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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Estado de Direito Sempre: assine você também a carta-manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito

Falta pouco para chegarmos ao primeiro milhão, no dia 11 de agosto. Para o dia 2 de outubro, a meta é de mais de dois milhões. Vamos lá minha gente: mobilizem familiares e amigos para aumentar o apoio da sociedade ao Estado democrático de Direito.


Paulo Roberto de Almeida
Você já faz parte da história!

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Encontro!

11 de agosto, às 10h 
Venha fazer parte da história! 

Faculdade de Direito da USP
Largo de São Francisco, 95






estadodedireitosempre.com 



terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

100 anos da Semana de Arte Moderna: chamada para artigos na Revista de História (DH-FFLCH-USP)

 Chamada - Dossiê 1922/2022: O Século da Semana (balanços e perspectivas)

Revista de História - USP

A Semana de Arte Moderna, no Brasil de 1922, foi uma atividade patrocinada por homens endinheirados (Paulo Prado, René Thiolier e outros), realizada num ambiente de pessoas endinheiradas (Teatro Municipal de São Paulo) e assistida por um público de homens e mulheres endinheirados (ingressos pagos, trajes pomposos). Seu alcance ultrapassou esse universo social e estadual, astúcia das Artes, fez-se História também criticamente, às vezes sem o querer.

Vanguardas europeias se interessaram por linguagens de povos de fora da Europa. Para o Brasil, “fora da Europa” era aqui mesmo: indígenas, africanos, múltiplos imigrantes repaginados, “contribuição milionária de todos os erros”, de acordo com Oswald de Andrade no Manifesto Antropófago. Conforme os Modernistas o demonstraram, ao resolverem essa auto-redefinição nacional, tais “erros” podiam ser acertos...

Embora Modernistas não se confundissem com Regionalismos, o contato dos primeiros com artistas e intelectuais de diferentes estados brasileiros foi cultivado, especialmente por Mario de Andrade, que tanto se dedicou à Epistolografia. Essas relações são importantes para a compreensão de que nem tudo, na Modernidade brasileira, se reduziu a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; havia uma produção intelectual e artística em diferentes partes do Brasil que também começava a refletir sobre Cultura e Sociedade em novas bases, inclusive a contatar Cultura e Artes de múltiplos países. Isso não diminui o peso da produção modernista naqueles três primeiros núcleos, apenas realça que não vale a pena manter o adjetivo “regional” para os demais nem os considerar meros seguidores de paulistas, mineiros e cariocas.

A Modernidade popular, no Brasil, não dependeu apenas daquela produção artística e intelectual nascida em 1922, em São Paulo & Cia. Movimentos sociais, desde meados do século XIX, evidenciavam lutas por novos direitos, nascidas entre escravos, libertos e imigrantes pobres, a falar sobre Greves, Educação, Mulheres, Moradia, Estado Laico, Divórcio e outros tópicos. E nomes como Machado de Assis, Cruz e Sousa e Lima Barreto foram modernos bem antes de 1922. O Brasil se fez moderno a partir de diferentes sujeitos, artistas ou não. As Artes não apenas falam de pobres e ricos, existem num mundo de ricos e pobres, tema e destino de seus produtos. O poder das Artes vai além da fala dos que já são, política, econômica e socialmente, dominantes.

PRAZO PARA ENVIO DOS ARTIGOS - 31/03/2022 (somente pelo Portal de Periódicos USP)

como submeter o artigo

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/about/submissions


Visite nosso site para ler o comunicado completo :

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Nova edição da “Revista do IEB” (n. 80) celebra a história do instituto: 60 anos em 2022 da USP- Jornal da USP

 

Nova edição da “Revista do IEB” celebra a história do instituto

Em seu 80º número, publicação registra a trajetória do Instituto de Estudos Brasileiros da USP que completa 60 anos em 2022

 Publicado: 10/01/2022
Por 
Sessão solene de abertura do Encontro Internacional de Estudos Brasileiros e I Seminário de Estudos Brasileiros, em 13 de setembro de 1971. Da esquerda para a direita: José Aderaldo Castelo (diretor de 1966 a 1981); Orlando Marques de Paiva (vice-reitor à época; reitor de 1973 a 1977); Sérgio Buarque de Holanda (diretor de 1962-1964, fundador do IEB). Fotógrafo: Jorge Maruta – Arquivo IEB-USP – Foto: Reprodução/Revista do IEB

 

O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP é um centro multidisciplinar de pesquisas e documentação sobre a história e as culturas do Brasil e guarda muitos tesouros, como quadros de Tarsila do Amaral, cartas de Mário de Andrade e um dos livros mais antigos presentes no Brasil, Crônicas de Nuremberg (1493). A fim de celebrar os 60 anos do instituto em 2022, a 80ª edição da Revista do IEB, publicada em dezembro do ano passado, mostra fotos da antiga sede do centro, construções da nova sede, edições antigas da  publicação, entre outros registros que compõem a história do IEB. A revista tem por finalidade publicar artigos originais e inéditos de pesquisadores e autores visando a fomentar a pesquisa nacional, além de resenhas e documentos relacionados aos estudos brasileiros (história, literatura, artes, música, geografia, economia, direito, ciências sociais, arquitetura etc.). “Em tempos de constantes ataques à ciência, ao serviço público e ao patrimônio público, os textos que compõem este número reafirmam a missão de ‘promover uma reflexão crítica sobre o Brasil, a partir da prática da interdisciplinaridade e da pesquisa em acervos’ do Instituto de Estudos Brasileiros”, escrevem os editores e professores da USP Inês Gouveia, Luciana Suarez Galvão e Walter Garcia.

