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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Livro: O movimento da Independência: homens e mulheres na conquista da autonomia nacional - André Heráclio do Rego (coord). Lançamento

Recebido do meu amigo e colega André Heráclio do Rego, coordenador deste livro, no qual colaborei com um capítulo. (PRA)

Prezados amigos, tenho a satisfação de convidá-los para o lançamento do livro que organizei, "O movimento da Independência: homens e mulheres na conquista da autonomia nacional", no próximo dia 22 de fevereiro, no IHG-DF, 19hs.

Independência resgata heróis para a História
 
Organizada pelo diplomata André Heráclio do Rêgo, coleção de 11 ensaios reúne especialistas que mostram a amplitude do 7 de Setembro de 1822.
 
Diplomata, escritor e historiador André Heráclio do Rêgo lança "O Movimento da Independência - Homens e Mulheres na Conquista da Autonomia Nacional”. A obra reúne ensaios de especialistas com visão plural sobre os processos históricos como os da Revolução Pernambucana, da guerra de independência na Bahia e do decisivo empoderamento feminino de que foram protagonistas a arquiduquesa Leopoldina e a primeira militar brasileira, Maria Quitéria.
 A obra nasceu de um seminário realizado na Câmara dos Deputados em comemoração ao bicentenário da independência do Brasil , em 2022. “O movimento da Independência, expressão criada pelo historiador e diplomata Oliveira Lima, não se limitou ao episódio do grito do Ipiranga ou às negociações políticas na corte. Trata-se de um processo muito mais complexo e longo, que envolveu inclusive projetos diferentes de Independência, como foi o caso da Revolução de 1817”. Quem explica é André Heráclio, doutor em Estudos Portugueses, Brasileiros e da África Lusófona pela Universidade de Paris Nanterre e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.
 O livro, que reúne 11 textos, é uma contribuição às raras iniciativas para comemorar uma das mais importantes datas, assevera o organizador.   No primeiro, “A política joanina no Brasil, centralização e consolidação do estado”, de autoria de Arno Wehling, presidente de honra do IHGB e acadêmico da ABL, o foco é a centralização e a consolidação do Estado. O segundo, do diplomata Paulo Roberto de Almeida, é dedicado a “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, que se destacou por suas ideias pioneiras sobre a construção do Estado.
 “Dom João VI entre a história e a memória nos 200 anos da nação”, terceiro ensaio, é da autoria de Jurandir Malerba, professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e mostra como Dom João VI atuou decisivamente para a solução monárquica e centralizadora que se adotou com a Independência. 
Já a Revolução Pernambucana de 1817 é tratada no ensaio “José Bonifácio e outro projeto para o Brasil”, de autoria do organizador. O Patriarca da Independência foi uma figura central na construção do Brasil, mas seu projeto não é era o único. “Havia outro, anterior ao dele, o dos revolucionários pernambucanos de 1817, que propugnava uma outra Independência, caracterizada pela República e pelo federalismo”, destaca André Heráclio.
Os dois ensaios seguintes têm como personagem principal a imperatriz Leopoldina, e projetam a mulher não apenas na Independência do Brasil, mas na sociedade de seu tempo. O primeiro, de autoria de Maria Celi Chaves Vasconcelos é também uma busca pela participação feminina na política nacional. O ensaio seguinte, também sobre Leopoldina, é de autoria da historiadora Denise G Porto: “A imperatriz austríaca e a viajante inglesa: entre cartas e tristezas, a história de uma amizade nos tempos da Independência”.
Dom Pedro I, marido de dona Leopoldina, centraliza o que Theodoro Menck, doutor em História das Relações Exteriores pela Universidade de Brasília (UnB),  chama “diversas independências”, e que contraria a crença de que a independência raiou apenas no dia 7 de setembro de 1822 às margens do Ipiranga. Outro ensaio sobre Dom Pedro I é de Luiz Carlos Villalta, doutor e mestre em História Social e professor da UFMG.
O incipiente poder feminino também aparece nos ensaios subsequentes. O primeiro, do doutor em História Ibérica pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS-Paris) Paulo de Assunção, “Amélia de Leuchtenberg, a nobre imperatriz do Brasil”, busca resgatar a trajetória dessa personagem feminina da elite, quase desconhecida no século 19 e nos dias atuais. O segundo, do pesquisador e dramaturgo Maurício Melo Júnior, traz a epopeia de Maria Quitéria, que fugiu de casa, disfarçou-se de homem e alistou-se no Exército para lutar. O livro se conclui com um ensaio do renomado jurista Ives Gandra Martins, professor de Direito da Universidade Mackenzie, que resume o percurso histórico do período da Independência até os dias de hoje.
 
