O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Barao: os dois carnavais de 1912


Folia em dose dupla
A morte do Barão do Rio Branco, há exatos 100 anos, deixou a população consternada - mas também eufórica com dois carnavais: um em fevereiro e outro em abril
Alexandre Leitão e Alice Melo
Revista de História da BN, 17/2/2012
·       Com a morte do Barão / Tivemos dois carnavá / Ai que bom, ai que gostoso! / Se morresse o marechá. A marchinha, cantada por foliões em pleno Sábado de Aleluia, sintetizava a estranha situação vivida na cidade do Rio de Janeiro em 1912: um carnaval em dose dupla. O motivo era simples – e trágico: dois meses antes, mais precisamente no dia 10 de fevereiro, o Barão do Rio Branco morreu na então capital da República, provocando a consternação da população local, que imediatamente fechou as portas do comércio e paralisou suas atividades para acompanhar os ritos fúnebres do herói nacional [saiba mais sobre o patrono da diplomacia brasileira na edição deste mês da RHBN, em artigo escrito por Rubens Ricupero].
O presidente Hermes da Fonseca, pouco querido pelo povo, decretou luto oficial na cidade, adiando o carnaval daquele ano – que seria na semana seguinte à fatalidade – para o dia 6 de abril. Mas o decreto do “marechá” não deu muito certo: mesmo respirando o ar da tragédia a população foi às ruas curtir a folia na data normal. E, também, dois meses depois.
“Até a época de Vargas, o carnaval não tinha muita participação do governo. Então, quando o presidente Hermes da Fonseca cancelou o carnaval de fevereiro, não fez muita diferença e a festa aconteceu assim mesmo”, conta Luigi Bonafé, historiador do IBGE e professor do curso Atlas, especializado em preparar futuros diplomatas. “Naquela época, o carnaval de rua era financiado por organizações que lucravam com cassinos e jogos de azar”, completa. Ou seja, não havia muito como impedir a soberana vontade do povo de cair na folia.
O salvador da pátria
José Maria da Silva Paranhos Júnior era muito popular. Conhecido pelo título de barão do Rio Branco, “Juca” era avaliado pela imprensa, pela elite política e por grande parte da população brasileira como o mais alto defensor da paz. Era, ainda, o ministro mais respeitado de todos os governos republicanos desde 1902, data em que recebeu a nomeação para o Ministério das Relações Exteriores. Responsável pelo traçado moderno da fronteira brasileira, ele conseguira com o Tratado de Petrópolis (1903) negociar a obtenção do Acre pelo Brasil, isso em pleno ciclo da borracha.
Anos antes, resolvera a questão de Palmas com a Argentina, assegurando a fronteira de Santa Catarina e do Paraná, eliminando assim um dos mais intensos focos de tensão entre os dois países, que viviam numa atmosfera de quase-guerra. Ganhara da França, por meio de arbitragem internacional, a posse do Amapá e solidificava cada vez mais sua imagem de patriota e grande negociador. Tanto que seu nome fora aventado para concorrer em 1910, tendo ele próprio recusado a oferta.
Por tudo isso, sua morte causou uma comoção generalizada. O funeral do Barão do Rio Branco foi um dos prestigiados da Primeira República (com direito a marchinha fúnebre), e seu nome batizou a Avenida Central do Rio de Janeiro e também a capital do Acre.
O Brasil daquela época
 É problemático afirmar que Hermes da Fonseca era um presidente-eleito popular. Apesar dessa imagem ser propagada até hoje, a eleição de 1910 será para sempre marcada como uma das mais polarizadas da História do Brasil. Rui Barbosa, a Águia de Haia, considerado então um dos bastiões da República, lançou-se à candidatura presidencial liderando uma campanha que, pela primeira vez, visaria o voto das classes médias e dos setores urbanos em geral. Logo, foi considerado uma ameaça, o que fez várias oligarquias estaduais apoiarem a candidatura militar de Hermes da Fonseca, marechal e sobrinho de nosso primeiro presidente.
Imediatamente após sua posse, resultado de um pleito que, como todos os demais da Primeira República, fora marcado por fraudes, Hermes teve de encarar a eclosão da Revolta da Chibata. Traindo a palavra dada aos marinheiros amotinados, de que estes receberiam a anistia, o presidente começa a expulsar um a um os marujos que se rebelaram contra a utilização de maus-tratos na corporação. Pouco depois seria declarado o estado de sítio em todo o território nacional, ocorrendo as “salvações”, a derrubada sistemática dos governos estaduais do Norte e do Nordeste, acompanhada pela imposição de interventores responsáveis por perseguir toda oposição a seu mando. No âmbito dos escândalos políticos, ressaltavam-se os atrasos das obras de construção da estrada de Ferro Madeira-Mamoré, iniciadas no distante ano de 1907, e ainda inconclusas em fevereiro de 1912.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Autobiografia (ainda nao terminada) de Bachar Al-Assad - Tahar Ben Jelloun