O primeiro artigo, As caravanas: racismo e novo racismo, de Adélia Bezerra de Meneses (USP), explora a ambiguidade da toponímia (estudo linguístico e histórico da origem dos nomes de lugar) carioca na música As Caravanas, de Chico Buarque. A autora faz um aprofundamento da crítica literária dos versos mostrando como o passado escravocrata permanece na zona sul do Rio de Janeiro. Lançada em 2017, a música expõe temas como a exclusão social, o racismo e a islamofobia. A fim de ilustrar essas questões, Adélia realiza um aprofundamento na análise com notícias. Segundo ela, essa canção não é uma crônica carioca, ela vai fundo no ethos do País.

Caravana de Escravos na África – Gravura do século 19 – Fonte: Redenbacher, 1890 – Foto: Reprodução/Revista do IEB

 

Braços nas argolas e sorrisos nos rostos: narrativas museais sobre a escravidão é o título do artigo de Vinícius Oliveira Pereira e Alexandra Lima da Silva, ambos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Trata-se do mapeamento e a identificação de museus dedicados ao temas sobre tráfico transatlântico de pessoas escravizadas e a escravidão. O texto se inicia com a cena de turistas tirando fotos e posando ao lado do Pelourinho de Mariana (MG), demonstrando insensibilidade com a memória que remete a anos de tortura e resistência. A partir daí os escritores se debruçam, entre outros temas, sobre “a insistência por parte das instituições museais em valorizar a dimensão da violência cometida contra escravizados” e “a desvinculação entre trauma e racismo”. O artigo examina imagens dos acervos disponíveis na internet e das postagens publicadas nas redes sociais dos museus identificados e a compreensão de narrativas sobre a escravidão visibilizada nesses espaços.

Itens diversos – Museu do Escravo – Fonte: Tripadvisor, 201 – Imagem: Reprodução/Revista do IEB

 

Já no ensaio de Paulo Toledo Bio (UFRJ), Modos de conexão popular no cinema brasileiro pré-64: Considerações sobre Vidas Secas, Os fuzis e o inacabado Cabra marcado para morrer, explora três exemplos da tentativa de estabelecer laços “com as frações populares e marginais do País” naquele período. Os destaques nas produções são a geografia do sertão, a miséria extrema, a luta de classes e o messianismo. Nesse sentido, o texto promove uma reflexão sobre a conexão dos realizadores desses filmes da década de 1960 com a população marginalizada brasileira no nível temático, estético e político das obras.

Ainda na área do cinema, mas em conjunto com os campos literário e historiográfico, Do dois ao três, ou A reprodução da burrice paulista, de Victor Santos Vigneron (USP), traz uma revisão bibliográfica e se ampara em pesquisa no acervo da Cinemateca Brasileira para analisar a adaptação cinematográfica de Amar, verbo intransitivo, de Paulo Emílio Salles Gomes. Inspirado no romance de mesmo título de Mário de Andrade, publicado em 1927, a adaptação cinematográfica é objeto de análise em relação às escolhas formais e temáticas feitas pelo autor com outros aspectos significativos de sua trajetória.

Parte da obra epistolar de Mário de Andrade e de sua fortuna crítica é analisada em Cartas para Murilo Miranda, o amigo com quem envelheço, artigo de Monica Gomes da Silva (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e Matildes Demétrio dos Santos (Universidade Federal Fluminense). As correspondências expõem o embate entre o funcionalismo público e a atividade artística que se refletiram em uma escrita que “transgride os limites convencionais do gênero […], pelo seu valor literário e histórico”. Nas cartas trocadas entre Mário de Andrade a Murilo Miranda entre 1934 e 1945, percebe-se um Mário muito distante da utopia vanguardista dos primeiros anos do Modernismo brasileiro.

As técnicas composicionais empregadas em Canções sem metro (1900), de Raul Pompeia, são objetos de estudo de Marconi Severo (Universidade Federal de Santa Maria). Em Literatura e filosofia em Raul Pompeia se observam as técnicas do “chiaroscuro” e da “circularidade interna” na obra de Pompeia que, para 0 autor, conseguiu, sob o preço da incompreensão crítica, abordar literariamente suas reflexões filosóficas. Para Severo, essas são mais reformistas do que revolucionárias; mais detidas no homem em si, apesar de considerá-lo como essencialmente mau, do que em aportes metafísicos. “Recorrendo a fontes originais, procuro destacar que a crítica corriqueiramente recaiu em um grande equívoco ao ressaltar um aspecto mais pessimista e sombrio de Raul Pompeia do que a análise de suas obras permite crer”, informa o autor.

