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segunda-feira, 13 de maio de 2019

José Murilo de Carvalho: populismo de Bolsonaro, na linha de Janio Quadros e de Fernando Collor

Historiador vê o Brasil ‘se distanciando de ser um país viável’


JOSÉ MURILO DE CARVALHO. FOTO: TASSO MARCELO/ESTADÃO
O Estado de S.Paulo, 13/05/2019

Para José Murilo de Carvalho, riscos de fragmentação
política são reais 
e Bolsonaro pode ir “pelo mesmo
caminho” dos governos breves de Jânio e Collor.
.
O desafio central da democracia brasileira, hoje, é “incorporar à sociedade e ao mercado as massas incluídas na política via governos republicanos”. E essa é uma tarefa urgente porque, até aqui , o sistema “não tem sido capaz de absorver a invasão de povo que se deu após a década de 1930”.
É com esse olhar panorâmico de historiador que José Murilo de Carvalho faz suas contas sobre os 100 dias de governo Bolsonaro. O País, diz ele, tem um presidente “com precário suporte partidário, visão estreita do mundo e um governo errático”. As incertezas de hoje lhe trazem à memória os curtos períodos dos presidentes Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961) e Fernando Collor (1990 a 92). O cientista político da UFRJ vê Jair Bolsonaro indo “pelo caminho desses antecessores”. E aonde isso vai dar? “Os problemas tendem a se acumular e vamos nos distanciar da meta de um país viável”.
Nesta entrevista a Gabriel Manzano, o autor – com mais de 20 livros publicados –, que integra a Academia Brasileira de Letras e também a de Ciências, afirma que “o tsunami das redes sociais aumentará a fragmentação política”. Mas pondera, também, que “há sempre espaço para as recomposições políticas, dependendo da criatividade e da qualidade das lideranças”. A seguir, os principais trechos da conversa.
De que modo definiria a experiência política que o País viveu nestes 100 dias sob o governo Bolsonaro? 
Já passamos por Jânio Quadros e Fernando Collor, os breves. Ambos foram impulsionados por eleitorado, em boa parte de classe média, insatisfeito com os padrões éticos vigentes na política, o primeiro brandindo uma vassoura, o segundo atacando marajás. Descuidados, ambos, do apoio parlamentar e partidário. Jânio governou por bilhetinhos, proibiu brigas de galo e biquínis, tentou um autogolpe, falhou e renunciou. Collor congelou a poupança dos outros, rivalizou com os marajás no trato com a coisa pública e renunciou sob a ameaça de impeachment.
Qual a comparação entre os dois e atual presidente?
Bolsonaro também surfou na onda anticorrupção – no caso, levantada pela Operação Lava Jato. Como seus dois antecessores, ele tem precário suporte partidário, postura autocrática na política, uma visão em preto e branco do Brasil e governo errático. Vai pelo caminho dos dois antecessores.
A nova equipe no Planalto revela falta de projeto nacional e uma escassa familiaridade com os processos do poder. Acredita que a força da ideologia – alardeada pela direita agora no poder – basta para garantir sua solidez no governo? Ou ele se desgasta aí pela frente?
Desgasta-se e se enfraquece. É um capitão cercado de generais (ainda bem) e por uma prole turbulenta, com visão estreita do mundo, sem plano geral de governo, com algumas propostas que podem ser desastrosas para o País, como as que se referem à política externa, à educação, ao meio ambiente, aos direitos humanos. Ele parece esquecer-se de que boa parte dos votos que o elegeram não foi a seu favor, mas contra o partido de seu adversário. Com pouco tempo na Presidência, já viu o apoio a seu governo cair a níveis mais baixos que os de seus antecessores. Seus dois ministros mais respeitados, o da Fazenda e o da Justiça, veem-se com frequência desautorizados e podem desembarcar do governo.
Como a esquerda sumiu do mapa, pode-se dizer que o País vive um novo momento? Como compara a atual “virada política”, que foi pelo voto, a rupturas como as de 1930, 1946, 1964? 
Como sugeri acima, comparo a eleição do atual presidente com as de Jânio e de Collor. Todas as três democráticas e legítimas – ponto que nunca se deve esquecer, sob pena de se cometerem sérios erros de diagnóstico provocados pela ênfase excessiva em personalidades. Nenhuma dessas eleições configurou propriamente virada política. Foram antes sintomas de problemas com nosso sistema representativo, que não tem sido capaz de absorver a invasão de povo que se deu após a década de 1930.
Como explica esses sintomas? 
Quer dizer que convivemos com um sistema que tem absorvido eleitoralmente grandes massas populares sem ter sido capaz de produzir politicas que atendam aos interesses dos novos cidadãos. No caso atual, os sinais de mal-estar já eram visíveis em 2013. Trata-se, a meu ver, do problema central do País: incorporar à sociedade e ao mercado as massas incluídas na política via exercício de governos republicanos.
