O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Chamada para artigos: Revista Neiba, Cadernos Argentina-Brasil

 É com grande prazer que viemos anunciar que a Revista Neiba, Cadernos Argentina-Brasil está aberta para o envio de artigos para o novo dossiê do ano de 2025: “História das Relações Internacionais: novos temas, abordagens e metodologias”.

Os dramáticos acontecimentos internacionais das últimas décadas, da crise financeira internacional de 2008 e a ascensão econômica da China ao conflito russo-ucraniano e entre o Hamas e Israel tem levado internacionalistas a avaliarem o cenário internacional como de instabilidade e incerteza. Considerações sobre eventual conflito de grandes proporções tem se tornado mais comuns. A História das Relações Internacionais se apresenta neste momento como uma das áreas com maiores condições de analisar de forma mais consistente esta (des)ordem internacional e indicar as principais variáveis em jogo. Contudo, há que se considerar os loci de produção do conhecimento e sua dimensão axiológica, o que implica indagar o que historiadores e historiadoras têm a dizer a partir de um olhar brasileiro e latino-americano sobre os recentes processos socioeconômicos, políticos e culturais 

O dossiê é organizado por Carlos Eduardo Vidigal (Universidade de Brasília) e Alejandro Simonoff (Universidad Nacional de La Plata). A chamada tem por objetivo estimular o debate sobre as novas tendências, abordagens e perspectivas da historiografia.

O prazo para a recepção de artigos vai até o dia 30 de abril de 2025. 

Os/as interessados/as deverão enviar os artigos inéditos pelo portal da revista seguindo as diretrizes para autores. Basta logar na página e submeter o artigo na categoria " DOSSIÊ HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: NOVOS TEMAS, ABORDAGENS E METODOLOGIAS | DOSSIER HISTORY OF INTERNATIONAL RELATIONS: NEW THEMES, APPROACHES AND METHODOLOGIES".

📌 Link para submissão e diretrizes para os autores: 

https://www.e-publicacoes.uerj.br/neiba/about/submissions

quarta-feira, 20 de março de 2024

As múltiplas crises do internacional: transição, hegemonia e resistência nas ruínas da ordem global: chamada para artigos - revista Carta Internacional

Uma chamada interessante;

Chamada para publicação de dossiê na Revista Carta Internacional v. 19, n. 3 de 2024

A Carta Internacional, revista científica de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ISSN 2526-9038) está selecionando artigos para o Dossiê 

As múltiplas crises do internacional: transição, hegemonia e resistência nas ruínas da ordem global

A revista aceita artigos inéditos em português, espanhol ou inglês. O prazo máximo de submissão para o dossiê é 31 de maio de 2024.

Dossiê:

As múltiplas crises do internacional: transição, hegemonia e resistência nas ruínas da ordem global

Editores: Carolina Moulin (UFMG) e Daniel Maurício de Aragão (UFBA) 

TEXTO

O velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece

A frase de Antonio Gramsci, tema do IX Encontro da ABRI em 2023, revela o espírito do tempo presente e as inquietações e incertezas que perpassam a análise da ordem internacional contemporânea. Múltiplas ‘patologias de crise’ – guerras, epidemias, catástrofes ambientais, genocídios, desigualdades aprofundadas, populismos reacionários e fissuras nas formas democráticas de governo, para citar apenas algumas – tem reverberado um sentimento de “fim de mundo”. Esses sintomas mórbidos resvalam nas dificuldades das estruturas e instituições globais, erigidas na esteira do projeto moderno liberal, de se adaptarem e, no limite, se reinventarem sob outros termos diante das demandas das sociedades atuais, face ao capitalismo financeirizado, às transformações na relação entre ordens internacionais, formas de Estado e forças sociais (Cox, 1981) e de crise de hegemonia (Fraser, 2020).

Sobre o húbris do projeto da modernidade liberal - agravada pelo fracasso de sua vertente fundamentalista, o neoliberalismo, e por retrocessos associados à sua crise, particularmente no que tange à democracia e aos direitos humanos e à ascensão do autoritarismo e conservadorismo; por crises recorrentes dos processos de acumulação capitalista; por promessas frustradas nos processos de globalização e integração regional; por conflitos, guerras e pandemias - Estados e as Organizações Internacionais têm dificuldade de reagir. Ao mesmo tempo, protestos e formas de resistência apontam para fissuras e novas possibilidades de rearticulação, ainda que efêmeras, tentativas e provisórias. Dos protestos globais às ocupações, passando por hashtags e táticas efusivas de mobilização, emergem conformações alternativas à relação entre ordem e justiça, violência e poder, representação e política e entre o local e o internacional, com implicações importantes para o futuro da disciplina de Relações Internacionais.