A fim de estudar a interpretação de José Marianno Filho sobre a herança ibérica colonial brasileira, Ana Paula Koury (Universidade São Judas Tadeu) escreveu o artigo O Iberismo como primitivismo: a abordagem de José Marianno Filho. Nele, a autora expõe publicações da década de 1920, n’O Jornal, com a hipótese de que neles Marianno Filho incluiu a “herança ibérica como parte de um programa nacionalista, em sintonia com o quadro político do Brasil republicano”, acabando por fornecer elementos fundamentais para a “narrativa nacionalista do Modernismo”.

Recuando no tempo, Teatralidade e carnavalização. Zé Pereira no final do séc. XIX, de Marcelo Fecunde de Faria e Robson Corrêa de Camargo, ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG), explora crônicas de Vieira Fazenda (1847-1917) e de Luís Edmundo de Melo Pereira da Costa (1878-1961)” e busca compreender “a criação do personagem Zé Pereira” em meio a um período de “mudanças radicais” no Brasil e, sobretudo, no Rio de Janeiro, período do qual fez parte “o processo de higienização das festas de ruas”. O artigo faz parte de projeto de doutorado que investiga a carnavalização, as performances e as teatralidades luso-brasileiras nas manifestações que se intitulam Zé Pereiras.

José Malhoa – Volta da feira (Chegada do Zé Pereira à Romaria) – Óleo sobre tela, 1905 – Imagem: Reprodução/Revista do IEB

 

O último artigo da seção, Entre Ciência e História: Brasil, um Jardim para a França, de Ana Beatriz Demarchi Barel (UEG), estuda as relações entre romances de José de Alencar e relatos de viagem de Ferdinand Denis e de Auguste de Saint-Hilaire. Essa literatura de viagens que diz respeito às relações entre França e Brasil remonta aos tempos pré-coloniais, quando, ao menos no século 17, narrativas míticas circulavam na Europa e descreviam, imaginando, o território que virá a ser chamado pelos portugueses de Brasil.

Outras seções

A seção Criação – publicada pela primeira vez na edição anterior da Revista do IEB, com o objetivo de publicar materiais inéditos de escritores e/ou artistas, fotógrafos, desenhistas, além de documentos inéditos encontrados no Arquivo do IEB-USP – reúne três Contos baldios, de Márcio Marciano. Dramaturgo e encenador, Marciano fundou a Companhia do Latão, em São Paulo e o Coletivo de Teatro Alfenim, em João Pessoa. Atualmente é consultor da Academia Paraibana de Cinema. Nas palavras do crítico José Antonio Pasta (2017, p. 22), seu trabalho artístico “tem o vezo de procurar resolver os problemas, não ao aliviá-los, obviando o que neles é obstáculo, mas, ao contrário, incrementando a sua dificuldade, extremando-a, até que ela passe no seu outro”.

Seção Documentação – Imagem: Reprodução/Revista do IEB

Na seção Documentação é publicado o artigo Quando restos mortais tornam-se rastros: algumas reflexões sobre a organização do Fundo Alice Piffer Canabrava do Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP), de Otávio Erbereli Júnior (USP). O texto é resultado de uma operação arquivística na qual fazer, sentir e refletir se entrelaçam, conforme o autor. Durante os anos de 2015 e 2016, Erbereli Júnior teve contato diário com a documentação de Alice Piffer Canabrava. Em um primeiro momento, o autor narra a operação arquivística relacionada ao tratamento da documentação. O segundo momento é fruto de um fazer-sentir a partir desse contato íntimo e diário com a documentação, ou seja, traz algumas reflexões sobre as práticas de autoarquivamento empreendidas por Canabrava.

Na última parte da revista, Fábio Alexandre dos Santos (Unifesp) analisa e interpreta História Econômica do Brasil: Primeira República e Era Vargas, organizado por Guilherme Grandi e Rogério Naques Faleiros, no segundo volume da Coleção Novos Estudos em História Econômica do Brasil. No texto, Santos se dedica a pensar no complexo período que vai da Primeira República ao fim da Era Vargas. Seus artigos expressam essa complexidade dialogando com o conjunto das dinâmicas do sistema capitalista que marcaram a economia mundial no período, além de propor reflexões que inevitavelmente nos trazem para os problemas do presente. Da cultura cafeeira e dos efeitos dela decorrentes à proibição de as garçonetes trabalharem à noite, suas problemáticas nos convidam a pensar o processo de acumulação no Brasil, suas peculiaridades e o que somos.

Revista do Instituto de Estudos Brasileiros número 80 pode ser baixada gratuitamente no Portal de Revistas da USP.  

O programa da Cátedra José Bonifácio da USP para 2022 - Rubens Ricupero

Ideias preliminares sobre a Cátedra José Bonifácio -USP

2021-2022


Rubens Ricupero


         O próximo período da Cátedra José Bonifácio coincide com o Bicentenário da Independência do Brasil. O patrono da cátedra foi a figura principal da independência, ao lado de Dom Pedro I. A dupla circunstância do aniversário nacional e do papel central nele desempenhado pelo Patrono da Independência quase que impõem de forma natural que a reflexão sobre o Bicentenário ocupe espaço central nos estudos e pesquisas da cadeira neste ano.

