A “herança maldita” das ditaduras na economia
Paulo Roberto de Almeida
Ditaduras, de esquerda ou de direita, costumam conduzir seus respectivos países a desastres econômicos. Elas são responsáveis, invariavelmente, por erros de políticas econômicas que comprometem o seu futuro, não tendo o benefício da alternância de governos dos regimes democráticos.
Putin levou a Rússia a uma destruição econômica fenomenal, pela sua ambição expansionista e concentração dos recursos públicos em aventuras bélicas desastrosas, inclusive no plano demográfico e no capital humano.
Na América Latina, Cuba dos Castros e Venezuela de Chávez-Maduro são os dois exemplos mais conspícuos de recuos históricos: das primeiras posições no PIB pr capita no passado “capitalista” para os últimos lugares na atualidade socialista. A Nicarágua parece seguir o mesmo itinerário, de retrocessos econômicos, políticos e sociais na ditadura personalista de Ortega.
A ditadura brasileira registrou 10 anos de crescimento e 10 de crises profundas, na aceleração inflacionária e no endividamento externo, deixando no lugar uma longa estagnação e um legado de introversão produtiva. Seus reflexos nefastos se estenderam por longo tempo, talvez até hoje, num tipo de nacionalismo estatizante que isolou o Brasil das principais cadeias produtivas globais.
As ditaduras de Salazar e Franco deixaram Portugal e Espanha como os países mais atrasados da Europa ocidental, até o retorno da democracia e a reintegração à prosperidade europeia.
As ditaduras africanas dilapidaram uma herança colonial que não era constituída por uma maioria de Estados falidos como se constatou nas décadas seguintes.
Os países da Europa central e oriental colocados pela IIGM na esfera soviética retrocederam no caminho do bem-estar e desenvolvimento social, até serem resgatados do limbo pela implosão da URSS e sua incorporação na OCDE e na União Europeia.
Brasília, 6/01/2025
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