Bachar Al-Assad, intime

LEMONDE | 18.02.12 | 14h41   •  Mis à jour le 18.02.12 | 16h21
Le président syrien Bachar Al-Assad, en mars 2009.
Le président syrien Bachar Al-Assad, en mars 2009.REUTERS/KHALED AL-HARIRI

C'est par effraction que je suis entré dans la tête du président syrien. C'est une forteresse inaccessible. Avant d'arriver à s'en approcher, il faut passer pas moins de sept barrages. Haute sécurité. Peur et méfiance. Comme son père, Hafez, il se tient à distance. On raconte qu'un jour Hafez Al-Assad a fait fusiller les sept soldats qui devaient filtrer le passage des personnes qui avaient rendez-vous avec lui. Hafez aimait jouer aux échecs avec un ami d'enfance. Chaque après-midi, l'ami se présentait et se faisait fouiller sept fois avant d'arriver à la salle de jeu. Un jour, à force de le voir, les soldats le laissèrent passer sans faire leur travail.

Lorsque Hafez le sut, ordre fut donné d'exécuter les malheureux gardes qui avaient manqué à leur devoir. Le petit Bachar connaît cet épisode, un parmi tant d'autres, aussi sanglants les uns que les autres. Lui aussi est injoignable. Il y a de quoi. Quand on tue, on risque d'être tué. Alors on prend les précautions nécessaires et même plus.
Sa tête n'est pas très grande. Elle est occupée par du foin, des épingles et des lames de rasoir. Je ne sais pas pourquoi. Son cerveau est calme. Pas de stress, pas de nervosité. Je ne sais pas d'où il tient cette tranquillité. Question d'hérédité, ou bien a-t-il suivi des cours du soir pour apprendre à tuer sans que cela le dérange, sans qu'il soit le moins du monde inquiété par le malheur qu'il sème. Je me suis fait tout petit et j'ai tendu l'oreille. Car le petit pense et n'hésite pas à avoirdes idées audacieuses :
J'ai tout appris de feu mon père, un grand homme d'Etat, un homme sensible, cultivé et grand stratège. Je me souviens qu'Henry Kissinger l'appréciait beaucoup. Il m'avait dit que lui aussi aimait bien le secrétaire d'Etat américain dont il admirait l'intelligence et le réalisme politique. Ils s'entendaient bien tous les deux. Mon père me rappelait comment cet homme a fait éliminer physiquement Salvador Allende et l'a remplacé par Pinochet.
Ces derniers temps, j'entre en communication avec mon père. Il est génial. C'est lui qui me dicte ce que je dois faire. Il m'encourage et m'indique des pistes à suivre. Il m'a dit dernièrement, au cas où les choses viendraient à empirer, de retourner au Liban, car ni lui ni moi n'avions admis la manière dont notre armée a été expulsée de ce pays en 2005. Même la mort d'Hariri et de quelques autres ingrats n'a pueffacer la honte que ces Libanais nous ont infligée.
Pour le moment, ça va. Je tiens. Pas de panique. D'abord, je ne suis ni Saddam ni Kadhafi. Vous ne me verrez pas ridiculisé par des agents américains en train dechercher des poux dans ma tête ou bien égorgé par des fanatiques. Ces deux-là se sont fait avoir parce que leur niveau d'intelligence n'était pas des meilleurs. Je suis de la famille Al-Assad, une famille et un clan unis et solidaires. Une grande famille, forte et puissante, qui a des traditions. Je ne fais pas n'importe quoi. Je résiste contre un complot international. J'ai des preuves. Aucune envie de voir mon pays devenir une république islamique dirigée par des analphabètes ou bien un bastion de cette gauche stupide juste bonne à parader dans les salons européens.
