O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Todas as bibliotecas que eu, um dia, NÃO vou ter, mas atraem...

Não pretendo gastar o dinheiro de pelo menos 500 livros (ou mais) para pagar por estas bibliotecas maravilhosas. Fico com os 500, ou mais livros, espalhados por aí, esperando um dia ler e descartar todos eles...
Mas, nada mais agradável do que ver bibliotecas bonitas...

20 bibliotecas incríveis para encher os olhos

Majestosas, discretas, minimalistas e cheias de cor: organizar um grande número de livros pode ser um desafio, mas estes 20 ambientes possuem soluções incríveis que dão o melhor exemplo do que acontece quando se une charme, boas histórias e design.
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Militares: a reforma que não foi uma reforma, e sim um prêmio - Miriam Leitão

Reforma dos militares é um grande aumento de salários
Miriam Leitão
 O Globo, 7/12/2019

A reforma da previdência dos militares pode ser tratada como uma contrarreforma, um grande aumento de soldos e de benefícios.O Senado aprovou na quarta-feira o texto que já havia passado pela Câmara, com a garantia de remuneração integral e aposentadoria sem idade mínima. Nesse momento de crise fiscal, o projeto eleva salários, mantém alguns benefícios existentes e aumenta outros. Na prática, houve um grande reajuste de salários e de reestruturação da carreira dos militares.

Os especialistas ainda contestam a transparência do projeto. O governo não abriu todos os dados como fez na reforma dos civis. O texto foi produzido nas próprias Forças Armadas, e não no Ministério da Economia. A informação é que, já em 2020, as mudanças custarão R$ 4,7 bilhões. Em dois anos, o custo dobra para R$ 9,3 bi.

A equipe econômica explica que haverá ganhos fiscais. Está previsto um aumento na alíquota de contribuição previdenciária, o que vai elevar também a arrecadação do sistema. A taxa recolhida subirá de 7,5% para 10,5% até 2021. Os pensionistas passarão a contribuir também.

O tempo de serviço ainda subiu de 30 anos para 35. Mas os benefícios também cresceram. Com a reestruturação da carreira, haverá adicional para cada curso concluído pelo militar. O aumento na remuneração pode chegar a 73%. Haverá também o adicional de disponibilidade para quem entrar para a reserva. Nas patentes mais altas, o reformado vai se retirar com o último salário e com um adicional de até 32%. Ao se aposentar, o militar receberá também um abono de oito salários, o dobro dos quatro previstos na regra atual.

A categoria fez poucas concessões. Deixará de existir a figura da pessoa designada, que recebia a pensão do morto que não tem um familiar para receber o benefício. Daqui para frente não se pode mais fazer isso. Mas ainda assim as vantagens da reforma são muito maiores. A equipe econômica não conseguiu acabar, por exemplo, com a morte ficta. A esposa de um militar expulso continuará recebendo uma pensão das Forças Armadas. A diferença é que agora o benefício será proporcional ao tempo trabalhado. No caso de um servidor civil desligado por improbidade, não há qualquer pensão.

O sujo mundo das milícias digitais que impulsionam o gabinete do ódio do bolsonarismo conspiratório

