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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 10 de novembro de 2024

Ao pé da lareira- Simon Schwartzman (O Estado de São Paulo)

Ao pé da lareira

By Simon Schwartzman on Nov 08, 2024 04:17 pm

(Publicado em O Estado de São Paulo, 8 de novembro, 2024) 

Quando Gustavo Capanema quis fundar a Universidade do Brasil, na década de 1930, ele abriu um concurso internacional para construir a Cidade Universitária. Ganhou Marcelo Piacentini, o arquiteto de Mussolini. Os perdedores, o grupo de Lúcio Costa associado ao francês Le Corbusier, protestaram, e acabaram recebendo como compensação o projeto do edifício do Ministério da Educação. Com a guerra, a universidade de Piacentini nunca passou da maquete. O Edifício do Ministério da Educação ainda resiste, meio abandonado no caos urbano do centro do Rio de Janeiro.  Aprendi isso quando pesquisava os arquivos de Capanema, e me fazia lembrar a  frase de que uma universidade começa com uma conversa informal ao pé de uma lareira, que havia lido nos papeis que descreviam a fundação, cem anos antes, da Universidade da California em Berkeley, onde estive para meus estudos de doutorado.

A ideia de que universidades são feitas por comunidades de pessoas, e só depois por leis e edifícios, foi o fio condutor de uma série de estudos  em que participei ao longo dos anos. Claro, elas precisam de prédios, equipamentos, pessoal administrativo,  e atender às expectativas dos estudantes, da sociedade e das profissões. Mas seu principal capital, que faz a diferença, é o talento de seus professores e uma cultura de valorização do estudo, da pesquisa, da independência intelectual e da competência técnica, que desenvolvem e transmitem a seus alunos e a toda sociedade. Se isto é verdade, então os professores universitários formariam uma espécie de profissão das profissões, uma comunidade cuja identidade central seriam estes valores, que transcenderiam outras identidades institucionais, profissionais e mesmo nacionais.

Existe, no entanto, outra visão, a de que o ideal das profissões autônomas é um mito, que elas na prática são ou acabam sendo controladas pelas grandes burocracias públicas e privadas. Os profissionais autônomos se transformariam em empregados, e as comunidades profissionais, em sindicatos de um proletariado letrado.  Quando, na década de 90, fizemos uma pesquisa sobre os professores universitários no Brasil, constatamos que havia, no país, um pequeno grupo de professores de alta formação, pesquisadores, que compartilhavam os valores de autonomia e liderança intelectual da comunidade acadêmica; um grupo bem maior, de formação intermediária, funcionários das universidades públicas, em que prevalecia a identidade corporativa e sindical; e um terceiro grupo fragmentado, sem identidade própria, trabalhando de forma precária para o mercado de ensino superior privado.

O que aconteceu com os professores universitários brasileiros desde então? Olhando os dados, algumas coisas chamam a atenção. Entre 2010 e 2023, o número de estudantes universitários passou de 6 para 10 milhões, mas o número de professores permaneceu praticamente o mesmo, cerca de 350 mil, metade no setor público, metade no privado. A razão é que o sistema público cresceu pouco, e o sistema privado aumentou sua eficiência pelo uso mais intensivo de seus professores, sobretudo através do ensino à distância. O número de alunos por professor no setor privado subiu de 22 para 40, enquanto, no setor público, permaneceu entre 10 e 12. Desapareceu, praticamente, a figura do professor horista no setor privado, substituído pelos contratos em tempo parcial.

Depois, os professores ficaram mais velhos e mais qualificados. Esta é a tendência geral, mas existem grandes diferenças por setor. No setor privado, a proporção de professores de 40 anos ou menos passou de 46% para 35%. Nas universidades federais, de 37% para 26%; e nas universidades paulistas, de 16% para 9%. A proporção de professores com doutorado passou de 56% para 75% no sistema federal, de 15% para 33% no sistema privado, e permaneceu acima de 95% no sistema paulista.

