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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 4 de dezembro de 2021

Mini reflexão sobre a escassa possibilidade dessa coisa rara chamada Idealpolitik expandir-se na representação política - Paulo Roberto de Almeida

Mini reflexão sobre a escassa possibilidade dessa coisa rara chamada Idealpolitik expandir-se na representação política

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

Especulando inocentemente, como sempre faço todas as manhãs: metade do eleitorado consciente, ou seja, bem-informado e dotado de postura cidadã, não deve ainda ter ideia em quem vai votar em 2022.

Eu não tenho essa preocupação, pois meu voto não fará nenhuma diferença: os candidatos nos quais eu votaria, ou nos quais estaria disposto a votar, não correm nenhum risco de serem eleitos: são muito idealistas.

 

Meu grau de aderência ao acesso de partidários da Idealpolitik ao Congresso: 2%. A quase totalidade dos eleitores quer ouvir promessas impossíveis: nessas condições, só os mentirosos são capazes de satisfazer tal pretensão, como já disse Thomas Sowell. 

 

Aliás, o que seria a Idealpolitik

Cabe definir!

 

Ser idealista é acreditar, por exemplo, no fim da corrupção na política, no fim da impunidade, na possibilidade real e concreta de punição aos políticos corruptos. Amostras convincentes dos adeptos das rachadinhas — entre elas as familícias — estão à vista de todos, e elas estão sendo constantemente protegidas pelos colegas parlamentares e até por juízes corruptos, o que inclui magistrados das mais altas cortes. Esse tipo de vergonha ocorre mais frequentemente do que se crê. 

 

E por que é difícil terminar com a corrupção na vida política?

Acredito que seja porque, em primeiro lugar, a política atrai os “ambiciosos mas preguiçosos”: a política lida com vastos recursos de dinheiro arrecadados de milhões de trabalhadores, honestos ou desonestos não importa, dinheiro real, arrancado compulsoriamente de todos os trabalhadores ativos por leis aprovadas pelos políticos, isto é, os chamados representantes do povo. 

Essa possibilidade de se servir do dinheiro alheio atrai muita gente, inclusive alguns idealistas, mas geralmente pessoas que gostariam de ter esses recursos à sua disposição, sem ter necessariamente de trabalhar duro para conquistá-lo mediante seus próprios esforços. 

 

Daí se constrói um ambiente de conivência entre partidários do mesmo “credo”: “Vamos fazer de forma a tornar a nossa vida mais fácil, cuidando do dinheiro de todos, por meio de serviços públicos, mas antes vamos tratar de reservar uma boa parte para nós mesmos.”

 

Essa é a fórmula mágica que atrai aqueles que denominei de “ambiciosos mas preguiçosos” para a vida política. Ela é a maneira mais fácil de viver bem, sem precisar mourejar — termo suspeito e discriminatório — exageradamente em alguma atividade ligada à produção de riqueza. É evidente que “manipular” riqueza sem a necessidade de criá-la por suas próprias mãos é bem mais atrativo do que juntar ferramentas ou a inteligência para plantar, fabricar produtos, oferecer serviços úteis à vida de terceiros e outras atividades “desgastantes”. Que prazer ter esta perspectiva: “aqui está o bolo de dinheiro que conseguimos arrecadar de todos aqueles que trabalham honestamente; vamos decidir agora como gastá-lo!” 

(É evidente que os desonestos estão fora dessa equação, pois eles subtraem secretamente recursos de terceiros sem declarar abertamente, ou oferecem “serviços”, drogas por exemplos, que são legalmente proibidos ou sancionados.)

 

Daí surgem os mil e um expedientes feitos para facilitar a vida dos chamados “representantes do povo”: bons salários, casa, comida e roupa lavada, isto é, bons serviços sempre cobertos pelo dinheiro dos outros, o que inclui serviçais de todos os tipos, em geral aspones que fingem trabalhar por algum valor qualquer e que até “consentem” em que parte dos seus salários reverta em favor de quem lhes prodigou tal situação ideal: ganhar algum sem precisar se esforçar muito (ou seja, a mesma situação do “representante do povo”, só que servindo ao próprio).

