Meus julgamentos “civilizatórios”
Paulo Roberto de Almeida
Por que uma nação tão inovadora precisava se entregar a um completo imbecil como seu dirigente máximo? Foram os caipiras do interior que ajudaram nessa “inovação”.
Por que uma civilização tão sofisticada, retrasada uma vez por um imperador idiota, precisava recair novamente sob o domínio de um novo imperador, que vai acarretar uma nova estagnação? Aqui talvez seja o simples resultado do carisma burocrático do partido leninista.
O leninismo - que existe na direita também - é a combinação do cientificismo messiânico do marxismo europeu com o voluntarismo ousado do taylorismo americano.
Lênin era um gênio na política e uma cavalgadura na economia, ao ignorar a força dos mercados, ou do simples cálculo econômico: conseguiu fazer um elefante voar durante 70 anos, com base no escravismo stalinista, até que ele desabou estrepitosamente no fracasso, não por falta de mísseis, mas de meias de nylon.
Putin quer fazer o elefante reviver outra vez, mas não vai conseguir.
Trump é um Putin, mas bem mais idiota, que vai fazer a América retroceder.
Xi é um imperador que não presta muita atenção ao que lhe dizem os seus melhores mandarins do PCC.
Uma pena!
Por que três grandes “civilizações” precisam se estiolar assim de modo tão ridículo?
Por vezes, não são tanto as “forças profundas da História” que movem, ou desmovem, as civilizações, mas fatores contingentes do itinerário civilizatório que impulsionam as paixões e interesses dos humanos em pequenos ou grandes impasses societais.
Preciso revisar o meu Toynbee…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 14/01/2025
Complemento:
Nesta terceira década do século XXI, quase um século depois que Toynbee começou suas reflexões históricas – num momento ainda de primazia europeia sobre o mundo, mas já no começo de um declínio muito pouco spengleriano – existem três grandes impérios e um meio império, justamente o europeu.
O americano ainda é o hegemônico, e mais preeminente, no plano militar, econômico, tecnológico e cultural, mas já batendo pino. O russo é puramente bélico, apoiado em grandes recursos naturais, quando o que conta são recursos humanos, e ele está perdendo, natural e insanamente, como ocorre com certos imperadores. O chinês é o mais sofisticado de todos, e está destinado a ser dominante economicamente pelo resto do século XXI, mas sua civilização não é exportável, como a americana o é.
O meio império europeu é ainda o mais charmoso dos três, o mais agradável culturalmente e gastronomicamente, mas os europeus estão cansados, se abrigaram durante muito tempo sob o guarda-chuvas bélico americano, mas não trabalham tanto quanto os chineses e não inovam como os americanos (com muitos cérebros importados do resto do mundo), por isso estão numa longa estagnação.
Aquilo que os americanos chamam de ROW, Rest of the World, não conta muito. A Índia, por exemplo, anunciada como a próxima grande potência, é um caos há 3 mil anos e deve continuar um caos pelos próximos 500 anos, com suas muitas castas. O Sul Global não existe, mas mesmo se existisse, seria uma bagunça, como é, de fato. O Brasil é inovador e atraente, mas acaba importando o que há de mais nocivo na "civilização" americana: o armamentismo, as drogas, a vulgaridade e a obesidade.
Parafraseando Mário de Andrade, "progredir, vamos progredir um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade."
Desculpem as reflexões da madrugada...
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