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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 10 de março de 2025

Interpretando uma foto altamente simbólica

Putin deve estar dizendo para si próprio:

"Nunca pensei que fosse tão fácil enganar esse idiota, e com isso consigo desativar a política externa do meu outrora inimigo."

De fato não parece muito difíl, quando se é um tirano com grandes projetos em face de um aprendiz de ditador...


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Na origem da atual ordem mundial: a desordem brutal criada por dois ditadores - Paulo Roberto de Almeida

Na origem da atual ordem mundial: a desordem brutal criada por dois ditadores

Paulo Roberto de Almeida

Lula se prepara para participar com Putin, no início de maio de 2025, das celebrações pelo final da II Guerra Mundial, 80 anos atrás, em grande medida vencida graças aos esforços do povo russo (não existe povo soviético) contra as tropas nazistas que invadiram o seu país em 1941.

De fato, a derrota das forças nazifascistas que deslancharam a guerra europeia e mundial em 1939, dominando grande parte da Europa nos dois primeiros anos, depois estendendo o conflito a outros territórios (URSS e EUA) a partir de 1941, foi o que determinou a articulação militar que acabou gerando, entre 1944 e 1945, a ordem mundial da ONU, que hoje está sendo abalada e fragmentada por repetidas demandas por uma “nova ordem global multipolar”.

Putin pretende fazer da comemoração dos 80 anos do final da guerra no coração da Europa uma espécie de triunfo continuado da Rússia em prol da construção de um mundo de paz baseada na força militar, e Lula faz questão de prestigiar o evento, com sua presença pessoal.

Ambos o fazem na ignorância deliberada de dois eventos que mistificam a data, ao esconder o essencial, tanto na história quanto na atualidade.

Esta última é marcada não pela paz, mas pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, que Lula prefere ignorar por completo, e que é o sinal mais evidente da fragmentação da ordem mundial criada 80 anos atrás, ao cabo da maior guerra global da humanidade (até o presente).

Mais importante ainda: Putin quer fazer esquecer — e Lula deve ignorar totalmente— que a IIGM terminada em 1945 só pôde ser iniciada pelo fato das duas grandes tiranias existentes em 1939, a União Soviética de Stalin e a Alemanha nazista de Hitler, terem concluido um pacto de não agressão oportunista, contendo como cláusula secreta a invasão e divisão da Polônia, o que permitiu o início da guerra uma semana depois.

Comemorar o fim de uma guerra esquecendo o que permitiu que ela começasse é um gesto sórdido de esquecimento deliberado da História, que Lula pretende praticar, ao lado de seu amigo Putin, companheiro no Brics e parceiro na tentativa de desmantelamento da atual “ordem ocidental”, o tirano de Moscou que já foi chamado, justamente, de “Hitler do século XXI”. 

Putin prefere negligenciar o papel dos dois ditadores responsáveis pelo início da mais horrenda catástrofe do século XX. 

Que Lula se junte a uma mistificação histórica, em nome do Brasil e do povo brasileiro, ademais em meio a uma nova guerra de agressão de certo modo similar à tragédia de 1939, 86 anos atrás, representa uma desonra para o povo brasileiro, que também sofreu as consequências da mais terrível guerra que abalou a humanidade e que destruiu a “ordem mundial” precedente.

Que Lula também pretenda, no mesmo contexto, ajudar a construir uma “nova ordem global”, proposta por um violador da Carta da ONU e das regras mais elementares do Direito internacional, buscado pelo TPI por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, revela apenas sua imensa ignorância sobre os pilares fundamentais da ordem mundial atual que ele pretende substituir por algo tão vago quanto essa “nova ordem multipolar” proposta por dois líderes autocráticos.

O Brasil e o povo brasileiro não merecem essa consagração do atual destruidor da ordem mundial existente, pelos mesmos meios, a força bruta e a violação de direitos fundamentais vigentes na época (a Liga das Nações e o Pacto Briand-Kellog), pela adesão ingênua do atual dirigente brasileiro, desprovido de um adequado conhecimento histórico, mas animado de uma dispensável oposição à presente ordem mundial multilateral da qual o Brasil e sua diplomacia se consideram legítimos construtores, 80 anos atrás.