Esse é o ambiente de conivência que explica as rachadinhas, tão comuns no ambiente político.

As facilidades, prebendas e gostosuras da vida fácil contaminam todo o ambiente político, e servem inclusive aos idealistas (menos aos muito austeros, honestos e desprendidos). Fica quase impossível escapar ao ambiente de mútua compreensão com respeito às “facilidades” da vida política.

 

Mas atenção: não é fácil adentrar nesse meio! É preciso muita capacidade de convencimento, de conversa credível, para conseguir que os trabalhadores comuns deleguem tal poder de representação nos órgãos de serviço público, ou seja, as instituições do Estado, mais exatamente o poder legislativo, aquela parte do Estado que dispõe sobre o seu dinheiro (a maior parte arrecadada compulsoriamente).

É preciso muita lábia, muita conversa convincente para se obter tal mandato de representação. 

Em última instância, é preciso ter alguma capacidade de argumentação, ou então a faculdade de ter ficado famoso em alguma atividade de interesse público, música, esporte, radialismo, lugares de culto religioso, associações de classe, corporações de ofício, ou na própria atividade pública (segurança civil, por exemplo). O reconhecimento público já é a porta de entrada na política, por boas e más razões.

É aqui que os idealistas se juntam, convivem, eventualmente se congraçam, com os oportunistas, aqueles a quem eu chamei de “ambiciosos mas preguiçosos”.

Esta é a natureza humana, feita de todos os tipos de pessoas, entre elas aqueles a quem o cineasta Sergio Leone resumiu num título clássico: “O bom, o mau e o feio”!

Pode ser simplificação, mas é mais ou menos assim que funciona a maior parte da humanidade, sendo que ninguém consegue ser inteiramente uma coisa só o tempo todo: posturas e situações vão se alternando e se substituindo em função de circunstâncias variadas, que não são controladas por alguém em especial o tempo todo. 

Uma coisa, porém, favorece a existência de um maior número de “oportunistas”, com respeito ao menor número de “idealistas”: a lei da inércia, a tendência mais provável e constante, a mais universal, que atinge o ser humano: a propensão a ficar idle, ou seja, inativo, esperando que alguém faça para si aquilo que deve ser feito: cuidar da alimentação, da casa, da segurança, enfim, de todas as pequenas coisas que tornam a vida vivível e suportável.

 

Essa é a razão, também, da existência de certo número de demagogos, de mentirosos e até de autoritários (geralmente demagogos e mentirosos) na arena política: existe uma demanda constante, regular, inevitável, por esse tipo de gente na vida política. 

A lei do menor esforço!

Ela acaba redundando no maior esforço da maioria em seu próprio detrimento e em favor do grande número de oportunistas na vida política.

Os idealistas, que também existem, os partidários da Idealpolitik, estão ali pelo meio…

Sorry pelo exercício de Realpolitik!

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4036: 4 dezembro 2021, 4 p.

 


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros - Paulo Roberto de Almeida

 Alocução no IHG-DF por ocasião da recepção de dois novos membros: Rogerio Farias e Gustavo Bezerra 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor; diretor de publicações do IHG-DF 

 

Caros colegas, confrades, amigos e familiares,

Estamos reunidos novamente, alguns de nós pela via virtual, para mais uma edição de um ritual que repetimos a algumas décadas, no nosso caso desde 1964, ou seja, há 57 anos. No caso da nossa instituição-mãe, o IHGB, ela está ativa desde 1838, há 183 anos portanto, sendo que sua revista é publicada desde 1839. Ambas as instituições se fundam nos mesmos princípios e valores e cada uma, ademais de congêneres nos estados, se empenham em uma nobre missão: efetuar a síntese histórica e geográfica sobre os mais importantes eventos, processos e fatos objetivos que, direta ou indiretamente, exerceram impacto sobre a vida da nação e sobre os itinerários de seus entes constitutivos. 