Sobre André Heráclio do Rêgo – diplomata, historiador e escritor, é graduado em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco, tem mestrado em Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos pela pela Universidade de Paris Nanterre, doutorado em Estudos Portugueses, brasileiros e da África Lusófona pela mesma universidade e pós-doutorado na Universidade Católica de Lisboa, em História Social, e no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo. Sócio de várias instituições acadêmicas, entre as quais o IHGB, o IAHGP, o IHGSP, o IHGDF, o IHGP e a Sociedade de Geografia de Lisboa.


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

BRASILIVROS, IHG-DF: livros dos membros do Instituto Histórico e Geográfico do DF

BRASILIVROS, IHG-DF: livros dos membros do Instituto Histórico e Geográfico do DF

Sábado, 19/08, 2023, 14h30 - 19h00

Os membros do IHG-DF convidam para a Feira do Livro, na qual estarão expostos e disponíveis seus livros como autores.



quinta-feira, 29 de junho de 2023

Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal: Chamada para artigos


Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal 

(ISSN 2525-6653)

 

Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao e-mail ihgdfederal@gmail.com, até o dia 31/07/2023

Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:

1)    Linha Editorial

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

 

2)    Periodicidade: 

A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral.

 

3)    Diretrizes para Autores

1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.

2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.

3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.

4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).

5. Resenhas de livros terão de preferência entre 3 e 10 páginas, começando com a identificação precisa da obra, depois de eventual título fantasia.

6. Encaminhar as colaborações ao e-mail: ihgdfederal@gmail.com.

7. Os membros dos conselhos consultivo e editorial atuarão como pareceristas anônimos; pareceristas externos poderão atuar para temas especializados. 

 

4)    Declaração de Direito Autoral

Ao submeter um artigo à REVISTA do IHGDF e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA do IHGDF: os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.

 

Creative Commons Não Comercial 4.0 Internacional da REVISTA do IHGDF  está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

 


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

“Momentos do Espírito, Paisagens da Alma”: ciclo de conferências de Cláudio Guimarães dos Santos (IHG-DF)

O colega, amigo e grande intelectual, Claúdio Guimarães dos Santos, anuncia seu ciclo de palestras no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. 


Compartilho, abaixo, o Programa do Ciclo de Conferências "Momentos do Espírito, Paisagens da Alma", que ministrarei, ao longo de 2023, no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), no qual ocupo a cadeira de número 126, cujo patrono é o Embaixador Sérgio Corrêa da Costa.

Serão, no total, 6 conferências gratuitas e abertas aos interessados.


Um abraço caloroso a todos.


INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL - IHG-DF

 

CICLO DE CONFERÊNCIAS

“Momentos do Espírito, Paisagens da Alma”

Cláudio Guimarães dos Santos

Poeta, Ensaísta, Artista Plástico, Cineasta, Médico, Diplomata,

Mestre em Artes (ECA/USP), Doutor em Linguística (Université de Toulouse-Le Mirail), 

Acadêmico do IHG-DF (Cadeira 126)

 

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PROGRAMAÇÃO:

 

Terça-feira - 7/março/2023 – das 19h30 às 21h30:

“A natureza da poesia: da clareza do belo ao mistério do sublime”

 

Quarta-feira - 26/abril/2023 – das 19h30 às 21h30:

“O problema mente-corpo: como reunir o que nunca esteve separado?”

