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sábado, 14 de dezembro de 2019

Cartão corporativo: Bolsonaro continua desrespeitando a Justiça

Bolsonaro não respeita decisão do STF sobre a aberração do sigilo do seu cartão corporativo.

Prezados Senhores

O STF acabou com a excrescência e a imoralidade do sigilo nos gastos do cartão corporativo do presidente da república. O ideal seria que o próprio presidente Bolsonaro (guardião da moral e da ética, além de ser enviado por Deus) tivesse tomado essa atitude. 

O STF levou 11 anos para reconhecer o óbvio e o ululante, qual seja: “todos são iguais perante a lei”.

Se for autorizado abrir o passado, o Brasil vai ficar estarrecido. Estou correndo atrás para levantar a informação. Aguardem-me!   

07 de Novembro de 2019 às 16:42  Por: Marcos Santos/USP Imagens  Por: Redação BNews  0comentários

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou lei de 1967 que permitia a instalação de sigilo nos gastos presidenciais, o que bloqueava acesso a informações como uso do cartão corporativo. A decisão foi tomada pelo plenário virtual da Corte na última terça-feira (5).

De acordo com o blog Radar, da revista Veja, a ação foi protocolada no STF em 2008 pelo presidente do então PPS, hoje Cidadania, Roberto Freire. 

A maioria dos ministros seguiu voto do relator do caso, ministro Edson Fachin. Ele avaliou que o decreto é inconstitucional.

13/12/2019 nº 2607/ISTOÉ



A caixa-preta do cartão corporativo

Presidência da República ignora transparência e mantém sigilo de suas informações financeiras, apesar de decisão do STF de torná-las públicas — despesas neste ano já totalizam R$ 13 milhões.

A caixa-preta do cartão corporativo
Vicente Vilardaga

13/12/19 - 09h30

O Palácio do Planalto dá seguidas demonstrações de que não lhe interessa ser transparente com as informações oficiais. A última delas foi ignorar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar os efeitos do artigo 86 de um decreto-lei (200/67) da ditadura, que garantia o sigilo dos gastos da Presidência com cartão corporativo. O Planalto foi notificado em novembro de que deveria começar a expor seus dados, mas manteve sua posição inalterada e já declarou que não vai torná-los públicos. Para se desvincular da decisão do STF, alegou que não é por causa do decreto-lei que mantém os números sob sigilo, mas, sim, amparado na Lei de Acesso à Informação (LAI). Em nota, a assessoria de comunicação do presidente Jair Bolsonaro informou que “cabe esclarecer que a legislação utilizada pela Presidência da República para classificar as despesas com grau de sigilo é distinta daquela que foi objeto da decisão do STF”.

Despesas da Presidência com cartão corporativo aumentaram 20% em relação ao ano passado e 48% na comparação com 2017

Há dois meses, o vice-líder do PSB na Câmara, deputado Elias Vaz (GO), diante dos gastos excessivos com cartões no primeiro semestre, que totalizaram R$ 5,8 milhões, pediu uma auditoria na movimentação financeira presidencial, alegando que a maior parte das informações deveria se tornar pública. “Isso é contra tudo aquilo que o presidente pregou. Ele está sendo extremamente incoerente”, afirmou Vaz sobre a insistência do governo em manter os dados secretos. O vice-líder do PSB requereu à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que realize “ato de fiscalização e controle, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, na Presidência”. Seu pedido de auditoria, porém, foi engavetado pelo deputado Léo Motta (PSL-MG), presidente da comissão e aliado de Bolsonaro.

O Portal da Transparência revela que o Gabinete da Presidência gastou neste ano, até 1º de novembro, R$ 13,021 milhões com o meio de pagamento eletrônico, quase tudo secreto, classificado como despesa reservada ou confidencial. Pelo artigo 24 da LAI, o governo pode classificar suas informações como ultrassecreta, secreta ou reservada, de acordo com os riscos que elas representem à segurança da sociedade ou do Estado. Com esse pretexto, o governo consegue preservar todas as informações que possam, na sua avaliação, ameaçar a segurança do presidente, do vice-presidente, assim como dos respectivos cônjuges e dos filhos. O sigilo será mantido até o término do mandato.

