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domingo, 9 de abril de 2023

Meus 100 primeiros dias de Lula 3 - Paulo Roberto de Almeida

Meus 100 primeiros dias de Lula 3

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota de avaliação sobre os primeiros cem dias do novo governo. 

  

Não é só uma convenção jornalística e uma invenção arbitrária essa mania de fazer uma avaliação de qualquer governante no exercício dos seus 100 primeiros dias na função. É um direito e uma obrigação de qualquer governado seguir atentamente as palavras e as ações daquele que pretende dirigir toda uma nação, o que compreende todos os jurisdicionados, inclusive este modesto escrevinhador que insiste em expressar sua opinião, mesmo contra “ventos e marés”.

Pois então vamos lá.

Acredito, em primeiro lugar, que Mister Lula começou a se comportar mal ainda antes de tomar posse, esquecendo (ou preferindo ignorar) que só conseguiu ganhar as eleições porque contou com um expressivo número de votos que NUNCA foram a seu favor, e que apenas expressaram o imenso HORROR que milhões de brasileiros tinham CONTRA o psicopata que desonrou a cadeira presidencial desde 2018 e nos quatro anos seguintes. Então, a visão curta de Lula 3 sobre essa realidade vem atrapalhando seu governo desde então, deixando de lado a coalizão democrática que o elegeu para governar com o que lhe vem à cachola: muito ressentimento e sobretudo sectarismo.

Segunda coisa: renegou todas as suas afirmações sobre o estupro orçamentário construído pelo estamento político para se apropriar de vultosas verbas da nação via emendas secretas e farta distribuição de recursos coletivos para mãos e bolsos privados, geralmente corruptos e no mínimo mal aplicados. Essa é forte, pois tinha dito que iria extirpar isso.

Terceiro: fazer um governo não só de competentes e bons gestores, mas de aliados incondicionais, o que vai contra as recomendações de qualquer Maquiavel de botequim (ao tratar dos assessores do príncipe).

Quarto: ele tem sido um desastre TOTAL em política externa e em diplomacia, ao continuar apoiando (“precisa tratar com carinho”) ditaduras execráveis e ao deixar sua megalomania e preferências políticas prevalecer sobre os interesses da nação a médio e longo prazos. Quer se meter a fazer recomendações ao G7 em matéria de políticas econômicas e de posturas diplomáticas no tocante à maior ameaça à paz desde a Segunda Guerra Mundial, mas recusa sequer considerar uma aproximação do Brasil ao “clube de boas práticas” que representa a OCDE e se recusa a condenar o tirano de Moscou pelas atrocidades que vem praticando contra o povo-irmão da Ucrânia.

Quinto: pretende crescimento, com benefícios sociais aos mais pobres, mas continua se recusando a adotar uma gestão responsável dos recursos públicos, como se o Estado fosse uma cornucópia infinita de bondades e como se esse ogro famélico pudesse ser um bom administrador de todos os empreendimentos econômicos.

Sexto: ao colocar sua improvisação política na frente de um exame técnico competente de quaisquer medidas de caráter público que possam ser tomadas por um governo que dispõe de uma tecnocracia competente e preparada para oferecer políticas sustentadas, não na vontade individual, mas na factibilidade e na exequibilidade de tais propostas, sobretudo no plano orçamentário.

 

Dito tudo isso, sobre os “meus” primeiros cem dias do governo de Lula 3, afirmo e reafirmo que a reeleição do psicopata teria sido um HORROR, sob TODOS os pontos de vista. Nunca tivemos, e espero que nunca mais tenhamos de novo, um indivíduo tão asqueroso, incompetente e perverso no comando de qualquer administração em qualquer nível da federação, o que compreende também a representação dos cidadãos deste país tão sofrido pela má qualidade de suas elites.

O Brasil continuará a se arrastar penosamente em direção a um futuro incerto, em grande medida pela má educação do seu povo. 

Termino então, dizendo que se eu fosse um dirigente público, em qualquer nível, eu teria apenas cinco prioridades em matéria de políticas públicas: quatro estariam em educação integral de qualidade para TODAS as crianças dos 3 aos 17 anos, sendo que a quinta seria maior liberdade econômica possível no que respeita a inserção do Brasil na economia global.

 

Meus melhores votos para Mister Lula nos seus 1.360 dias restantes de governo.


 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4357: 9 abril 2023, 2 p.


 

 

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