Mon père m'a appris que, en politique, il faut avoir un coeur de bronze. Le mien, je l'ai habitué à ce qu'il ne se brise jamais. Pas de sentiments, pas de faiblesse. Car je joue ma tête et la vie de toute ma famille. Les voyous qui mettent la Syrie à feu et à sang n'ont que ce qu'ils méritent. On parle de "printemps arabe" ! C'est quoi cette histoire ? Où voit-on un printemps ? Ce n'est pas parce que des agitateurs inconscients occupent des places publiques que les saisons ont changé de rythme et de sens. Chez moi, ce qu'ils appellent "le printemps" ne passera pas.
J'ai donné l'ordre de suspendre cette saison jusqu'à la victoire. Pourquoi le printemps serait synonyme de ma disparition ? Non seulement je ne vais pasmourir, mais je tuerai tout le monde avant. Il est dit dans l'islam que s'il faut sacrifierles deux tiers d'un peuple pour n'en garder qu'un tiers bon, il ne faut pas hésiter. J'applique cette loi vieille comme les Arabes. Je rappelle que la Syrie est un pays laïque, comme la France qui, tout à coup me trahit et me fait la morale. Et le pauvre Obama qui me condamne et parle d'atrocités ! De quoi se mêle-t-il ? Il n'a pas vu ce que son armée a fait en Irak et en Afghanistan ?
Que me reproche-t-on ? De donner l'ordre à l'armée de tirer sur les manifestants ? Si je ne fais pas ça, je perds ma place, je ne me ferai plus respecter. Regardez comment mon ami Moubarak s'est retrouvé du jour au lendemain éjecté de son palais. Il a manqué de détermination et de volonté. L'armée l'a trahi. Le pauvre, quelle déchéance, malade, déprimé, on le traîne sur une civière pour être jugé ! Les peuples sont ingrats. Ils oublient vite ce que les présidents font pour eux. Mon armée est composée en majorité d'hommes fidèles. Ceux qui ont déserté l'ont payé très cher. Je n'ai pas d'états d'âme. Je me défends, je dirai même, c'est de la légitime défense.
J'ai pris la précaution de mettre à l'abri Asma, ma femme, et mes trois enfants, Hafez, Zeyn et Karim. C'est normal, je réagis en bon mari et en bon père de famille. Je vois comment des pères irresponsables poussent leurs enfants à manifestertout en sachant pertinemment qu'ils peuvent tomber sous des balles perdues. On m'a dit que des enfants sont morts. Je n'arrive pas à le croire, et je rends leurs parents responsables de ce malheur, car il n'y a pas pire malheur que de perdre un de ses enfants ; je me souviens de la douleur de mon père le jour où mon frère aîné, Bassel, est mort dans un accident de voiture. Il a pleuré. Oui, j'ai vu mon pèrepleurer face à l'injustice du destin qui lui a ravi son fils bien-aimé.
Mon père, cet homme exceptionnel qui a fait de la Syrie un grand pays et qui a rendu la vie dure au voisin israélien, ce président a pleuré parce qu'il ne pouvait même pas se venger. Bassel mort, tué par la route. Il n'allait tout de même pasbombarder la route qui fut fatale au fils qu'il préparait pour lui succéder. Il n'a pas supporté d'être contrarié. Moi non plus. Je ne supporterai jamais d'être critiqué ou combattu.