Apesar da caixa-preta dos gastos e de caber muita coisa no balaio da segurança do Estado, com base nas informações disponíveis se constata que o presidente Jair Bolsonaro tem aumentado bastante o uso do cartão corporativo em comparação com seus antecessores. E, pelo visto, ele não pretende dar nenhuma justificativa para isso e nem especificar seus gastos perdulário.

Perdulário
O atual governo já é o mais perdulário dos últimos três anos, o que não é bom sinal para quem preconiza a redução drástica das despesas públicas. Considerando somente os números entre janeiro e maio, quando as despesas declaradas pelo governo com o cartão alcançavam R$ 4,64 milhões, houve um crescimento de 20% nos gastos em relação ao ano passado (R$ 3,90 milhões) e de 48% em comparação com 2017 (R$ 3,22 milhões). Pelo jeito, Bolsonaro pretende gastar muito, e está pouco se lixando para a transparência.


Ricardo Bergamini


A patifaria intelectual de Olavo de Carvalho - Tomas Troster (Carta Capital)

A patifaria intelectual de Olavo de Carvalho

Tomás Troster
Carta Capital, 13/12/2019

Em meados de 2016, enquanto preparava uma citação da Dialética erística de Schopenhauer para um livro, comparei três traduções do filósofo alemão: uma para o inglês, uma espanhola e uma publicada no Brasil, comandada por Olavo de Carvalho (a quem me referirei pelo acrônimo “OdC”). Considerando as óbvias distâncias entre as línguas, a tradução inglesa se revelou bem diferente das outras duas, que, para meu estranhamento, pareciam quase idênticas.
A Dialética erística é uma obra na qual Schopenhauer expõe 38 estratagemas – subterfúgios ou artimanhas – usados inescrupulosamente para vencer um debate. Segundo Dionisio Garzón, a obra só saiu à luz quatro anos após a morte do filósofo alemão. Embora “dialética” seja um termo notadamente polissêmico, quando associado à erística – lembrando de Éris, a deusa grega da discórdia – trata-se de uma arte do combate verbal ou uma técnica de conseguir fazer com que um determinado público nos dê razão em uma discussão, ainda que não a tenhamos de fato. Além de descrever tais estratagemas, Schopenhauer também apresenta “meios de se defender contra eles, como uma arte de parar golpes nessa esgrima” (Parerga e Paraliponema II, 2, apud. Garzón, p. 10). Mesmo que o título original seja Dialética erística – em alemão, Eristische Dialektik –, a obra recebeu alcunhas diversas, mais ou menos apelativas, como uma edição francesa L’art d’avoir toujours raison (A arte de ter sempre razão).
Nos últimos meses, surpreso com o destaque que OdC ganhou no cenário nacional, decidi revisitar seu trabalho e avaliar o agora “guru do presidente”. Publicado pela editora Topbooks em 2003, o livro Como vencer um debate sem precisar ter razão é composto de uma tradução da Dialética erística – assinada por OdC e Daniela Caldas – e uma introdução e comentários de OdC. Repletas de referências a obras insignificantes como O imbecil coletivo, as páginas escritas por meu compatriota deixam a desejar em vários quesitos: OdC e o diagramador, por exemplo, não sabem escrever palavras em grego, mas acharam bonito tentar. Mais espantosa, ainda, é a versão brasileira do texto de Schopenhauer: uma adaptação ipsis litteris de quase toda a tradução espanhola de Dionisio Garzón (EDAF, 1996). Em casos especiais, vale ressaltar, OdC opera pequenas alterações e, por vezes, introduz erros inéditos.
Dois exemplos:
No estratagema 30, onde Garzón traduz:
“De hecho, no existe ninguna opinión, por absurda que sea, que los hombres no se lancen a hacerla propia apenas se ha llegado a convencerles que tal opinión es universalmente aceptada” (p. 40),
OdC verte:
“De fato, não existe nenhuma opinião, por absurda que seja, que os homens não se lancem a torná-la sua, tão logo se tenha chegado a convencê-los de que é universalmente aceita” (p. 167).
Para efeito de comparação, Milton Camargo Mota (Editora Vozes, 2017, edição digital) traduz a mesma passagem assim:
“Não há uma só opinião, por absurda que seja, que as pessoas não tornem sua com facilidade, tão logo tenham sido convencidas de que ela é geralmente aceita.”
Já Alexandre Pires Vieira (Montecristo editora, 2018, edição digital) a verteu como:
“Não há opinião, por mais absurda que seja, que os homens não aceitarão prontamente assim que puderem ser levados à convicção de que ela é geralmente adotada.”
No estratagema 9, vemos na tradução de Dionisio Garzón:
“Hacer las preguntas, en un orden distinto del que exige la conclusión que de ellas se pretende, con cambios de todo género” (p. 40).
Na de OdC:
“Fazer as perguntas numa ordem distinta da exigida pela conclusão que dela pretendemos, com mudanças de todo gênero” (p. 141).
Mota:
“Não fazer as perguntas na ordem exigida pela conclusão a ser extraída delas, mas com todos os tipos de deslocamentos.”
E Vieira:
“As perguntas não são feitas na ordem que a inferência a extrair delas requer, mas em todos os tipos de transposições.”
Repare que Schopenhauer fala de uma conclusão extraída de perguntas, no plural. Por isso, o correto seria “delas” – como fazem Garzón, Mota e Vieira. Jactando-se fazer um “esforço de compreensão propriamente filosófica”, “graças a Deus, porque não sou filólogo” (p. 24), OdC claudica até na concordância.
Em relação à edição espanhola – publicada antes, que se destaque –, o restante da tradução de OdC parece seguir os mesmos procedimentos: inverte-se aqui e ali uma ordem de predicados, troca-se “razão” por “fundamento”, esquece-se de um destaque em itálico, mas o texto nunca se descola substancialmente da versão de Garzón. Da comparação dos dois textos – e de sua discrepância com outras traduções – a autenticidade do trabalho do inverossímil “guru” é no mínimo eclipsada.
É certo que existem casos célebres de traduções indiretas. Nos anos 1940, assumidamente, Rachel de Queiroz traduziu duas obras de Dostoiévski a partir de edições francesas. Na coleção Os Pensadores, o volume de Aristóteles que contém a Ética a Nicômaco estampa nitidamente em seu frontispício: “Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross”. É o que se deve fazer quando se produz uma tradução indireta – além de, é claro, pedir a autorização do(s) detentor(es) dos direitos da obra.
Pois os incisos i e xi do artigo 7º da Lei de Direitos Autorais (LDA) estabelecem que são obras intelectuais protegidas pela lei: “i – os textos de obras literárias, artísticas ou científicas”; e “xi – as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova”. Como Schopenhauer (1788-1860) morreu há mais de 150 anos, suas obras são de domínio público (LDA, art. 41). Suas traduções recentes, não. O artigo 29 da mesma LDA determina que “depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades”, tal como “iv – a tradução para qualquer idioma”. A citação de algumas passagens – como fiz acima – não constitui uma ofensa à LDA, já que são apenas recortes e “o nome do autor e a origem da obra” são indicados (art. 46). Porém, quando se trata da reprodução integral de uma obra, a lei é categórica:
Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.
Parágrafo único. Os comentários ou anotações poderão ser publicados separadamente.
