O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Putin está de parabéns: conseguiu dar um grande aniversário para os 75 anos da OTAN - Foreign Policy

Preparativos da Foreign Policy para um grande encontro de aniversário. Macron, três anos atrás, disse que a OTAN já estava morta, de morte cerebral. Putin conseguiu revivê-la. Deveriam fazer um bolinho nesse encontro de Washington e mandar para o Putin, com os cumprimentos de Zelensky.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Obituary: Democracy - Teresa Joyce (Threads)

Obituary: Democracy

Teresa Joyce (Threads)

Democracy, aged 2,500 years, passed away on July 1, 2024, following a prolonged period of ill health. Born in ancient Greece, Democracy was heralded as a pioneering system of governance that promised power to the people, by the people, and for the people. It inspired countless revolutions, declarations, and movements worldwide, advocating for the ideals of freedom, equality, and justice. 

Throughout its life, Democracy experienced various transformations and challenges. It flourished in numerous forms, from the direct democracy of Athens to the representative democracies of modern nation-states. Despite its noble intentions, Democracy often found itself battling corruption, inequality, populism, and apathy.

The latter part of Democracy’s life was marked by increasing polarization, misinformation, and the erosion of trust in institutions. The rise of authoritarianism, coupled with the spread of digital disinformation and weakened civic engagement, accelerated its decline. On July 1, 2024, Democracy succumbed to these mounting pressures, leaving behind a complex legacy of achievements and shortcomings. 

Democracy is survived by its ideals, which will continue to inspire future generations seeking a just and equitable society. Memorials will be held in city squares and public forums around the world, where mourners will reflect on its contributions and the lessons learned from its demise.

In lieu of flowers, the family requests that citizens remain vigilant, engaged, and committed to upholding the principles that Democracy once championed.

Teresa Joyce

July 2, 2024

De “grande conchavão”, Lula entende - Felipe Moura Brasil (O Antagonista)

De “grande conchavão”, Lula entende


Felipe Moura Brasil - diretor de jornalismo

O Antagonista, 2/07/2024

Crítica de Lula à independência do Brasil se aplica a seus próprios governos

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula disse à Rádio Sociedade nesta terça-feira, 2 de julho:


“A nossa independência foi um acordo feito pela elite que governava o Brasil naquela época e transformaram aquilo na data oficial. Um grande conchavão que resultou, não se sabe se é verdade, no grito de D. Pedro: ‘Independência ou morte’.”


Lula entende do assunto.


O caso do mensalão


O mensalão, descoberto em 2005, foi um “grande conchavão” entre a elite do PT e do Congresso Nacional, com pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor dos projetos do primeiro governo Lula.


A impunidade dos mensaleiros foi um “grande conchavão”, que incluiu o indulto de Natal concedido por Dilma Rousseff a gente do naipe do petista José Dirceu e de Valdemar Costa Neto, que saíram juntos da cadeia e hoje atuam em polos ideológicos supostamente opostos.

O caso do petrolão


O petrolão, revelado em 2014, foi um “grande conchavão” entre empresários amigos de Lula e diretores indicados por ele e seus aliados para setores da Petrobras, com os primeiros levando boladas bilionárias em contratos públicos em troca do pagamento de propina aos demais.


A impunidade dos envolvidos no maior esquema de suborno da história do Brasil também foi um “grande conchavão”, apontado desde a raiz por Crusoé, que uniu lulistas, tucanos e Centrão a bolsonaristas interessados em livrar a família de Jair Bolsonaro das investigações de peculato em gabinetes passados. Os ministros dos tribunais superiores indicados nos governos de PT, PSDB e Bolsonaro somaram seus votos para aliviar a barra dos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro no petrolão, bem como de “rachadinha”.

A vingança contra a Lava Jato


A retaliação contra juízes e investigadores da Lava Jato foi um “grande conchavão” da mesma elite política, econômica, judicial e midiática, que resultou em piruetas na lei para cassar o mandato de deputado federal do ex-procurador Deltan Dallagnol, em processos contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR) até por piada de “prisão” de festa junina, bem como em afastamentos e procedimentos disciplinares contra a ex-juíza Gabriela Hardt e desembargadores do TRF-4, o tribunal de segunda instância que ousou referendar condenações no âmbito da força-tarefa anticorrupção.


O caso do orçamento secreto


orçamento secreto, desvelado em 2020, foi igualmente um “grande conchavão”, que institucionalizou os esquemas anteriores durante o governo Bolsonaro, para garantir a distribuição de verbas públicas conforme a conveniência da cúpula do Poder Legislativo, sendo mantido, de modo maquiado, no terceiro mandato de Lula, mesmo após o STF ter declarado sua inconstitucionalidade e o atual presidente ter chamado o mecanismo, durante sua campanha eleitoral, de “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”.


A volta ao passado


volta de empresários amigos de Lula à cena do crime em Brasília, em seu terceiro mandato, também foi um “grande conchavão”, que resultou em medida provisória conveniente no setor elétrico e seleção para concluir a mais escandalosa refinaria de todos os tempos. Isto sem falar nas “coincidências” dos leilões de milho e arroz estatal, ou da megalicitação da Secom para a publicidade governista.

A dependência de Portugal


De conchavão em conchavão, portanto, o Brasil vem perdendo a sua independência para uma casta privilegiada que tudo pode e se autoriza a fazer, inclusive em Portugal, como evidencia o Gilmarpalooza, em nome da mesma democracia diariamente solapada por ela.


As elites colonizadoras das instituições se reúnem anualmente em Lisboa para ditar os rumos brasileiros, enquanto Lula, seu maior beneficiário, posa de defensor do povo.


Sabemos perfeitamente que é tudo verdade.


Felipe Moura Brasil - diretor de jornalismo

O Antagonista, jornalismo vigilante.