Curiosa manchete a do Le Monde deste fim de semana: o jornal francês acha que a decisão do Brasil é "sobre o Rafale", não sobre aviões militares em concorrência...
Paulo Roberto de Almeida
Le Brésil ne prendra pas de décision sur le Rafale avant 2012
Le Monde, avec AFP et Reuters, 09.07.11 | 19h58
La décision brésilienne sur l'achat éventuel d'avions de combat français Rafale, qui était attendue pour le printemps, est reportée à "début 2012", a annoncé samedi 9 juillet le ministre brésilien de la défense. Interrogé sur le calendrier de la décision en marge des Rencontres économiques d'Aix-en-Provence, Nelson Azevedo Jobim a indiqué qu'elle n'interviendrait qu'en début d'année prochaine.
Il a expliqué ce nouveau report par le changement politique occasionné par l'élection en novembre à la présidence du Brésil de Dilma Rousseff, qui a succédé au président Luiz Inacio Lula da Silva. "Pour le moment, nous nous concentrons sur des questions de politique intérieure, avec le nouveau gouvernement", a-t-il justifié. Le Rafale de Dassault est en compétition avec le F/A-18 Super Hornet de l'américain Boeing et le Gripen NG du suédois Saab, pour un marché évalué entre quatre et sept milliards de dollars.
La France n'a pour l'instant pas réussi à exporter son avion de combat et le premier ministre François Fillon a dit au salon aéronautique du Bourget fin juin que Paris espérait y parvenir bientôt. La France a promis au Brésil un transfert de technologies "sans limite" pour tenter d'emporter l'appel d'offres. "La principale nécessité pour nous, ce sont les transferts de technologies", a dit Nelson Jobim, sans vouloir préciser si l'une des trois propositions se distinguait des autres.
ROUSSEFF SEMBLE ÊTRE EN FAVEUR DU F-18 DE BOEING
Le Rafale semblait avoir les faveurs de l'ancien président brésilien Luiz Inacio Lula da Silva. Mais Dilma Rousseff, qui lui a succédé, a semblé être en faveur du F-18 de Boeing et a fait savoir qu'elle voulait réfléchir plus avant aux différentes propositions. Depuis son arrivée au pouvoir en janvier, Dilma Rousseff travaille à rapprocher le Brésil des Etats-Unis.
L'Inde a présélectionné fin avril le Rafale et le Typhoon du consortium européen Eurofighter pour un contrat de 126 avions de combat d'un montant total de 11 milliards de dollars (7,7 milliards d'euros). Des négociations sont d'autre part en cours en vue de la vente du Rafale aux Emirats arabes unis.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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domingo, 10 de julho de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Diplomacia da indecisao? - o longuissimo caso dos avioes da FAB
A decisão não pertence ao Itamaraty, obviamente, nem tem caráter essencialmente diplomático, e sim militar, mas tem gente que acha que a imagem do Brasil sai arranhada do episódio. Afinal de contas, se mobilizou a atenção de países e fornecedores durante muito tempo, se sinalizou com transferências de tecnologias e offsets, e agora tudo fica pendente outra vez?
Um país pouco sério, lembraria alguém...
Paulo Roberto de Almeida
Planalto traça 3 planos para compra de caças
Roberto Godoy
O Estado de S.Paulo, 23/01/2011
A escolha do novo caça de tecnologia avançada da Força Aérea, o processo F-X2, deve ser decidido até julho, tem dito o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão está na agenda de 2011 da presidente Dilma.
O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: manter a F-X2 como está, adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.
A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".
Novos aviões. A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.
Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos stealth, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.
Há outros pretendentes na F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.
O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.
Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.
O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio. De ambos os lados os convites foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.
Um país pouco sério, lembraria alguém...
Paulo Roberto de Almeida
Planalto traça 3 planos para compra de caças
Roberto Godoy
O Estado de S.Paulo, 23/01/2011
A escolha do novo caça de tecnologia avançada da Força Aérea, o processo F-X2, deve ser decidido até julho, tem dito o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão está na agenda de 2011 da presidente Dilma.
O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: manter a F-X2 como está, adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.
A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".
Novos aviões. A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.
Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos stealth, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.
Há outros pretendentes na F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.
O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.
Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.
O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio. De ambos os lados os convites foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.
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