 

Quarta-feira - 31/maio/2023 – das 19h30 às 21h30:

“As fronteiras do mito: por uma cartografia dinâmica da alma”

 

Quarta-feira - 21/junho/2023 – das 19h30 às 21h30:

“As faces de Deus: a busca (inelidível) pelo sentido da existência”

 

Quarta-feira - 20/setembro/2023 – das 19h30 às 21h30:

O caos contemporâneo: do autismo midiático à solidão coletiva”

 

Quarta-feira - 25/outubro/2023 – das 19h30 às 21h30:

“Linguagem e silêncio: educação, autoconhecimento, ascese, redenção”

 

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AS CONFERÊNCIAS SERÃO GRATUITAS E ABERTAS AOS INTERESSADOS



terça-feira, 9 de agosto de 2022

“A democracia como valor universal”, uma carta-manifesto que deveria ser institucional e que virou individual - Paulo Roberto de Almeida

Como Diretor de Publicações do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, sou apenas responsável pelas publicações do Instituto, entre eles a sua revista, desde que tal iniciativa conte com o apoio do restante da Diretoria. Aliás, não pedi para ser, nem postulei qualquer cargo na Diretoria, e apenas não recusei-me a colaborar quando meu nome foi indicado para assumir tal função, pois ela corresponde, em grande medida, às minhas afinidades eletivas e intelectualmente afetivas. 

Nessa condição, e observando os ataques contínuos e as ameaças golpistas do atual presidente contra as instituições democráticas, assim como as manifestações já expressas por diversas entidades – a começar pela USP, FIESP e Academia Paulista de Letras, entre muitas outras –, tomei a iniciativa de sugerir ao IHG-DF a apresentação de um manifesto seu.

Conhecendo a composição do IHG – que tem alguns remanescentes do democrático governo JK, saudosistas da ditadura militar, mas também democratas sinceros –, elaborei um texto bastante moderado, apenas defendendo a democracia, sem sequer mencionar o psicopata tendencialmente totalitário. No entanto, a "minha" (sim, porque eu fiz sozinho, sem consultar ninguém) carta-manifesto não obteve consenso para ser emitida em nome do IHG-DF. 

Permito-me transcrever na íntegra esse meu texto – não tenho porque esconder – e, depois, acrescentar algumas palavras a mais, que transmitem mais fielmente meu pensamento com respeito ao boçal que nos governa (e acho que já expressei muito claramente o que penso do candidato já fracassado a ditador).

A democracia como valor universal

 

Nota proposta em nome da diretoria do IHG-DF sobre as ameaças ao processo eleitoral, para ser divulgada antes do dia 11/08/2022 

 

O Brasil e os brasileiros estão assistindo, neste período pré-eleitoral de 2022, um clima de turbulência política inédito nos 37 anos decorridos desde a redemocratização do país, após o último episódio autoritário de nossa história republicana. Com efeito, não se tem notícias, em qualquer um dos pleitos eleitorais que se sucederam democraticamente desde a campanha presidencial de 1989, de tantas ameaças à livre e transparente manifestação do voto cidadão, como as que se manifestam desde algum tempo a propósito de mais um escrutínio presidencial e geral, no próximo mês de outubro. 

O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal – inaugurado sob um regime de exceção, mas arvorando os princípios e valores altamente democráticos que tinham estado na origem da fundação de Brasília, no quinquênio de grande crescimento e de irrestritas liberdades sob o saudoso presidente Juscelino Kubitschek –, na sua condição de mais importante instituição cultural comprometida com a preservação e a defesa dos altos padrões democráticos que estiveram na origem desta capital federal, já desenhada nos projetos de Hipólito da Costa e de José Bonifácio, o primeiro estadista da nação e o patriarca do Estado independente, sente-se na obrigação de, por meio de sua diretoria, manifestar publicamente seu inarredável comprometimento com o regime democrático pelo qual lutaram os fundadores da nação, duzentos anos atrás, bem como os criadores da nova capital federal, há mais de seis décadas.

A diretoria do IHG-DF expressa sua postura de irrestrita defesa da democracia como valor universal, na certeza de que interpreta os sentimentos dos seus sócios, assim como os de toda a população brasiliense, como teriam feito Hipólito e Bonifácio, e como fizeram outros lutadores pela liberdade, no itinerário histórico desta grande nação que, no próximo dia 7 de setembro, completará 200 anos como Estado soberano. 

Pela plena vigência do Estado democrático de Direito!

A diretoria do IHG-DF

6 de agosto de 2022.

[Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4214: 5 agosto 2022, 1 p.]


