Terei o prazer de coordenar estes debates em torno da obra do jornalista Ricardo Lessa em torno de um assunto bastante atual, mas que começou lá atrás, em 1823...
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 13 de agosto de 2024
Ricardo Lessa: O Primeiro Golpe do Brasil: Dom Pedro I fecha a Constituinte - Lançamento de livro, IHG-DF, 22/08, 19hs
quinta-feira, 25 de julho de 2024
Lançamento do livro de Ricardo Lessa, O Primeiro Golpe do Brasil (D. Pedro I contra a Constituinte) - IHG-DF
O Instituto Histórico e Geográfico do DF tem o prazer de convidar para o lançamento do livro do jornalista Ricardo Lessa, O Primeiro Golpe do Brasil: como D. Pedro I fechou a Constituinte, prolongou o escravismo e agravou a desigualdade entre nós, com a participação dos acadêmicos José Theodoro Mascarenhas Menck e Bernardo Lins, no dia 22/08, às 19:00 hs.
O livro estará disponível no local desde as 18:00 hs.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Livro: O movimento da Independência: homens e mulheres na conquista da autonomia nacional - André Heráclio do Rego (coord). Lançamento
Recebido do meu amigo e colega André Heráclio do Rego, coordenador deste livro, no qual colaborei com um capítulo. (PRA)
Prezados amigos, tenho a satisfação de convidá-los para o lançamento do livro que organizei, "O movimento da Independência: homens e mulheres na conquista da autonomia nacional", no próximo dia 22 de fevereiro, no IHG-DF, 19hs.
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
BRASILIVROS, IHG-DF: livros dos membros do Instituto Histórico e Geográfico do DF
BRASILIVROS, IHG-DF: livros dos membros do Instituto Histórico e Geográfico do DF
Sábado, 19/08, 2023, 14h30 - 19h00
Os membros do IHG-DF convidam para a Feira do Livro, na qual estarão expostos e disponíveis seus livros como autores.
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal: Chamada para artigos
Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal
(ISSN 2525-6653)
Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao e-mail ihgdfederal@gmail.com, até o dia 31/07/2023
Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:
1) Linha Editorial
A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
2) Periodicidade:
A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral.
3) Diretrizes para Autores
1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.
2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.
3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.
4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).
5. Resenhas de livros terão de preferência entre 3 e 10 páginas, começando com a identificação precisa da obra, depois de eventual título fantasia.
6. Encaminhar as colaborações ao e-mail: ihgdfederal@gmail.com.
7. Os membros dos conselhos consultivo e editorial atuarão como pareceristas anônimos; pareceristas externos poderão atuar para temas especializados.
4) Declaração de Direito Autoral
Ao submeter um artigo à REVISTA do IHGDF e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA do IHGDF: os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
“Momentos do Espírito, Paisagens da Alma”: ciclo de conferências de Cláudio Guimarães dos Santos (IHG-DF)
O colega, amigo e grande intelectual, Claúdio Guimarães dos Santos, anuncia seu ciclo de palestras no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
Compartilho, abaixo, o Programa do Ciclo de Conferências "Momentos do Espírito, Paisagens da Alma", que ministrarei, ao longo de 2023, no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), no qual ocupo a cadeira de número 126, cujo patrono é o Embaixador Sérgio Corrêa da Costa.
Serão, no total, 6 conferências gratuitas e abertas aos interessados.
Um abraço caloroso a todos.
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL - IHG-DF
CICLO DE CONFERÊNCIAS
“Momentos do Espírito, Paisagens da Alma”
Cláudio Guimarães dos Santos
Poeta, Ensaísta, Artista Plástico, Cineasta, Médico, Diplomata,
Mestre em Artes (ECA/USP), Doutor em Linguística (Université de Toulouse-Le Mirail),
Acadêmico do IHG-DF (Cadeira 126)
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PROGRAMAÇÃO:
Terça-feira - 7/março/2023 – das 19h30 às 21h30:
“A natureza da poesia: da clareza do belo ao mistério do sublime”
Quarta-feira - 26/abril/2023 – das 19h30 às 21h30:
“O problema mente-corpo: como reunir o que nunca esteve separado?”