Ao mesmo tempo,  as vantagens relativas dos professores universitários, em termos salariais, pioraram. Em 2012, ter um diploma universitário significava ganhar 253% da média do país,  duas vezes e meia a mais.  Ser professor universitário do sistema privado significava ganhar 300%; e, do setor público, 400%. Em 2023, estas proporções haviam caído para 202%, 268% e 357%, respectivamente, pelos dados da PNAD.

Só com estes dados não dá para dizer quanto ainda persiste, entre eles, o modelo das comunidades profissionais autônomas, das corporações profissionais ou dos sindicatos. Mas temos indicações, por  outros lados, que o prestígio dos professores tem caído e sua autoridade, e da ciência que incorporam, contestada. No setor privado há um processo de profissionalização fragmentada que parece se consolidar: os professores trabalham mais, ganham menos, não têm estabilidade no trabalho,  e formam um “precariado” que não consegue se organizar para defender seus interesses. No setor público, com a maior qualificação, envelhecimento e a perda relativa de vantagens, podemos entender que prevaleça entre muitos uma atitude defensiva e de ressentimento, mais do que a de uma profissão autônoma e altiva. E mal temos lareiras para nos sentarmos a seu pé para conversar.


domingo, 9 de abril de 2023

Meus 100 primeiros dias de Lula 3 - Paulo Roberto de Almeida

Meus 100 primeiros dias de Lula 3

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota de avaliação sobre os primeiros cem dias do novo governo. 

  

Não é só uma convenção jornalística e uma invenção arbitrária essa mania de fazer uma avaliação de qualquer governante no exercício dos seus 100 primeiros dias na função. É um direito e uma obrigação de qualquer governado seguir atentamente as palavras e as ações daquele que pretende dirigir toda uma nação, o que compreende todos os jurisdicionados, inclusive este modesto escrevinhador que insiste em expressar sua opinião, mesmo contra “ventos e marés”.

Pois então vamos lá.

Acredito, em primeiro lugar, que Mister Lula começou a se comportar mal ainda antes de tomar posse, esquecendo (ou preferindo ignorar) que só conseguiu ganhar as eleições porque contou com um expressivo número de votos que NUNCA foram a seu favor, e que apenas expressaram o imenso HORROR que milhões de brasileiros tinham CONTRA o psicopata que desonrou a cadeira presidencial desde 2018 e nos quatro anos seguintes. Então, a visão curta de Lula 3 sobre essa realidade vem atrapalhando seu governo desde então, deixando de lado a coalizão democrática que o elegeu para governar com o que lhe vem à cachola: muito ressentimento e sobretudo sectarismo.

Segunda coisa: renegou todas as suas afirmações sobre o estupro orçamentário construído pelo estamento político para se apropriar de vultosas verbas da nação via emendas secretas e farta distribuição de recursos coletivos para mãos e bolsos privados, geralmente corruptos e no mínimo mal aplicados. Essa é forte, pois tinha dito que iria extirpar isso.

Terceiro: fazer um governo não só de competentes e bons gestores, mas de aliados incondicionais, o que vai contra as recomendações de qualquer Maquiavel de botequim (ao tratar dos assessores do príncipe).

Quarto: ele tem sido um desastre TOTAL em política externa e em diplomacia, ao continuar apoiando (“precisa tratar com carinho”) ditaduras execráveis e ao deixar sua megalomania e preferências políticas prevalecer sobre os interesses da nação a médio e longo prazos. Quer se meter a fazer recomendações ao G7 em matéria de políticas econômicas e de posturas diplomáticas no tocante à maior ameaça à paz desde a Segunda Guerra Mundial, mas recusa sequer considerar uma aproximação do Brasil ao “clube de boas práticas” que representa a OCDE e se recusa a condenar o tirano de Moscou pelas atrocidades que vem praticando contra o povo-irmão da Ucrânia.

