Sobre o avião derrubado em Belgorod com "prisioneiros de guerra" à bordo.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
A Rússia é uma violadora serial da lei internacional, e distorce e mente deliberadamente sobre fatos e procedimentos - Anton Gerashchenko
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
A Rússia é um ESTADO TERRORISTA: Lula fica tranquilo em suas relações pessoais com Putin?
O Itamaraty JAMAIS soltou uma nota lamentando a perda de vidas humanas em decorrência dos ataques terroristas da Rússia.
POR QUE ISTO?
Provavelmente não terei respostas, nem do Itamaraty, nem da Presidência.
Não sei como classificar essa abjeção moral.
Paulo Roberto de Almeida
From Foreign Policy, Dec 29, 2023:
At least 30 people were killed and more than 160 people injured in Ukraine on Friday in what Kyiv called the biggest missile bombardment since Russia began its all-out invasion of the country in February 2022. Russia struck the cities of Kyiv, Odessa, Dnipro, Kharkiv, and Lviv using “nearly every type of weapon in its arsenal” and hit homes and a maternity hospital, Ukrainian President Volodymyr Zelensky told the BBC.
Ukraine’s air defenses were overwhelmed by the attacks, and an Air Force spokesperson said Kyiv had never seen so many types of missiles used at once. The United Nations humanitarian envoy for Ukraine, Denise Brown, said the attacks constituted “another unacceptable example of the horrifying reality” that Ukrainians face. U.S. President Joe Biden also condemned the attacks, saying that Russian President Vladimir Putin “must be stopped.”
“The enemy is attacking our border territories, including in the west,” Yuriy Ihnat, spokesperson for Ukraine’s Air Force, said on national television. “This is another signal for our partners to strengthen the Ukrainian air defense.” Additional U.S. lethal and economic aid to Ukraine is still tied up in Congress. Republicans are demanding a deal on tougher U.S.-Mexico border security, including putting tougher asylum claims in place and boosting border enforcement, in exchange for aid to Ukraine.
Russia admitted earlier this week that Ukraine damaged one of this Black Sea warships. After Friday’s bombardment, a Russian Defense Ministry spokesperson simply said Moscow had hit “all the designated military targets.” But it wasn’t only Ukrainian air space that was involved: Poland has said that it believes a Russian missile entered Polish airspace for nearly three minutes before entering Ukraine. Polish President Andrzej Duda called an emergency security meeting; he later said there was “no threat at the moment.”
U.S. National Security Advisor Jake Sullivan spoke with his Polish counterpart, Jacek Siewiera, on Friday to articulate “United States’ solidarity with Poland, our close NATO ally, as it deals with reports of a missile temporarily entering Polish airspace,” according to the White House. Sullivan also promised Poland technical assistance.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
OPEP+: manobras sombrias com participação do Brasil de Lula? - Anton Geraschenko
Esta é a realidade do foro ao qual Lula acaba de associar o Brasil:
“ Judging by the statements of Saudi officials prior to Vladimir Putin's visit to the Arabian Peninsula, Arab oil-producing countries are dissatisfied and even annoyed with Russia's attitude as a member of the OPEC+ alliance - the Moscow Times.
Preparing to meet the Russian leader, the OPEC secretariat held a meeting on December 4 where representatives of the Russian Ministry of Energy, employees of five international organizations that analyze the state of the oil market, as well as five agencies that monitor tanker traffic were present.
The observers' main complaint was the lack of transparency of information on the Russian side, especially regarding data on oil exports.
"We wanted to convince our friends in Russia to share data on crude oil and oil product exports," the Saudi minister told the attendees.
According to Prince Abdulaziz, the Russian representatives agreed to provide answers to many of the questions raised and to participate in other such meetings regularly on the fifth of each month.
Oil and gas analysts from the Persian Gulf are reportedly extremely mistrustful of the promises of Russian officials, who have not previously been seen as particularly keen on providing reliable information to their partners. They recall in conversations that the Saudi minister has repeatedly complained about the lack of data transparency from Russia.