Quarta-feira - 31/maio/2023 – das 19h30 às 21h30:
“As fronteiras do mito: por uma cartografia dinâmica da alma”
Quarta-feira - 21/junho/2023 – das 19h30 às 21h30:
“As faces de Deus: a busca (inelidível) pelo sentido da existência”
Quarta-feira - 20/setembro/2023 – das 19h30 às 21h30:
“O caos contemporâneo: do autismo midiático à solidão coletiva”
Quarta-feira - 25/outubro/2023 – das 19h30 às 21h30:
“Linguagem e silêncio: educação, autoconhecimento, ascese, redenção”
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AS CONFERÊNCIAS SERÃO GRATUITAS E ABERTAS AOS INTERESSADOS
terça-feira, 9 de agosto de 2022
“A democracia como valor universal”, uma carta-manifesto que deveria ser institucional e que virou individual - Paulo Roberto de Almeida
Como Diretor de Publicações do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, sou apenas responsável pelas publicações do Instituto, entre eles a sua revista, desde que tal iniciativa conte com o apoio do restante da Diretoria. Aliás, não pedi para ser, nem postulei qualquer cargo na Diretoria, e apenas não recusei-me a colaborar quando meu nome foi indicado para assumir tal função, pois ela corresponde, em grande medida, às minhas afinidades eletivas e intelectualmente afetivas.
Nessa condição, e observando os ataques contínuos e as ameaças golpistas do atual presidente contra as instituições democráticas, assim como as manifestações já expressas por diversas entidades – a começar pela USP, FIESP e Academia Paulista de Letras, entre muitas outras –, tomei a iniciativa de sugerir ao IHG-DF a apresentação de um manifesto seu.
Conhecendo a composição do IHG – que tem alguns remanescentes do democrático governo JK, saudosistas da ditadura militar, mas também democratas sinceros –, elaborei um texto bastante moderado, apenas defendendo a democracia, sem sequer mencionar o psicopata tendencialmente totalitário. No entanto, a "minha" (sim, porque eu fiz sozinho, sem consultar ninguém) carta-manifesto não obteve consenso para ser emitida em nome do IHG-DF.
Permito-me transcrever na íntegra esse meu texto – não tenho porque esconder – e, depois, acrescentar algumas palavras a mais, que transmitem mais fielmente meu pensamento com respeito ao boçal que nos governa (e acho que já expressei muito claramente o que penso do candidato já fracassado a ditador).
A democracia como valor universal
Nota proposta em nome da diretoria do IHG-DF sobre as ameaças ao processo eleitoral, para ser divulgada antes do dia 11/08/2022
O Brasil e os brasileiros estão assistindo, neste período pré-eleitoral de 2022, um clima de turbulência política inédito nos 37 anos decorridos desde a redemocratização do país, após o último episódio autoritário de nossa história republicana. Com efeito, não se tem notícias, em qualquer um dos pleitos eleitorais que se sucederam democraticamente desde a campanha presidencial de 1989, de tantas ameaças à livre e transparente manifestação do voto cidadão, como as que se manifestam desde algum tempo a propósito de mais um escrutínio presidencial e geral, no próximo mês de outubro.
O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal – inaugurado sob um regime de exceção, mas arvorando os princípios e valores altamente democráticos que tinham estado na origem da fundação de Brasília, no quinquênio de grande crescimento e de irrestritas liberdades sob o saudoso presidente Juscelino Kubitschek –, na sua condição de mais importante instituição cultural comprometida com a preservação e a defesa dos altos padrões democráticos que estiveram na origem desta capital federal, já desenhada nos projetos de Hipólito da Costa e de José Bonifácio, o primeiro estadista da nação e o patriarca do Estado independente, sente-se na obrigação de, por meio de sua diretoria, manifestar publicamente seu inarredável comprometimento com o regime democrático pelo qual lutaram os fundadores da nação, duzentos anos atrás, bem como os criadores da nova capital federal, há mais de seis décadas.
A diretoria do IHG-DF expressa sua postura de irrestrita defesa da democracia como valor universal, na certeza de que interpreta os sentimentos dos seus sócios, assim como os de toda a população brasiliense, como teriam feito Hipólito e Bonifácio, e como fizeram outros lutadores pela liberdade, no itinerário histórico desta grande nação que, no próximo dia 7 de setembro, completará 200 anos como Estado soberano.
Pela plena vigência do Estado democrático de Direito!
A diretoria do IHG-DF
6 de agosto de 2022.
[Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4214: 5 agosto 2022, 1 p.]
Como mencionei acima, em função do caráter amplamente moderado do texto acima, para exatamente ser aprovado consensualmente pelos membros da Diretoria, e em função de sua não aprovação, sinto-me inteiramente livre para não só revelar o texto, tal como escrito de um só impulso, mas também para emitir minha opinião pessoal sobre a mesma questão, ou seja, a defesa da democracia.
