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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 5 de maio de 2012

El Brasil de Dilma Rousseff - Revista CIDOB d’Afers internacionals

Revista CIDOB d’Afers internacionals – El Brasil de Dilma Rousseff: Balance del primer año de Gobierno

Tras diez años de Gobierno de Lula da Silva, Dilma Rousseff asumió en 2011 la Presidencia de Brasil como heredera del carismático líder del PT. La nueva jefa de Estado adquirió los retos de mantener los logros hacia un desarrollo más inclusivo, profundizar las transformaciones económicas y asumir las responsabilidades del creciente liderazgo brasileño en un contexto de crisis económica internacional. Este número monográfico hace un balance del primer año de Gobierno en cuatro dimensiones: en primer lugar, se abordan los desafíos económicos y sociales internos para la gobernabilidad de Brasil, especialmente las perspectivas de crecimiento y la lucha contra la pobreza; en segundo lugar, se analiza el liderazgo en la cooperación regional y las relaciones hemisféricas; seguidamente, en tercer lugar, se trata la ampliación de la proyección de Brasil en el ámbito global y, finalmente, en último lugar, cómo todo ello se proyecta en la relación con la Unión Europea y España.
Número especial aqui.
Desafíos para la gobernabilidad de Brasil
El contexto de la cooperación regional y las relaciones hemisféricas
La proyección global de Brasil
 Las relaciones de Brasil con la Unión Europea y con España: hasta dónde llega la relación estratégica
 Otros artículos

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Duas palestras academicas: Franca e Belgica, de um dia a outro - Paulo Roberto de Almeida

Participei, nos últimos dois dias, de dois eventos acadêmicos sucessivos, em dois países diferentes, ambos como convidado especial, ambos em francês, embora em apenas um deles eu tenha preparado um texto analítico extensivo para publicação posterior.
O primeiro foi uma conferência plenária num colóquio em Paris, que tinha por objetivo analisar novas perspectivas das relações políticas e sociais no hemisfério americano, embora eu tenha me concentrado no caso da América Latina, considerado, talvez pessimisticamente, como um continente em regressão, comparativamente à Ásia, pelo menos. Este foi em todo caso o sentido do meu paper, que já está disponível em meu site pessoal (como informado abaixo), ainda que eu ainda pretendo revisá-lo cuidadosamente para publicação. Na apresentação oral, eu não li o paper, muito extenso (28 páginas), mas compilei uma série de gráficos e tabelas de dados (que não estão no paper) para sustentar cada um dos meus argumentos do paper.
O segundo foi uma palestra na Universidade de Louvain-La-Neuve, onde vim a convite, mas para a qual eu não preparei nenhum paper ou artigo, e sim um simples PowerPoint resumindo os pontos principais da minha preleção, seguida de um diálogo com estudantes e professores.
Devo dizer que a visita foi extremamente proveitosa, uma vez que me deu a oportunidade de visitar o Museu Hergé, o criador de Tintin, no próprio campus da Universidade, que na verdade é uma cidade verdadeira, e não apenas um campus. 
Dispensável dizer que aproveitei para tomar cerveja belga e revisitar lugares que habitei durante meu exílio voluntário aos tempos da ditadura militar no Brasil. Com efeito, todos os meus diplomas acadêmicos são belgas, e eu aprendi francês, entre outras maneiras, lendo Tintin.
Abaixo a informação sintética sobre esses dois trabalhos.
Paulo Roberto de Almeida 



2381. “La grande marche en arrière de l’Amérique Latine”, Paris, 6 Avril 2012, 28 p. Texte préparé pour servir à une conférence plénière, dans le Colloque “Dépasser les dichotomies: (comment) penser autrement les Amériques?”, Paris, IHEAL, 3 mai 2012 (Colloque Rita Creda). Révision formelle : Lugano, 20 Avril 2012 ; présentation en format de PowerPoint. Disponible au site personnel : http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2381MarcheArriereAmLatine5.pdf. En révision pour publication.