Para o dossiê, almejamos receber contribuições que se engajem com esses “sintomas mórbidos”, seus impactos e alternativas, seus limites e aberturas. Os editores convidam artigos que aprofundem debates sobre essa conjuntura histórica, em temas tais como:

- Crise de hegemonia, seus atores e processos;

- Crise do capitalismo associada às transformações dos processos de acumulação, agravada pela especulação do capital financeiro e por processos de expropriação e precarização;

-  Limitações, retrocessos, incógnitas e alternativas nos e aos processos de globalização e integração regional;

- Limites e possibilidades teóricas nas Relações Internacionais, refletindo sobre a resiliência de abordagens tradicionais e pluralismo teórico no campo enquanto estratégias possíveis para compreensão de processos políticos do mundo atual; 

- Reflexões substantivas e originais sobre noções de crise e catástrofe enquanto gêneros importantes para a disciplina de RI, na esteira da centralidade de fenômenos como conflitos armados, pandemias, e esgotamento de modelos de desenvolvimento ancorados no capitalismo liberal e suas consequentes formas de institucionalização;

- Contribuições sobre estratégias narrativas e transdisciplinares que possibilitam olhar para temas persistentes das Relações Internacionais (guerra e paz, mobilidade e circulação, exclusão e desigualdade, populismo e nacionalismo, dentre outros) de forma criativa e imaginativa em um contexto de transição;

- Perspectivas de futuro nas Relações Internacionais, a partir, principalmente, das reivindicações de movimentos antirracistas, feministas, LGBTQIAPN+, socio ambientalistas, quilombolas e indígenas, bem como das reações e reconfigurações, usualmente violentas dos modos de governo e governança sobre esses territórios de luta política e social.

Regras de submissão:

O formato dos artigos deverá seguir o padrão já adotado pela revista:

  1. O artigo deve ser inédito e redigido em português, inglês ou espanhol. Além de inédito, o artigo não deve estar em apreciação concomitante em nenhum outro periódico ou veículo de publicação, no todo ou em parte, no idioma original ou traduzido.
  2. Os artigos devem ter entre 7500 e 8500 palavras, incluindo título, resumo e palavras-chave (em português, inglês e espanhol), notas de rodapé e referências bibliográficas.

Site da revista: https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/announcement/view/9


quinta-feira, 29 de junho de 2023

Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal: Chamada para artigos


Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal 

(ISSN 2525-6653)

 

Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao e-mail ihgdfederal@gmail.com, até o dia 31/07/2023

Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:

1)    Linha Editorial

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

 

2)    Periodicidade: 

A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral.

 

3)    Diretrizes para Autores

1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.

2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.

3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.

4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).

5. Resenhas de livros terão de preferência entre 3 e 10 páginas, começando com a identificação precisa da obra, depois de eventual título fantasia.

6. Encaminhar as colaborações ao e-mail: ihgdfederal@gmail.com.

7. Os membros dos conselhos consultivo e editorial atuarão como pareceristas anônimos; pareceristas externos poderão atuar para temas especializados. 

 

4)    Declaração de Direito Autoral

Ao submeter um artigo à REVISTA do IHGDF e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA do IHGDF: os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.

 

Creative Commons Não Comercial 4.0 Internacional da REVISTA do IHGDF  está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

 


terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

100 anos da Semana de Arte Moderna: chamada para artigos na Revista de História (DH-FFLCH-USP)

 Chamada - Dossiê 1922/2022: O Século da Semana (balanços e perspectivas)

Revista de História - USP

A Semana de Arte Moderna, no Brasil de 1922, foi uma atividade patrocinada por homens endinheirados (Paulo Prado, René Thiolier e outros), realizada num ambiente de pessoas endinheiradas (Teatro Municipal de São Paulo) e assistida por um público de homens e mulheres endinheirados (ingressos pagos, trajes pomposos). Seu alcance ultrapassou esse universo social e estadual, astúcia das Artes, fez-se História também criticamente, às vezes sem o querer.

Vanguardas europeias se interessaram por linguagens de povos de fora da Europa. Para o Brasil, “fora da Europa” era aqui mesmo: indígenas, africanos, múltiplos imigrantes repaginados, “contribuição milionária de todos os erros”, de acordo com Oswald de Andrade no Manifesto Antropófago. Conforme os Modernistas o demonstraram, ao resolverem essa auto-redefinição nacional, tais “erros” podiam ser acertos...

Embora Modernistas não se confundissem com Regionalismos, o contato dos primeiros com artistas e intelectuais de diferentes estados brasileiros foi cultivado, especialmente por Mario de Andrade, que tanto se dedicou à Epistolografia. Essas relações são importantes para a compreensão de que nem tudo, na Modernidade brasileira, se reduziu a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; havia uma produção intelectual e artística em diferentes partes do Brasil que também começava a refletir sobre Cultura e Sociedade em novas bases, inclusive a contatar Cultura e Artes de múltiplos países. Isso não diminui o peso da produção modernista naqueles três primeiros núcleos, apenas realça que não vale a pena manter o adjetivo “regional” para os demais nem os considerar meros seguidores de paulistas, mineiros e cariocas.