Russia's OPEC+ partners have no idea how much oil Russia actually produces, even though manipulating the number of barrels is the cartel's main tool in its efforts to stabilize the oil market. Instead, assurances are coming from Moscow that for the sake of solidarity with its alliance partners, Russia is indeed reducing.... not production, but exports.
In 1998, for example, Russia vowed to OPEC to cut its production by 7% but left it at the same level. The following year, a new promise was made, this time to cut by 100 thousand barrels per day, however, at the end of the year the average daily production of Russian oil did not fall, but increased from 6.17 to 6.18 million barrels. In early 2002, Moscow announced that it was cutting production by 150 thousand barrels per day under an agreement with OPEC - and by the third quarter, it had already become clear that Russian oil producers were ahead of all their plans to increase production.
In the fall of 2016, Russia, which by that time had reached its peak production of 11.23 million barrels per day, promised the cartel to cut this volume by 300 thousand barrels, but there was no change in volumes in 2016 and 2017.
All the promises turned out to be just promises.
Russia formally acts as the Saudis' main ally in OPEC+ and declares voluntary measures to reduce oil supplies to the world market, but as Prince Abdulaziz's remarks show, there is still a long way to go before a true sincere, and honest partnership.
Putin's "Arabian tour" is meant to show the world and the Russian population that somewhere on the globe there are still countries that are willing to receive him as a guest and not as a war criminal.
Mikhail Krutikhin, Russian economic analyst, and oil and gas market specialist, in the Moscow Times.”
From Anton Geraschenko
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
Quatro líderes e um mundo virado ao revés Israel , EUA, Rússia e China - Thomas L. Friedman (NYT, Estadão)
Quatro líderes e um mundo virado ao revés
Israel , EUA, Rússia e ChinaThomas L. Friedman
The New York Times É colunista e ganhador de três prêmios Pulitzer
Desde o dia em que aprendí que, em 1947, Walter Lippmann popularizou o termo Guerra Fria para definir o conflito que emergia entre EUA e União Soviética, achei que seria legal poder batizar um período histórico. Agora que o pós-Guerra Fria acabou, o pós-pós-Guerra em que entramos tem de ganhar um nome. Então, aqui vai: é a era do "Isso não estava nos planos".
Eu sei, não é uma expressão fácil de articular - e não espero que cole. Mas ela é certeira. Eu tropecei nela na minha viagem recente à Ucrânia. Estava conversando com uma mãe ucraniana que me contava que sua vida social tinha se reduzido a jantares ocasionais com amigos, festas de aniversário "e funerais".
Depois de digitar a citação na minha coluna, acrescentei meu próprio comentário: "Isso não estava nos planos". Antes do ano passado, jovens ucranianos vinham desfrutando de acesso facilitado à União Européia, entrando em startups de tecnologia, pensando sobre fazer faculdade e decidindo se passavam férias na Itália ou na Espanha. Então, como um meteoro, a invasão russa virou as vidas deles de ponta cabeça da noite para o dia.
Aquela ucraniana não está só. Muitos planos de muita gente - e de muitos países - saíram completamente dos trilhos. Entramos na era do pós-pós-Guerra Fria, que tem pouco a prometer em comparação à prosperidade, à previsibilidade e às novas possibilidades do período pós-Guerra Fria, que abrangeu os 30 anos desde a queda do Muro de Berlim.
Há muitas razões para isso, mas nenhuma é mais importante do que o trabalho de quatro líderes cruciais com uma coisa em comum: acreditam que sua liderança é indispensável e estão dispostos a adotar medidas extremas para se manter no poder o máximo que puderem.