Como mencionei acima, em função do caráter amplamente moderado do texto acima, para exatamente ser aprovado consensualmente pelos membros da Diretoria, e em função de sua não aprovação, sinto-me inteiramente livre para não só revelar o texto, tal como escrito de um só impulso, mas também para emitir minha opinião pessoal sobre a mesma questão, ou seja, a defesa da democracia.

Devo dizer, em primeiro lugar, que não concebo como alguém possa ser contrário à defesa da democracia, a não ser que seja um apoiador do psicopata autoritário, que considera que o manifesto da USP – quem sabe até o da FIESP – é "de esquerda". 

Apenas trogloditas autoritários podem considerar que é normal ter um presidente da República – que não merece esse título – que ataca as instituições democráticas em geral e o sistema de votação que o elegeu em particular.

Acho que não preciso acrescentar mais nada, pois tudo está dito: estamos sendo governados por um troglodita autoritário, que desejaria ser ditador, mas não vai conseguir. Ele vai causar confusão e, em minha opinião, merece cadeia, não apenas por isso, mas também pelo comportamento genocida que teve durante a pandemia.

Como sempre, assino embaixo do que escrevo, que reflete exatamente o que penso.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 9 de agosto de 2022




 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Bicentenário da Independência: emissões do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (via YouTube)

Playlist da série História do Brasil em Perspectiva, promovido pelo IHG-DF, em seus vários l episódios já realizados sobre a temática do Bicentenário da Independência:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLVBII2sTxDqlPxl8j-06O-0jKcYt2snYg


1) 200 anos do Voto no Brasil: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 22/09/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

2) Insurreições no Brasil Colônia e Reino Unido: apresentadores: Ronaldo Poletti (presidente do IHG-DF) e José Theodoro Mascarenhas Menck; 
    dia 15/10/2021; moderador: Bernardo Estellita Lins

3) A imprensa na emancipação política do Brasil: apresentadora: Isabel Lustosa; dia 5/11/2021; moderador: Bruno A. de Cerqueira

4) A Maçonaria no Bicentenário: apresentadores:William Almeida de Carvalho e Ronaldo Poletti; dia 26/11/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

5) A diplomacia da Independência: apresentadores: Carlos Henrique Cardim e Paulo Roberto de Almeida; dia 17/12/2021; moderador: José Theodoro Mascarenhas Menck

6) Dia do Fico, 9 ou 10 de janeiro de 1822?: apresentador: José Theodoro Mascarenhas Menck; dia 8/01/2022; moderador: Bruno A. de Cerqueira (NOTA: este evento não se inscreve na série de lives do IHG-DF; mas se insere no mesmo universo de debates historiográficos promovidos pelo Instituto)

7) Oliveira Lima e a História da Independênciaapresentador: André Heráclio do Rêgo; dia 28/01/2022: moderadores: Paulo Roberto de Almeida e Bruno A. de Cerqueira

8) A Independência - uma história em construção: apresentador: João Paulo Pimenta; moderador: Paulo Roberto de Almeida (Programado para 11/02/2022)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

A diplomacia brasileira da independência: webinar com Carlos Henrique Cardim, Paulo Roberto de Almeida e José Theodoro Menck (IHG-DF)

 Terei o prazer de dialogar com meu colega e caro amigo embaixador Carlos Henrique Cardim, ademais do vice-presidente do IHG-DF José Theodoro Menck, em mais um evento da série sobre o bicentenário do Instituto Histórico e Geográfico do DF, do qual sou editor de publicações.

Independência em perspectiva: a diplomacia


Elaborei recentemente um ensaio sobre a diplomacia da independência: “A diplomacia brasileira da independência: heranças e permanências”, que serviu de base a uma Aula Magna na Universidade Federal Fluminense, com uma apresentação em Power Point voltada para a bibliografia pertinente.