Não cabe esquecer o que motivou essa construção, seis anos antes da data agora mistificada para esconder os gestos sórdidos que estiveram em sua origem.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 29/01/2025

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Constatação simplória 2 - Paulo Roberto de Almeida

Constatação simplória 2

Paulo Roberto de Almeida

Constato, não sem certa tristeza, que não somos o único grande país no qual as elites dirigentes e dominantes se congratulam entre si, falam apenas para si próprias, embevecidas em seu mundo-fantasia, no qual nada deve mudar no futuro previsível.

De certa forma, além do Brasil, a Rússia de Putin e os EUA de Trump, parecem partilhar da mesma tendência à introversão num cenário construído para a autossatisfação.

Sorry pela nota deceptiva.

Paulo Roberto de Almeida 

SP, 3/01/2025


terça-feira, 24 de dezembro de 2024

As duas novas pragas da modernidade - Paulo Roberto de Almeida

As duas novas pragas da modernidade 

Paulo Roberto de Almeida

Putin, o Hitler do século XXI, é um destruidor da paz e da segurança na Europa, e tenta também mudar o mundo, mas não tem poder para isso. A China observa, tentando ver qual benefício consegue tirar para si das tresloucadas aventuras do tirano de Moscou.

Trump, o idiota que chegou ao poder, é uma ameaça ao mundo inteiro, pois é um desmantelador potencial das instituições multilaterais, ou seja, está destruindo, a marteladas, a ordem que Woodrow Wilson tentou criar em 1919 (e que o Congresso americano vetou), assim como a ordem que Franklin Roosevelt e Churchill criaram (a despeito de Stalin) em 1945, e que funcionou de forma precária por 80 anos.

Putin e Trump são as duas maiores ameaças à estabilidade mundial no momento presente. Cada um deles tem o seu cortejo de beócios, que os seguem bovinamente em suas respectivas obras de destruição material e institucional.

Existe certa convergência de intenções entre os dois patéticos personagens, ainda que contextos e circunstâncias de cada um deles sejam bastante diferentes, umas das outras.

O que os une, essencialmente, é uma falta total de empatia para com o mundo tal qual ele existe, uma raiva pessoal que se expressa em suas atitudes respectivas, fruto de um egocentrismo doentio e malévolo, no limite de uma psicopatia perversa. 

O caso deles é psiquiátrico, e se a ONU tivesse condições, guiada por estadistas democráticos, o destino de cada um deles seria o de serem levados numa ambulância, com camisa de força, diretamente a um asilo psiquiátrico, para sempre.

Neste Natal de 2024, não quero ser uma ave de mau agouro, mas prevejo os piores desastres humanitários, caso esses dois loucos continuem tendo poder.

Não creio que os europeus ocidentais, os membros da UE ou da Otan, tenham poder, capacidade ou vontade de deter esses dois personagens saídos diretamente de algum revival de Cassandra. 

O resto do mundo não conta muito no roteiro da tragédia, muito menos o tal de Sul Global, que de fato não existe. Não temos sequer alguma pitonisa délfica para desvendar o que poderiam nos antecipar os vapores do futuro. 

Recorrendo à filosofia popular, estamos no mato sem cachorro. 

Desculpem-me ser cético negativo quanto ao cenário imediato neste Dia de Natal, mas  creio que, mesmo neste 25/12/2024, teremos péssimas notícias vindas de uma ou outra das duas pragas, ou de ambas.

Fiquem bem, mas cruzem os dedos para 2025. Bom Ano a todos!

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24 de dezembro de 2024


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A Georgia firmemente nos braços de Putin - Bloomberg’s Balance of Power

 Não creio que a oposição pró-Europa consiga reverter mais uma eleição fraudada em favor da Rússia na Georfia, que já sofreu intervenção armada direta em 2008.