PODER. Estou falando de Vladimir Putin, Xi Jinping, Donald Trump e Binyamin Netanyahu. Esses quatro - cada um à sua maneira - criaram perturbações dentro e fora de seus países com base em seu interesse particular, em vez dos interesses de seus povos, e dificultaram a capacidade de suas nações funcionarem normalmente no presente e se planejarem sabiamente para o futuro.
Veja Putin. Ele começou a carreira como um tipo de reformador que estabilizou a Rússia pós-Yeltsin e coordenou um boom econômico graças aos preços do petróleo em elevação. Mas a renda com o petróleo começou a cair e, conforme descreve o acadêmico russo Leon Aron em seu próximo livro, Ridingthe Tiger: Vladimir Putirís Rússia and the Uses ofWar, Putin deu uma grande virada no começo de seu terceiro mandato como presidente, em 2012, após os maiores protestos contra seu governo irromperem em 100 cidades russas e sua economia empacar.
A solução de Putin? "Mudar a fundação da legitimidade de seu regime do progresso econômico para o patriotismo militarizado", disse Aron, colocando a culpa de todas as dificuldades no Ocidente e na expansão da Otan. No processo, o presidente russo transformou seu país em um forte sitiado, que, em sua mentalidade e propaganda, somente Putin é capaz de defender. Ele ter invadido a Ucrânia para restaurar a mítica Mãe-Pátria russa foi inevitável.
Os acontecimentos na China também têm se desdobrado de maneira bastante inesperada. Depois de se abrir e afrouxar controles internos constantemente desde 1978, tornando-se mais previsível, estável e próspera que em qualquer outro momento da história moderna, a China experimentou uma virada de quase 180 graus sob o presidente Xi: ele suprimiu o limite de mandatos - respeitado por seus antecessores para evitar a ascensão de um novo Mao Tsé-tung - e fez-se presidente indefinidamente.
Xi, aparentemente, acreditou que o Partido Comunista estava perdendo o controle e, portanto, reafirmou seu poder em todos os níveis sociais e empresariais ao mesmo tempo, o que eliminou qualquer rival.
Isso tomou a China um país mais fechado do que em qualquer momento desde os dias de Mao e desencadeou comentários de que o mundo pode já ter visto o auge da China em relação a potencial econômico, o que equivalería a um terremoto na economia global.
Certamente não estava nos meus planos acabar escrevendo, depois de quase uma vida inteira acompanhando conflitos de Israel com inimigos externos, que a maior ameaça à democracia judaica hoje é um inimigo interno - um golpe no Judiciário liderado por Netanyahu que está fragmentando a sociedade e as Forças Armadas de Israel.
O ex-diretor-geral do ministério israelense da Defesa Dan Harel afirmou, em um comício pró-democracia em Tel-Aviv, na semana passada: "Eu nunca vi nossa segurança nacional num estado tão ruim" e houve "dano às unidades da reserva de formações essenciais das Forças Armadas, o que reduziu prontidão e capacidade operacional".
E este problema não é pequeno para os EUA. Ao longo dos últimos 50 anos, o Estado de Israel tem sido tanto um aliado crucial quanto, de fato, uma base avançada na região em que Washington projetou poder sem usar tropas americanas.
Israel destruiu tentativas incipientes de Iraque e Síria se tornarem potências nucleares e é o maior contrapeso atualmente à expansão do poder do Irã sobre toda a região. Mas, se tivermos mais três anos desse governo extremista de Netanyahu, com sua pretensão de anexar a Cisjordânia e governar os palestinos que habitam o território com um sistema à la apartheid, o Estado judaico poderá se tornar uma grande fonte de instabilidade, não de estabilidade.
E por quê? Em um recente perfil de Bibi no Times, Ruth Margalit citou Ze'ev Elkin, um ex-ministro do gabinete de Netanyahu, do Likud, descrevendo o primeiro-ministro da seguinte forma: "Ele começou com uma visão de mundo que dizia: 'Eu sou o melhor líder para Israel neste momento', que gradualmente se transformou numa visão de mundo que diz: 'A pior coisa que pode acontecer para Israel é eu parar de liderar o país, e portanto minha sobrevivência justifica qualquer coisa'."