A Modernidade popular, no Brasil, não dependeu apenas daquela produção artística e intelectual nascida em 1922, em São Paulo & Cia. Movimentos sociais, desde meados do século XIX, evidenciavam lutas por novos direitos, nascidas entre escravos, libertos e imigrantes pobres, a falar sobre Greves, Educação, Mulheres, Moradia, Estado Laico, Divórcio e outros tópicos. E nomes como Machado de Assis, Cruz e Sousa e Lima Barreto foram modernos bem antes de 1922. O Brasil se fez moderno a partir de diferentes sujeitos, artistas ou não. As Artes não apenas falam de pobres e ricos, existem num mundo de ricos e pobres, tema e destino de seus produtos. O poder das Artes vai além da fala dos que já são, política, econômica e socialmente, dominantes.

PRAZO PARA ENVIO DOS ARTIGOS - 31/03/2022 (somente pelo Portal de Periódicos USP)

como submeter o artigo

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/about/submissions


Visite nosso site para ler o comunicado completo :

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Revista ACERVO, do Arquivo Nacional: chamada para artigos, número especial sobre o Bicentenário da Independência

https://revista.an.gov.br//index.php/revistaacervo/announcement/view/53 

A revista Acervo torna pública a chamada para o dossiê “Independências: 200 anos de história e historiografia”, que tem como editoras a professora Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves, doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e a pesquisadora do Arquivo Nacional Renata William Santos do Vale, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Em 2022, estão previstas as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. Comemorar significa, além do sentido de celebração, trazer algo à memória, rememorar juntos. Nesse sentido, convidamos pesquisadores de todo o Brasil e estrangeiros a rediscutir os acontecimentos que levaram ao rompimento com a metrópole portuguesa, levando-se em conta que se trata de um longo processo, iniciado, para diversos historiadores, com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, e que, decididamente, não se encerra no ano de 1822.

É necessário refletir sobre os aspectos políticos, econômicos, diplomáticos, sociais, culturais, simbólicos, artísticos que envolvem aquele momento particular da história do Brasil, atentando, por exemplo, para os discursos contrários e os movimentos resistentes à Independência, para as diferenças regionais, o vocabulário político, os projetos de nação, os debates públicos na imprensa, a relação com as repúblicas latino-americanas e o pacto em torno da manutenção da escravidão. Por conseguinte, há muito ainda para se rediscutir.

Apesar dos avanços da historiografia recente sobre o movimento de Independência, é preciso prosseguir no processo de desnaturalizar a visão ainda persistente de uma história nacionalista, de uma Independência pacífica, ordeira, centrada na narrativa dos grandes fatos e homens, visando reforçar os laços de unidade e identidade nacional, silenciando as vozes contrárias e eliminando as diferenças. Deve-se considerar também os usos e apropriações do passado feitos ao longo do tempo, sobretudo no período republicano, incluindo os eventos de 1922, quando da comemoração do primeiro centenário com uma monumental exposição internacional no Rio de Janeiro.

Portanto, muitas são as questões sem respostas que podem ser analisadas nesse dossiê sobre a Independência que a revista Acervo lança tendo como ponto de partida o ano de 1822.

As submissões devem ser encaminhadas até o dia 28 de fevereiro de 2022, pelo site da revista Acervo, para as seções Dossiê Temático, Artigos Livres e Resenha. O dossiê será publicado de forma contínua entre setembro e dezembro de 2022. As contribuições devem estar de acordo com o foco e o escopo do periódico e seguir as normas editoriais.

Acesse: http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/about/submissions

Dúvidas: revista.acervo@an.gov.br

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Revista Brasileira de História; chamada para artigos: Dossiê - A Independência do Brasil e o mundo ao seu redor: história, historiografia e memória


Revista Brasileira de História

CHAMADA PARA ARTIGOS - DOSSIÊ

2021-06-16

Dossiê - A Independência do Brasil e o mundo ao seu redor: história, historiografia e memória

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/announcement/view/1159 

O dossiê reunirá artigos voltados ao tema geral da Independência do Brasil e suas relações com espaços (eventos, processos, agentes, instituições, linguagens e conceitos, etc.) externos a ele. Por um lado, serão acolhidas análises de conexões, articulações, comparações e integrações entre quaisquer regiões do Brasil e outras partes do Império Português, assim como dos continentes americano, europeu, africano e asiático, entre aproximadamente 1808 e 1831, desde que possuam alguma ênfase - não necessariamente exclusiva - na Independência. Por outro lado, também serão acolhidas análises que relacionem aspectos de historiografia e/ou de memória da Independência, entre os séculos XIX e XXI, com outros igualmente externos ao Brasil. Encoraja-se que os artigos submetidos articulem pesquisa empírica com propostas analíticas de integração da história, da historiografia e da memória da Independência com realidades mais amplas.