Disponível na plataforma Academia.edu

link: https://www.academia.edu/62641768/4018_A_diplomacia_brasileira_da_independencia_heranças_e_permanencias_2021_

 anunciado no blog Diplomatizzando 

link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/a-diplomacia-brasileira-da_28.html


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros - Paulo Roberto de Almeida

 Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros: Rogerio Farias e Gustavo Bezerra 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor; diretor de publicações do IHG-DF 

 

Caros colegas, confrades, amigos e familiares,

Estamos reunidos novamente, alguns de nós pela via virtual, para mais uma edição de um ritual que repetimos a algumas décadas, no nosso caso desde 1964, ou seja, há 57 anos. No caso da nossa instituição-mãe, o IHGB, ela está ativa desde 1838, há 183 anos portanto, sendo que sua revista é publicada desde 1839. Ambas as instituições se fundam nos mesmos princípios e valores e cada uma, ademais de congêneres nos estados, se empenham em uma nobre missão: efetuar a síntese histórica e geográfica sobre os mais importantes eventos, processos e fatos objetivos que, direta ou indiretamente, exerceram impacto sobre a vida da nação e sobre os itinerários de seus entes constitutivos. 

Desde que aqui ingressei, em meados de 2019, tendo como patrono o grande intelectual das letras jurídicas Tobias Barreto, tenho procurado convidar novos valores para o nosso convívio. Tenho feito isso de forma consciente e certo de que devemos buscar sempre insuflar nosso trabalho com a ajuda das novas gerações, que ou trazem novas pesquisas sobre assuntos ainda não, ou insuficientemente trabalhados, ou trazem novos olhares sobre velhos assuntos, que são os já conhecidos da história do Brasil ou da história e da geografia de Brasília, que já se tornou uma senhora sexagenária, mas ainda na sua adolescência como cidade. Este é o caso dos dois novos colegas que assumem hoje suas cadeiras: Rogério de Souza Farias e Gustavo Henrique Marques Bezerra.

Rogério eu conheço desde os bancos escolares, se ouso dizer, na verdade seu mestrado em História das Relações Internacionais, em 2007, sobre as negociações e os negociadores do Brasil no âmbito do Gatt, o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, de 1947. Ao mestrado, seguiu-se um doutoramento ainda mais ambicioso, na mesma área, em 2012, ampliando seu olhar sobre como o Brasil se inseriu no sistema multilateral de comércio, o que lhe permitiu traçar uma cobertura completa sobre “A Palavra do Brasil” nesse sistema, que foi justamente o título da grande obra de referência documental que ele produziu e que foi acolhida na coleção de livros da Fundação Alexandre de Gusmão, e como tal disponibilizado em sua biblioteca online. Ele continuou pesquisando e produzindo inúmeros artigos e livros de forma incessante, como a biografia do grande negociador brasileiro no campo do comércio internacional, Edmundo Barbosa da Silva, no âmbito dos “secos e molhados”, que é como o Itamaraty de antigamente se referia à diplomacia econômica. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos nos escritos de relações internacionais e de política externa do grande chanceler Oswaldo Aranha, e mais recentemente ele editou as memórias de outro grande diplomata, Maurício Nabuco, filho do primeiro embaixador do Brasil durante a gestão Rio Branco à frente do Itamaraty. Ele agora está partindo para Lisboa, para acompanhar sua esposa, diplomata, assim como já havia feito anteriormente em Chicago, quando aproveitou para fazer um pós-doutorado na Universidade de Chicago. Tenho certeza de que em Portugal ele vai não só continuar seu trabalho de pesquisa em fontes primárias, assim como vai aprofundar relações institucionais e pessoais junto a colegas de estudos na área da historiografia.

Quanto a Gustavo Bezerra, antes de conhecê-lo pessoalmente, eu já tinha tomado conhecimento de dois trabalhos que ele produziu como resultado de sua passagem pelo Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco, publicados pela Funag: “Brasil-Cuba: relações político-diplomáticas no contexto da Guerra Fria (1959-1986)”, de 2010, e “Da revolução ao reatamento: a política externa brasileira e a questão cubana (1959-1986)”, de 2012. Mais recentemente ele conduziu uma pesquisa que deu origem a uma obra que pode ser considerada ciclópica, “O Livro Negro do Comunismo no Brasil: mitos e falácias sobre a história da esquerda brasileira”, publicado em 2019, e que já tivemos a oportunidade de apresentar aqui, numa das últimas sessões presenciais mantidas antes da pandemia, na companhia de nosso colega Hugo Studart, que também fez pesquisas sobre o comunismo brasileiro no período do regime militar, tendo produzido duas obras de referência nesse terreno, a última resultado de sua tese de doutoramento em História na UnB. Eu disse ciclópica em relação ao livro mais recente de Gustavo, pois que essa obra, retirando inspiração de obra quase homônima publicada na França, mais de duas décadas atrás, mas cobrindo quase todo o mundo (menos o Brasil), tinha sido composta por uma equipe inteira de pesquisadores e historiadores experientes. No caso do Gustavo, ele pesquisou e trabalhou solitariamente, conduzindo uma obra realmente magnifica de exploração de terrenos pouco devassados até aqui, a despeito de já existir muitos livros publicados sobre a trajetória do movimento comunista no Brasil. 