Les Nations unies ont essayé de me salir et me demandent de me retirer. C'est de l'ingérence dans les affaires strictement internes de la Syrie. Que cette assemblée de fantoches me laisse en paix. Partir ? Pour aller où ? Elles me prennent pour unBen Ali ? Je ne vais tout de même pas monter dans un avion et mendier l'asile politique dans le monde !
Heureusement que la Russie de mon ami Poutine et la Chine ont opposé leur veto. Mon ami Ahmadinejad aussi est avec moi ; il m'appelle souvent et me dit de ne pascéder. Il y a quand même une justice. Les insurgés sont des terroristes, des agents payés par l'Europe et même par certains pays arabes qui ont des comptes à régleravec moi. Vous n'avez qu'à suivre les émissions d'Al-Jazira pour comprendre que le complot existe.
On me parle de tortures ! C'est tout à fait normal de torturer pour éviter des massacres, pour que des innocents ne tombent pas sous les balles des mauvais Syriens.
Je tiens le pays ; je tiens tête à ceux qui veulent instaurer un autre régime ; on devrait me remercier et m'aider à protéger la Syrie du danger islamiste. Je sais ce que les islamistes feront avec ma tribu des alaouites ainsi qu'avec les minorités chrétienne et arménienne. Le Vatican devrait venir à mon secours au lieu de mecondamner. Heureusement ce ne sont que des mots. Autre chose que ce que font actuellement les Européens en gelant mes avoirs chez eux et en essayant d'asphyxier le peuple en empêchant les échanges commerciaux. C'est mesquin et malhonnête. On m'en veut parce que la Syrie a toujours tenu tête à l'ennemi sioniste. Elle ne s'est jamais courbée face à Israël.
Mon père m'a dit au lendemain du massacre d'Hama, j'avais 17 ans : tu vois, mon fils, si je n'avais pas réagi avec cette fermeté, ce soir, nous ne serions plus là. Il a eu raison. Moi aussi, si je ne bombarde pas Homs, je sais où je dormirai ce soir : à la morgue ! Alors, il faut arrêter de dire n'importe quoi. 20 000 morts à Hama (à l'époque, personne n'avait réagi) ; à peine 8 000 entre Draa, Homs, Damas et Hama. Et tout ce tintamarre !
Vous savez pourquoi Asma, ma chère femme, m'a épousé ? Pour les valeurs que j'incarne. Elle l'a déclaré dans Paris Match du 10 décembre 2010. Ces valeurs se lisent sur mon visage. J'en suis fier.
Vous savez pourquoi j'ai fait ophtalmologie ? Parce que je suis allergique à la vue du sang.
En quittant cette tête, je me suis pris les pieds dans des fils électriques. Bachar est branché sur la centrale de la torture. C'est lui qui, pour passer le temps, appuie sur la pédale qui envoie des décharges dans les parties génitales des suppliciés. Il paraît que ça l'amuse et renforce sa détermination à débarrasser la Syrie des deux tiers jugés mauvais.
Ecrivain et poète francophone né à Fès (Maroc) en 1944, a enseigné la philosophie et étudié la psychiatrie sociale avant de devenir romancier. Il est membre de l'académie Goncourt depuis 2008. Il a reçu le prix Goncourt pour "La Nuit sacrée" (Points Seuil, 1987). Auteur de nombreux ouvrages, ses derniers livres parus sont : "L'Etincelle : révoltes dans les pays arabes", "Par le feu", "Que la blessure se ferme" (Gallimard)
Tahar Ben Jelloun