PILAR. Nem é preciso dizer, depois de testemunhar o esforço de Trump para reverter a eleição de 2020 inspirando uma turba a invadir o Capitólio e ver esse mesmo homem se tomar o principal pré-candidato republicano à presidência em 2024, que a nossa próxima eleição será uma das mais importantes de todos os tempos - para que não seja a última. Isso não estava nos planos.
O denominador comum que une esses quatro líderes é que todos eles quebraram as regras do jogo em seus países por uma razão bastante familiar: permanecer no poder. Putin também iniciou uma guerra no exterior com o mesmo objetivo. E seus sistemas locais - a elite russa, o Partido Comunista Chinês, o eleitorado israelense e o Partido Republicano - não foram capazes de refreá-los.
Mas também existem diferenças importantes entre eles. Netanyahu e Trump enfrentam resistência em suas democracias, onde os eleitores ainda podem expulsar ou impedir ambos - e nenhum deles começou uma guerra.
Xi é um autocrata, mas tem uma agenda para melhorar a vida de seu povo e planeja dominar grandes indústrias do século 21, da biotecnologia à inteligência artificial. Mas seu governo, cada vez mais linha-dura, poderá ser exatamente o que impedirá a China de chegar lá, principalmente porque esse punho de ferro ocasiona fuga de cérebros.
Putin não passa de um chefão mafioso disfarçado de presidente. Ele será lembrado por transformar a Rússia da potência científica, que colocou o primeiro satélite em órbita, em 1957, em um país incapaz de fabricar um carro, um relógio ou uma torradeira que qualquer pessoa fora do país compraria. Putin teve de recorrer à Coréia do Norte para mendigar ajuda para seu Exército arrasado na Ucrânia.
Trump, em última instância, é o mais perigoso - e por uma simples razão: quando o mundo fica tão caótico assim e países tão importantes contrariam os planos, o restante depende dos EUA para assumir a liderança, conter os problemas e opor-se aos causadores de problemas. Mas Trump prefere ignorar problemas e louvar os criadores de problemas. É isso que torna a perspectiva de outra presidência sua tão assustadora, insensata e inconcebível.
Porque os EUA ainda são o pilar do mundo. Nem sempre fazem isso sabiamente, mas se parar completamente de fazê-lo, cuidado. Dado o que já está acontecendo nesses três outros importantes países, se os EUA vacilarem, nascerá um mundo no qual ninguém será capaz de fazer nenhum plano. Haverá um nome fácil para esse período: "Era da Desordem".
TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
Se os EUA vacilarem, nascerá um mundo incapaz de fazer planos. Será a 'Era da desordem'
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
O problema da Rússia é de natureza civilizatória - M. Podoliak, @HairFuror1901
Não existe apenas um confronto geopolítico entre a Rússia e o Ocidente (o que resultou de Bretton Woods, Gatt, Otan, OCD, G7, UE), e sim uma confrontação de matureza civilizatória, como resumido nesta postagem de um intelectual russo.
From @Podolyak_M:
“It is a big mistake to try to look at this war as a problem of Ukraine and Eastern Europe. Putin's Russia today has become, without a doubt, the problem of humanity - and this problem did not arise yesterday. Throughout its history, Russia has been missing out on the events that shaped the modern world order, and therefore has fallen hopelessly behind the East and West. Russia did not take part in the Thirty Years' War, "slept through" the formation of the Peace of Westphalia, and therefore does not know the concept of "sovereignty." Russia did not end as an empire as a result of World War I. Russia has not undergone repentance and transformation after the collapse of the USSR for the crimes of the Reds - yesterday's communists and imperial nationalists have put on the masks of democrats. Putin's Russia cannot find its place in the modern world, and therefore invests in undermining the world order. Instead of ideas and meanings, it has the complexes of its elites. On this path, Russia in Putin's form is doomed to failure - and we are already seeing it, although the size and scope of the country stretches the process over time and hides the pathogenesis from external observers. The task of responsible countries in all parts of the world is to let Russia crash against the rock of Ukraine and let the world move on. This includes letting the future of Russia move on without Putin. This is not a matter of politics. This is a matter of universal civilization.”