Desde que aqui ingressei, em meados de 2019, tendo como patrono o grande intelectual das letras jurídicas Tobias Barreto, tenho procurado convidar novos valores para o nosso convívio. Tenho feito isso de forma consciente e certo de que devemos buscar sempre insuflar nosso trabalho com a ajuda das novas gerações, que ou trazem novas pesquisas sobre assuntos ainda não, ou insuficientemente trabalhados, ou trazem novos olhares sobre velhos assuntos, que são os já conhecidos da história do Brasil ou da história e da geografia de Brasília, que já se tornou uma senhora sexagenária, mas ainda na sua adolescência como cidade. Este é o caso dos dois novos colegas que assumem hoje suas cadeiras: Rogério de Souza Farias e Gustavo Henrique Marques Bezerra.

Rogério eu conheço desde os bancos escolares, se ouso dizer, na verdade seu mestrado em História das Relações Internacionais, em 2007, sobre as negociações e os negociadores do Brasil no âmbito do Gatt, o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, de 1947. Ao mestrado, seguiu-se um doutoramento ainda mais ambicioso, na mesma área, em 2012, ampliando seu olhar sobre como o Brasil se inseriu no sistema multilateral de comércio, o que lhe permitiu traçar uma cobertura completa sobre “A Palavra do Brasil” nesse sistema, que foi justamente o título da grande obra de referência documental que ele produziu e que foi acolhida na coleção de livros da Fundação Alexandre de Gusmão, e como tal disponibilizado em sua biblioteca online. Ele continuou pesquisando e produzindo inúmeros artigos e livros de forma incessante, como a biografia do grande negociador brasileiro no campo do comércio internacional, Edmundo Barbosa da Silva, no âmbito dos “secos e molhados”, que é como o Itamaraty de antigamente se referia à diplomacia econômica. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos nos escritos de relações internacionais e de política externa do grande chanceler Oswaldo Aranha, e mais recentemente ele editou as memórias de outro grande diplomata, Maurício Nabuco, filho do primeiro embaixador do Brasil durante a gestão Rio Branco à frente do Itamaraty. Ele agora está partindo para Lisboa, para acompanhar sua esposa, diplomata, assim como já havia feito anteriormente em Chicago, quando aproveitou para fazer um pós-doutorado na Universidade de Chicago. Tenho certeza de que em Portugal ele vai não só continuar seu trabalho de pesquisa em fontes primárias, assim como vai aprofundar relações institucionais e pessoais junto a colegas de estudos na área da historiografia.

Quanto a Gustavo Bezerra, antes de conhecê-lo pessoalmente, eu já tinha tomado conhecimento de dois trabalhos que ele produziu como resultado de sua passagem pelo Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco, publicados pela Funag: “Brasil-Cuba: relações político-diplomáticas no contexto da Guerra Fria (1959-1986)”, de 2010, e “Da revolução ao reatamento: a política externa brasileira e a questão cubana (1959-1986)”, de 2012. Mais recentemente ele conduziu uma pesquisa que deu origem a uma obra que pode ser considerada ciclópica, “O Livro Negro do Comunismo no Brasil: mitos e falácias sobre a história da esquerda brasileira”, publicado em 2019, e que já tivemos a oportunidade de apresentar aqui, numa das últimas sessões presenciais mantidas antes da pandemia, na companhia de nosso colega Hugo Studart, que também fez pesquisas sobre o comunismo brasileiro no período do regime militar, tendo produzido duas obras de referência nesse terreno, a última resultado de sua tese de doutoramento em História na UnB. Eu disse ciclópica em relação ao livro mais recente de Gustavo, pois que essa obra, retirando inspiração de obra quase homônima publicada na França, mais de duas décadas atrás, mas cobrindo quase todo o mundo (menos o Brasil), tinha sido composta por uma equipe inteira de pesquisadores e historiadores experientes. No caso do Gustavo, ele pesquisou e trabalhou solitariamente, conduzindo uma obra realmente magnifica de exploração de terrenos pouco devassados até aqui, a despeito de já existir muitos livros publicados sobre a trajetória do movimento comunista no Brasil. 