 

Coordenação do Dossiê: Prof. Dr. João Paulo Pimenta

Receberemos artigos até 13 de setembro de 2021

obs.: Titulação mínima para apresentação de artigos: Doutorado em Andamento

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Revista OIKOS lança duas chamadas de artigos para números especiais: O legado de Robert W. Cox; Dossiê: 30 anos do Mercosul

A OIKOS - Revista de Economia Política Internacional está com duas chamadas abertas para submissão de artigos:


Dossiê "O legado de Robert W. Cox para a EPI crítica: 40 anos de 'Forças sociais, Estados e ordens mundiais'" - realizar submissões até 31 de março de 2021. http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/announcement/view/6 

Dossiê: 30 anos do Mercosul - realizar submissões até 31 de agosto de 2021. http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/announcement/view/7


Atenciosamente,
Fernanda Brozoski

Dossiê: O legado de Robert W. Cox para a EPI crítica: 40 anos de 'Forças sociais, Estados e ordens mundiais'

Organizadores/as: Leonardo Ramos (PUC Minas) e Ana Garcia (UFRRJ)

Robert W. Cox é considerado um dos principais estudiosos em Economia Política Internacional (EPI), tendo contribuído não apenas para sua consolidação como um subcampo de Relações Internacionais, mas também para constituir e consolidar sua veia crítica. Nesse processo, Cox desenvolveu uma abordagem histórica única da ordem mundial e da economia política, inspirada por pensadores distintos que vão de Vico a Gramsci a Ibn Khaldun.

Num contexto teórico dominado por abordagens positivistas em Relações Internacionais, há quarenta anos, Robert W. Cox publicou um artigo seminal e desafiador. Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory de Robert Cox foi publicado inicialmente em 1981 pela revista Millennium e, posteriormente, em 1986 como um capítulo do livro Realism and its critics, organizado por Robert O. Keohane.

Social Forces apresenta variantes da teoria crítica da Escola de Frankfurt, bem como da teoria social de Antonio Gramsci, a fim de lidar com os processos de relações internacionais da época. Essa abordagem única ofereceu uma crítica ao neorrealismo de Kenneth Waltz, assim como à teoria do Sistema Mundial, atualizando a teorização crítica de Relações Internacionais e estabelecendo as bases para o futuro da EPI crítica.

Quarenta anos depois, as relações internacionais passaram por transformações importantes: o fim da Guerra Fria, os processos de globalização (e hoje também os processos de ‘desglobalização’), a ascensão das potências médias emergentes, a ascensão da China, a crise das instituições de Bretton Woods. Estas transformações ocorrem paralelamente ao surgimento de novas instituições internacionais - como o G20, BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai – que são alguns exemplos de agrupamentos cuja criação e funcionamento depende de países do chamado ‘Sul Global’.

Nesse contexto, surgem algumas questões: a teoria crítica é relevante para a EPI neste contexto de um mundo em transição? Como devemos interpretar e entender o legado da teorização de Robert W. Cox para as RI/ EPI contemporânea? A distinção entre problem-solving theories e teoria crítica ainda organiza o campo teórico das RI/EPI? O objetivo desta edição especial, e os artigos submetidos a ela, é lidar com questões relacionadas ao legado da teoria crítica de Robert W. Cox para a EPI em um sentido amplo. Partindo sempre que possível de uma perspectiva do Sul Global, recomenda-se os seguintes temas:

• O legado da teoria crítica de Robert W. Cox para interpretar e compreender as realidades do Brasil, América Latina e do Sul Global
• Epistemologia e metodologia crítica na EPI
• Gramsci, estado e economia nas relações internacionais
• Formas de Estado e forças sociais na EPI contemporânea
• Estruturas históricas e ordem mundial contemporânea
• Forças sociais hegemônicas e contra-hegemônicas
• Internacionalização do Estado e internacionalização da produção
• Internacionalização das finanças, hegemonia e instituições financeiras multilaterais
• Pax Britannica, Pax Americana e transições hegemônicas
• Organizações internacionais e regionais e a governança global no mundo contemporâneo
• Hegemonia, Estado ampliado e sociedade civil global
• Imperialismo, império e hierarquias

Propostas de trabalho devem ser submetidas até 31 de março de 2021 pelo site da revista Oikos: 

http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/about/submissions#onlineSubmissions

Instruções para autores: http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/about/submissions#authorGuidelines 


Dossiê: 30 anos do Mercosul

Organizadores/as:
Roberto Goulart Menezes (UnB), Karina Mariano (Unesp) e Raphael Padula (UFRJ)