2390. “La politique extérieure du Brésil: du passé lointain au futur proche”, Paris, 2 Maio 2012, 21 slides. Apresentação na Université Catholique de Louvain, Louvain-La-Neuve, 4/05/2012, a convite do Prof. Amine Ait-Chaalal, do Centre de Recherches Internationales.

O fascismo em construcao no Brasil: Receita barra importados

Usuários e jornalistas interpretam essas medidas como sendo apenas excesso de zelo da Receita Federal, uma espécie de controle um pouco mais meticuloso sobre importações.
Existem motivos fundados para acreditar que, além do velho protecionismo rústico e canhestro, se trata da conhecida arrogância de órgãos poderosos como a Receita abusando da sua faculdade de criar problemas aos brasileiros.
Enfim, uma manifestação a mais do fascismo estatal em curso no Brasil desde certo tempo, mais precisamente desde quando os companheiros se sentiram seguros no poder.



Raquel Landim
O Estado de S.Paulo, 29/04/2012

Atraso na chegada dos produtos prejudica os negócios das empresas e a vida dos consumidores

SÃO PAULO - Produtos adquiridos por brasileiros em sites internacionais estão demorando cerca de quatro meses para serem entregues no País. A Operação Maré Vermelha, da Receita Federal, aumentou a fiscalização na entrada de itens importados e está prejudicando os negócios das empresas e a vida dos consumidores.

Indignados com o atraso na chegada dos produtos - que atinge não somente os comprados em sites, mas todos os tipos de mercadorias -, usuários de comércio eletrônico assinaram uma petição pública na internet contra "a ineficiência da Receita Federal do Brasil". Até o fechamento desta edição, a petição já contava com 969 assinaturas. Procurada pelo Estado, a Receita não se pronunciou.

Rayan Barizza, pós-graduando em direito administrativo residente em Ribeirão Preto (SP), é o autor do abaixo-assinado. Ele tem oito encomendas paradas na alfândega acima do prazo usual, que costumava ser de 30 dias. O estudante importou, por exemplo, uma antena para internet sem fio há mais de 80 dias e ainda não recebeu o produto. "A Maré Vermelha se transformou em uma grande barreira de contenção das importações", disse.

Deflagrada no dia 19 de março, a Operação Maré Vermelha intensificou a fiscalização na entrada de produtos importados, com o objetivo de reduzir o contrabando. Pelos parâmetros da Receita, os produtos deixam o "canal verde", onde a liberação é quase automática, e entram no "canal vermelho", que exige verificação física e documental. A operação não tem data para acabar e provoca congestionamento em portos e aeroportos, principalmente em São Paulo.

As cargas importadas por empresas também estão sendo afetadas, mas o consumidor que importa diretamente é o mais prejudicado. No ano passado, foram feitas 4,78 milhões de operações de importação entregues por via postal no País. Os consumidores trazem diversos itens de baixo valor, principalmente jogos e acessórios de computador. Como os valores envolvidos são pequenos, essas compras representaram US$ 3,2 milhões em 2011.

O maior motivador desse tipo de importação é o preço. Segundo os consumidores, os produtos importados custam, em média, 60% menos que os nacionais. Há itens em que a diferença é ainda maior e algumas mercadorias chegam a custar o triplo no Brasil do que no exterior. É o caso de baterias para aparelhos auditivos. No País, 10 baterias custam R$ 36, enquanto dá para importar 30 baterias da China pelo mesmo valor.

Taxação. Os consumidores também reclamam que a Receita Federal está taxando indevidamente os produtos. Pela legislação em vigor, produtos abaixo de US$ 50 importados por pessoas físicas para uso próprio não pagam taxas. Se comprar produtos para revenda ou acima desse valor, o importador é obrigado a pagar os tributos.