Os mongois estao chegando (nao exagerando, claro...)

A última vez que se assistiu a tais movimentos populacionais, em menor número, mas proporcionais pelo impacto social, deve ter sido durante as invasões bárbaras no Ocidente...
Never mind... (and do not dare to compare...)
Paulo Roberto de Almeida

Farms give way to shopping malls as the interior urbanizes

By Mao Pengfei and Liu Jinhui 
Shanghai Daily, 2012-2-2o
Illustration by Zhou Tao
Photo by Zhou Tao


THE Chinese government is building new cities in the country's underdeveloped interior, hoping to convert millions of farmers into city dwellers and maintain China's burgeoning economic success in the following decades.

Along the mud-clogged Yellow River, a local government has widened crooked country lanes into highways, turned farmlands into housing estates and invited Nike and adidas to open stores in a nearby shopping mall.

In Changyuan, a county with 840,000 inhabitants in central China's Henan Province, ambitious officials, keen business people and restless farmers are working together to urbanize the sleepy rural region.

From the balcony of his daughter's new apartment, a cluster of newly finished buildings unfolds in front of 65-year-old Wen Xianhua. Those were patches of wheat when he last visited.

It's been six years since Wen last visited the county seat, during which time dozens of villages have been turned into urban areas.

A report released in January by the National Bureau of Statistics said 51.27 percent of China's population was located in urban areas at the end of 2011, meaning that over the past three decades, more than 500 million people have been added to China's cities, especially large ones in prosperous coastal areas.

According to the estimation of business counselor McKinsey, there will be one billion people living in China's cities by 2030. This means more than 300 million new urban residents - almost as big as the current population of the United States.

However, a blue book on international urban development published last Thursday warns that the fast growing population has overwhelmed the inadequate infrastructure of China's big cities. The blue book published by China's top think tank, the Chinese Academy of Social Sciences, says problems like traffic jams and pollution might become even worse in the coming years.

Smaller cities

Zhuang Jian, a senior economist from the Asian Development Bank, said the next phase of China's urbanization will focus on medium- and small-sized cities, with less attention paid to the country's metropolitan areas. The government is working to urbanize rural areas, generating demand for road construction, telecommunications services and other infrastructures essential to cities.

Wen Xianhua's eldest daughter, Wen Yuling, moved to Changyuan's county seat over the winter. Despite having lived in the countryside for the last 35 years, Wen Yuling has her apartment decorated much as a typical urban resident would, with hardwood floors, a glass coffee table and new air conditioners.

Supplying elevators, washing machines and supermarkets for new communities will create a new market, with large numbers of migrants expected to move to newly urbanized regions.

Affordable homes

Wen Yuling's brother, Wen Qiang, is also planning to follow suit. With an annual income of 80,000 yuan (about US$12,700), he has been looking for an affordable apartment and has visited four housing estates during the Spring Festival holiday at the end of January. "My eldest son will get married within the next few years. Many young women would like to find a husband who has an apartment in the city," he said.

Like most migrant workers in China, Wen Qiang works thousands of miles from his hometown, earning 10 times more than he would on the farm. But the high costs of city life, as well as problems with China's household registry system, have prevented his family from joining him in the city. His wife stays on the farm and takes care of their two sons. But they don't want their sons to stay in the village for the rest of their life.

"People used to build big houses in the village when they earned enough money working outside," Wen Qiang said, "but things are different now. Villagers from my generation want to buy apartments in cities. There are better schools, bigger hospitals and shopping malls. It's more convenient."

According to Wang Yantao, deputy director of Changyuan's publicity department, one fourth of Changyuan's 840,000 residents work outside the county, while local private companies and factories have attracted 165,000 surplus agricultural laborers. The local government wants to encourage them to move to the county's urban areas.

Entrepreneurs see limitless opportunities in this process. Encouraged by the local government, keen business people have brought city life to local farmers, constructing high-rise buildings with heating systems, shopping malls, theaters, advanced hospitals and schools that provide kindergarten to high school education.

"These are the reasons I've moved here," said Zhang Shengchang, a 29-year-old resident of Changyuan's county seat. 

Having lived there for six years, Zhang drives out of town to work in the countryside, while his wife stays home to take care of their two children who attend a public primary school.