Quinto: pretende crescimento, com benefícios sociais aos mais pobres, mas continua se recusando a adotar uma gestão responsável dos recursos públicos, como se o Estado fosse uma cornucópia infinita de bondades e como se esse ogro famélico pudesse ser um bom administrador de todos os empreendimentos econômicos.

Sexto: ao colocar sua improvisação política na frente de um exame técnico competente de quaisquer medidas de caráter público que possam ser tomadas por um governo que dispõe de uma tecnocracia competente e preparada para oferecer políticas sustentadas, não na vontade individual, mas na factibilidade e na exequibilidade de tais propostas, sobretudo no plano orçamentário.

 

Dito tudo isso, sobre os “meus” primeiros cem dias do governo de Lula 3, afirmo e reafirmo que a reeleição do psicopata teria sido um HORROR, sob TODOS os pontos de vista. Nunca tivemos, e espero que nunca mais tenhamos de novo, um indivíduo tão asqueroso, incompetente e perverso no comando de qualquer administração em qualquer nível da federação, o que compreende também a representação dos cidadãos deste país tão sofrido pela má qualidade de suas elites.

O Brasil continuará a se arrastar penosamente em direção a um futuro incerto, em grande medida pela má educação do seu povo. 

Termino então, dizendo que se eu fosse um dirigente público, em qualquer nível, eu teria apenas cinco prioridades em matéria de políticas públicas: quatro estariam em educação integral de qualidade para TODAS as crianças dos 3 aos 17 anos, sendo que a quinta seria maior liberdade econômica possível no que respeita a inserção do Brasil na economia global.

 

Meus melhores votos para Mister Lula nos seus 1.360 dias restantes de governo.


 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4357: 9 abril 2023, 2 p.


 

 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Avaliação do professor no Uniceub - Paulo Roberto de Almeida

Minha avaliação, por parte dos alunos:

Sobre 5 pontos máximos, eu obtive 4,03.

Prezado(a) professor(a),


Segue abaixo a avaliação realizada pelos alunos da disciplina:  Economia Política – Programa de Mestrado em Direito.

A nota média geral da disciplina Economia Política do Programa de Mestrado em Direito foi de 4,03 com uma amostra geral de 38,89%. A tabela abaixo apresenta o resultado da Economia Política do Programa de Mestrado em Direito por questão.
Tabela 36 – Resultado da disciplina Economia Política
Programa de Mestrado em Direito
Questão
Nota
01. A disciplina é adequada aos meus objetivos com o curso.
4,43
02. A disciplina me proporcionou entendimento mais aprofundado sobre o tema da disciplina.
4,57
03. A disciplina me levou a reexaminar minhas preocupações de pesquisa.
3,71
04. A carga horária da disciplina é coerente com o conteúdo e programa de leitura.
4,57
05. A bibliografia da disciplina é útil para a minha formação.
4,43
06. A dinâmica da disciplina é adequada para o aprendizado
3,57
07. O professor se preocupou em verificar se os alunos estavam compreendo o conteúdo.
4,29
08. As diretrizes do professor para a execução dos trabalho foram claras e precisas.
4,29
09. O professor comportou-se de forma respeitosa com os alunos.
5,00
10. O professor utilizou mecanismos para verificar se eu havia lido os textos.
3,29
11. O professor contribuiu para a construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento da autonomia do aluno e do pensamento crítico.
4,29
12. Existe um nível adequado de preparação dos meus colegas da turma, com leituras prévias a aula.
3,14
13. Meus colegas participam das discussões em sala de aula.
3,71
14. O desenvolvimento da aula ficou prejudicado quando a turma, ou parte dela, deixava de ler os textos obrigatórios.
3,00
15. Estou satisfeito com meu investimento pessoal no curso.
4,43
16. Realizei a leitura dos textos obrigatórios para as aulas.
3,29
17. Fui pontual durante as aulas.
4,43
Fonte: CPA – UniCEUB
A disciplina Economia Política do Programa de Mestrado em Direito registrou um total de respostas nas questões discursivas, apresentadas por meio da tabela abaixo.
Tabela 37 – Respostas das questões discursivas
Economia Política – Programa de Mestrado em Direito
Resposta
Excelente o alto nível 'enciclopédico' de informações, raciocínio crítico muito relevante, um grande profissional.
Professor de altíssimo nível: é um privilégio ouvi-lo semanalmente. Faltou apenas a prévia indicação de uma leitura obrigatória para cada tema. Li alguns livros da bibliografia indicada (que é ótima), mas isso não me permitiu acompanhar bem os temas. No regime 'ler antecipadamente algo específico da aula seguinte', funcionaria melhor.

