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domingo, 10 de julho de 2011

Jatos militares: Le Monde ja escolheu pelo Brasil (o Rafale, claro...)

Curiosa manchete a do Le Monde deste fim de semana: o jornal francês acha que a decisão do Brasil é "sobre o Rafale", não sobre aviões militares em concorrência...
Paulo Roberto de Almeida

Le Brésil ne prendra pas de décision sur le Rafale avant 2012
Le Monde, avec AFP et Reuters, 09.07.11 | 19h58

La décision brésilienne sur l'achat éventuel d'avions de combat français Rafale, qui était attendue pour le printemps, est reportée à "début 2012", a annoncé samedi 9 juillet le ministre brésilien de la défense. Interrogé sur le calendrier de la décision en marge des Rencontres économiques d'Aix-en-Provence, Nelson Azevedo Jobim a indiqué qu'elle n'interviendrait qu'en début d'année prochaine.

Il a expliqué ce nouveau report par le changement politique occasionné par l'élection en novembre à la présidence du Brésil de Dilma Rousseff, qui a succédé au président Luiz Inacio Lula da Silva. "Pour le moment, nous nous concentrons sur des questions de politique intérieure, avec le nouveau gouvernement", a-t-il justifié. Le Rafale de Dassault est en compétition avec le F/A-18 Super Hornet de l'américain Boeing et le Gripen NG du suédois Saab, pour un marché évalué entre quatre et sept milliards de dollars.

La France n'a pour l'instant pas réussi à exporter son avion de combat et le premier ministre François Fillon a dit au salon aéronautique du Bourget fin juin que Paris espérait y parvenir bientôt. La France a promis au Brésil un transfert de technologies "sans limite" pour tenter d'emporter l'appel d'offres. "La principale nécessité pour nous, ce sont les transferts de technologies", a dit Nelson Jobim, sans vouloir préciser si l'une des trois propositions se distinguait des autres.

ROUSSEFF SEMBLE ÊTRE EN FAVEUR DU F-18 DE BOEING
Le Rafale semblait avoir les faveurs de l'ancien président brésilien Luiz Inacio Lula da Silva. Mais Dilma Rousseff, qui lui a succédé, a semblé être en faveur du F-18 de Boeing et a fait savoir qu'elle voulait réfléchir plus avant aux différentes propositions. Depuis son arrivée au pouvoir en janvier, Dilma Rousseff travaille à rapprocher le Brésil des Etats-Unis.

L'Inde a présélectionné fin avril le Rafale et le Typhoon du consortium européen Eurofighter pour un contrat de 126 avions de combat d'un montant total de 11 milliards de dollars (7,7 milliards d'euros). Des négociations sont d'autre part en cours en vue de la vente du Rafale aux Emirats arabes unis.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

1680) De volta a um grande negocio (estrategico, il semble): Rafale...

Agora que o Carnaval passou, é hora de esclarecer um grande negócio muito mal explicado
Coluna do Augusto Nunes
16 de fevereiro de 2010

Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido.

Nos quatro primeiros parágrafos do discurso de posse, Nelson Jobim tratou de justificar a fama de gaúcho sabido com a evocação de episódios protagonizados por Dom Pedro II, Zacharias de Goes e Vasconcellos, Benjamin Constant e outras placas de ruas, praças ou avenidas. No quinto, o novo ministro da Defesa encerrou a aula de História com uma frase de Benjamin Disraeli, duas vezes primeiro-ministro do império britânico no fim do século 19. “Never complain, never explain, never apologise”, falou bonito o novo ministro da Defesa.

Caridoso com os muitos monoglotas presentes, traduziu a citação: “Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe”. Fez então uma pausa, armou a carranca no rosto de glutão sem remorso e rugiu: “Aja ou saia, faça ou vá embora!”. Como quem age faz alguma coisa, como quem sai vai embora, uma das duas frases já estaria de bom tamanho. Jobim deve ter embarcado na redundância para mostrar que não estava para brincadeiras. Estava lá para liquidar o apagão aéreo que acabara de festejar o primeiro aniversário. Os culpados que se cuidassem.

A ameaça causaria forte impressão mesmo se gaguejada por um vereador de grotão. Produzida pela figura com mais de 100 quilos esparramados por quase 2 metros, a trovoada no coração do poder ultrapassou os limites do Palácio do Planalto. Andorinhas voaram de costas, urubus ficaram brancos de medo, aviões de carreira enveredaram por loopings involuntários, helicópteros flutuaram na estratosfera. Não demoraram a descobrir que o ultimato não passaria do falatório.

Jobim não agiu, mas não saiu. Não fez, mas não foi embora. Fez que conta que esqueceu o grande momento do discurso de posse. Até que o apagão morreu de morte natural e o ministro resolveu começar a agir. Acabou demonstrando que a lição de Disraeli nem sempre dá certo. Por ter feito tudo errado, o que fez causou mais estragos que o que deixou de fazer. A última do Jobim foi convencer o presidente Lula de que a compra dos 36 caças franceses Rafale é um grande negócio para o Brasil.

Antes do Aerolula, a milhagem aérea do Primeiro Passageiro era inferior à de uma abelha. Jobim só aprendeu, em viagens internacionais, que não cabe na poltrona. Pois os dois se acharam qualificados para decidir qual fábrica seria contemplada com uma fabulosa bolada extraída dos bolsos dos pagadores de impostos. Acabaram por desmoralizar os chefes da Aeronáutica e os técnicos incumbidos de produzir o relatório que classificou os três concorrentes.

O documento recomendou a escolha dos caças suecos Gripen, que custariam US$ 4,5 bilhões. A segunda opção foi o americano F-18, fabricado pela Boeing (US$ 5,7 bilhões). Para desconforto dos especialistas, e para alegria dos acionistas da Dassault, Lula e Jobim preferiram o lanterninha Rafale. Os brasileiros vão desembolsar US$ 6,2 bilhões (ou R$ 11,4 bilhões) para que os pilotos da FAB voem nos caças que não desejaram. A justificativa para o injustificável foi uma misteriosa “parceria estratégica” com a França.

Agora que o Carnaval passou, os responsáveis pela escolha precisam deixar de conversa fiada e buscarem explicações mais convincentes para a transação bilionária. O país que presta está exausto de eufemismos espertos. A novilíngua da Era Lula já transformou ladroagem em “recursos não-contabilizados” e fez dinheiro sujo virar “caixa 2″. Os dois truques tentaram camuflar negociações suspeitíssimas entre os partidos que hoje compõem a base parlamentar do Planalto. Para quem enxerga, é uma base alugada. Para o governo, é uma parceria estratégica.