More consumption

"There are 2,000 families in my community. More than half of them came from villages," Zhang said, adding that all his three sisters have moved to the county seat over the last three years.

Every year, about 4,000 rural residents move to the county seat, while another 6,000 move to another 10 towns of the county. These newly urbanized families tend to spend more money in their city homes than they do in the village.

In 2011, retail sales of consumer goods in Changyuan reached 3.85 billion yuan, up 18.7 percent year-on-year. Zhuang Jian said urban residents tend to consume three times as much as rural residents, a fact that will lead to great expansion in domestic demand. 

The authors are Xinhua writers.

Ah, essa industria universitaria... (sino-americana, informe-se...)


Chinese Embassy probe into US degrees scandal

By Yang Jian
Shanghai Daily, 2012-2-20



THE Chinese Embassy in the United States has sent an investigation team to an American university revealed as a diploma mill for foreign students, most of whom were Chinese, officials said yesterday.
The move came after claims that hundreds of students, mostly from China, at Dickinson State University in North Dakota were given degrees they hadn't earned.
The investigation follows the resignation of the university president and the suicide of its dean of education, business and applied sciences.
Douglas LaPlante, 59, was found dead in a park near the campus of a self-inflicted gunshot wound on Friday afternoon, police said.
An audit by North Dakota education authorities made public last Friday revealed that lax record keeping and oversight resulted in hundreds of degrees being awarded to students who hadn't finished their course work.
Others were enrolled who couldn't speak English or hadn't achieved the standard normally required for admission.
Of 410 foreign students who had received four-year degrees since 2003 - most of them in the past four years - 400 didn't fulfill all the graduation requirements, the audit report said. About 95 percent of the students in the degree program were Chinese, it said. The rest were Russian.
"The embassy will fight for the welfare of Chinese students," an official with the embassy told Xinhua news agency yesterday.
D.C. Coston, the university's new president, told a press conference: "We will be telling (the affected students) that their records do not indicate they sufficiently completed the requirements, while the university stands ready to work with them individually to figure out what might be necessary for them to reach a point of completion."
North Dakota education officials have decided to send some 21 of 27 newly enrolled Chinese students at the university back to China as they "could not speak English at the required competency level."
Dickinson State's program typically required students to begin coursework at universities in their home countries, spend a year studying in North Dakota and then return to their home schools to finish their degrees.
In determining foreign students' fluency in English, the university ignored two English proficiency tests considered good measures in favor of one that was not.
Many students did not have required documents such as English proficiency tests and bank statements, and some apparently fabricated course transcripts and Chinese university stamps that university officials accepted.
Founded as a teachers' training college, Dickinson State is in rural southwestern North Dakota's oil-producing region.
In the past five years, the school's autumn enrolment has dropped from 2,670 students to under 2,300. Some of the shortfall was filled by students from China, which has been the leading exporter of college students to the United States.
During the 2010-11 academic year, about 157,600 Chinese students were studying in the US, an increase of almost 24 percent from the previous year. The number of Chinese students in the US has risen by at least 19.8 percent in each of the past four years.

Manual de Economia 010: Professor H. Chavez

Os textbooks americanos de introdução à economia referem-se a essas etapas iniciais como Economics 101.
No caso de Chávez, que é um verdadeiro professor de economia, só que ao contrário, deveria ser, presumivelmente, Economics 010.
Pelo menos é o que entendo da confusão que ele está fazendo na economia de seu país.
Paulo Roberto de Almeida 



Chávez congela preços para conter inflação 
Luiz Raatz
O Estado de S. Paulo, 19/02/2012