Estou absolutamente seguro de que ambos continuarão a produzir obras de referência nos próximos anos, engrandecendo o prestígio do IHG-DF, assim como a própria distinção pessoal de cada um deles no terreno que é geneticamente o nosso. Sobre seus patronos, não me estenderei sobre eles, pois que cabe a cada um buscar o que melhor caracteriza as figuras cujos nomes enfeitam suas respectivas cadeiras. Afonso Arinos de Melo Franco, grande prócer da política mineira, batalhador das lutas democráticas desde o Estado Novo, autor da primeira lei antirracista no Brasil, chanceler do Brasil na fase parlamentar, coordenador, como o pai em 1934, de uma comissão de estudos constitucionais que antecedeu nossa atual Carta Magna, em 1987, e apoiador da adoção do regime parlamentarista no país. Já Câmara Cascudo, do mesmo estado no nosso potiguar Gustavo Bezerra, nascido na mesma capital dos potiguares 76 anos antes, foi simplesmente o maior folclorista do Brasil, mas não apenas isso, pois foi historiador, como é o Gustavo, e, além disso, sociólogo, como eu sou, e, também, musicólogo, antropólogo, etnógrafo, poeta, cronista, professor, advogado e jornalista. Um homem, portanto, de dez instrumentos, cujas obras são incontornáveis, sobretudo no campo das tradições populares brasileiras.

Meus cumprimentos aos nossos dois novos membros, e meus votos de continuado trabalho em suas áreas de especialização respectivas, que correspondem às suas vantagens comparativas ricardianas, que também vão se incorporar ao rico patrimônio do IHG-DF.

Muito obrigado.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 8 setembro 2021, 3 p.


domingo, 15 de agosto de 2021

Os sete pecados capitais da diplomacia bolsolavista, um ano depois - Paulo Roberto de Almeida

 Um ano atrás eu publicava este artigo sobre os sete pecados capitais da diplomacia bolsolavista, no jornal Zero Hora (RS; 14/08/202). Está na hora de ver o que mudou e o que ficou. O guru presidencial e patrono do chanceler ocidental está no estaleiro e sua patética criatura submissa já se foi, para alivio dos diplomatas. Mas permanece o chefão ignaro, embora o seu próprio chefe já tenha sido defenestrado pelos eleitores americanos. Os sete pecados perderam muito da sua força, mas permanecem…

Reproduzo abaixo o texto original do artigo.

Paulo Roberto de Almeida 


 Sete pecados capitais da diplomacia bolsolavista

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata de carreira, professor.


 

A diplomacia bolsolavista, formulada em grande medida fora do Itamaraty e operada apenas formalmente por auxiliares da Casa, é feita de rupturas com respeito aos padrões históricos da política externa brasileira, que sempre foi tradicionalmente caracterizada pela busca de autonomia e comprometida, antes de mais nada, com o interesse nacional. Ela é tão bizarra no horizonte bissecular de nossa diplomacia que sequer pode ser assemelhada a uma espécie de desvio padrão numa linha de tendência da política externa nacional, pois ela se situa completamente fora do quadro. Observando-se cronologicamente seu desempenho em um ano e meio de esquisitices de inspiração bolsolavista, pode-se identificar os sete pecados capitais dessa diplomacia sui generis

1) Ignorância: não parece haver dúvidas de que os que conduzem, de fato, as relações exteriores do Brasil são profundamente ignorantes sobre as relações internacionais e sobre a própria política externa do Brasil. O filho 03 do presidente, que exerce esse papel, não tem a menor ideia de quem foi, nem nunca ouviu falar de Henry Kissinger.