Welcome to Balance of Power, bringing you the latest in global politics. If you haven’t yet, sign up here.

In November 2003, protests over disputed parliamentary elections in Georgia spiraled into the pro-Western Rose Revolution. Today may show whether the pendulum is swinging back.

After denouncing weekend elections won by the ruling party as rigged, Georgian President Salome Zourabichvili, whose powers are largely ceremonial, has called for protests to safeguard the country’s “European future.” She termed the election a “Russian special operation” to restore control over the country.

The Georgian Dream party, in power for 12 years, drew intense recent criticism for passing a “foreign agent” law that the US and the European Union said emulated one Russian President Vladimir Putin used to crush democratic dissent.

A demonstration against the “foreign influence” law in Tbilisi on April 16. Photographer: Vano Shlamov/AFP/Getty Images

Georgia has sought EU and NATO membership since the 2003 revolt, which was followed by pro-democracy “color revolutions” in other former Soviet republics including Ukraine. Moldova’s 2009 “Twitter” revolution was also sparked by disputed parliamentary elections.

Putin was convinced the US and its EU allies were ousting Kremlin-friendly regimes to tilt Moscow’s former satellites toward the West.

Now he’s fighting a war to subjugate Ukraine. Moldova’s pro-European President Maia Sandu faces a challenging election runoff against a Moscow-backed opponent on Sunday.

Georgian Dream has drawn closer to Moscow even as it says it’s still committed to EU integration. Hungarian Prime Minister Viktor Orban, widely seen as Russia’s closest ally in the EU, congratulated the party on winning only minutes after voting closed and may visit Georgia as soon as today.

Brussels suspended membership talks over the “foreign agent” law and Washington is reviewing relations with Georgia. After the Rose Revolution, they bet on Georgia as a vital gateway for energy and trade routes between Europe and Asia that bypass Russia.

Today’s protests will show the strength of popular will to defend Georgia’s pro-Western path — or whether Putin has successfully played the long game to restore Russia’s influence.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Certas quedas são extremamente bem-vindas... - Lula ausente da reunião do Brics - Igor Gielow (FSP)