Diante da consolidação de Henrique Capriles como o candidato da oposição venezuelana nas eleições de outubro, o presidente Hugo Chávez deve oficializar nos próximos dias uma medida contra a inflação, um dos principais problemas apontados pela Mesa de Unidade Democrática em sua administração. O remédio adotado pelo líder bolivariano é conhecido dos venezuelanos: o congelamento e até a redução no preço de alguns produtos.
Na quinta-feira, Chávez anunciou que assinaria a lei que define o preço de 19 itens de higiene pessoal e alimentos nos próximos dias. O garrafão d"água mineral de cinco litros passará de 23 bolívares (R$ 9,23) para 12,45 (R$ 5), um recuo de 45,8%, segundo o diário El Universal.
O congelamento desses itens de alta procura - que inclui, além da água mineral, suco de frutas, sabonetes, papel higiênico, aparelhos de barbear e desodorantes - foi anunciado em novembro. Os preços praticados à época foram congelados até que a Superintendência Nacional de Custos e Preços (Sundecop) avaliasse qual o preço "justo".
Antes do fim do prazo, que acaba neste mês, o governo acusava empresas multinacionais e locais de alimentos, como Pepsi, Coca-Cola, Unilever e Alimentos Polar, de especular sobre o valor cobrado por esses itens.
Analistas críticos do presidente argumentam que a medida foi motivada por tentativas fracassadas do chavismo de controlar a produção e a distribuição de alimentos, a partir da greve patronal que atingiu o país em 2001. A nacionalização, no entanto, tornou-se ineficaz no longo prazo e trouxe consequências colaterais indesejáveis, como o sucateamento da produção de alimentos e a corrupção.
Muitas empresas e fazendas foram nacionalizadas após a greve para criar um sistema alternativo de produção e distribuição de alimentos. "Isso acabou fracassando porque os produtores alinhados com o governo não eram eficazes", disse ao Estado o analista Oscar Reyes, da Universidade Central da Venezuela. "Preferiam o subsídio à produção, o que acabou criando muita corrupção."
Além disso, segundo o especialista, a qualidade dos alimentos distribuídos pelo governo era inferior, o que fez a busca por produtos da iniciativa privada ser maior. Com isso, o ágio cobrado ilegalmente crescia. "O governo percebeu, astutamente, que é mais fácil controlar os preços por lei do que tomar conta da cadeia produtiva", explica Reyes. "Como os empresários geralmente têm medo do presidente, o obedecem. Com isso, os alimentos chegam mais baratos aos pobres, que são seus principais eleitores." Para outro analista da UCV, Sadio Garavini, apesar do congelamento, os preços acabam sendo repassados para outros setores.

Rio Branco - Celso Lafer (OESP)


