As relações internacionais do Brasil, 1925-2025
Terminei um artigo sobre cem anos de relações internacionais do Brasil, 1925-2025, para comemorar o segundo centenário do Diário de Pernambuco (um artigo para o primeiro, nessa mesma temática, havia sido escrito por Oliveira Lima, a pedido de Gilberto Freyre, integrado ao Livro do Nordeste). Ainda vai demorar para ser publicado.
Em todo caso, reproduzo aqui os argumentos finais desse artigo:
"As incertezas mundiais assim criadas não teriam, teoricamente, o poder de também alterar as condições sob as quais o Brasil vinha conduzindo suas relações internacionais nas últimas décadas – ou seja, a de um clara autonomia decisória em sua política externa em face de eventuais conflitos interimperiais –, não fosse o fato incipiente de que o terceiro governo Lula já demonstrou, do lado de sua diplomacia presidencial “personalista”, certa propensão a alterar a imparcialidade anterior nesse contexto. Cem anos antes o governo brasileiro da ocasião havia renunciado formalmente à primeira organização multilateral dotada de aspirações universalistas à paz e à segurança internacionais, a Liga das Nações. Seria uma enorme inversão da postura diplomática do Brasil se o governo de plantão, cem anos após, decidisse renunciar informalmente ao eixo central da Carta da ONU no tocante aos dispositivos fundamentais garantindo a paz e a segurança internacionais."
Complemento pelo lado anedótico:
Em 1925, os Estados Unidos não pertenciam à Liga das Nações, e o Brasil tinha a pretensão de representar as Américas. Dada a postura mais para o negativo dos demais latino-americanos e a decisão dos grandes de colocar a Alemanha derrotado no Conselho da Liga, não renovando a cadeira do Brasil, o governo do incompetente Artur Bernardes decidiu retirar o Brasil da organização.
Em 2025, os Estados Unidos, por decisão imperial de Trump, já não pertencem, de fato, à Organização das Nações Unidas. A aspiração da diplomacia de ser admitida no inner circle do Conselho de Segurança da ONU não é de fato apoiada pelos demais latino-americanos, que prefeririam uma cadeira rotativa.
A coisa vai longe...
Brasília, 13 de maio de 2025
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