Certas quedas são extremamente bem-vindas... Ausência de Lula na cúpula do BRICS evita possíveis tensões diplomáticas com os EUA Igor Gielow Folha de S. Paulo, 21/10/2024 - 09h36 A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 16ª Cúpula do BRICS, realizada em Kazan, Rússia, pode ter evitado um cenário diplomático delicado para o Brasil, de acordo com especialistas em relações internacionais. Leonardo Trevisan, professor da ESPM, destacou que um encontro presencial entre Lula e o presidente russo Vladimir Putin poderia ter gerado tensões com os Estados Unidos, considerando o atual contexto de conflitos globais. Em análise publicada no Estadão, Trevisan afirmou que, diante das crescentes tensões entre o Ocidente e a Rússia, uma imagem de Lula ao lado de Putin poderia ser interpretada de forma negativa pelos Estados Unidos. “O aperto de mãos com Putin seria visto como um sinal de alinhamento em um momento de confronto entre o Ocidente e a Rússia”, explicou Trevisan. Segundo o especialista, isso poderia resultar em pressões diplomáticas adicionais para o Brasil, especialmente em sua relação com Washington e outros aliados ocidentais. A cúpula do BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, discute uma série de temas, incluindo a desdolarização das economias do bloco. Essa pauta já provocou reações nos Estados Unidos, particularmente de Donald Trump, ex-presidente e atual candidato à presidência pelo Partido Republicano. Trump tem sido categórico em suas declarações sobre o tema, afirmando que, se retornar ao poder, buscará punir países que optarem por seguir esse caminho. Além disso, Trevisan comentou que outro aspecto sensível seria a possibilidade de um encontro entre Lula e o presidente do Irã. Para o professor, tal reunião poderia ser vista como um distanciamento do Brasil em relação a aliados tradicionais no Oriente Médio, como Israel. Embora o Brasil tenha mantido uma postura crítica em relação a Israel em diferentes ocasiões, uma reunião com o Irã, neste momento, poderia ser interpretada como uma mudança significativa na política externa brasileira. “Isso ultrapassaria um limite que o governo brasileiro tem evitado até agora”, destacou o especialista. Outra questão em debate na cúpula é a proposta de China e Índia de incluir a Nicarágua e a Venezuela no BRICS, uma ideia que, segundo Trevisan, não é vista com bons olhos pelo Brasil. Ele apontou que o governo brasileiro considera que essas inclusões não trariam benefícios estratégicos. “O Brasil não tem interesse em fortalecer suas relações com a Nicarágua, e a reaproximação com a Venezuela ainda é um processo delicado”, afirmou. Em meio a esses contextos, o Brasil será representado na cúpula pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Fontes diplomáticas indicaram que a ausência de Lula foi justificada como “força maior”, em razão de um acidente doméstico sofrido pelo presidente no fim de semana. O ministro Vieira, de acordo com essas fontes, terá plenos poderes para negociar e representar o Brasil em todas as discussões. A presença de Vieira na cúpula reflete a importância dada pelo governo brasileiro ao BRICS, ao mesmo tempo que busca evitar a associação direta de Lula com Putin, em um momento em que as relações entre Rússia e países ocidentais estão especialmente tensas. A participação do Brasil no BRICS é vista como uma oportunidade para fortalecer laços econômicos e políticos com outras potências emergentes, mas também exige cuidados na condução das relações internacionais, especialmente com os Estados Unidos. A estratégia de Lula parece ter sido calculada para manter o equilíbrio entre diferentes interesses geopolíticos. O Brasil, como membro do BRICS, está engajado nas discussões do bloco, que busca reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais. Contudo, o país também mantém relações importantes com os Estados Unidos e a União Europeia, e um alinhamento explícito com a Rússia e a China poderia comprometer esses laços. A ausência de Lula, portanto, pode ser vista como uma medida preventiva para evitar confrontos diplomáticos que poderiam surgir em meio ao cenário internacional volátil. Embora o Brasil busque ampliar sua influência no BRICS, o governo parece estar ciente dos riscos de ser associado de forma muito próxima aos interesses de Rússia e China, especialmente em um momento em que os Estados Unidos demonstram grande sensibilidade em relação à postura de seus aliados em temas globais. Com isso, o papel do Brasil na cúpula do BRICS ficará nas mãos do ministro Vieira, que terá a tarefa de conduzir as negociações sem comprometer a posição de neutralidade que o país tem procurado manter. A decisão de Lula de não participar pessoalmente do encontro em Kazan pode ter sido um movimento estratégico para proteger a diplomacia brasileira de um embaraço internacional.

domingo, 20 de outubro de 2024

Uma declaração de invejável atualidade - Paulo Roberto de Almeida

Uma declaração de invejável atualidade Paulo Roberto de Almeida Parece, de fato, extremamente atual: "É necessário opormo-nos a todas as ideias tendentes à criação de sistemas que possam desfechar na hegemonia de uma nação sobre outras, tanto quanto no domínio dos fortes sobre os fracos. O mundo não mais tolera impérios cesaristas erigidos e suportados pela força e tendo a pretensão de submeter as outras soberanias. Passou o tempo em que a classificação das nações se fazia de acordo com a extensão e a qualidade do seu poderio militar... A força das armas cede caminho à da razão. A violência recua ante as prerrogativas da justiça. O egoísmo nacionalista se desvanece em face do impulso pela política de cooperação, fraternidade e paz." Parece atual, mas não é. A frase foi pronunciada por Afrânio de Melo Franco, pai de Afonso Arinos, ele chanceler do governo provisório de Getúlio Vargas, em 1934, em alocução feita no aniversário do armistício de 1918, em 11 de novembro de 1934, quando ele já tinha deixado a chancelaria brasileira, em cerimônia internacional promovida pela Columbia University, sob os auspícios da Fundação Carnegie para a Paz, para a qual tinha sido convidado em sua condição pessoal de grande estadista. Afonso Arinos de Melo Franco, filho de Afrânio, que também presidiu uma Comissão Constitucional prévia à Constituinte de 1987-88 – o pai tinha feita a sua, também no Itamaraty do Rio, em 1934 –, foi igualmente chanceler duas vezes nos anos 1960, a primeira no governo presidencial de Jânio Quadros, a segunda num dos gabinetes do governo parlamentarista de João Goulart. A despeito do otimismo de Afrânio, o despotismo dos fortes, antes Hitler, agora Putin, continua a prevalecer. Fonte: Afonso Arinos, Um Estadista da República, vol. III – Fase Internacional, 1955, p. 1518.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O Brics só se move segundo os interesses da Rússia de Putin - Victor Farinelli (Opera Mundi)