         José Bonifácio se destaca como figura original, quase única, entre os fundadores de nações nas Américas durante a era da independência. Não foi chefe militar, nem era jurista primordialmente. Homem de ciência num país sem ciência, universitário em terra sem educação superior, educado nas melhores universidades e centros científicos europeus, aplicou seu espírito científico a imaginar o que poderia vir a ser a nação cuja existência apenas começava naquele momento. Propôs ideias para resolver praticamente todos os desafios principais do país: a escravidão, o tráfico de escravos, a situação dos indígenas, o acesso à terra, o crédito, o desenvolvimento das minas e da indústria, a educação, a imigração. 

         A mais importante biógrafa moderna do Patriarca, a Professora da USP, Míriam Dolhnikoff, elaborou um livro intitulado Projetos para o Brasil José Bonifácio de Andrada e Silva (São Paulo: Companhia das Letras, 1998), que reúne e organiza todos esses projetos para criar um país moderno e aberto ao futuro. Em fins de 1990, poucas semanas antes de sua morte, José Guilherme Merquior havia feito uma conferência em Paris sobre os grandes projetos históricos de Brasil-nação. O primeiro consistia no que chamava de “Projeto Andrada”, resumido em executivo forte, imigração para substituir a escravatura e crédito do Banco do Brasil para desenvolver o país. 

         Os projetos que o Patriarca sonhou para a nação poderiam servir-nos de inspiração na hora de planejar as atividades da Cátedra JB nos próximos meses. Não para levar avante um programa de estudos históricos sobre a Independência, o que já foi feito de forma magnífica e recente por pesquisadores da USP por meio, sobretudo, do projeto temático Brasil: Formação do Estado e da Nação. Sob coordenação e liderança do professor da USP, István Jancsó, falecido em 2010, o projeto reuniu 22 pesquisadores de dez universidades. Resultou na publicação da obra: István Jancsó (organizador), Brasil: Formação do Estado e da Nação. (São Paulo: Hucitec, Unijuí, FAPESP, 2003).  

         Levando em conta o estudo histórico já realizado, os projetos de Brasil-nação nos fornecem inspiração sobretudo porque, na maioria dos casos, se não na totalidade, os mesmos problemas ou suas sequelas continuam a interpelar os brasileiros na véspera do terceiro século da existência do país independente. Um centenário na vida da nação se presta sempre a duas perguntas inevitáveis: o que se fez? O que falta fazer? As grandes exposições universais do passado se compraziam em inventários exaustivos, balanços que mereceriam o nome de “museus de tudo”: as artes, as invenções, os produtos da indústria, da agricultura, das minas. Nosso propósito, mais realista, se concentraria em partir da situação atual em alguns setores-chaves, poucos e decisivos, como base para reflexão sobre o futuro.

         De fato, o programa da Cátedra se voltaria resolutamente para a frente, para responder, acima de tudo, à questão relativa ao que faltou e falta fazer. A ênfase necessariamente recairá no Brasil, pois é do Bicentenário do país que vamos nos ocupar. Nossa Independência, longe de ter sido fenômeno isolado, constituiu o capítulo brasileiro de um processo global: o fim do Antigo Regime, as revoluções atlânticas, as guerras napoleônicas. Tais causas produziram consequências análogas do México à Argentina, englobando praticamente toda a Ibero-América. A dimensão comparativa com os demais países do nosso entorno geográfico e existencial não poderia, portanto, faltar no programa, o que o insere claramente na característica central da cadeira, o estudo da realidade ibero-americana. 

         Com diferença de poucos anos, os países latino-americanos comemoraram ou ainda devem comemorar seus bicentenários de independência. A Argentina, o mais próximo pela contiguidade e importância, ostenta até dois bicentenários, o da Revolução de 25 de maio de 1810 que derrubou o vice-rei espanhol e instituiu a primeira Junta de Governo e o de 9 de julho de 1816, quando o Congresso de Tucumán proclamou a independência das Províncias do Rio da Prata. Ao escrever sobre o Bicentenário de 2010, o historiador argentino Luís Alberto Romero procurou comparar esse segundo aniversário com o primeiro (1910), no artigo La Argentina en el espejo de los Centenarios, (Nuevo MundoMundos Nuevos, 2010, publicado também em forma mais resumida e com alterações como El espejolejano del primer Centenario, Revista Ñ, Clarín, 26/5/2010). 

         Os dois escritos de Romero podem nos ajudar na necessária reflexão coletiva que deveremos fazer ao longo dos próximos meses sobre o nosso Bicentenário. Não tanto no conteúdo da análise e sim na metodologia, na forma de abordar a questão, tomando de empréstimo, entre outros aspectos, a comparação entre o primeiro e o segundo centenário, o panorama ao fim de cada um dos dois séculos de existência independente. Ele partiu das duas questões incontornáveis, que chama de uma pergunta e um desafio: o que fizemos? O que podemos fazer? Sua resposta é que se deve buscar um objetivo duplo: dar um balançono que se fez ou deixou de fazer e propor um programa para o futuro, para o que falta fazer ou corrigir. 