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) conformou um novo subsistema regional. Criado em 26 de março de 1991 pelo Tratado de Assunção, ele representou uma reação criativa do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai às transformações sistêmicas em curso desde meados da década de 1980 no capitalismo histórico. No momento de sua criação, dois fatores foram decisivos: no plano geopolítico, a Iniciativa para as Américas, lançada em junho de 1990 pelo executivo dos Estados Unidos; e no plano geoeconômico, o aprofundamento da “segunda onda do regionalismo".
O Mercosul inovou em relação às tentativas anteriores de integração na região ao ser pensado como espaço para a formulação de novas estratégias de desenvolvimento, instituiu uma Tarifa Externa Comum e dotou-se de uma personalidade jurídica internacional, permitindo aos seus integrantes realizarem discussões conjuntas nos fóruns internacionais. Nessas três décadas, o Mercosul tornou-se um dos principais processos de integração regional da América Latina.
As sucessivas crises econômicas ao longo dos anos 1990 (México, Ásia, Rússia, Brasil, Argentina) debilitaram as relações entre os sócios do Mercosul. Em sua primeira década de existência, o ano de 1999 pode ser considerado um dos mais críticos para o acordo regional devido a abrupta desvalorização do real. Temendo uma avalanche de produtos brasileiros, o governo argentino recorreu a mecanismos protecionistas, violando assim parte do acordo que instituiu o Mercosul. A situação piorou para o acordo regional quando a Argentina entrou em profunda crise econômica e social, durante o curto governo do presidente Fernando de la Rua em 2000.
A segunda década do Mercosul transcorreu em grande parte sob os governos da chamada onda progressista e dos primeiros anos do super ciclo das commodities. As expectativas eram de que o processo de integração pudesse avançar uma vez que as políticas externas desses governos, sobretudo, do Brasil e Argentina, sublinhavam a importância de se fortalecer a integração regional para além da dimensão econômica-comercial. Foi nesse período que se instituiu o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM), para mitigar as assimetrias; lançou-se as bases para a participação social e o regionalismo aberto perdeu impulso, entre outros. No entanto, considerando os objetivos do Tratado de Assunção (1991), tais como a coordenação de políticas macroeconômicas, a livre circulação de capitais, pessoas e mercadorias, a agenda do Mercosul avançou pouco nesses compromissos.
Após a crise de 2008, a presença chinesa ampliou-se na região e os Estados Unidos sob a liderança de Barack Obama engajaram-se em dois mega-acordos (TPP e TPIP). Em 2011 foi criada a Aliança do Pacífico e em 2014 a crise econômica abateu-se sobre as principais economias da região. Com a eleição de Mauricio Macri em 2015 na Argentina e a eleição de Bolsonaro no Brasil em 2018, a agenda neoliberal se fortaleceu. Ambos governos passaram a apostar na finalização do acordo com a União Europeia como meio para projetar suas políticas internas. O Brasil, ao buscar o alinhamento com os Estados Unidos, acabou por relegar o processo de integração a um lugar menor em sua agenda externa.
Ao completar trinta anos, o balanço do Mercosul é positivo. No entanto, o desencontro entre as políticas externas dos seus países gera impasses na agenda do acordo regional e conflitos entre os seus membros.

Recomenda-se os seguintes temas:
- Teorias de integração regional e a experiência do Mercosul
- A institucionalidade do Mercosul
- Os acordos extrarregionais do Mercosul.
- A presença da China na América do Sul e o Mercosul
- A estratégia da política comercial dos Estados Unidos para a região e o Mercosul
- As políticas sociais no Mercosul
- A participação da sociedade civil no processo de integração
- O Mercosul e os demais processos de integração na América Latina
- As políticas domésticas e seus impactos no processo de integração
- Política externa e integração regional
- Regionalismo comparado
- Democracia e integração regional
- A agenda ambiental no Mercosul

Propostas de trabalho devem ser submetidas até 31 de agosto de 2021 pelo site da revista Oikos:

http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/about/submissions#onlineSubmissions

Instruções para autores: http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/about/submissions#authorGuidelines

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Carta Internacional: chamada para artigos

"Carta Internacional" Journal is dedicated to the publication of scientific papers related to international relations field. Its main objective is to promote qualified intellectual debate about fundamental issues of international relations that affect or are affected by Brazil.

The Journal was created in 1993 by the International Research Center of USP (University of São Paulo), and since 2011 it is under responsibility of Brazilian International Relations Association.

Carta Internacional publishes papers in Portuguese and in English that have relevant contributions to development of the international relations study in Brazil.