É curioso que – en passant – OdC assume que sua “Introdução e Comentários nasceram de simples notas de leitura à margem da tradução espanhola de Dionísio Garzón; depois os conferi com o original, com a ajuda de minha querida amiga Daniela Spínola P. Caldas, professora de língua alemã” (p. 26). Fica claro, então, que a inspiração de OdC foi o trabalho de Garzón. Mas por que ele pediria ajuda a alguém que conhece o idioma alemão para revisar sua introdução e comentários (“os conferi com o original”) que foram escritos em português? Por que, em nenhum momento, a fonte da tradução é indicada de maneira explícita? Garzón, de sua parte, deixa claro (p. 13) que se baseou na edição de Hübscher. OdC nem mesmo menciona a obra original na ficha catalográfica.
Conjecturas à parte, ocorreu-me a possibilidade de que, para fazer sua tradução extremamente similar à de Garzón, OdC tenha pedido autorização à editora madrilenha EDAF. Liguei para lá, então, e, depois de conversar com algumas pessoas, recebi a seguinte mensagem: “lhe confirmo que nossa edição de El arte de tener razón foi traduzida diretamente do alemão por Dionisio Garzón, em virtude de um contrato que data de 6 de fevereiro de 1996. Em dito contrato, o Sr. Garzón se encarregava também da realização de um prólogo e um estudo da obra. Tanto a cessão da tradução, quanto do prólogo e do estudo são de caráter exclusivo. Revisando nossos arquivos, não nos consta de nossa parte que se tenha cedido nenhum dos três a alguma pessoa ou entidade no Brasil”.
Posteriormente galhardeado com a Ordem de Rio Branco, OdC fala algo sobre “patifaria intelectual” (p. 23). Para que o leitor tire suas próprias conclusões, apresento mais uma passagem comentada de ambas as traduções, seguida das duas implacáveis comparações. Do estratagema 32, Garzón traduz:
“Un modo rápido de eliminar o, al menos, hacer sospechosa una afirmación del adversario contraria a nosotros es reducirla a una categoría generalmente detestada, aunque la relación sea tan sólo de vaga semejanza y poco rigurosa. Por ejemplo, esto es maniqueísmo, esto es arrianismo, esto es pelagianismo, esto es idealismo, esto es espinosismo, esto es panteísmo, esto es brownianismo, esto es naturalismo, esto es ateísmo, esto es racionalismo, esto es espiritualismo, esto es misticismo, etc.” (p. 60)
OdC:
“Um modo rápido de eliminar ou, ao menos, de tornar suspeita uma afirmação do adversário é reduzi-la a uma categoria geralmente detestada, ainda que a relação seja pouco rigorosa e tão só de vaga semelhança. Por exemplo: ‘Isso é maniqueísmo’, ‘É arrianismo’ [sic], ‘É pelagianismo’, ‘É idealismo’, ‘É panteísmo’, ‘É brownianismo’, ‘É naturalismo’, ‘É ateísmo’, ‘É racionalismo’, ‘É espiritualismo’, ‘É misticismo’, etc.” (p. 174)
Mota:
“Uma maneira rápida de eliminar ou ao menos tornar suspeita uma afirmação do adversário que nos seja contrária é a de colocá-la sob uma categoria odiada, ainda que tenha apenas uma semelhança com esta ou uma vaga relação – por exemplo, ‘isso é maniqueísmo; é arianismo; […] o; é espinozismo; […] é misticismo etc.’”
E Vieira:
“Se você é confrontado com uma afirmação, há um modo curto de se livrar dela, ou, pelo menos, de lançar suspeitas sobre ela, colocando-a em alguma categoria odiosa; mesmo que a conexão seja apenas aparente, ou sutil. Você pode dizer, por exemplo, ‘Isso é maniqueísmo’ ou ‘É arianismo’ […] ou ‘espinosismo’, ou […] ‘misticismo’ e assim por diante” (os destaques em negrito são meus).
Três notas: (i) OdC defenestrou o “espinosismo” da lista de Schopenhauer; (ii) a tradução de OdC ignora a ocorrência de “entgegenstehende” (sigo a edição disponível aqui), traduzida para o espanhol como “contraria a nosotros”; “que nos seja contrária”, por Mota; e “confrontado com”, por Vieira; (iii) em português, “arianismo” – a doutrina de Ário, o padre alexandrino dos séculos iii e iv – se escreve com um único “r”, curiosamente, o mesmo ocorre em alemão: “Arianismus”, ao passo que, em espanhol, o próprio nome é diferente: “Arrio” (e, consequentemente, “arrianismo”).