Tendo de escolher entre um mundo de coisas realizadas em duzentos anos, Romero viu-se obrigado a deixar de lado elementos importantes como a economia e a sociedade. Preferiu concentrar a atenção em três questões: o Estado, a República e a Nação. Esclareço que não proponho reproduzir em relação ao Brasil no programa da cátedra o balanço e o programa que o intelectual portenho levou a efeito sobre a Argentina. Ele escreveu, com efeito, no momento em que se completava, em 25 de maio de 2010, um dos Bicentenários argentinos. 

Em nosso caso, enfrentamos situação bastante diferente. Em primeiro lugar, na cronologia, já que o bicentenário brasileiro em tese se completa apenas em 7 de setembro de 2022, portanto além da data do encerramento do programa. Outra diferença reside na coincidência, no mesmo ano, entre o Bicentenário do Brasil e eleições que decidirão sobre o futuro de governo que representa uma “ruptura de civilização” no curso dos 200 anos da história do país independente. Não seria, assim, possível dispor de balanço definitivo desse período e muito menos de programa de futuro antes de saber o que nos reservam as eleições. Em termos de fato, se não de cronologia, o segundo século brasileiro só termina depois das eleições de 2/30 de outubro de 2022.

Por essas razões, proponho a esta altura somente um roteiro e um método para o exercício de reflexão que deveremos empreender como forma ideal de viver o Bicentenário. “Viver”, não “lembrar”, “recordar”, pois uma coisa é trazer à memória acontecimentos passados e acabados, a assinatura do Tratado de Petrópolis, a batalha do Riachuelo. Outra, bem diversa, é evocar um processo vivo em pleno andamento, inacabado, que necessita de nossa ação para que se tente imprimir-lhe sentido de criação do futuro. 

Neste caso, temos de viver o processo de dentro, como operários de uma construção em curso. Quanto mais agora que teremos pela frente um bicentenário coincidente com campanha eleitoral decisiva. Dessa campanha deveria fazer parte a discussão de nosso passado e a proposta de razões para crer que o futuro será superior ao presente e melhor do que foi o passado. Longe da posição do analista de fora, somos autores, sujeitos de um processo que se confunde com nosso próprio destino. 

É obrigação de cada um fazer com que a comemoração do Bicentenário supere em muito a do Centenário de 1922 em qualidade e, acima de tudo, em participação universal, sem exclusões, de todos os setores da população que nunca tiveram voz. Quem sabe assim o terceiro século do Brasil será capaz de resgatar a dívida deixada pelos dois primeiros: dar sentido ao mosaico formado pelos incontáveis fragmentos partidos da memória, permitir a cada participante do povo brasileiro uma vida de trabalho digno, igualdade e realização cultural.


Rubens Ricupero

São Paulo, 15 de novembro de 2021


quarta-feira, 16 de junho de 2021

Revista Brasileira de História; chamada para artigos: Dossiê - A Independência do Brasil e o mundo ao seu redor: história, historiografia e memória


Revista Brasileira de História

CHAMADA PARA ARTIGOS - DOSSIÊ

2021-06-16

Dossiê - A Independência do Brasil e o mundo ao seu redor: história, historiografia e memória

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/announcement/view/1159 

O dossiê reunirá artigos voltados ao tema geral da Independência do Brasil e suas relações com espaços (eventos, processos, agentes, instituições, linguagens e conceitos, etc.) externos a ele. Por um lado, serão acolhidas análises de conexões, articulações, comparações e integrações entre quaisquer regiões do Brasil e outras partes do Império Português, assim como dos continentes americano, europeu, africano e asiático, entre aproximadamente 1808 e 1831, desde que possuam alguma ênfase - não necessariamente exclusiva - na Independência. Por outro lado, também serão acolhidas análises que relacionem aspectos de historiografia e/ou de memória da Independência, entre os séculos XIX e XXI, com outros igualmente externos ao Brasil. Encoraja-se que os artigos submetidos articulem pesquisa empírica com propostas analíticas de integração da história, da historiografia e da memória da Independência com realidades mais amplas.

 

Coordenação do Dossiê: Prof. Dr. João Paulo Pimenta

Receberemos artigos até 13 de setembro de 2021

obs.: Titulação mínima para apresentação de artigos: Doutorado em Andamento

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Política energética no Brasil: debate e apresentação de livro organizado por Alexandre Hage - colaboração Paulo Roberto de Almeida

A convite do professor Alexandre Hage, participei do livro que ele organizou sobre políticas energéticas no Brasil e no mundo, segundo este registro que efetuei: 

1343. “O quadro global das questões energéticas: o Brasil e o mundo”, Brasília, 16 janeiro 2018, 25 p. Contribuição a livro organizado por Alexandre Hage. Publicado in: José Alexandre Altahyde Hage (org.): Política energética no Brasil: sua participação no desenvolvimento e no relacionamento internacional (Curitiba: Editora Appris, 2020, 370 p.; ISBN: 978-85-473-4201-2; ISBN digital: 978-85-473-4202-9), pp. 13-40; disponível no site da Editora (link: https://www.editoraappris.com.br/produto/3756-poltica-energtica-no-brasil-sua-participao-no-desenvolvimento-e-no-relacionamento-internacional). Apresentação no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/04/trabalho-mais-recente-publicado-energia.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42781220/O_quadro_global_das_questoes_energeticas_o_Brasil_e_o_mundo_2020_). Relação de Originais n. 3229.