Professor de um conhecimento e paixão pela docência ímpares. Grande nome dos quadros da universidade; um gênio. O domínio sobre o conteúdo nos inspira ao aperfeiçoamento constante.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Poder mundial: novos critérios de avaliação - Michael Beckley (International Security)

H-Diplo/ISSF Article Review 122- Reardon on Beckley.  “The Power of Nations: Measuring What Matters.” 

by George Fujii


H-Diplo | ISSF Article Review 122
issforum.org
Editors: Diane Labrosse and Seth Offenbach
Web and Production Editor:  George Fujii
Michael Beckley.  “The Power of Nations: Measuring What Matters.”  International Security 43:2 (Fall 2018):  7-44.  DOI:  https://doi.org/10.1162/isec_a_00328.
Published by ISSF on 19 July 2019

Review by Robert J. Reardon, North Carolina State University
In this article, Michael Beckley makes an important contribution to how scholars measure state power, arguing that net rather than gross indicators of a state’s military and economic resources better capture a state’s capabilities. The question of how to measure state power is central to both theoretical and policy debates. In theoretical terms, power lies at the center of any effort to understand how states can influence one another in the international arena. Arguably no outcome in international affairs can be properly understood without attention to the relative power of the actors involved. Likewise, some of the most important policy debates hinge on perceptions of relative power, including those over the rise of China and the strategic posture the United States ought to adopt as a result. Advocates of U.S. retrenchment tend to argue that China is rapidly closing the gap in capabilities with the United States and will soon eclipse U.S. capabilities.[1] Beckley and others who advocate a strategy of deep engagement argue that the United States still enjoys, and will likely continue to enjoy for the foreseeable future, a sizeable advantage over China. It is an ambitious objective to take on such a core question, and Beckley should be applauded for challenging widely established approaches to using power as a variable and suggesting ways to improve those approaches that are both promising and parsimonious.
Given the centrality of the concept of power to the study of international relations, the degree to which scholars have failed to arrive a consensus on how should be defined and measured is remarkable. Power, as Beckley notes, “is typically defined as the ability of a country to shape world politics in line with its interests” (8). However, because this understanding of power depends on a state’s conception of its interests, it cannot be measured directly. If we seek to determine a state’s power based on the outcomes it achieves in a given dispute, we must first know the relative preferences of the parties involved, and even then our measure of power would be restricted to that one, narrow-issue area.
Instead of looking at outcomes, most scholars measure power by assessing the aggregate resources a state possesses—particularly economic and military resources—based on the assumption that “countries with more wealth and more military assets at their disposal tend to get their way more often than countries with fewer of these resources” (8). Beckley supports such a resource-based approach for the compelling reasons that it allows for a single aggregate indicator to represent state power across issue areas and provides a way to measure a state’s relative power ex ante, thus enabling scholars to study the effect of power on dispute outcomes.
Beckley parts company with other scholars, however, by arguing—with considerable justification—that the dominant use of gross indicators such as GDP as proxies for military power is fundamentally flawed. This argument builds on the work of Klaus Knorr and others, and rests primarily on two important considerations that feature prominently in Beckley’s earlier work on the relative rise of China.[2] First, gross measures, such as GDP or military expenditures, can mislead by failing to consider variation in efficiency across states. Differences in worker productivity, in the existing availability of certain technologies and research and development (R&D) efforts, in established research institutions, and in related factors can produce considerable variation in the efficiency with which any amount of spending on a state’s military can be translated into actual capabilities that confer some advantage on the battlefield.
Second, gross measures of power put disproportionate weight on a state’s size. Gross measures of income correlate with a state’s population, making many poor but large states appear more powerful than smaller yet wealthier ones. As Beckley concedes, there is a logic to this, since larger countries can aggregate greater resources than smaller ones. Large countries like China and India can assemble far greater military capabilities than small states like Luxembourg, no matter how much greater Luxembourg’s per capita wealth might be. Scale matters. However, attention only or disproportionately to a country’s size obscures how differences in per capita resources influence state capabilities. The larger the state, the more it must spend to maintain a basic level of welfare and security for its citizens. Attention only to size distorts the capabilities of very large but less economically and technologically developed states, which are typically forced to devote the lion’s share of their resources to maintaining even low levels of welfare, leaving relatively few resources to devote to building up military capabilities. Some states like North Korea may be more willing to squeeze the population in order to devote a greater share of the nation’s resources to their military, but there are limits to how much this can be done before domestic stability is put at an unacceptable level of risk.