The rules for paper submission are available in http://cartainternacional.abri.org.br/index.php/Carta/about/submissions#onlineSubmissions

Conditions to submit a paper:

1.    the article must be unpublished and may not be being evaluated by another journal. Otherwise, it must be justified in “Comments to the Editor”.
2.    the file must be in Microsoft Word, Open Office or RTF format.
3.    to inform, when necessary, the URL for the bibliography references.
4.    the article format must observe: single-space;  12-point size font; use italic rather than underlinning (except in URL); pictures and tables need to be inserted in the text, not in the end of the paper.
5. the text must follow the style patterns and bibliographic requirements that are informed in "Diretrizes para Autores", on page "Sobre a Revista".
6.   if the author is submitting a paper for a section with peer review, please check if all the instructions available in "Assegurando uma avaliação por pares cega" were followed.
--
Carta Internacional

http://www.cartainternacional.abri.org.br
cartainternacional@abri.org.br
Associação Brasileira de Relações Internacionais - ABRI

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Revista Brasileira de Estudos de Defesa: chamada para numero especial

November 11 at 7:38pm
Está no ar a chamada para a Edição Especial da Revista Brasileira de Estudos de Defesa (RBED): A Dimensão Epistêmica dos Estudos de Defesa.

A edição especial será organizada pelos professores Dr. Samuel Soares (UNESP) e Dr. Lucas Rezende (RBED/UFSC) e busca discutir abordagens científicas e epistemológicas para a defesa.

Convidamos os autores a trazerem múltiplas visões sobre como a defesa pode/deve ser estudada. Abordagens multidisciplinares e multinacionais são especialmente encorajadas. Os editores incentivam o intercâmbio internacional em abordagens epistêmicas para os estudos de defesa. Os autores podem tanto descrever como os estudos de defesa são cientificamente abordados em seu país de origem ou sugerir novas formas sobre como a defesa deve ser epistemologicamente tratada.

As submissões serão aceitas em português, espanhol ou em inglês e devem ser originais. Ao menos um dos autores deve ter o título de mestre. Os trabalhos devem estar de acordo com as Diretrizes para Autores disponíveis no site da RBED:

1. Os artigos e ensaios devem conter entre 20 mil e 25 mil caracteres (sem espaços) e as resenhas de livros devem conter cerca de 6 mil caracteres (sem espaços) e se referir a obras publicadas há, pelo menos, quatro anos. São aceitas publicações em português, espanhol e inglês. Ao menos um dos autores deve ter a titulação mínima de mestre.

2. Os textos submetidos à RBED devem estar formatados em espaço simples, fonte de 12 pontos, com uso do itálico para ênfases e aspas apenas para citações. As notas de rodapé restringem-se a esclarecimentos adicionais ao texto e devem sersintéticas. URLs para referências devem ser informadas com as datas de acesso, e sempre ao final do texto, nas referências completas.

3. A bibliografia deve ser citada de acordo com o sistema Chicago (Autor, data), referenciando a literatura citada ao final do texto; no caso de resenhas de livros, devem ser informados os dados completos e o ISBN da obra analisada. Exemplos:
- Livros: Mearsheimer, John J. (2001) The Tragedy of Great Power Politics. New York, London: W. W. Norton.
- Artigos: Fuccille, Alexandre. (2014) “O Brasil e a América do Sul: (re)pensando a segurança e a defesa na região”. Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v.1, n.1, jul./dez, pp: 112-146.
- Capítulos: Battaglino, Jorge. (2010) “La política militar de Alfonsín: la implementación del control civil en un contexto desfavorable”. In: Gargarella, Roberto; Murillo, Maria Victoria; Pecheny, Mario (Eds.). Discutir Alfonsín. Buenos Aires: Siglo XXI, pp. 161-184.

4. Os textos submetidos à RBED devem dispor de títulos concisos (máximo de 80 caracteres, com espaço) em português/espanhol e inglês.

5. Os textos submetidos à RBED devem vir acompanhados de 4 palavras-chave e de resumo com até 50 palavras em português/espanhol e inglês.

6. As submissões não devem conter o nome do autor ou quaisquer referências a este, a fim de possibilitar a avaliação cega pelos pares.

7. Os autores que tiverem sua proposição aprovada devem declarar que cedem os direitos autorais à Associação Brasileira de Estudos da Defesa, podendo esta incluir o trabalho publicado em bases de dados públicas e privadas, no Brasil e no exterior. Devem ainda declarar que são o os únicos responsáveis pelo conteúdo do texto e que o mesmo não contem nada que possa ser considerado ilegal ou difamatório de terceiros.

8. As submissões em desacordo com as Instruções aos Autores não serão admitidas para avaliação e seus propositores serão devidamente comunicados.

A RBED recebe artigos em fluxo contínuo, mas apenas os trabalhos recebidos até 20 de janeiro de 2016 serão considerados para a próxima edição. Trabalhos sobre outros temas ligados à defesa são também bem-vindas e serão consideradas para publicação no próximo número, na seção regular da revista.