Parte de robôs bolsonaristas usados em ataques tem origem no exterior

Apresentação usada por Joice Hasselmann (PSL-SP) na CPMI das Fake News - Reprodução/UOL
Apresentação usada por Joice Hasselmann (PSL-SP) na CPMI das Fake News Imagem: Reprodução/UOL
Uma parcela dos robôs que atuam na militância virtual bolsonarista tem origem no exterior, de acordo com integrantes da comissão mista que investiga a disseminação de notícias falsas.
Assim como ocorreu nos EUA, na França e no México, as eleições e os debates políticos brasileiros podem estar sendo influenciados por forças externas, contratadas desde o Brasil ou diretamente pagas no exterior.
O uso de robôs políticos está em destaque desde o depoimento da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) nesta quarta-feira na CPMI das Fake News.
Antes aliada da família Bolsonaro, a relevância da narrativa de Hasselmann está na fissura que provocou na máquina de promoção e linchamento virtual governista.
Hasselmann revelou que 1,4 milhão dos 5,5 milhões de seguidores do presidente Jair Bolsonaro corresponde a robôs, ou seja, 25% são usuários artificiais geridos por computador. A deputada do PSL apresentou estudo que indicou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, a quem qualificou de chefe do "gabinete do ódio", tem 468 mil robôs em meio ao 1,7 milhão de seguidores que possui, o equivalente a 26% de perfis falsos.
De acordo com a deputada, servidores e recursos públicos alimentam a máquina virtual, com uma só hashtag a ser lançada na rede custando R$ 20 mil.
Houve momentos constrangedores no depoimento como quando Hasselmann disse a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) que Bolsonaro questionara se a parlamentar fora prostituta na Espanha ou aquele em que o plenário da CPMI ouviu gravação de assessor de Eduardo Bolsonaro fazendo referências chulas a ex-aliados.
Decoro e elegância parecem coisas ultrapassadas quando a militância virtual está em questão. Os robôs bolsonaristas adoram trocadilhos com aqueles que apoiaram ou tinham a admiração do presidente e em algum momento saíram do tom. Trump vira Trapo; Lobão é rebatizado de Lobostão; Alexandre Frota de Fruta. Estes são alguns dos apelidos publicáveis porque há uma dezena deles com trocadilhos com alusões genitais a nomes como o do general Santos Cruz ou ex-ministro Gustavo Bebbiano.
Os robôs têm sido usados por todo o espectro político não apenas para conquistar seguidores, mas também para conduzir ataques a opositores. São contas de redes sociais controladas por software que gera artificialmente conteúdo e estabelece interações com não robôs. As contas buscam imitar o comportamento humano, interferir em debates espontâneos e criar discussões forjadas. Criam a falsa sensação de amplo apoio político a certa proposta, ideia ou figura pública, modificam o rumo de políticas públicas, interferem no mercado de ações, disseminam rumores, notícias falsas e teorias conspiratórias, geram desinformação e poluição de conteúdo. Um quinto das discussões políticas em momentos importantes como as eleições têm origem em robôs, contabilizou a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV.
É difícil, entretanto, que a partir do relato de Hasselmann haja punição aos mentores de linchamentos virtuais. O crescimento da ação de robôs representa riscos concretos à democracia ao manipular o processo de formação de consensos e do estabelecimento das agendas públicas e ao influenciar na escolha de representantes no Executivo e no Legislativo.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

22 de dezembro: Caso Dreyfus, 125 anos atrás


22 de dezembro (domingo) – Há 125 anos, após um julgamento secreto de apenas quatro dias, o Capitão Alfred Dreyfus foi condenado a prisão perpétua, na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, por ter supostamente passado aos alemães segredos militares. Esteve preso nas condições mais degradantes enquanto que, na França, aos poucos surgiam informações que apontavam para a inocência de Dreyfus, condenado, sobretudo, pelo ambiente de anti-semitismo reinante. Uma campanha, liderada por intelectuais como Emile Zola “J’Acuse”), fez com que a opinião pública francesa tomasse consciência da injustiça no “Caso Dreyfus”. Uma segunda corte-marcial, em 1899, volta a declarar Dreyfus culpado. No mesmo ano, o Presidente da França, Émile Loubet, perdoa Dreyfus, um modo de salvar a face dos militares pelos erros dos dois julgamentos. Em 12 de julho de 1906, Dreyfus foi oficialmente exonerado por uma comissão militar. No dia seguinte, foi reintegrado no Exército e uma semana mais tarde agraciado com a Legião de Honra.

É interessante notar a óbvia injustiça da primeira corte-marcial e que motivou, inclusive, artigo de Rui Barbosa para o “Jornal do Commercio” do Rio de Janeiro sobre o erro judiciário do Caso Dreyfus, publicado em 3 de fevereiro de 1895. Em outras palavras, Rui Barbosa foi dos primeiros defensores da inocência do Capitão Dreyfus. Vide a respeito artigo de Leonardo Isaac Yarochewsky, Advogado Criminalista e Professor de Direito Penal no site: http://www.justificando.com/2017/06/09/caso-dreyfus-eu-acuso/