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terça-feira, 10 de maio de 2011

Agenda diplomatica bolivariana: ops, um escorregao...

Não é difícil desarmar o Cerimonial, quando do súbito cancelamento de alguma viagem de alto nível, mas algumas despesas -- segurança, automóveis, comida, etc., etc., etc. -- já encomendadas terão de ser pagas.
Será que as FARC pagariam as despesas não contabilizadas?


The FARC Files: Venezuela, Ecuador and the Secret Archive of  'Raúl Reyes'
The International Institute for Strategic Studies (London)
Today, the IISS launched its latest Strategic Dossier The FARC Files: Venezuela, Ecuador and the Secret Archive of  'Raúl Reyes'.

The dossier provides unique insights into the thinking and evolution of the Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC). It is based on a study of the computer disks belonging to Luis Edgar Devía Silva (aka Raúl Reyes), head of FARC’s International Committee (COMINTER), that were seized by Colombian armed forces in a raid in March 2008 on Devía’s camp inside Ecuador.
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Read Nigel Inkster's remarks at the launch

Read a summary of the dossier

Watch the Launch

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Segundo relatório, Venezuela teve apoio das Farc após golpe de 2002
O Estado de S.Paulo, 10 de maio de 2011

Chávez teria permitido atuação das Farc no país e pedido treinamento de 'grupos paramilitares'

LONDRES - O governo da Venezuela teve apoio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômba (Farc) em sua estratégia de segurança, depois do golpe de Estado realizado em 2002, sem sucesso, contra o presidente Hugo Chávez. A informação foi divulgada em Londres nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), que reuniu em um relatório documentação das Farc.

Entre as principais conclusões do relatório no que se refere à relação entre a Venezuela e as Farc, o IISS apurou que o governo Chávez permitiu que o grupo operasse em território venezuelano.

Além disso, o presidente ofereceu ajuda às Farc em dinheiro e pediu aos guerrilheiros que "treinassem grupos paramilitares para defender a revolução de outros golpes de estado ou invasões externas", segundo o autor do estudo, James Lockhart Smith.

Smith disse, no lançamento do relatório, em Londres, que é necessário colocar a revelação em um "contexto estratégico". "Depois do golpe de abril de 2002, o regime (de Caracas) se aterrorizou, porque notou que o golpe esteve perto de ter sucesso, e porque viu também que não podia contar com a lealdade das Forças Armadas", explicou.

Equador
De acordo com a AFP, o presidente do Equador, Rafael Correa, "pediu" e "aceitou" fundos das Farc durante a campanha eleitoral de 2006. O documento do IISS relata que "os arquivos (apreendidos) e outras fontes sugerem que Correa solicitou pessoalmente e aceitou fundos ilegais das Farc na sua primeira campanha eleitoral em 2006".

Ainda segundo o relatório, "o respaldo político e financeiro da guerrilha teve um papel para garantir a ele (Correa) a vitória".

Apreensão de documentos
O IISS desenvolveu um estudo detalhado sobre a evolução do grupo conhecido como Farc-EP (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia - Ejército del Pueblo), ou simplesmente Farc.

O levantamento foi feito com base em informações do grupo, apreendidas pelo Exército colombiano durante uma incursão em território equatoriano em 1 de março de 2008. Na operação, o líder guerrilheiro Luis Edgar Devía Silva, conhecido como "Raúl Reyes", foi morto.


Segundo a Efe, entre o material apreendido na ocasião havia oito "dispositivos de memória" e documentos históricos das últimas três décadas sobre as Farc. O diretor do IISS para Ameaças Transnacionais e Risco Político, Nigel Inkster, disse que o governo colombiano solicitou ao organismo uma análise do material, depois de uma verificação feita pela Interpol de que os documentos não haviam sido manipulados.

Com Efe

Veja também:
Gabeira: Livro denuncia relação da Venezuela com as Farc

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Wikileaks: Brasil-EUA e o resto da regiao: ciumes e subterfugios...

A informação relativa à Colômbia já tinha sido postada aqui. Os demais países é novidade, mas não surpresa, nem novidade. Qualquer observador mais atento já teria percebido que o ativismo lulista, ou brasileiro, despertaria preocupações na região.
O que não se sabia era da atuação do ex-chanceler em favor do Sudão...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia de Lula irritou sul-americanos
Jamil Chade, correspondente
O Estado de S.Paulo, 8 de fevereiro de 2011

EUA escutaram de Colômbia, Paraguai e Chile pedidos para ‘conter’ o Brasil, revela WikiLeaks

GENEBRA - Telegramas secretos da diplomacia americana revelam que, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, países sul-americanos se incomodaram com a liderança brasileira e chegaram a pedir a Washington que "contivesse" as ambições do Brasil na região. Os despachos foram divulgados pelo grupo WikiLeaks. Entre os que solicitaram à diplomacia americana que atuasse contra o aumento da influência do Brasil estão Colômbia, Chile e Paraguai.