As submissões deverão ser feitas através da plataforma da RBED, na seção Submissões Online no endereço http://seer.ufrgs.br/index.php/rbed/about/submissions#onlineSubmissions.

Dúvidas sobre a RBED podem ser feitas diretamente ao editor, no endereço lucas.rezende@ufsc.br.

A chamada completa em inglês pode ser acessada no endereço http://www.abedef.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=936.

Comitê Editorial
Prof. Dr. Lucas Pereira Rezende – Editor-Chefe - (RBED/UFSC)
Prof. Dr. Alexandre Fuccille - ex officio - (UNESP/ABED)
Prof. Dr. Eduardo Svartman (UFRGS)
Prof. Dr. Kai Michael Kenkel (PUC Rio)
Prof. Dr. Paulo Fagundes Visentini (UFRGS)

Organizadores da Edição Especial
Prof. Dr. Lucas Pereira Rezende – (RBED/UFSC-Brazil)
Prof. Dr. Samuel Alves Soares - (UNESP-Brazil)

http://www.abedef.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=51&redirectOptions=view
Associação Brasileira de Estudos de Defesa - Notícias - Chamada edição especial da RBED
www.abedef.org

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Revista Contexto Internacional - chamada para numeros especiais - Call for Special Issues

Contexto Internacional: journal of global connections
Call for Proposals – Special Issues 2016

The Editors of Contexto Internacional: journal of global connections invite proposals for Special Issues for the year 2016. Editors welcome proposals that promote and encourage the development of International Relations (IR), with a particular scope in the dynamics and challenges experienced within and around the Global South. Submissions that contribute to an understanding of the plurality of perspectives present in the field of IR and that advance our understanding of the connections between situated knowledges and global affairs are therefore preferred.  Up to two special issues will be published in 2016.

Contexto Internacional is one of the leading journals in international relations within Brazil. Submissions in English, French, Portuguese and Spanish are accepted. Contexto is published in English three times a year.

Proposals will be reviewed in the language of submission. If the review process results in a decision to publish, it is the responsibility of the author alone to translate the article into English. All contributions are submitted to double blind peer review and are rigorously evaluated by experts.

Normally, a special issue includes 5-7 research articles speaking to a common theme / set of questions. The articles are selected through an open call for contributions. The articles should follow the standard guidelines for submissions and will be subjected to the same blind peer review process as normal articles. In collaboration with the Contexto editorial team, the Guest Editor(s) will formulate the call for papers and select the articles to be peer reviewed, oversee the review process, and be involved in finalizing the editorial.  The total length of the proposal should not exceed 4000 words.

Proposal for special issues must include: 1. Title of Special Issue, 2.Name, affiliation, contact details, and short bio of Guest Editor(s),3. Brief statement about the issue theme, 4. A rationale justifying the proposal, 5. Titles, abstracts, and five keywords of any article the Guest Editor would like to include and 6. Names, affiliation, and contact details of each contributor.

Proposals for special issues are to be submitted by May 15, 2015.
Acceptance decisions will be announced in June 2015.
Proposals and correspondence should be directed to Carolina Moulin,
Editor: contextointernacional@puc-rio.br

For more information about Contexto Internacional, consult the journal’s webpage: http://contextointernacional.iri.puc-rio.br
Individual research articles as well as review essays can be submitted on a continuous basis. See our instructions for authors at: http://contextointernacional.iri.puc-rio.br

Carolina Moulin, IRI/PUC-Rio (Editor)
Alina Sajed, McMaster University (Associate Editor)
Anna Leander, Copenhagen Business School and IRI/PUC-Rio (Associate Editor)
Roberto Yamato, IRI/PUC-Rio (Associate Editor)