Os requerimentos do Brics para aceitação de novos membros no bloco se encaixam perfeitamente nos condicionantes russos para total apoio à sua política externa. O único item que combina com os interesses do Brasil é a reforma da ONU, mas todos sabem que ela não tocará no CSNU. O Itamaraty examinou cuidadosamente a lógica intrínseca ao paradigma russo? PRA BRICS define não apoio a sanções do Ocidente como condição para aceitar novos membros no bloco Victor Farinelli Opera Mundi, 14 de outubro de 2024 A 16ª Cúpula dos líderes do BRICS deve definir, na Rússia, quais os critérios para que outros países possam se associar ao bloco como parceiros, modalidade diferente da exercida por membro pleno. Entre os critérios já definidos, estão a defesa da reforma das Nações Unidas (ONU), incluindo o Conselho de Segurança; ter relações amigáveis com os membros atuais, o que inclui Rússia, China e Irã; além de não apoiar sanções econômicas aplicadas sem a autorização da ONU. Nos próximos dias 22 a 24 de outubro, os chefes de estado dos países membros, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, se reúnem em Kazan, na Rússia, para definir os critérios. Segundo o Itamaraty, a definição já está em fase avançada de negociação. "O Brasil tem adotado a posição de não indicar países porque nós entendemos que o importante é você discutir os critérios. Depois que você discute os critérios, você vê quais países se encaixam nesses critérios. Mas os critérios não vão fugir muito do que já existe para membros plenos", explicou nesta segunda-feira (14/10) o secretário do Itamaraty de Ásia e Pacífico, o embaixador Eduardo Paes Saboia, em entrevista à imprensa. Existem algumas dezenas de nações que demonstraram interesse em se unir ao bloco como parceiros associados. Atualmente, o grupo tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao BRICS neste ano como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes. O embaixador brasileiro Eduardo Saboia destacou que, entre os critérios para aceitar estados associados, deve estar a questão de representação geográfica. "Você tem regiões que estão sub representadas no BRICS e outras que talvez estejam mais representadas", comentou. Rússia confirma que 24 chefes de Estado estarão presentes na cúpula do BRICS Cúpula do BRICS na Rússia mira negociações para reduzir dependência do dólar Presidência do Brasil no BRICS visa taxação de grandes fortunas e combate à pobreza A Argentina seria um membro permanente do BRICS representando a América Latina. Porém, com a vitória do ultradireitista Javier Milei no final do ano passado, o país desistiu de ingressar no bloco. O representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) para o BRICS acrescentou ainda que é importante que os países associados não imponham ou apoiem sanções sem autorização do Conselho de Segurança e que defendam a reforma da ONU. TV BRICSCúpula do BRICS acontecerá entre os dias 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan "O BRICS não pode ser uma força de transformação, que clama pela reforma da governança global, e não ter uma posição proativa em relação à reforma da ONU, particularmente a questão do Conselho de Segurança. Quem quer se associar ao BRICS tem que ter uma posição de vanguarda na questão da reforma do Conselho de Segurança. Esse é um ponto muito importante, não só para o Brasil, mas outros países também, como a Índia e a África do Sul que também têm enfatizado isso", acrescentou Eduardo Paes Saboia. Dólar e finanças Outro tema de destaque da Cúpula do BRICS, na Rússia, serão as negociações em torno das medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do bloco, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. "[O tema] tem sido tratado nas reuniões de ministros das Finanças e Bancos Centrais, e os nossos representantes nessas reuniões têm trabalhado com muito afinco. Espero que isso continue e certamente continuará na presidência brasileira e estará refletido de alguma forma na declaração de Kazan", comentou o embaixador brasileiro. A declaração de Kazan é o documento final que apresentará a posição dos líderes BRICS após a cúpula na Rússia. No próximo ano, o Brasil assume a presidência do bloco e, segundo o representante do Itamaraty, o país dará continuidade as negociações para aumentar o uso das moedas nacionais dos países membros no comércio internacional. Cúpula BRICS O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 24 representados por líderes de Estado. Dos dez membros do bloco, nove serão representados por chefes de Estado, incluindo o presidente Lula. A exceção é a Arábia Saudita, que vai enviar para a cúpula o ministro de Relações Exteriores. Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. O bloco surgiu em 2006, quando os representantes do Brasil, da Índia, da China e da Rússia formaram um fórum de discussões. O grupo começou como BRIC (que reúne as iniciais dos países fundadores). A primeira cúpula de chefes de Estado ocorreu apenas em 2009. Em 2011, a África do Sul ingressou na organização, que ganhou a letra 's' (do inglês South Africa) e virou BRICS.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Putin pode destruir o que quiser; os ucranianos só podem se defender, não atacar?