É marcante o papel dos militares no novo governo. Focados, comedidos, têm hoje uma forte identificação com a sociedade. Como avalia isso? 
Já de início não me preocupou a presença inédita de tantos militares no governo. Ela não me pareceu, como a muitos outros observadores, representar um perigo para nossa democracia, ou ameaça de retorno aos tempos da ditadura. A realidade tem sido ainda mais surpreendente. Os generais que ocupam alguns dos postos mais importantes do governo, inclusive a Vice-Presidência, têm-se revelado fator de equilíbrio e bom senso, evitando a adoção de algumas medidas desastrosas defendidas pelo ex-capitão, sobretudo na área da política externa.
É uma imagem bem diferente da que se formou em 1964. 
Embora não representem as Forças Armadas no governo, eles têm consciência de que um fracasso teria repercussão negativa para a imagem da corporação. E um êxito ajudaria a melhorar essa mesma imagem perante setores da sociedade tradicionalmente críticos de seu envolvimento político.
O cenário fora do governo também é incerto. A bipolaridade PT-PSDB se esvaziou, as redes sociais ampliam espaço no debate. Para onde isso aponta? 
Alguma reestruturação terá que haver. Mas o tsunami provocado pelas redes sociais aumentará a fragmentação política. A redução legal do número de partidos poderá facilitar um pouco a governança, mas não vai melhorar a representação. Poderemos estar condenados a surtos de instabilidade e ao surgimento de outras lideranças carismáticas.
A esquerda, especificamente, é a grande derrotada dos novos tempos. Qual caminho ela deveria buscar para se recompor?
Há sempre espaço para recomposições políticas, dependendo da criatividade e da qualidade das lideranças – embora a tarefa seja difícil, como mostra o exemplo espanhol. O PT, sobretudo, está diante de um dilema. De um lado, precisa do carisma de Lula para manter peso eleitoral. De outro, essa dependência dificulta, se não inviabiliza, qualquer possibilidade de renovação – que teria que passar por uma autocrítica, opção rejeitada por seu líder.
Alianças eleitorais com outros partidos poderiam ser um caminho para revalidar o petismo? 
Muitos analistas concordam que, no ano passado, uma aliança eleitoral do PT com Ciro Gomes, sendo este o cabeça de chapa, teria tido boas possibilidades de ganhar as eleições. A ideia foi vetada por Lula. Desde meus tempos de estudante aprendi que, entre nós, as esquerdas brigavam mais entre si do que contra a direita. Mas o tema da desigualdade social está no centro dos problemas nacionais, exigindo políticas de inclusão, que são típicas da agenda da esquerda. Mas terá que ser uma nova esquerda, não clientelística e capaz de produzir desenvolvimento econômico com governos republicanos.
A “onda Bolsonaro” é também a onda das redes sociais e da direita em muitos outros países. Acredita que é só uma coincidência?
A onda das redes é universal, só tende a crescer. A arena política expande-se enormemente, colocando todos os cidadãos dentro dessa nova ágora que não exclui ninguém e que desafia a sempre problemática representação política feita por delegados escolhidos em eleições. Com isso, produz-se imensa cacofonia e se volta ao sentido primitivo de democracia como um perigoso governo das massas.
E de que modo o Brasil se encaixa nesse contexto?
O Brasil não foge a isso, nem pode fazê-lo enquanto houver liberdade de expressão. As razões do descontentamento de amplos setores sociais varia de país para país, mas uma delas é universal: o estreitamento da inclusão social via mercado de trabalho, que pode ser produzido pela imigração, pelo avanço tecnológico (a chamada quarta revolução industrial) e pela falta de crescimento econômico. Só escapamos da primeira dessas razões, considerando que o êxodo venezuelano não deva ter impacto nacional. Fica o problema: sermos um país com ampla participação política nas urnas e nas redes sem que se produza inclusão no mercado.
Há mudanças mais profundas pelo mundo – entre elas uma crescente crítica “aos limites da democracia”. Diz-se que ela não combina com os tempos de alta tecnologia. Que eleitores desinformados não estão preparados para escolher bons governos. O que pensa disso?
Em história, tudo passa. A engenhosa combinação de democracia e liberalismo também passará, como passaram o feudalismo, as teocracias, as monarquias absolutas, as aristocracias, as ditaduras de esquerda e de direita, para ficar só no Ocidente. Os sintomas da crise da democracia liberal estão sendo anunciados há algum tempo em democracias liberais maduras, como EUA, Espanha, Itália, Áustria. Em nosso caso, não chegamos a amadurecer nossa democracia liberal nem consolidar a nossa república – que é a forma de governo que a viabiliza. Houve tempo em que se falava das vantagens do atraso. Não apostaria nisso. O mais provável, no Brasil, é que acumulemos os problemas das duas fases e nos distanciemos da meta de um país viável.