domingo, 22 de junho de 2014

Decreto bolivariano: o soviete do partido totalitario - Demetrio Magnoli

O povo organizado

Demetrio Magnoli

Folha de S.Paulo, sábado, 21 de junho de 2014

A finalidade do Decreto 8.243 é moldar uma 'sociedade civil' adaptada às estratégias de poder do governo
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) converteu-se numa linha de montagem de artefatos ideológicos. Entre tantos países, escolheu a Venezuela chavista como sede de sua única filial no exterior. Num relatório produzido pela filial, lê-se o seguinte: "O modelo bolivariano afasta-se, sem dúvidas, da democracia representativa despolitizadora que predomina ainda hoje no mundo. Supera o modelo idealizado pelos pais fundadores da república norte-americana". As duas frases ajudam a decifrar o sentido do decreto presidencial que instaura a "democracia participativa".
As palavras cruciais são "democracia representativa despolitizadora". De fato, o princípio da representação sustenta-se sobre o pressuposto de que os cidadãos têm outros afazeres além da política. A maioria esmagadora das pessoas consagra o seu tempo ao trabalho produtivo, aos estudos, ao lazer, aos afetos e aos amores. Os militantes políticos, pelo contrário, dedicam-se essencialmente à carreira política, que enxergam como fonte de poder, prestígio, dinheiro ou (raramente) como ferramenta para a "reforma do mundo". O Decreto 8.243, dos "conselhos participativos", procura reduzir a abrangência da "democracia representativa despolitizadora". É um golpe dos militantes políticos contra as pessoas comuns, cuja "participação" perde valor nos centros de decisão de políticas públicas.
O conceito de sociedade civil (ou "esfera pública") é objeto de complexas discussões filosóficas, mas existe um consenso básico enunciado por Habermas: a autoridade estatal não faz parte dela. O governo brasileiro, contudo, baixou um decreto que oferece uma definição oficial de sociedade civil ("o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações"). Em todo o debate sobre o Decreto 8.243 não há nada mais chocante do que a ausência de um grito coletivo de indignação da sociedade civil diante dessa suprema arrogância estatal. No Brasil, o Estado nasceu antes da nação e, de certo modo, a esculpiu segundo suas conveniências. Uma prova da persistente fragilidade de nossa sociedade civil encontra-se nesse silêncio --e, mais ainda, na recepção calorosa do decreto por intelectuais que ganham a vida falando sobre a sociedade civil.
A finalidade do Decreto 8.243 é moldar uma "sociedade civil" adaptada às estratégias de poder do governo: o "povo organizado", no dialeto dos militantes. Na prática, a seleção dos "coletivos" e "movimentos sociais" com assento nos "conselhos participativos" equivale à atribuição de rótulos de legitimidade oficial a determinadas lideranças sociais. Sob o lulopetismo, o Estado não apenas define a sociedade civil, mas também traça os seus contornos, excluindo os "indesejáveis" da esfera pública. "Participação"? Não: a "democracia participativa" pretende restringir a fiscalização social do Estado aos associados ideológicos do governo.
O Decreto 8.243 nasce no solo arado pela crise de legitimidade do sistema político-partidário e pela desmoralização do poder parlamentar. A "sociedade civil" que o decreto delineia tem a vocação de operar como um parlamento paralelo. Gilberto Carvalho, nomeado secretário-geral da "sociedade civil" estatizada, não mente quando diz que o embrião dessa "democracia participativa" já existe, na forma de "conselhos" e "conferências nacionais" controlados por "movimentos sociais" financiados, direta ou indiretamente, pelo governo.
No final do segundo mandato de Lula, realizou-se a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), um encontro desses "movimentos sociais" promovido pelo governo. A Confecom aprovou o "controle social da mídia" --isto é, no dialeto dos militantes, a censura à imprensa. Para florescer, a "sociedade civil" estatizada precisa amordaçar a sociedade civil.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Revista História e Economia: chamada para artigos

A Revista interdisciplinar História e Economia é uma publicação semestral impressa do Instituto de  História e Economia. A proposta do Conselho, formado por professores da USP, UFF, Unicamp e outras importantes universidades, quando criou o Instituto, foi resgatar e incentivar uma parte da nossa pesquisa pouco privilegiada nos centros acadêmicos, como a História Comparativa, a História Econômica e a História Política.  Receberemos artigos até o dia 30 de setembro de 2014.  Os artigos serão publicados no  v. 13, 2 º semestre de 2014. Os artigos devem ter no mínimo 20 páginas e ser enviados para o e-mail revistahistoriaeconomia@gmail.com
A Revista dedica-se à publicação de trabalhos nas áreas de Economia, História Econômica, História Financeira, e História das Idéias Econômicas. Publicamos somente textos originais, aceitando em casos especiais, a publicação simultânea em revista estrangeira. Recebemos artigos em português, inglês, espanhol ou francês.

Os artigos poderão ser referentes a quaisquer países ou regiões. Todos os artigos serão publicados no idioma em que foram escritos
 Atenciosamente

Conselho Editorial da Revista História e Economia

Adalton Franciozo Diniz (Faculdade Cásper Líbero/PUC- SP)
André Villela (EPGE/FGV)
Antônio Penalves Rocha (USP)
Carlos Eduardo Carvalho (PUC/SP)
Carlos Gabriel Guimarães (UFF)
Felipe Pereira Loureiro (USP)
Flavio Saes (USP)
Gail Triner (Rutgers University)
Jaime Reis (ICS - Universidade de Lisboa)
John Schulz (BBS)
John K. Thornton (Boston University)
Jonathan B. Wight (University of Richmond)
José Luis Cardoso (ICS – Universidade de Lisboa)
Marcos Cintra (Unicamp)
Pedro Carvalho de Mello (ESALQ)
Renato Leite Marcondes (USP/Ribeirão Preto)
Ricardo Feijó (USP/Ribeirão Preto)
Steven Topik (University of California Irvine)

Vitoria Saddi (INSPER)