Este texto não reflete necessariamente a opinião de CartaCapital.


PCdoB: a proeza subintelequitual de criticar um evento que ainda não tinha ocorrido

O PCdoB continua igual ao que sempre foi: inacreditavelmente sectário, dogmático, ultra-stalinista e, desta vez fantasmagórico: consegue criticar um evento antes de sua ocorrência, o que revela seus dons premonitórios.
O autor conhece o livro de Hugo Studart e já o decretou falso. Mas faz o mesmo com o meu livro e o de Gustavo Bezerra, que ainda não leu: ou seja, uma literatura com a capacidade de adivinhar o desconhecido.
Paulo Roberto de Almeida


A vulgaridade de um “debate” anticomunista em Brasília

Osvaldo Bertolin

O outro lado da notícia, 11/12/2019


Indústria do anticomunismo voltou a ser mais ativa com a escalada da extrema direita. Livros e “debates” são, além de usinas de propaganda ideológica de caráter fascista, fontes de renda e até de títulos acadêmicos. 
Por Osvaldo Bertolino 
O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal anuncia para o próximo dia 11 de dezembro o debate intitulado “A trajetória do comunismo no Brasil”. Quem abordará o tema é ninguém menos do que os anticomunistas Paulo Roberto de Almeida (embaixador), Hugo Studart (jornalista e historiador) e Gustavo Bezerra (diplomata e historiador), este autor do infame O livro negro do comunismo no Brasil. O evento faz parte do “Ciclo de Diálogos sobre o Pensamento Político Brasileiro”, diz o Instituto. 
Segundo anuncia Studart em seu Facebook, “Paulo Roberto vai abrir tecendo uma breve panorâmica sobre o movimento comunista e sua trajetória no Brasil, palestra baseada em seu próximo livro, Marxismo e Socialismo”. Ele, Studart, “vai falar da crise ideológica do Partido Comunista Brasileiro, PCB, que resultou em sua fragmentação e criação das organizações da luta amada, palestra baseada no livro Borboletas e Lobisomens”. E Gustavo Bezerra “ficará com o fecho de ouro, apresentando sua obra monumental”.
Ainda segundo Studart, Paulo Roberto de Almeida é o proponente do “debate” anticomunista. O nome não seria exatamente “debate”, porque trata-se de três personagens com pensamentos semelhantes, todos beneficiários da indústria do anticomunismo. Paulo Roberto de Almeida escreveu o posfácio do livro-farsa de Studart Borboletas e lobisomens— uma ficção barata vendida como história —, que conseguiu a proeza de ser mais vulgar do que a própria obra. 
Técnica goebbeliana
O anticomunismo existe desde que o comunismo é comunismo. Já no Manifesto do Partido Comunista, considerado a primeira obra programática do marxismo, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram que “todas as potências da velha Europa unem-se numa santa aliança para conjurá-lo (o espectro do comunismo): o papa e o czar, Metternich (estadista austríaco) e Guizot (estadista francês), os radicais da França e os policiais da Alemanha”.
Desde então, em nome do combate ao “comunismo” muita vulgaridade rotulada de história, filosofia ou coisa parecida foi produzida. Tudo com generosa publicidade, sem que os caluniados possam abrir a boca para dizer uma única palavra em sua defesa. É assim que eles tentam envenenar os que lhes dão ouvidos, conhecida técnica goebbeliana para manipular os incautos.
Cata de mitos
Paga-se bem por qualquer obra produzida para difamar e caluniar os comunistas. Concedem-se títulos acadêmicos — essa obra de Studart, pasmem, saiu de uma tese de doutorado aprovada na Universidade Nacional de Brasil (UnB) — e abrem-se espaços generosos na mídia — Studart deitou falação mentirosa sobre a minha produção que desmascara seu livro-farsa sem que ninguém se dignasse a me ouvir, ou mesmo a publicar algo do que escrevi e falei. 
É um comportamento bem ajustado ao figurino da escalada da extrema direita, que impulsionou a indústria anticomunista. Poucas vezes na história do Brasil se falou e se escreveu tanto a palavra “comunismo”. Ela é falada ou escrita sem nenhum contexto, acompanhada de números e citações sem comprovações; e sempre repisando e reforçando grotescas mentiras factuais e históricas. 
Um princípio básico para quem fala ou escreve algo sem ser vulgar é saber do que está falando, não sair por aí à cata de mitos na tentativa de fraudar a realidade e manipular os fatos. Os personagens desse “debate”, por exemplo, já demonstraram que nada sabem a respeito ou ignoram o que sabem porque optaram pelo rentismo do anticomunismo.
Para se falar de comunismo — contra ou a favor — é preciso compreender o que os seus teóricos produziram, em especial Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Lênin. E ter em conta que essa corrente filosófica, ideológica e política enfrentou e venceu diferentes fixações fanáticas de seus detratores. Não será com a repetição de velhos e surrados chavões do mais rudimentar anticomunismo histórico que agora terão êxitos.
Código da economia
O marxismo representou uma ruptura de parâmetros. É o fenômeno mais relevante, no campo do estudo científico da história, da economia e da filosofia, nesses dois últimos séculos, quando a humanidade mudou mais do que no milênio anterior. Marx decifrou o código da economia de crise. E isso não está em nenhum livro em particular. Está no conjunto de sua obra, da qual a parte mais importante é, certamente, O Capital
Ele está longe de ser apenas mais um nome no balaio de gatos de pretensos contestadores da sua obra. Sua teoria difere substancialmente das ideias voláteis que são propagadas por gente que ganha a vida montando frases de efeito e expelindo perdigotos em palestras como essa desses anticomunistas escalados para o “debate” do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
A interpretação científica dos seus princípios radiografa casos de sucesso e fracasso em uma sociedade, gera novas interpretações da realidade, cria novos paradigmas e equações para entender e explicar o que ocorre no mundo. Por tudo, Marx precisa ser estudado. Por sua originalidade, pela seriedade e consistência de sua obra, porque escrevia bem. Exatamente por isso é difícil contestar o comunismo sem apelar para a vulgaridade e para a desfaçatez, como fazem Paulo Roberto Almeida, Hugo Studart e Gustavo Bezerra.   
__________
Acompanhe o caso aqui:

O jabuti de Hugo Studart e os jornalistas que roubam

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Avaliação do professor no Uniceub - Paulo Roberto de Almeida

Minha avaliação, por parte dos alunos:

Sobre 5 pontos máximos, eu obtive 4,03.

Prezado(a) professor(a),


Segue abaixo a avaliação realizada pelos alunos da disciplina:  Economia Política – Programa de Mestrado em Direito.

A nota média geral da disciplina Economia Política do Programa de Mestrado em Direito foi de 4,03 com uma amostra geral de 38,89%. A tabela abaixo apresenta o resultado da Economia Política do Programa de Mestrado em Direito por questão.
Tabela 36 – Resultado da disciplina Economia Política
Programa de Mestrado em Direito
Questão
Nota
01. A disciplina é adequada aos meus objetivos com o curso.
4,43
02. A disciplina me proporcionou entendimento mais aprofundado sobre o tema da disciplina.
4,57
03. A disciplina me levou a reexaminar minhas preocupações de pesquisa.
3,71
04. A carga horária da disciplina é coerente com o conteúdo e programa de leitura.
4,57
05. A bibliografia da disciplina é útil para a minha formação.
4,43
06. A dinâmica da disciplina é adequada para o aprendizado
3,57
07. O professor se preocupou em verificar se os alunos estavam compreendo o conteúdo.
4,29
08. As diretrizes do professor para a execução dos trabalho foram claras e precisas.
4,29
09. O professor comportou-se de forma respeitosa com os alunos.
5,00
10. O professor utilizou mecanismos para verificar se eu havia lido os textos.
3,29
11. O professor contribuiu para a construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento da autonomia do aluno e do pensamento crítico.
4,29
12. Existe um nível adequado de preparação dos meus colegas da turma, com leituras prévias a aula.
3,14
13. Meus colegas participam das discussões em sala de aula.
3,71
14. O desenvolvimento da aula ficou prejudicado quando a turma, ou parte dela, deixava de ler os textos obrigatórios.
3,00
15. Estou satisfeito com meu investimento pessoal no curso.
4,43
16. Realizei a leitura dos textos obrigatórios para as aulas.
3,29
17. Fui pontual durante as aulas.
4,43
Fonte: CPA – UniCEUB
A disciplina Economia Política do Programa de Mestrado em Direito registrou um total de respostas nas questões discursivas, apresentadas por meio da tabela abaixo.
Tabela 37 – Respostas das questões discursivas
Economia Política – Programa de Mestrado em Direito
Resposta
Excelente o alto nível 'enciclopédico' de informações, raciocínio crítico muito relevante, um grande profissional.
Professor de altíssimo nível: é um privilégio ouvi-lo semanalmente. Faltou apenas a prévia indicação de uma leitura obrigatória para cada tema. Li alguns livros da bibliografia indicada (que é ótima), mas isso não me permitiu acompanhar bem os temas. No regime 'ler antecipadamente algo específico da aula seguinte', funcionaria melhor.

Professor de um conhecimento e paixão pela docência ímpares. Grande nome dos quadros da universidade; um gênio. O domínio sobre o conteúdo nos inspira ao aperfeiçoamento constante.