Numero especial de Nueva Sociedade sobre os 200 anos de Marx

Independentemente dos ataques do atual bando de aloprados que manda na política brasileira contra o "marxismo cultural", e de minha postura crítica quanto aos aportes reais de Marx à formulação de políticas econômicas e sociais para o mundo moderno (e desde o século XIX), acredito que a contribuição de Marx à formulação da teoria social, do pensamento sociológico, da crítica à economia política (ainda que equivocada, em sua maior parte), e às lutas dos trabalhadores por seus direitos sociais, continua a ser um elemento indispensável à reflexão crítica no terreno das Humanidades e das Ciências Sociais aplicadas.
Paulo Roberto de Almeida

Volver a Marx / 200 años después (277 / Septiembre - Octubre 2018)
REVISTA
 
NUEVA SOCIEDAD 277 Septiembre - Octubre 2018

Volver a Marx200 años después

El bicentenario del nacimiento de Karl Marx ha suscitado conmemoraciones en todo el mundo. Pero, ¿qué Marx ha vuelto?, ¿qué Marx buscamos para enfrentar la crisis de nuestra época?, ¿cómo leemos al autor de El Capital? Hoy Marx no alcanza para pensar el cambio social, pero hacerlo sin él resulta imposible.

Imagen de tapa: Ottmar Hörl, «Escultura de Marx», <www.ottmar-hoerl.de>, foto: Simeon Johnke

TEMA CENTRAL

Marx ha vuelto / Paradojas de un regreso inesperado

Marx ha vueltoParadojas de un regreso inesperado

El bicentenario del nacimiento de Karl Marx se produce en un mundo muy diferente al del centenario de su muerte. La «vuelta» del pensador alemán presenta, sin embargo, varias aristas: se trata de un Marx emancipado de las derivas del socialismo real, la edición de sus obras se volvió más profesional y, al mismo tiempo, su lectura es menos ideologizada. El marxismo ya no tiene el monopolio del pensamiento crítico, pero diversos movimientos emancipatorios dialogan con él, sabiendo que, a diferencia de antaño, el «Genio de Tréveris» ya no tiene todas las respuestas. 
La ruptura epistemológica de Marx / Más allá de la «buena» y la «mala» economía política

La ruptura epistemológica de MarxMás allá de la «buena» y la «mala» economía política

Revisitar la obra de Marx permite interpretar la historia del pensamiento económico reciente y reflexionar acerca de las condiciones sociales, políticas y culturales en que se desenvuelve la economía política en la actualidad. Una mayor atención a la ruptura epistemológica de Marx con respecto a los «clásicos» puede contribuir a revertir la creciente insularidad de la economía política en el campo de las ciencias sociales y a fortalecer su capacidad crítica.
Marx, la historia y los historiadores / Una relación para reinventar

Marx, la historia y los historiadoresUna relación para reinventar

Marx no «ha vuelto» en el mundo de la historia y los historiadores. La «posmodernidad» no parece suficiente para explicar el retroceso del marxismo en la historiografía. Este se debe más bien a causas políticas, al peso de una derrota más general del socialismo sobre una corriente con concepciones teleológicas y totalizadoras de la historia. Si las luchas del presente se alimentan del recuerdo de los combates perdidos, hay ahí una vía para recuperar un marxismo capaz de descifrar el pasado con menos certezas, pero más atención a las acciones y los combates humanos.
Karl Marx como escritor y literato

Karl Marx como escritor y literato

Karl Marx fue no solo un teórico excepcional, sino también un pensador capaz de revestir sus textos de elegancia literaria, y en gran medida su argumentación resulta tan convincente, y hasta irrefutable, por la forma y el lenguaje que utiliza en sus textos. Incluso quienes no leyeron su obra son capaces de identificar muchas de sus afirmaciones, popularizadas durante el siglo XX, que tomaron vida propia. Escritos como el Manifiesto comunista tienen un lugar de vanguardia entre los panfletos históricos.
En la República de Marx / ¿Ofrece «El capital» una perspectiva sobre la libertad y la dominación?

En la República de Marx¿Ofrece «El capital» una perspectiva sobre la libertad y la dominación?