 Posteriormente, fizemos um debate online, segundo este registro que fiz: 

3771. “Política energética no Brasil: sua participação no desenvolvimento econômico e no relacionamento internacional”, Brasília, 16 outubro 2020, 1 p. Lançamento de livro homônimo em formato virtual, no dia 19/10/2020, 14hs, em evento organizado pelo Nupri/Caeni da USP; notas sintéticas para desenvolvimento oral. Debate realizado em 19/10/2020, via online (link: https://www.youtube.com/watch?v=7SRf-ohN2PU).

 O debate foi realizado e eis sua ementa no Canal YouTube: 

Seminário - Debate sobre a Política Energética no Brasil (19.10.2020)

O livro Política energética no Brasil: sua participação do desenvolvimento econômico e no relacionamento internacional (Editora Appris, 2020) foi organizado por José Alexandre Altahyde Hage (UNIFESP) e é uma excelente oportunidade para se aprofundar em diversos momentos em que o Brasil explorou o seu potencial energético no século XX. Políticas voltadas para o melhor aproveitamento do petróleo, gás natural, biocombustíveis, etanol e energia nuclear são alguns dos temas que o livro aborda. A gravação é resultado de mais uma das atividades promovidas pela parceria CAENI e NUPRI da Universidade de São Paulo e contou com a colaboração de alguns dos autores do livro: Paulo Roberto de Almeida (MRE), José Alexandre Altahyde Hage (UNIFESP), Alencar Chaves Braga (Petrobrás) e Vanessa Braga Matijascic (USP). Veja o debate e, principalmente, acompanhe o que o livro pode oferecer para você no endereço eletrônico da editora.

Neste link: 

https://www.youtube.com/watch?v=7SRf-ohN2PU


sábado, 6 de fevereiro de 2021

Uma lágrima para Shozo Motoyama: 1940-2021 - Ana Paula Torres Megiani (USP)

 Conheci e interagi, em algumas oportunidades, com Shozo Motoyama, li seus livros e até resenhei alguns. Considero-o um acadêmico íntegro e devotado ao que sempre fez: a história e o estudo das ciências no Brasil.

A história da ciência por um cientista historiador: Shozo Motoyama (1940-2021)

Por Ana Paula Torres Megiani, historiadora e vice-diretora da FFLCH/USP

01/02/2021

No dia 26 de janeiro de 2021 a comunidade científica e acadêmica, uspiana e brasileira, perdeu um de seus mais reconhecidos membros, o professor doutor Shozo Motoyama. Nascido em 5 de janeiro de 1940, Shozo Motoyama era descendente de imigrantes japoneses do interior de São Paulo. Graduou-se em Física em 1967 e doutorou-se em Ciências em 1971 com uma tese acerca da lógica em Galileu Galilei, sob a orientação do professor Eurípedes Simões de Paula, pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, onde abraçou a História como ofício e profissão.

A partir de 1969, Shozo Motoyama foi, durante quatro décadas, um dos mais ativos docentes do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde defendeu a tese de livre-docência em 1976, tornou-se professor titular de História da Ciência em 1999 e aposentou-se em 2009. Após a aposentaria continuou a atuar intensamente no ambiente acadêmico e universitário, contribuindo de maneira incansável na orientação de pós-graduação, docência e produção científica, com mais de 20 dissertações de mestrado e 30 teses de doutorado realizadas sob sua orientação junto ao Programa de História Social da FFLCH. Atualmente era docente sênior do Departamento de História.



Shozo Motoyama – Foto: IEA/USP

A reforma da USP (1968) desmembrou a antiga Faculdade de Ciências e Letras em diferentes institutos e agregou áreas afins na atual FFLCH. Naquele contexto o curso de História, que contava com docentes renomados como Sérgio Buarque de Holanda, Eduardo D’Oliveira França, Emilia Viotti da Costa e o próprio Eurípedes Simões de Paula, se transformou em Departamento de História e recebeu dois importantes novos campos: a História da Ciência e a História da Arte – esta logo seria anexada a um novo instituto, a Escola de Comunicações e Artes (ECA). Para a História da Ciência a FFLCH trouxe dois novos docentes, sendo um deles do Instituto de Física, Shozo Motoyama. Para a professora Raquel Glezer, colega e amiga do professor Shozo no DH, “a presença do Shozo e sua atuação transformaram o campo da História da Ciência em um núcleo interdisciplinar que reunia docentes de quase todos os institutos e faculdades da USP, contribuindo assim para o avanço das relações interinstitucionais do Departamento de História e da própria FFLCH”. Desse modo, destaca a professora Glezer, “a área de História da Ciência passou a atrair tanto alunos para o processo de formação na pós-graduação, como docentes interessados na história de seu próprio campo”, permitindo a ampliação e adensamento das reflexões acerca da relação entre a Teoria da História e História da Ciência.