Comentário de um leitor:
“The Russia Federation was offered the opportunity to join the EU when the Soviet Union fell apart. In 2008 Putin irreversibly changed that possibility for Russians when he decided he wanted to be President-for-Life and Russians said: "OK, you think for us!"”
@HairFuror1901
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
Pensando com a minha falta de botões: a Rússia ainda pertence à família da ONU? - Paulo Roberto de Almeida
Pensando com a minha falta de botões: a Rússia ainda pertence à família da ONU?
Paulo Roberto de Almeida
Uma sugestão para Lula incluir no discurso da AGNU: que a Assembleia Geral adote medidas para expulsar a Rússia do CSNU por violar as suas resoluções, ao comerciar com a RPDC, um país submetido a sanções pelo próprio CSNU.
Aliás, quem estava no CS era a URSS, não a Rússia. Não é?
Quando foi da substituição da República da China (Taiwan) pela República Popular da China, em 1972, o caso teve de ser submetido à AGNU, e a RC foi completamente ignorada no CSNU.
Se der, a Rússia deveria até ser expulsa da ONU, por violar sistematicamente a sua Carta e muitas outras convenções humanitárias e protocolos sobre as leis de guerra. Putin é um criminoso de guerra e suas forças armadas vêm cometendo continuados crimes de guerra.
Nada mais lógico, portanto.
Anotado, Mister Lula?
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata e acadêmico.
Brasília, 15/09/2023
terça-feira, 5 de setembro de 2023
Putin busca desesperadamente mercenarios para morrer na Ucrânia
Cuba descobre rede da Rússia para aliciar seus mercenários
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Declínio para a Rússia é problema para o mundo - Oliver Stuenkel (O Estado de S. Paulo)
Declínio para a Rússia é problema para o mundo
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
A Rússia a caminho de virar uma Argentina? Ainda não, mas perto - Foreign Policy
Currency Crisis
Foreign Policy, August 14, 2023
Russia’s Central Bank announced on Monday that it will convene an emergency meeting on Tuesday after the ruble fell to a 16-month low against the U.S. dollar—indicating that Western sanctions and international isolation over Russia’s war in Ukraine are taking a bite out of the country’s economy. According to new central bank data, the ruble is trading at a rate just above 101 to the U.S. dollar—a value loss of around 30 percent since the year began.
This marks the Kremlin’s weakest currency level since Russia invaded Ukraine more than 18 months ago. Now, only a handful of fiscally stricken nations—such as Turkey, Nigeria, and Argentina—are having a worse monetary year. “The whole world is laughing at us now,” said Vladimir Solovyov, a Russian TV presenter considered Moscow’s top media propagandist.
Russian President Vladimir Putin’s economic advisor, Maxim Oreshkin, wrote a column for a state media outlet blaming “loose monetary policy” for the weak currency and worsening inflation. The nation’s central bank furthered his argument, citing Russia’s shrinking trade balance; the country’s account surplus fell 85 percent year on year in the last seven months, shrinking to just $25.2 billion.
Much of that is due to Western sanctions, which have restricted trade revenue, increased costs of imports, and made migrant labor less attractive in Russia during a time when Moscow is battling its worst labor shortage in decades. Still, Russia’s GDP exceeded expectations by growing 4.9 percent in its second quarter, mostly due to consistent oil revenue deals and intense government spending on war production efforts.
To stop inflation from rising further, Russia’s Central Bank raisedinterest rates last month. And on Thursday, it halted foreign-currency purchases for the rest of the year. But economists maintain that inflation will reach as high as 6.5 percent by the end of 2023.