Rio Branco

O Estado de S.Paulo, 19 de fevereiro de 2012 | 3h 04
CELSO LAFER, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Letras; foi ministro das Relações Exteriores no governo FHC
No último dia 10 de fevereiro, sob os auspícios do chanceler Antonio Patriota, celebrou-se no Itamaraty o centenário de falecimento do barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, que morreu no pleno exercício de suas funções de ministro das Relações Exteriores. Em 2002, na minha gestão, o Itamaraty promoveu um seminário para comemorar o primeiro centenário da posse de Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores.
Qual o significado da obra e da ação de Rio Branco, que é um raríssimo caso de diplomata que alcançou o status de herói nacional? Rio Branco integra três vertentes da memória coletiva brasileira - a memória nacional, a memória patrimônio e a memória fundadora - que explicam a continuidade da sua ressonância.
Começo com a memória nacional, apontando que Rio Branco, na perspectiva da História, completou na República a obra do Império. Pela ação dos seus estadistas, o Império construiu, no plano interno, a unidade nacional. Rio Branco assegurou-a no plano externo por meio da conclusiva definição pacífica das fronteiras do País. Dessa maneira, resolveu o primeiro item da agenda de qualquer Estado independente, que é o de poder demarcar, com reconhecimento internacional, aquilo que é o interno de uma nação e o que é o externo, do mundo.
Com efeito, Rio Branco, como advogado do Brasil, teve sucesso nas arbitragens internacionais das Missões - 1895 - (limites com a Argentina) e do Amapá - 1900 (limites com a Guiana Francesa). Subsequentemente, como chanceler, conduziu a grande operação diplomática que, dosando poder e concessões negociadas, equacionou a questão do Acre com a Bolívia por meio do Tratado de Petrópolis (1903). Na sua gestão como chanceler, solucionou os demais itens pendentes das fronteiras nacionais (Venezuela, 1905; Guiana Holandesa, 1906; Colômbia, 1907; Peru, 1909; Uruguai, 1909) e faleceu tendo legado ao País o mapa definitivo do Estado brasileiro. Por isso é que Rui Barbosa o qualificou como um nume tutelar, um deus Terminus da nossa integridade nacional.
Lembro que o Brasil é um país com dez vizinhos e mais de 16 mil km de fronteiras terrestres. Tem, no plano internacional, escala continental, como a China, a Rússia, a Índia (que integram o Brics) e os EUA, que George Kennan qualificou como o conjunto dos países "monstros". Rússia, China e Índia são países com problemas de fronteiras que afetam, até hoje, a sua política externa e as fronteiras dos EUA são o resultado de um alargamento que se fez a expensas do México. Rio Branco contribuiu com uma política territorial pacífica e não violenta, de maneira decisiva, para moldar a personalidade internacional do Brasil como, nas suas palavras, um país "que só ambiciona engrandecer-se pelas obras fecundas da paz, com seus próprios elementos, dentro das fronteiras em que se fala a língua dos seus maiores e quer vir a ser forte entre vizinhos grandes e fortes".
Observa Rubens Ricupero que Rio Banco, ao definir o espaço territorial do Brasil, definiu também um modo de inserção do País no mundo. Por isso sua obra integra não apenas a memória nacional de suas realizações, mas a memória patrimônio de um legado diplomático que retém a atualidade da visão de um estadista empenhado em descortinar novos horizontes para o futuro do Brasil de uma maneira, ao mesmo tempo, muito firme e muito sóbria.
Esse legado provém de uma prática diplomática que leva em conta a existência dos conflitos, mas diligencia na identificação do potencial de sociabilidade que permite explorar construtivamente espaços de cooperação e abrir caminhos para uma crescente presença do Brasil no mundo. São componentes dessa prática, na atuação de Rio Branco, uma avaliação realista dos condicionantes do poder, uma compreensão precisa do papel das negociações e do Direito na vida internacional e o reconhecimento da relevância daquilo que hoje se denomina soft power. Foi na linha dessa visão que Rio Branco criticou os que se entregam à "loucura das hegemonias ou ao delírio das grandezas", defendeu a paz como "uma condição essencial ao desenvolvimento dos povos" e argumentou que "o nosso Brasil do futuro há de continuar invariavelmente a confiar acima de tudo na força do Direito e do bom senso".
Foi com essa perspectiva organizadora que buscou a convergência e o entendimento com os nossos muitos vizinhos na América do Sul e trabalhou uma aproximação com os Estados Unidos, na época da sua gestão a potência emergente, para criar espaços adicionais para o Brasil na interação com as então potências hegemônicas da Europa.
Concluo com a memória fundadora. No Império, política interna e política externa foram dois passos do mesmo processo: o da constituição e consolidação do Estado imperial, na precisa avaliação de Gabriela Nunes Ferreira. Por essa razão os grandes estadistas do Império sempre se ocuparam da política externa, chefiaram missões diplomáticas, em especial no Prata, e o processo decisório da política internacional passava pelo imperador, pelo Conselho de Estado, pelo Congresso e pelos partidos, na vigência de uma monarquia de regime parlamentar. Era dentro desse contexto circunscrito que atuava o ministro.
O sucesso de Rio Branco contribuiu para a legitimação da República, liberou os homens públicos do Brasil para se concentrarem no desenvolvimento do espaço nacional e permitiu, assim, que o barão transformasse o Itamaraty numa instituição do Estado brasileiro respeitada internacionalmente e dotada de autoridade própria na condução da política externa. É por isso mesmo que foi - e a Casa da diplomacia brasileira reconhece no seu patrono - o grande institution builder do Itamaraty, que continua haurindo força na memória fundadora da sua notável atuação.