Estou absolutamente seguro de que ambos continuarão a produzir obras de referência nos próximos anos, engrandecendo o prestígio do IHG-DF, assim como a própria distinção pessoal de cada um deles no terreno que é geneticamente o nosso. Sobre seus patronos, não me estenderei sobre eles, pois que cabe a cada um buscar o que melhor caracteriza as figuras cujos nomes enfeitam suas respectivas cadeiras. Afonso Arinos de Melo Franco, grande prócer da política mineira, batalhador das lutas democráticas desde o Estado Novo, autor da primeira lei antirracista no Brasil, chanceler do Brasil na fase parlamentar, coordenador, como o pai em 1934, de uma comissão de estudos constitucionais que antecedeu nossa atual Carta Magna, em 1987, e apoiador da adoção do regime parlamentarista no país. Já Câmara Cascudo, do mesmo estado no nosso potiguar Gustavo Bezerra, nascido na mesma capital dos potiguares 76 anos antes, foi simplesmente o maior folclorista do Brasil, mas não apenas isso, pois foi historiador, como é o Gustavo, e, além disso, sociólogo, como eu sou, e, também, musicólogo, antropólogo, etnógrafo, poeta, cronista, professor, advogado e jornalista. Um homem, portanto, de dez instrumentos, cujas obras são incontornáveis, sobretudo no campo das tradições populares brasileiras.

Meus cumprimentos aos nossos dois novos membros, e meus votos de continuado trabalho em suas áreas de especialização respectivas, que correspondem às suas vantagens comparativas ricardianas, que também vão se incorporar ao rico patrimônio do IHG-DF.

Muito obrigado.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 8 setembro 2021, 3 p.


sábado, 14 de dezembro de 2019

PCdoB: a proeza subintelequitual de criticar um evento que ainda não tinha ocorrido

O PCdoB continua igual ao que sempre foi: inacreditavelmente sectário, dogmático, ultra-stalinista e, desta vez fantasmagórico: consegue criticar um evento antes de sua ocorrência, o que revela seus dons premonitórios.
O autor conhece o livro de Hugo Studart e já o decretou falso. Mas faz o mesmo com o meu livro e o de Gustavo Bezerra, que ainda não leu: ou seja, uma literatura com a capacidade de adivinhar o desconhecido.
Paulo Roberto de Almeida