‘Vou parar de importar’
Importador diz que não quer dor de cabeça 

SÃO PAULO - Murilo Destri Faccio é técnico em informática e mora em Jaboticabal (SP). Ele importa produtos eletrônicos pela internet e conta que foi taxado indevidamente. "As taxas são chutes. Comprei um produto de US$ 30. O fiscal da Receita simplesmente rabiscou esse valor e colocou US$ 100 e tive de pagar as taxas", disse. Ele tentou recorrer e acionou o Procon, mas não teve sucesso.

Quatro encomendas feitas por Faccio estão paradas na alfândega há mais de dois meses. Segundo ele, as entregas começaram a "travar" no início do ano. Ele fez uma encomenda em janeiro que só chegou 10 dias atrás. "A demanda é grande e falta pessoal para a Receita. É muito produto para ser despachado e conferido."

No abaixo-assinado na internet, os consumidores deixam comentários irados contra a Receita Federal. Carlos Henrique Vilela, técnico administrativo em Indaiatuba (SP), é um deles. "A operação é uma ditadura para inibir a importação. No governo do Lula, não era assim."

Ele importa pela internet há mais de cinco anos, mas agora pretende interromper as atividades. "Vou parar de importar. Não quero mais essa dor de cabeça."

Triplica tempo de espera por produto
Em vez dos usuais três a cinco dias, mercadorias importadas por tradings estão demorando de 10 a 15 dias para serem liberadas

SÃO PAULO - A Operação Maré Vermelha provoca prejuízos para os grandes importadores. As empresas relatam que duplicou e até triplicou o tempo de espera para liberar um produto importado. Em vez dos usuais três a cinco dias, os itens parados pela fiscalização estão demorando 10 a 15 dias.

Segundo tradings ouvidas pelo Estado, os atrasos provocam várias despesas extras, porque é preciso estender o tempo de estadia do produto no contêiner e pagar os caminhoneiros pelos dias parados. A principal despesa, no entanto, é financeira: a trading já pagou o fornecedor, mas não recebe do cliente enquanto não entrega o produto.

"A Receita está no direito dela de fiscalizar. O problema é que pagam todos: os importadores honestos e os infratores", diz Sérgio Vladimirschi Junior, vice-presidente da Comexport. "Esse tipo de operação não separa o bom do ruim. Pune a todos", afirma Alfredo de Goeye, presidente da Sertrading.

A Operação Maré Vermelha ganhou esse nome porque começou a transferir mais produtos do "canal verde", onde a liberação é praticamente automática, para o "canal vermelho", onde os produtos estão sujeitos a fiscalização documental e física com abertura da carga.

A Receita não divulga o número de produtos incluídos nessa operação especial, nem qual é a porcentagem de importação direcionada ao "canal vermelho". Conforme estimativas do setor, o volume de produtos sujeitos a maior fiscalização triplicou.

Teoricamente, a escolha dos produtos que vão para o "canal vermelho" é aleatória, mas fontes experientes no comércio exterior contam que o governo acaba escolhendo os setores que são fiscalizados com mais cuidado e que também considera o histórico do importador.

São Paulo. Os portos e aeroportos de São Paulo têm sido os mais afetados pela Operação Maré Vermelha, porque concentram quase 30% do transporte marítimo e mais de 50% do transporte aéreo. Mas o impacto do aperto na fiscalização é sentido em todo o País.

De acordo com José Cândido Senna, coordenador do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a operação Maré Vermelha da Receita Federal provocou uma "superlotação" dos terminais de contêineres no Porto de Santos, que geralmente já trabalha no limite.

"O movimento da Operação Maré Vermelha é perverso, porque cria barreiras para a importação, mas também para a exportação, já que o sistema como um todo começa a trabalhar com muitas ineficiências", diz Senna.

Segundo a advogada Carol Monteiro de Carvalho, do escritório Bichara, Barata, Costa & Rocha, algumas empresas estudam entrar na Justiça, porque estão sofrendo gravemente, já que trabalham com estoque reduzido. Ela explica que a Receita está no seu direito ao apertar a fiscalização, mas não pode paralisar a atividade das empresas. "O poder público pode fiscalizar, mas não inviabilizar uma atividade."