If the Kremlin does not shore up its currency soon and decrease inflation fears, the nation’s economic crisis could spill into the streets. “It is important for the Central Bank of Russia to understand that until now, unfortunately, the dollar exchange rate is not only an economic indicator, the exchange rate has a significant impact on the social rights of our citizens,” wrote Russian Sen. Andrey Klishas on Telegram.
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio: Putin se enquadra nos atos descritos? Certamente...
Vejamos se, por acaso, os invasores russos, a mando de Putin, estão perpetrando qualquer um desses exemplos de genocídio: alguns, todos, pelo menos um? Então Putin é um genocida e como tal deve ser acusado.
sábado, 5 de agosto de 2023
Índia e Rússia suspendem negociações sobre pagamentos em rúpias (CNN)
Alguém aí espera comércio em moedas locais no BRICS nos próximos anos?
"Índia e Rússia suspendem negociações sobre pagamentos em rúpias
CNN, July 5, 2023
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/india-e-russia-suspendem-negociacoes-sobre-pagamentos-em-rupias/?fbclid=IwAR15xS_XxYp8Xh7wjCMX_LzHTfnwlCZlmeYyZQD-cjfOvx7_k6-oXRct_bY
Os dois lados iniciaram conversas sobre facilitar comércio em moedas locais, mas não houve avanço e nada foi fechado entre os países.
A Índia e a Rússia suspenderam os esforços para resolver o comércio bilateral em rúpias, depois que meses de negociações não conseguiram convencer Moscou a manter as rúpias em seus cofres, disseram dois funcionários do governo indiano e uma fonte com conhecimento direto do assunto.
Isso seria um grande revés para os importadores indianos de petróleo e carvão baratos da Rússia, que aguardavam um mecanismo permanente de pagamento em rúpias para ajudar a reduzir os custos de conversão de moeda.
Com um grande déficit comercial em favor da Rússia, Moscou acredita que terminará com um superávit anual de rúpias de mais de US$ 40 bilhões se tal mecanismo for trabalhado e sente que o acúmulo de rúpias é “indesejável”, disse um funcionário do governo indiano, que não quer ser identificado.
O Ministério das Finanças da Índia, o Banco Central da Reserva da Índia e as autoridades russas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A rupia não é totalmente conversível. A participação da Índia nas exportações globais de bens também é de apenas cerca de 2% e esses fatores reduzem a necessidade de outros países manterem rúpias.
A Índia começou a explorar um mecanismo de liquidação em rúpias com a Rússia logo após a invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado, mas não houve nenhum acordo relatado em rúpias.
A maior parte do comércio é em dólares, mas uma quantidade crescente está sendo realizada em outras moedas, como o dirham dos Emirados Árabes Unidos.
Os dois lados falaram sobre facilitar o comércio em moedas locais, mas as diretrizes não foram formalizadas.
A Rússia não se sente confortável em manter rúpias e quer ser paga em yuan chinês ou outras moedas, disse um segundo funcionário do governo indiano envolvido nas discussões.
“Não queremos mais forçar a liquidação de rúpias, esse mecanismo simplesmente não está funcionando. A Índia tentou tudo o que pôde para tentar fazer isso funcionar, mas não ajudou”, disse uma terceira fonte que está diretamente ciente dos desenvolvimentos. disse.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro do ano passado, as importações da Índia da Rússia subiram para US$ 51,3 bilhões até 5 de abril, de US$ 10,6 bilhões no mesmo período do ano anterior, segundo outro funcionário do governo indiano.
O petróleo constituiu grande parte das importações da Índia, aumentando doze vezes no período. As exportações da Índia no mesmo período caíram ligeiramente para US$ 3,43 bilhões, de US$ 3,61 bilhões no ano anterior, disse o funcionário.