Devo dizer, em primeiro lugar, que não concebo como alguém possa ser contrário à defesa da democracia, a não ser que seja um apoiador do psicopata autoritário, que considera que o manifesto da USP – quem sabe até o da FIESP – é "de esquerda".
Apenas trogloditas autoritários podem considerar que é normal ter um presidente da República – que não merece esse título – que ataca as instituições democráticas em geral e o sistema de votação que o elegeu em particular.
Acho que não preciso acrescentar mais nada, pois tudo está dito: estamos sendo governados por um troglodita autoritário, que desejaria ser ditador, mas não vai conseguir. Ele vai causar confusão e, em minha opinião, merece cadeia, não apenas por isso, mas também pelo comportamento genocida que teve durante a pandemia.
Como sempre, assino embaixo do que escrevo, que reflete exatamente o que penso.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de agosto de 2022
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
Bicentenário da Independência: emissões do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (via YouTube)
Playlist da série História do Brasil em Perspectiva, promovido pelo IHG-DF, em seus vários l episódios já realizados sobre a temática do Bicentenário da Independência:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLVBII2sTxDqlPxl8j-06O-0jKcYt2snYg
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
A diplomacia brasileira da independência: webinar com Carlos Henrique Cardim, Paulo Roberto de Almeida e José Theodoro Menck (IHG-DF)
Terei o prazer de dialogar com meu colega e caro amigo embaixador Carlos Henrique Cardim, ademais do vice-presidente do IHG-DF José Theodoro Menck, em mais um evento da série sobre o bicentenário do Instituto Histórico e Geográfico do DF, do qual sou editor de publicações.
Independência em perspectiva: a diplomacia
Elaborei recentemente um ensaio sobre a diplomacia da independência: “A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências”, que serviu de base a uma Aula Magna na Universidade Federal Fluminense, com uma apresentação em Power Point voltada para a bibliografia pertinente.
Disponível na plataforma Academia.edu:
anunciado no blog Diplomatizzando
link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/a-diplomacia-brasileira-da_28.html
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros - Paulo Roberto de Almeida
Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros: Rogerio Farias e Gustavo Bezerra
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor; diretor de publicações do IHG-DF
Caros colegas, confrades, amigos e familiares,
Estamos reunidos novamente, alguns de nós pela via virtual, para mais uma edição de um ritual que repetimos a algumas décadas, no nosso caso desde 1964, ou seja, há 57 anos. No caso da nossa instituição-mãe, o IHGB, ela está ativa desde 1838, há 183 anos portanto, sendo que sua revista é publicada desde 1839. Ambas as instituições se fundam nos mesmos princípios e valores e cada uma, ademais de congêneres nos estados, se empenham em uma nobre missão: efetuar a síntese histórica e geográfica sobre os mais importantes eventos, processos e fatos objetivos que, direta ou indiretamente, exerceram impacto sobre a vida da nação e sobre os itinerários de seus entes constitutivos.
Desde que aqui ingressei, em meados de 2019, tendo como patrono o grande intelectual das letras jurídicas Tobias Barreto, tenho procurado convidar novos valores para o nosso convívio. Tenho feito isso de forma consciente e certo de que devemos buscar sempre insuflar nosso trabalho com a ajuda das novas gerações, que ou trazem novas pesquisas sobre assuntos ainda não, ou insuficientemente trabalhados, ou trazem novos olhares sobre velhos assuntos, que são os já conhecidos da história do Brasil ou da história e da geografia de Brasília, que já se tornou uma senhora sexagenária, mas ainda na sua adolescência como cidade. Este é o caso dos dois novos colegas que assumem hoje suas cadeiras: Rogério de Souza Farias e Gustavo Henrique Marques Bezerra.