Beckley offers two suggestions for overcoming these problems with using gross indicators of power. The first is to devise a careful ledger of state resources and costs to produce a more precise net indicator of capabilities. As Beckley acknowledges, however, such an endeavor would require voluminous data, and there are no existing data sets available that would provide the necessary data for such an accounting across a sufficient set of states and time periods. Scholars can and should work toward producing such data sets. Beckley’s second suggestion, that scholars rely on the relatively simple indicator of Gross Domestic Product (GDP) x GDP per capita as a proxy for net capabilities, offers a way to roughly adjust for welfare and security costs using data that is easily and readily available. Most IR scholars have simply used rough proxies such as GDP to represent state power, or have relied on data sets like Composite Index of National Capability (CINC) that combine a number of variables—including GDP, population, and state military budget—to take a rough measure of a state’s aggregate capabilities. The logic to using these measures is that wealth is fungible, and states can convert economic and other resources into military capabilities, making proxies that measure overall gross resources an acceptable way to compare relative power across states. GDP x GDP per capita adjusts the gross indicator GDP according to per capita income, thus reducing the impact of a country’s overall size without discounting it entirely.
As a rough test of whether gross and net indicators better measure state power, Beckley compares GDP x GDP per capita to GDP and CINC data in three ways. First, he examines several historical cases of great-power rivalry in which there was considerable disparity between gross and net measures of resources. Second, he conducts a large-n analysis of wars and disputes to see which indicators most often predict outcomes. Third, he examines past studies that used GDP and CINC data to see whether replacing those measures with GDP x GDP per capita improves goodness-of-fit.
The case studies are by far the most revealing. As Beckley points out, GDP and the CINC data set lead to nonsensical conclusions about the relative power in several critical cases, especially those involving China and Russia. According to those measures, “China looked like a superpower in the nineteenth and early twentieth centuries,” and surpassed Britain, which, in reality, had humiliated China in the First Opium War (1839-1842) and Second Opium War (1856-1860). GDP x GDP per capita is a clearly superior measure, giving Britain three times China’s power in 1870—a finding which is far more consistent with outcomes. The net indicator similarly outperforms GDP and CINC when used to examine pre-First World War Russia and Germany, late-nineteenth and early-to-mid twentieth century Japan and China, and the United States and the USSR during the Cold War.
The other tests, however—while supporting Beckley’s overall claims—are less impressive in terms of the magnitude of difference between using the different indicators. Here Beckley may be overstating his case when he criticizes gross indicators as not simply inferior to net ones, but as “logically unsound,” “empirically unreliable,” and “severely mischaracterizing the balance of power in numerous cases, including in some of the most consequential geopolitical events in modern history” (9). The paper’s large-n analysis based on Militarized Interstate Disputes (MIDs) data, for example, shows an important yet modest improvement in predictive power by using net indicators in place of gross ones. GDP x GDP per capita predicted 70% of the dispute outcomes from the MIDs dataset, which is certainly impressive. However, GDP and the CINC dataset were both able to predict 64% of these dispute outcomes (38). That represents an important gain from using net indicators, but not the sort of drastic improvement one might expect given Beckley’s logical critique of gross indicators. Indeed, it raises the question of why GDP and CINC perform so well given the flaws in using them that Beckley points out.
A likely reason is that the difference between net and gross indicators becomes especially salient when dealing with large but relatively poor states such as China and Russia (and, as Beckley notes, disputes involving those states represent a large share of the overall cases where net indicators outperform gross ones). This would still be a critical finding—Russia and China are important states, and any improvement in our ability to measure the power of those two states would be an important achievement. However, it is important to note whether gross indicators perform adequately outside of cases involving states that are particularly populous, or where there is a large difference between where those states rank globally in terms of aggregate GDP and GDP per capita. If net indicators only outperform gross ones in a subset of cases, this would require a far less drastic reexamination of past studies that relied on gross indicators of power.
Finally, Beckley’s analysis could have gone further by considering how the use of net indicators might shed light on power transitions. Even though, in the paper’s case studies, Beckley examines long-term rivalries between great powers, he focuses mostly on how relative differences in net aggregate resources influence outcomes in any given dispute, rather than considering what might lead these relative differences in power to shift over time. The U.S.-USSR case, where Beckley notes how Soviet welfare demands and security costs such as aid to Eastern bloc allies outpaced production and gains in technology and productivity, is an exception. What is notable here is that net indicators suggest a long-term decline in the Soviet Union’s position even as gross indicators suggest that the USSR was reaching increasing heights of relative power. As Beckley points out, this is consistent with some U.S. estimates from the era that the Soviet Union had already eclipsed the United States in many key areas of military and industrial capacity. Importantly, the problem was not simply one of taking account of welfare and other costs. Efficiency in this case is of paramount significance. The USSR, for example, “spent 2 to 3 percent of its GDP on military R&D, but lagged a generation or more behind the United States in fifteen of the twenty most critical military technologies” (36). The question is not just one of having sufficient “disposable” resources to pour into military capabilities, but also one of having the wherewithal to efficiently translate those resources into improved capabilities relative to an adversary. The United States wasn’t just more powerful in terms of a snapshot of capabilities at a given moment. Many of the same factors Beckley points to in the article also helped the United States outpace the Soviets in terms of growth in power over time. A better understanding of this dynamic would be greatly useful, and worthy of further research.