A vulgaridade de um “debate” anticomunista em Brasília

Osvaldo Bertolin

O outro lado da notícia, 11/12/2019


Indústria do anticomunismo voltou a ser mais ativa com a escalada da extrema direita. Livros e “debates” são, além de usinas de propaganda ideológica de caráter fascista, fontes de renda e até de títulos acadêmicos. 
Por Osvaldo Bertolino 
O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal anuncia para o próximo dia 11 de dezembro o debate intitulado “A trajetória do comunismo no Brasil”. Quem abordará o tema é ninguém menos do que os anticomunistas Paulo Roberto de Almeida (embaixador), Hugo Studart (jornalista e historiador) e Gustavo Bezerra (diplomata e historiador), este autor do infame O livro negro do comunismo no Brasil. O evento faz parte do “Ciclo de Diálogos sobre o Pensamento Político Brasileiro”, diz o Instituto. 
Segundo anuncia Studart em seu Facebook, “Paulo Roberto vai abrir tecendo uma breve panorâmica sobre o movimento comunista e sua trajetória no Brasil, palestra baseada em seu próximo livro, Marxismo e Socialismo”. Ele, Studart, “vai falar da crise ideológica do Partido Comunista Brasileiro, PCB, que resultou em sua fragmentação e criação das organizações da luta amada, palestra baseada no livro Borboletas e Lobisomens”. E Gustavo Bezerra “ficará com o fecho de ouro, apresentando sua obra monumental”.
Ainda segundo Studart, Paulo Roberto de Almeida é o proponente do “debate” anticomunista. O nome não seria exatamente “debate”, porque trata-se de três personagens com pensamentos semelhantes, todos beneficiários da indústria do anticomunismo. Paulo Roberto de Almeida escreveu o posfácio do livro-farsa de Studart Borboletas e lobisomens— uma ficção barata vendida como história —, que conseguiu a proeza de ser mais vulgar do que a própria obra. 
Técnica goebbeliana
O anticomunismo existe desde que o comunismo é comunismo. Já no Manifesto do Partido Comunista, considerado a primeira obra programática do marxismo, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram que “todas as potências da velha Europa unem-se numa santa aliança para conjurá-lo (o espectro do comunismo): o papa e o czar, Metternich (estadista austríaco) e Guizot (estadista francês), os radicais da França e os policiais da Alemanha”.
Desde então, em nome do combate ao “comunismo” muita vulgaridade rotulada de história, filosofia ou coisa parecida foi produzida. Tudo com generosa publicidade, sem que os caluniados possam abrir a boca para dizer uma única palavra em sua defesa. É assim que eles tentam envenenar os que lhes dão ouvidos, conhecida técnica goebbeliana para manipular os incautos.
Cata de mitos
Paga-se bem por qualquer obra produzida para difamar e caluniar os comunistas. Concedem-se títulos acadêmicos — essa obra de Studart, pasmem, saiu de uma tese de doutorado aprovada na Universidade Nacional de Brasil (UnB) — e abrem-se espaços generosos na mídia — Studart deitou falação mentirosa sobre a minha produção que desmascara seu livro-farsa sem que ninguém se dignasse a me ouvir, ou mesmo a publicar algo do que escrevi e falei. 
É um comportamento bem ajustado ao figurino da escalada da extrema direita, que impulsionou a indústria anticomunista. Poucas vezes na história do Brasil se falou e se escreveu tanto a palavra “comunismo”. Ela é falada ou escrita sem nenhum contexto, acompanhada de números e citações sem comprovações; e sempre repisando e reforçando grotescas mentiras factuais e históricas. 
Um princípio básico para quem fala ou escreve algo sem ser vulgar é saber do que está falando, não sair por aí à cata de mitos na tentativa de fraudar a realidade e manipular os fatos. Os personagens desse “debate”, por exemplo, já demonstraram que nada sabem a respeito ou ignoram o que sabem porque optaram pelo rentismo do anticomunismo.
Para se falar de comunismo — contra ou a favor — é preciso compreender o que os seus teóricos produziram, em especial Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Lênin. E ter em conta que essa corrente filosófica, ideológica e política enfrentou e venceu diferentes fixações fanáticas de seus detratores. Não será com a repetição de velhos e surrados chavões do mais rudimentar anticomunismo histórico que agora terão êxitos.
Código da economia
O marxismo representou uma ruptura de parâmetros. É o fenômeno mais relevante, no campo do estudo científico da história, da economia e da filosofia, nesses dois últimos séculos, quando a humanidade mudou mais do que no milênio anterior. Marx decifrou o código da economia de crise. E isso não está em nenhum livro em particular. Está no conjunto de sua obra, da qual a parte mais importante é, certamente, O Capital
Ele está longe de ser apenas mais um nome no balaio de gatos de pretensos contestadores da sua obra. Sua teoria difere substancialmente das ideias voláteis que são propagadas por gente que ganha a vida montando frases de efeito e expelindo perdigotos em palestras como essa desses anticomunistas escalados para o “debate” do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
A interpretação científica dos seus princípios radiografa casos de sucesso e fracasso em uma sociedade, gera novas interpretações da realidade, cria novos paradigmas e equações para entender e explicar o que ocorre no mundo. Por tudo, Marx precisa ser estudado. Por sua originalidade, pela seriedade e consistência de sua obra, porque escrevia bem. Exatamente por isso é difícil contestar o comunismo sem apelar para a vulgaridade e para a desfaçatez, como fazem Paulo Roberto Almeida, Hugo Studart e Gustavo Bezerra.   
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O jabuti de Hugo Studart e os jornalistas que roubam