Rogério eu conheço desde os bancos escolares, se ouso dizer, na verdade seu mestrado em História das Relações Internacionais, em 2007, sobre as negociações e os negociadores do Brasil no âmbito do Gatt, o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, de 1947. Ao mestrado, seguiu-se um doutoramento ainda mais ambicioso, na mesma área, em 2012, ampliando seu olhar sobre como o Brasil se inseriu no sistema multilateral de comércio, o que lhe permitiu traçar uma cobertura completa sobre “A Palavra do Brasil” nesse sistema, que foi justamente o título da grande obra de referência documental que ele produziu e que foi acolhida na coleção de livros da Fundação Alexandre de Gusmão, e como tal disponibilizado em sua biblioteca online. Ele continuou pesquisando e produzindo inúmeros artigos e livros de forma incessante, como a biografia do grande negociador brasileiro no campo do comércio internacional, Edmundo Barbosa da Silva, no âmbito dos “secos e molhados”, que é como o Itamaraty de antigamente se referia à diplomacia econômica. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos nos escritos de relações internacionais e de política externa do grande chanceler Oswaldo Aranha, e mais recentemente ele editou as memórias de outro grande diplomata, Maurício Nabuco, filho do primeiro embaixador do Brasil durante a gestão Rio Branco à frente do Itamaraty. Ele agora está partindo para Lisboa, para acompanhar sua esposa, diplomata, assim como já havia feito anteriormente em Chicago, quando aproveitou para fazer um pós-doutorado na Universidade de Chicago. Tenho certeza de que em Portugal ele vai não só continuar seu trabalho de pesquisa em fontes primárias, assim como vai aprofundar relações institucionais e pessoais junto a colegas de estudos na área da historiografia.
Quanto a Gustavo Bezerra, antes de conhecê-lo pessoalmente, eu já tinha tomado conhecimento de dois trabalhos que ele produziu como resultado de sua passagem pelo Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco, publicados pela Funag: “Brasil-Cuba: relações político-diplomáticas no contexto da Guerra Fria (1959-1986)”, de 2010, e “Da revolução ao reatamento: a política externa brasileira e a questão cubana (1959-1986)”, de 2012. Mais recentemente ele conduziu uma pesquisa que deu origem a uma obra que pode ser considerada ciclópica, “O Livro Negro do Comunismo no Brasil: mitos e falácias sobre a história da esquerda brasileira”, publicado em 2019, e que já tivemos a oportunidade de apresentar aqui, numa das últimas sessões presenciais mantidas antes da pandemia, na companhia de nosso colega Hugo Studart, que também fez pesquisas sobre o comunismo brasileiro no período do regime militar, tendo produzido duas obras de referência nesse terreno, a última resultado de sua tese de doutoramento em História na UnB. Eu disse ciclópica em relação ao livro mais recente de Gustavo, pois que essa obra, retirando inspiração de obra quase homônima publicada na França, mais de duas décadas atrás, mas cobrindo quase todo o mundo (menos o Brasil), tinha sido composta por uma equipe inteira de pesquisadores e historiadores experientes. No caso do Gustavo, ele pesquisou e trabalhou solitariamente, conduzindo uma obra realmente magnifica de exploração de terrenos pouco devassados até aqui, a despeito de já existir muitos livros publicados sobre a trajetória do movimento comunista no Brasil.
Estou absolutamente seguro de que ambos continuarão a produzir obras de referência nos próximos anos, engrandecendo o prestígio do IHG-DF, assim como a própria distinção pessoal de cada um deles no terreno que é geneticamente o nosso. Sobre seus patronos, não me estenderei sobre eles, pois que cabe a cada um buscar o que melhor caracteriza as figuras cujos nomes enfeitam suas respectivas cadeiras. Afonso Arinos de Melo Franco, grande prócer da política mineira, batalhador das lutas democráticas desde o Estado Novo, autor da primeira lei antirracista no Brasil, chanceler do Brasil na fase parlamentar, coordenador, como o pai em 1934, de uma comissão de estudos constitucionais que antecedeu nossa atual Carta Magna, em 1987, e apoiador da adoção do regime parlamentarista no país. Já Câmara Cascudo, do mesmo estado no nosso potiguar Gustavo Bezerra, nascido na mesma capital dos potiguares 76 anos antes, foi simplesmente o maior folclorista do Brasil, mas não apenas isso, pois foi historiador, como é o Gustavo, e, além disso, sociólogo, como eu sou, e, também, musicólogo, antropólogo, etnógrafo, poeta, cronista, professor, advogado e jornalista. Um homem, portanto, de dez instrumentos, cujas obras são incontornáveis, sobretudo no campo das tradições populares brasileiras.
Meus cumprimentos aos nossos dois novos membros, e meus votos de continuado trabalho em suas áreas de especialização respectivas, que correspondem às suas vantagens comparativas ricardianas, que também vão se incorporar ao rico patrimônio do IHG-DF.
Muito obrigado.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 setembro 2021, 3 p.
sábado, 14 de dezembro de 2019
PCdoB: a proeza subintelequitual de criticar um evento que ainda não tinha ocorrido
O autor conhece o livro de Hugo Studart e já o decretou falso. Mas faz o mesmo com o meu livro e o de Gustavo Bezerra, que ainda não leu: ou seja, uma literatura com a capacidade de adivinhar o desconhecido.
Paulo Roberto de Almeida