 As democracias ocidentais que apoiam a Ucrânia agonizam em torno das “linhas vermelhas” de Putin, que não tem nenhuma restrição em matar civis e destruir o país e acha que ninguém tem o direito de responder à altura:

Debate over Ukraine weapons restrictions divides allies, administration

By Isabelle Khurshudyan, Siobhán O'Grady, Michael Birnbaum and Ellen Francis (WP)

https://www.washingtonpost.com/world/2024/09/24/ukraine-weapons-limits-biden-permission-atacms/?utm_campaign=wp_todays_headlines&utm_medium=email&utm_source=newsletter&wpisrc=nl_headlines&carta-url=https%3A%2F%2Fs2.washingtonpost.com%2Fcar-ln-tr%2F3f15e0c%2F66f28dcce1d3e04a6f610643%2F596b79f3ade4e24119b43ed3%2F11%2F70%2F66f28dcce1d3e04a6f610643

KYIV — The United States’ lingering refusal to relax restrictions on Ukraine’s use of Western missiles for deeper strikes on Russian territory has exacerbated a growing divide between the allies — with Kyiv angry over yet another setback in slowing Russia’s assault across the country while its biggest backer considers the possibility of Moscow’s backlash. (…)


domingo, 25 de agosto de 2024

Timothy Snyder on the non-sensical war of aggression by Putin against Ukraine


sábado, 6 de julho de 2024

Um outro tipo de genocídio: o nuclear - Putin e Mdevedev e o bombardeio nuclear da Ucrânia

 Putin e Mdvedev transformaram os russos em criminosos nucleares potenciais, voltados para a eliminação radical da resistência ucraniana contra a sua guerra de agressão. A deformação coletiva é algo inédito na história da humanidade.

Paulo Roberto de Almeida 

⚡️Poll: More and more Russians think a nuclear strike on Ukraine is justified.

One in three Russians believe a nuclear strike against Ukraine would be justified, according to research from the Levada Center, a Russian independent polling organization. 

https://kyivindependent.com/more-and-more-russians-think-a-nuclear-strike-on-ukraine-is-justified/

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Putin está de parabéns: conseguiu dar um grande aniversário para os 75 anos da OTAN - Foreign Policy

Preparativos da Foreign Policy para um grande encontro de aniversário. Macron, três anos atrás, disse que a OTAN já estava morta, de morte cerebral. Putin conseguiu revivê-la. Deveriam fazer um bolinho nesse encontro de Washington e mandar para o Putin, com os cumprimentos de Zelensky.