risco no governo Bolsonaro também foram tema
Rede Brasil Atual, 25/02/2019
São Paulo – Pouco mais de 30 anos após a promulgação da Constituição, seus princípios são postos em xeque pelo avanço do "ultra-neoliberalismo", tendência mundial representada no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro. O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, a jurista Carol Proner e a economista Laura Tavares debateram as ameaças à democracia, aos direitos individuais e ao sistema de Seguridade Social, bem como à soberania nacional, nessa segunda-feira (18), no Rio de Janeiro.
O evento chamado A Constituição de 1988 em Risco, iniciativa do Coletivo Barão de Itararé, também teve a participação da líder da minoria da Câmara, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e contou com o auditório da Conselho Regional de Economia do Rio lotado.
Amorim destacou a decisão do governo Bolsonaro de indicar um general para assumir um posto no Comando Sul (SouthCom) das Forças Armadas norte-americanas e as ameaças de intervenção armada na Venezuela como as principais preocupações neste momento. Ambas as iniciativas ferem os princípios de independência nacional, não intervenção e defesa da paz, presentes na "Constituição Cidadã" que servem para nortear a política internacional do Estado brasileiro.
Amorim se disse "absolutamente pasmo" com a indicação de um general brasileiro para o posto no Comando Sul e afirmou que o Congresso Nacional deve convocar o atual ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, para dar explicações. "Não ouvi da parte de nenhuma autoridade brasileira uma explicação sobre isso", cobrou o ex-chanceler.
Para ele, esse episódio se relaciona ao prenúncio de uma possível ação militar, comandada pelos Estados Unidos, para depor o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Amorim afirmou que não se pode admitir "em hipótese alguma" uma mudança de regime patrocinada "pela maior superpotência mundial", ainda mais com a participação subalterna do Brasil.
O fato de o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ter afirmado que a busca pelo diálogo na resolução da crise no país vizinho "é página virada" também foi alvo de comentários de Amorim. "Nunca vi um chanceler brasileiro dizer que o diálogo é página virada. As pessoas podem até pensar isso, mas não dizem. É algo que nos preocupa extremamente." Ele também ressaltou que o que move os Estados Unidos contra Maduro não é o "amor à democracia", mas as reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do mundo.
Lula livre
A jurista Carol Proner saudou a Vigília Lula Livre, em Curitiba, como "a capital da resistência ao arbítrio jurídico em voga no país". Ela destacou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como exemplos de violações aos princípios da legítima defesa, do contraditório e da presunção de inocência, e pontuou que o Brasil vive hoje uma "democracia aparente", com uma permissividade cada vez maior a "ações excepcionais e inconstitucionais", típicas de um "estado de exceção".
Carol afirmou que a velocidade atípica de tramitação do processo que culminou na condenação e prisão de Lula, a sincronicidade com o calendário eleitoral, o aumento de pena pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para impedir a prescrição, os habeas corpus negados pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mais a ação da Justiça eleitoral que cassou os direitos políticos do ex-presidente, comprovam de maneira inegável a prática de lawfare, quando os instrumentos jurídicos são deturpados e utilizados para fins políticos de perseguição.
Ela destacou que iniciativas como o chamado pacote "anticrime" do ministro da Justiça Sérgio Moro ou o projeto em tramitação no Congresso que pretende garantir o confisco de bens de pessoas, empresas ou entidades "suspeitas" de envolvimento com o crime são exemplos do "neopunitivismo" trazido por governos de extrema-direita em todo o mundo, que servem para "derreter" as instituições democráticas e atender aos interesses das "grandes forças econômicas internacionais".
por Redação RBA publicado 19/02/2019 13h47, última modificação 19/02/2019 14h06
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Amorim quer que ministro explique ao Congresso a nomeação de general brasileiro para comando norte-americano