2) Irrealismo: esses “decisores” começam partindo de uma fantasmagoria, o tal de globalismo – que nunca demonstram existir empiricamente – e passam daí a atacar o método por excelência da diplomacia contemporânea: o multilateralismo.

3) Arrogância: como a anterior tribo dos lulopetistas, eles acham que tudo o que existia antes deles foi errado; o chanceler acidental vive apontando distorções na política externa dos últimos 30 anos (falou até “depois de Rio Branco”), não mencionando que serviu de forma obediente todas essas distorções até com entusiasmo (existem provas disso). Ele fez uma completa reforma do Itamaraty sem jamais consultar seus colegas de carreira: por cima.

4) Servilismo: a frase símbolo desse alinhamento automático é o famoso “I love you Trump”, disparado pelo presidente a seu colega americano em setembro de 2019 na ONU. Teve início no primeiro dia de governo quando se ofereceu uma base militar americana no Brasil, prontamente rejeitada pelos ministros militares; mas tem muitos outros exemplos.

5) Miopia: já manifestada numa alegada “ameaça globalista”, tem recusado a cooperação multilateral no combate a um desconhecido, até aqui, “comunavirus”; ela se manifestou em especial na animosidade em relação à China e numa adesão unilateral ao governo de Israel, desconhecendo a complexidade dessas relações e ameaçando negócios e investimentos extremamente relevantes para o presente e o futuro do Brasil.

6) Grosseria: Ela se manifestou sobretudo em direção de líderes estrangeiros que não pensam como o presidente, com ofensas a estadistas europeus comprometidos com a defesa do meio ambiente e também a dirigentes vizinhos de outras correntes políticas.

7) Inconstitucionalidade: a primeira já está comprometida no servilismo, ou seja, a renúncia à independência nacional, para subordiná-la a um dirigente estrangeiro, mas também existe a intervenção nos assuntos internos de outros países; a mais grave é o desconhecimento do Direito Internacional, manifestado no apoio às sanções unilaterais do governo americano, o que pode concretizar-se inclusive contra o próprio Brasil, como no caso das salvaguardas abusivas (e ilegais) contra exportações brasileiras de aço e alumínio. 

Todos esses pecados se revelaram abertamente na recusa do multilateralismo, na negligência de normas consagradas do Direito Internacional, no abandono da formulação autônoma da política externa brasileira, na relativização da noção de interesse nacional, na substituição da diplomacia profissional pelos preconceitos de amadores ignorantes, assim como o desprezo pelos princípios constitucionais das relações internacionais. Dois exemplos, entre outros, da subordinação aos EUA: a aceitação do candidato americano à presidência do BID e a adesão ao veto de Trump à participação da empresa chinesa Huawei no leilão do 5G.

 

 

[Brasília, 3733, 12 de agosto de 2020]

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Países de origem dos acessos a meus trabalhos em Academia.edu - Paulo Roberto de Almeida

 Minha pequena ONU dos países que mais acessam meus trabalhos na plataforma Academia.edu (sem ordem linear por volume, apenas pelos acessos do último mês).

 Depois do Brasil, o "desconhecido" é o mais frequente: aparece seis vezes mais do que o segundo país, os EUA (acredito que sejam olheiros da CIA, do FSB, do Mossad, do MI6, da ABIN e outros bisbilhoteiros...)