Shozo Motyama atuou também como formador de quadros acadêmicos em História do Conhecimento e Teoria da História, tendo orientado um grande número de pesquisadores em nível de mestrado e doutorado na USP, e sendo responsável pela abertura de uma nova área de pesquisa e atuação: a História da Ciência e da Técnica no Brasil, hoje consolidada e fortalecida no âmbito das mais diversas sociedades e associações de História e de Ciência.

Dentre as importantes contribuições que Shozo Motoyama legou à USP, está o Centro Interunidades de História da Ciência (CHC – http://chc.fflch.usp.br/), fundado por ele em 1988 e dirigido até sua aposentadoria em 2009. Sediado no edifício de Geografia e História da FFLCH (campus Butantã), o CHC acolhe e agrega docentes e pesquisadores das áreas de Filosofia, Física, Astronomia, Engenharias, Biologia, entre tantas outras. Preserva arquivos pessoais e institucionais relevantes para o estudo da História da Ciência e da Técnica no Brasil. Em âmbito nacional, sua atuação foi fundamental para a criação da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), em 1983. Internacionalmente, foi diversas vezes pesquisador convidado, com destaque para instituições japonesas como o Science and Engineering Laboratory da Waseda University e o Cosmic Ray Laboratory da University of Tokyo, além de responsável por inúmeras colaborações por meio de convênios e protocolos.

Shozo Motoyama foi também uma importante presença nas relações Brasil-Japão, tendo atuado como membro da diretoria do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros desde 1966 e presidente entre 2004 e 2019. Foi também diretor do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil durante os anos 1991-1997 e 2008-2009. Era membro-titular da cadeira nº 15 da Academia Paulista de História. Dedicou-se à história da imigração japonesa no Brasil, com publicações voltadas para o tema como o livro Sob o signo do sol levante, de 2011, que trata do tema antes da Segunda Guerra Mundial, e em 2016, em colaboração com o jornalista Jorge Okubaro, Do conflito à integração – uma história da imigração japonesa no Brasil, que cobre o período de 1941 até 2008. Ambas as publicações foram resultado de sua dedicação à Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil e ao Instituto Brasil-Japão de Integração Cultural e Social.

Publicou um grande volume de trabalhos, livros e artigos ao longo da carreira, dentre os quais destacam-se aqueles dedicados à história da USP, do CNPq e da Fapesp: Para uma história da Fapesp – marcos documentais, de 1999; 50 anos do CNPq contados pelos seus presidentes, de 2002; Construindo o futuro – 35 anos de pós-graduação da USP, de 2004; USP 70 anos – imagens de uma história vivida, de 2006; Fapesp 50 anos: meio século de ciência, de 2015, para citar apenas alguns. Organizou diversas obras coletivas, dentre elas a importantíssima História das ciências no Brasil, em três volumes, em parceria com Mario Ferri, publicada entre 1979 e 1981. Participou também em obras sobre a história da Fuvest e história da Escola Politécnica com Marilda Nagamini, parceira de muitos trabalhos.

Em tempos tristes como este em que vivemos, com a multiplicação de ataques obscurantistas e negacionistas à ciência, que não param de nos estarrecer, a memória e o legado de Shozo Motoyama necessitam ser difundidos e cultivados. Sua vida dedicada à docência, ao conhecimento e à universidade pública são grande estímulo e inspiração às novas gerações de pesquisadores que ingressam nas universidades do Brasil. A ciência no Brasil mudou sob o olhar crítico e investigativo de Shozo Motoyama. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e a Universidade de São Paulo rendem a ele as maiores homenagens e eterna gratidão. Muito obrigada, professor Shozo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Perspectivas para as relações internacionais do Brasil: desafios de uma diplomacia ideológica - Paulo Roberto de Almeida

 Perspectivas para as relações internacionais do Brasil:

desafios de uma diplomacia ideológica

 

Paulo Roberto de Almeida

Notas para palestra para estudantes de RI da USP, a convite do Instituto Brasileiro de Debates; dia 28/10 às 20h, via zoom; disseminado via YouTube (link: https://youtu.be/xoOyjqahJRI). 

 


Questões selecionadas para exposição e debate: 

1) O sistema global: multilateralismo, direito internacional, política de poder

     Como a diplomacia brasileira vê o mundo e o papel dos principais atores

2) As Nações Unidas: reforma da Carta e conquista de cadeira no CSNU

     Uma velha aspiração, por vezes uma obsessão, o G-4 e as ilusões diplomáticas

3) A OMC e o esgotamento das negociações comerciais multilaterais 

     Brasil: ator diplomático relevante, a despeito da pequena participação nos fluxos

4) As relações bilaterais, em especial com países em desenvolvimento 

     A lenta construção de uma liderança, nem sempre bem orientada ou bem-sucedida

5) OCDE, G7; OTAN e os dilemas dos emergentes; como quebrar barreiras?

     Penetrar no inner circle, sem necessariamente entrar no clube; dupla personalidade?

6) Brasil, membro do BRICS: divergências, assimetrias, novas ilusões

     O peso de uma herança diplomática: o que fazer com cúpulas e com um banco? 