Em 11 de fevereiro de 2004, numa conversa entre o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e uma delegação do alto escalão da diplomacia dos EUA, o incômodo com as ambições de Lula ficou claro. "Uribe disse que sua relação com Lula é complicada", relata o telegrama. O ex-líder de Bogotá e forte aliado de Washington alertou na ocasião para a agenda externa de seu colega brasileiro: "Lula se esforça para construir uma aliança antiamericana na América Latina", teria dito Uribe.

"Lula é mais pragmático e mais inteligente do que (Hugo) Chávez, mas é conduzido por seu histórico de esquerda e pelo ‘espírito imperial’ do Brasil para se opor aos EUA", acusou o ex-presidente colombiano. Em outro trecho, Uribe ainda acusa o presidente brasileiro de não ter cumprido sua promessa de lutar contra o narcotráfico.

Quatro anos mais tarde, as desconfianças em relação a Lula continuariam na Colômbia. Em um telegrama de 2008, o governo americano afirma que foi informado por militares de Bogotá sobre o projeto de criação de um Conselho de Defesa da América do Sul pelo Brasil. "A desconfiança é que seja um projeto, no fundo, de Chávez", teriam alertado os militares.

Em telegrama de 19 de maio de 2005, a então chanceler do Paraguai, Leila Rachid, queixou-se ao embaixador americano em Assunção, Dan Johnson, sobre o comportamento de seu colega brasileiro, Celso Amorim, e sua ideia de convocar uma cúpula entre países árabes e sul-americanos. Johnson, por sua vez, disse que o evento promoveria "gratuitamente tensões entre a comunidade árabe e judaica no Brasil". Ele pediu ainda que, na declaração final, elogios ao Sudão fossem evitados.

"Rachid afirmou que o Brasil teve uma ‘grande disputa’ com vários chanceleres (da América do Sul), incluindo a ministra colombiana (Carolina) Barco e o chileno (Ignacio) Walker, quando Amorim pediu que eles reduzissem as objeções que tinham sobre o Sudão e o processo de paz no Oriente Médio", descreve o embaixador americano.

Rachid diz que gostaria de falar com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, sobre "preocupações em relação à política externa e comercial do Brasil". "Ela (Rachid) estava preocupada com as ambições do Brasil de se tornar uma voz de liderança na região e pediu que os EUA se posicionassem para conter o Brasil."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

As FARC e o conflito Venezuela-Colombia: proposta de internacionalizacao

Adivinhem quem mais, depois da Venezuela, vai apoiar a proposta de internacionalização do conflito interno da Colômbia, ou seja, a luta de seu governo legal contra um grupo de narcoterroristas, também conhecido como FARC?
Não prometo um doce a quem acertar, pois esta é muito fácil...
Paulo Roberto de Almeida

Uribe rejeita internacionalização de acordo de paz com guerrilhas
BBC Brasil, 28/07/2010

Caracas – O presidente da Colômbia Álvaro Uribe rejeitou nesta terça-feira a possibilidade de internacionalizar um processo de paz com as guerrilhas colombianas, ao afirmar que a medida daria “oxigênio” aos grupos armados.

“Sabemos que a cobra do terrorismo quando sente que está encurralada e que está com uma corda no pescoço pede processos de paz, para que afrouxemos a forca e para que ela possa tomar oxigênio e voltar a envenenar”, disse afirmou Uribe, durante ato de despedida no ministério de Defesa, em Bogotá.

As declarações de Uribe ocorrem em meio ao giro que o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, faz a sete países da região para concertar um “plano de paz” que deve ser apresentado na quinta-feira, na reunião de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em Quito, como proposta para solucionar a crise binacional.

Uribe disse que não se deixará “enganar” e que os colombianos sabem “como conduzir processos de paz”, em referência ao controvertido processo de desmobilização de grupos paramilitares.

“Agora querem internacionalizar a solicitação para que levantemos a forca e nessa armadilha, não vamos cair”, afirmou Uribe, que desde que chegou ao poder, em 2002, endureceu a política de combate às guerrilhas.

Venezuela
Logo depois, o chanceler colombiano Jaime Bermudez disse que a proposta venezuelano representa “intromissão” nos assuntos internos de seu país.

“Não há nada mais sensível que uma política de segurança e paz”, afirmou Bermudez.

A saída militar e não negociada do conflito é uma das principais críticas dos opositores do uribismo, por considerar que a medida incrementa a violência no interior do país e afasta a possibilidade real de um acordo de paz, que daria fim à guerra que já dura mais de 60 anos.

Uribe, que deixará o governo em 10 dias, disse que seu governo pede o cumprimento das normas internacionais para combater os grupos armados.

Sem fazer referência direta à Venezuela, Uribe disse que “alguns setores” falam de paz, quando o problema é a segurança regional para que não exista “nenhum bandido”.