¿Era Karl Marx un «pensador político»? La pregunta puede parecer sorprendente, pero el interrogante sobre el lugar de «lo político» en Marx viene de lejos. El libro Marx’s Inferno, de William Clare Roberts, viene a tallar en estas discusiones y propone una productiva –al tiempo que limitada– lectura republicana de Marx, que permite reflexionar sobre la cuestión del capitalismo, la dominación y el lugar de la política en su ambicioso proyecto, que trasciende las clasificaciones disciplinarias tradicionales.
Marx en tiempos de algoritmos

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Hoy en día vivimos, la mayor parte del tiempo sin darnos cuenta, bajo una especie de «dictadura» de los algoritmos, estructuras matemáticas que dan cuenta de gran parte del capitalismo digital. Este ensayo, publicado en el libro Aceleracionismo, conecta el Marx que analizó la automatización con la centralidad actual de las tecnologías de información y comunicación. Y, al mismo tiempo, convoca a pensar si es posible utilizar estas tecnologías en favor de nuevos horizontes poscapitalistas.
La revolución de las necesidades vitales /  Marx en la era de la crisis ecológica

La revolución de las necesidades vitalesMarx en la era de la crisis ecológica

Las nuevas lecturas de Marx y la renovación de la tradición marxista a menudo tienen lugar cuando la humanidad enfrenta nuevos problemas. Hoy, uno de los retos es la defensa del ambiente, que nos lleva de manera directa a la discusión de las necesidades humanas. Si el marxismo es una sofisticada teoría del capitalismo y la crisis ambiental es el resultado de este sistema, está claro que el marxismo tiene mucho que decir al respecto. Y hay una tradición de marxismo ecológico sobre la que vale la pena volver. 
Feminismos: una revolución que Marx no se pierde

Feminismos: una revolución que Marx no se pierde

La relación entre el marxismo y el feminismo ha sido abordada al menos desde dos lógicas: la del amor romántico y la de la supuesta ceguera de Karl Marx sobre la cuestión de género. La celebración del bicentenario de su nacimiento ofrece una oportunidad de revisar esas figuras y explorar nuevas lecturas de un vínculo de indudable productividad. Es necesario, para eso, sortear los reduccionismos que acechan a ambas tradiciones (marxista y feminista).
Marx salvaje

Marx salvaje

¿Qué Marx da sentido a las luchas de liberación y a las búsquedas revolucionarias en el contexto contemporáneo de Brasil, de América Latina y del mundo? Un diálogo entre el pensador europeo y las luchas-cosmologías amerindias permite concebir nuevas posibilidades del pensamiento de Marx. No se trata de buscar una unificación, sino encuentros entre mundos y razones-acciones radicales a partir de una reflexión sobre las convergencias y diferencias. Un Marx interpelado y transformado por esas potentes vidas-luchas.
Cuando la Nueva Izquierda se encontró con Marx

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En los años 60 del siglo XX, una nueva izquierda releyó a Marx por fuera del dogmatismo de los manuales y fijó su atención en sus escritos de juventud. Esos años «intensos» tuvieron expresiones diversas, entre ellas las nuevas izquierdas en Estados Unidos, al calor de las luchas por los derechos civiles; las de Francia, influidas por los movimientos tercermundistas; y las de Alemania, que revisitaron los textos filosóficos fundacionales.
El proyecto MEGA / Peripecias de la edición crítica de las obras de Marx y Engels

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La difusión de la obra de Karl Marx y Friedrich Engels a escala mundiales una historia accidentada y, a la vez, apasionante. Marx fue un paria y perseguido que, al menos, tuvo la suerte de encontrar en Londres una biblioteca en el Museo Británico, que era entonces la mejor del mundo, y se «asoció» con Engels en una aventura política e intelectual. La obra de los dos revolucionarios se difundió primero de forma muy fragmentaria, muy lejos del sistema cerrado construido por el comunismo oficial. El inmenso proyecto de publicación mega todavía no está acabado, pero está en marcha y próximo a terminarse.
En busca de los libros perdidos / Historia y andanzas de una biblioteca

En busca de los libros perdidosHistoria y andanzas de una biblioteca

La historia de la biblioteca privada de Karl Marx, que tras su muerte fue la base de la Biblioteca de la Casa de Karl Marx, está atravesada por la historia de Europa, de Alemania y del movimiento obrero y socialista. Tras las confiscaciones de los nazis y el posterior traslado de parte del material a Moscú después de la Segunda Guerra Mundial, la biblioteca inicial de Marx se fue reconstruyendo y ampliando mediante donaciones y compras que hoy forman un acervo imprescindible para el estudio de su vida y obra y que se encuentra en la Biblioteca Especial de la Fundación Friedrich Ebert en Bonn.
De Tréveris al mundo / La FES en el 200º aniversario de Karl Marx

De Tréveris al mundoLa FES en el 200º aniversario de Karl Marx

A lo largo de todo el planeta, la Fundación Friedrich Ebert (FES) celebra el bicentenario del nacimiento de Karl Marx. Desde el 5 de mayo de 2018, presenta en su casa natal de Tréveris una nueva exposición permanente sobre este verdadero erudito. La exhibición inaugurada en el museo Casa de Karl Marx (CKM), el programa por su aniversario y las publicaciones realizadas por la fes en ocasión de este año especial sirven para volver a Marx en un momento de crisis capitalista, ampliación de las desigualdades e incertidumbre sobre el futuro global.