Outro funcionário disse que os dois países começaram a procurar alternativas depois que o mecanismo de liquidação em rúpias não funcionou, mas não deu detalhes.
As fontes disseram que o comércio com a Rússia continua, apesar das sanções e problemas de pagamento.
No momento, estamos fazendo alguns pagamentos em dirham e algumas outras moedas, mas a maioria ainda é em dólares. A liquidação está acontecendo de maneiras diferentes, países terceiros também estão sendo usados”, disse um dos funcionários do governo.
Os comerciantes indianos também estão liquidando alguns dos pagamentos comerciais fora da Rússia, disseram as autoridades.
“Terceiros estão sendo usados para liquidar o comércio com a Rússia. Não há proibição de transações com outros países via Swift. Portanto, os pagamentos estão sendo feitos a um terceiro país que o encaminha ou compensa para seu comércio com a Rússia”, disse outro funcionário.
Sobre se o dinheiro também estava sendo encaminhado via China, o funcionário disse: “Sim, incluindo a China”
A Ucrânia em guerra como marco relevante no horizonte do Brasil atual - Paulo Roberto de Almeida
A Ucrânia em guerra como marco relevante no horizonte do Brasil atual
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre as causas e caminhos da política externa brasileira no contexto da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.
Poucas pessoas bem-informadas sobre o estado do mundo atual recusarão a constatação de que a guerra de agressão deslanchada por Putin contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, e continuada desde então, constitui a ameaça mais relevante para a segurança e a paz na Europa e no mundo desde que Hitler empreendeu a conquista da Polônia em setembro de 1939, dando início ao mais devastador conflito global da contemporaneidade.
Eu escrevi Putin, e não Rússia, e Hitler, em lugar de Alemanha nazista, pois que ambos os ataques criminosos e ilegais, entre muitos outros atos criminosos que precederam tais ataques devastadores, são devidos exclusivamente à vontade pessoal de duas personalidades autoritárias, a rigor animadas por instintos tirânicos, e não aos desejos do povo alemão, em 1939, ou aos do povo russo em 2022.
Poucas pessoas bem-informadas sobre o estado do Brasil atual recusarão o fato de que agora estamos bem melhores, em termos de civilidade, de política “normal”, de comportamentos minimamente previsíveis dos agentes públicos, do que estávamos nos quatro anos anteriores. Por outro lado, não há como deixar de reconhecer que a guerra de agressão da Rússia à Ucrânia afetou não só interesses econômicos e materiais do Brasil como um todo — inflação, comércio exterior, tensões internacionais —, mas também a própria política externa e a diplomacia brasileiras, a partir de 2023.
Pretendo abordar essas duas questões — o estado incerto, na Europa e do mundo, na atual conjuntura, e os desafios daí decorrentes para o Brasil como um todo, em especial para as suas relações exteriores — numa abordagem de natureza conceitual, tanto quanto de ordem prática, dadas as múltiplas facetas do mundo pós-invasão da Ucrânia e do Brasil pós-terremoto bolsonarista. Não há como recusar o fato evidente e notório de que o mundo e o Brasil se ressentem de diversos elementos disruptivos desde a guerra putinesca de agressão à Ucrânia e desde as ameaças bolsonaristas às frageis bases do sistema democrático brasileiro durante os quatro anos do inédito desafio ao jogo mais ou menos tradicional da política doméstica.
Na raiz de ambas as questões — o estado do mundo e o do Brasil — existem tanto processos objetivos — as relações econômicas e políticas entre os respectivos atores — quanto elementos subjetivos, derivados das personalidades de Putin e de Lula, no tratamento dos problemas colocados em suas respectivas agendas pessoais e nacionais.
A complexidade dessas interações requer uma abordagem metódica e linear de cada um dos problemas, pois que o estado atual do mundo e do Brasil também é decorrente de decisões e escolhas feitas no passado, por cada um dos personagens.
(…)
(A continuar)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4450, 5 agosto 2023, 2 p.