1)    Brazil 134.559

2)    Unknown 96.710

3)    United States 15.086

4)    Portugal 3.899

5)    Puerto Rico 117

6)    France 2.121

7)    Spain 1.506

8)    Mozambique 2.147

9)    Korea 144

10) Canada 637

11) Mexico 510

12) Japan 306

13) Germany 750

14) Russian Federation 452

15) Switzerland 388

16) Belgium 577

17) Italy 570

18) United Kingdom 1.098

19) Argentina 1.088

20) Colombia 341

21) Ecuador 284

22) Angola 1.441

23) Netherlands 334

24) Morocco 143

25) Guatemala 54

26) Norway 40

27) Uruguay 362

28) Ireland 120

29) Peru 290

30) Chile 316

31) Cuba 51

32) Cape Verde 276

33) Costa Rica 45

34) Jamaica 23

35) Tunisia 24

36) Bolivia 116

37) Austria 100

38) Paraguay 248

39) Turkey 200

40) Singapore 55

41) Venezuela 206

42) Algeria 48

43) C.te D'Ivoire 102

44) Finland 58

45) Congo 15

46) Australia 245

47) Poland 117

48) Kazakhstan 12

49) Hungary 96

50) Nicaragua 54

51) Viet Nam 48

52) China 155

53) Kenya 39

54) Senegal 96

55) Egypt 91

56) Suriname 38

57) Trinidad and Tobago 18

58) Malta 5

59) Czech Republic 66

60) Iraq 9

61) Honduras 38

62) Mali 33

63) Cameroon 44

64) Belarus 54

65) Guadeloupe 22

66) Philippines 100

67) Panama 45

68) Cyprus 20

69) Taiwan 34

70) Sweden 101

71) India 310

72) Zimbabwe 10

73) Zambia 25

74) Yemen 2

75) Saint Vincent-Grenedines 1

76) Uzbekistan 4

77) Uganda 12

78) Ukraine 100

79) Tanzania 21

80) Timor-Leste 47

81) Thailand 34

82) Togo 40

83) Chad 5

84) Swaziland 1

85) El Salvador 39

86) Sao Tome and Principe 97

87) Somalia 2

88) Sierra Leone 6

89) Slovakia 48

90) Slovenia 60

91) Sudan 6

92) Seychelles 1

93) Saudi Arabia 17

94) Rwanda 26

95) Serbia 40

96) Romania 207

97) Réunion 4

98) Qatar 7

99) Palestinian Territory 7

100)     Pakistan 60

101)     Papua New Guinea 3

102)     Oman23

103)     New Zealand 36

104)     Nepal 26

105)     Nigeria 110

106)     Niger 10

107)     New Caledonia 1

108)     Namibia 30

109)     Malaysia 56

110)     Malawi 2

111)     Mauritius 9

112)     Mauritania 3

113)     Martinique 5

114)     Macao 11

115)     Mongolia 3

116)     Myanmar 2

117)     Macedonia 22

118)     Madagascar 20

119)     Montenegro 5

120)     Moldova 16

121)     Libya 1

122)     Latvia 2

123)     Luxembourg 44

124)     Lithuania 13

125)     Lesotho 1

126)     Liberia 3

127)     Sri Lanka 27

128)     Saint Lucia 6

129)     Lebanon 112

130)     Kuwait 10

131)     Comoros 1

132)     Cambodia 4

133)     Kyrgyzstan 4

134)     Jordan 31

135)     Jersey 1

136)     Iceland 3

137)     Iran 23

138)     Israel 87

139)     Indonesia 145

140)     Haiti 51

141)     Croatia 19

142)     Hong Kong 63

143)     Guyana 4

144)     Guinea-Bissau 49

145)     Greece 110

146)     Equatorial Guinea 2

147)     Guinea 9

148)     Ghana 20

149)     French Guiana 12

150)     Georgia 7

151)     Gabon 18

152)     Fiji 2

153)     Ethiopia 68

154)     Estonia 27

155)     Dominican Republic 77

156)     Denmark 96

157)     Congo 26

158)     Belize 10

159)     Botswana 2

160)     Bhutan 2

161)     Bahamas 2

162)     Benin 15

163)     Burundi 4

164)     Bahrain 3

165)     Bulgaria 56

166)     Burkina Faso 8

167)     Bangladesh 18

168)     Barbados 1

169)     Bosnia-Herzegovina 48

170)     Azerbaijan 13

171)     Aruba 2

172)     Armenia 6

173)     Albania 8

174)     Afghanistan 6

175)     United Arab Emirates 23

176)     Andorra 1