Robert J. Reardon is an assistant professor of political science in the School of Public and International Affairs at North Carolina State University. He is co-principal investigator with the Consortium for Nonproliferation Enabling Capabilities (CNEC), a NNSA-sponsored research and education consortium on nuclear nonproliferation. Reardon’s teaching and research focuses on international security, nuclear weapons strategy and proliferation, and U.S. grand strategy. From 2012-2014, he was a fellow at Harvard’s Belfer Center for Science and International Affairs with a joint appointment in the International Security Program and the Project on Managing the Atom, and from 2010-2011 was a Stanton Postdoctoral Fellow in nuclear security at the RAND Corporation. He received his Ph.D. in political science from MIT, and his BA from Columbia University.

Notes
[1] See, for example, Joshua R. Itzkowitz Shifrinson and Michael Beckley, “Debating China’s Rise and U.S. Decline,” International Security 37:3 (Winter 2012/13): 172-181, DOI: https://doi.org/10.1162/ISEC_c_00111.
[2] For example, Beckley cites Klaus Knorr, The War Potential of Nations (Princeton: Princeton University Press, 1956); see Michael Beckley, “China’s Century? Why America’s Edge Will Endure,” International Security 36:3 (Winter 2011/12): 41-78, DOI: https://doi.org/10.1162/ISEC_a_00066.