7) Mercosul: a escolha estratégica desde os anos 1990, necessitando reformas

     De um projeto de mercado comum às realidades da desintegração: o que fazer?

8) Relações com a Argentina: a mais importante relação, no mais baixo ponto

     Compromissos e não-soluções: fuga para a frente, em lugar de enfrentar os problemas

9) Relações com a China: a dimensão mais crucial do presente e do futuro do país 

     Objetivos múltiplos, estratégias diferentes para cada carência percebida do Brasil

10) Relações com a União Europeia: quais são as prioridades?

     A grande ilusão de um acordo comercial generoso: enfrentando as duras realidades

11) Relações com os Estados Unidos: da negligência benigna ao servilismo? 

Ups and downs de uma relação não muito especial: distância e proximidade

12) A ferramenta diplomática do Brasil: existe coerência na política externa?

     O processo de tomada de decisões: atores, iniciativas, orientações subjacentes. 


[Brasília, 9 de outubro de 2020]



 

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Jornadas Monteiro Lobato, na USP, 17-18/12/2019

I Jornada Monteiro Lobato

Público
 · Organizado por Magno Silveira e outras 4 pessoas

Conferências abordando os mais diversos aspectos da obra lobatiana, adulta e infantil.

COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Dr. John Milton (organizador)
Profa. Dra. Vanete Santana-Dezmann (organizadora)
Adriana Silene Vieira (certificados)
Amaya Prado (inscrições)
Luís Camargo (revisão)
Magno Silveira (design)
Milena Ribeiro Martins (divulgação)
Programação
Terça, 17 de dezembro de 2019
09:00 - 09:05
Boas-Vindas | John Milton e Vanete Santana-Dezmann
09:05 - 09:30
Abertura | Monteiro Lobato: escritor-cidadão caleidoscópico – Vladimir Sacchetta 
09:30 - 09:55
Conferência 1 | Cidades mortas: cem anos – Luís Camargo
09:55 - 10:20
Conferência 2 | Monteiro Lobato e a imprensa antes do Jeca Tatu – Tania Regina de Luca
10:55 - 11:20
Conferência 3 | Mr. Slang e o Brasil de hoje: diálogos possíveis – Tâmara Abreu 
11:20 - 11:45
Conferência 4 | A correspondência de Monteiro Lobato como exercício da sociabilidade – Emerson Tin
13:30 - 13:55
Conferência 5 | O diálogo epistolar entre Monteiro Lobato e seus leitores infantis – Raquel Afonso
13:55 - 14:20
Conferência 6 | Lobato, contos de fadas e personagens infantis inglesas – Adriana Silene Vieira
14:20 - 14:45
Conferência 7 | A sombra do asno: a recepção de Apuleio por Monteiro Lobato – Adriane da Silva Duarte
16:00 - 16:25
Conferência 8 | As moradas de Juca: uma introdução ao arcabouço iconográfico de Lobato – Magno Silveira
16:25 - 16:50
Conferência 9 | As ilustrações em obras de ou traduzidas por Monteiro Lobato – Nilce Pereira
16:50 - 17:15
Conferência 10 | Monteiro Lobato, crítico de artes plásticas, na correspondência com Yaynha P. Gomes – Silvio Tamaso 
17:15 - 17:40
Conferência 11 | Emília comemora 100 anos com edição em quadrinhos – Ana Carolina Pimentel 
Quarta, 18 de dezembro de 2019
09:00 - 09:25
Conf. 12 |Monteiro Lobato no Chile ou "Monteiro Lobato chileno"?: Caminhos e propostas tradutórias – Letícia Goellner
09:25 - 09:50
Conferência 13 | Emília, cidadã-modelo: “Monteiru Lobatu” na União Soviética – Marina Darmaros
09:50 - 10:15
Conferência 14 | A apropriação Saci Sarará e a agência de Lobato na Argentina – Silvia Cobelo
11:00 - 11:25
Conferência 15 | Criança dá trabalho: violência e fantasia em contos brasileiros e estrangeiros –Milena Ribeiro Martins 
11:25 - 11:50
Conferência 16 | Entre o culto e o popular, duplicidades do Inquérito sobre o Saci no jornal e no livro – Amaya Prado
11:50 - 12:15
Conf.17 | Tios, princesas e sacis: a representação de negros nos livros infantis de Monteiro Lobato – Cilza Bignotto
14:00 - 14:25
Conferência 18 | O escândalo do petróleo: 20 mil exemplares e três edições em cinco meses – Kátia Chiaradia
14:25 - 14:50
Conferência 19 | O poço do Visconde: uma experiência em sala de aula de graduação – Gildo Magalhães dos Santos 
14:50 - 15:15
Conferência 20 | Diálogos com a modernidade e a modernização em América, de Monteiro Lobato – Vanessa Hey
16:05 - 16:30
Conferência 21 | Monteiro Lobato e o presidente Getúlio Vargas – John Milton
16:30 - 16:55
Conferência 22 | Quando um leão se torna escultor – Vanete Santana-Dezmann
17:25 - 18:00
Encerramento | Todos os palestrantes