O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

domingo, 4 de julho de 2021

Livros de Paulo Roberto de Almeida disponíveis livremente, mas em venda no comércio de usados

Descobri que na Estante Virtual existem livros meus que estão sendo vendidos a preços EXORBITANTES, mas que, por estarem fora do mercado por diferentes razões (edições esgotadas, sem possibilidades de reedição, editoras que inclusive  desapareceram), foram por mim colocados de forma INTEIRAMENTE LIVRE nas minhas ferramentas de comunicação social. 

Até livros que são oferecidos gratuitamente na Biblioteca Digital da Funag, como é o caso do Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil, ou Formação da Diplomacia Econômica no Brasil, estão sendo vendidos a preços escandalosos.

Informo abaixo qual são alguns dos disponíveis (mas há vários outros):

22) Prata da Casa: os livros dos diplomatas (book reviews; Edição de Autor; Versão de: 16/07/2014, 663 p.; disponível na plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_). 

17) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, xx+272 p.; Inclui bibliografia; ISBN: 978-85-375-0875-6); Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/globalizando-ensaios-sobre-globalizacao.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42313006/Globalizando_ensaios_sobre_a_globalizacao_e_a_antiglobalizacao_2011_). 

11) A Grande Mudança: consequências econômicas da transição política no Brasil (São Paulo: Editora Códex, 2003, 200 p.; ISBN: 85-7594-005-8); ); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42309421/A_Grande_Mudanca_consequências_econômicas_da_transição_politica_no_Brasil_2003_https://www.academia.edu/42309422/Capa_e_Contra_Capa_A_Grande_Mudanca_2003_).

9) Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002, 286 p.; ISBN: 85-219-0435-5); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42283521/Os_Primeiros_Anos_do_Seculo_XXI_o_Brasil_e_as_relações_internacionais_contemporaneas_2002_).

6) O estudo das relações internacionais do Brasil (São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42301157/O_estudo_das_relacoes_internacionais_do_Brasil_1999_).

4) Velhos e novos manifestos: o socialismo na era da globalização (São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 1999, 96 p.; ISBN: 85-7441-022-5); disponível na plataforma Academia.edu (link:https://www.academia.edu/41037349/Velhos_e_Novos_Manifestos_o_socialismo_na_era_da_globalizacao_1999_).

3) Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: Editora LTr, 1998, 160 p.; ISBN: 85-7322-548-3); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42290608/Mercosul_fundamentos_e_perspectivas_1998_).

1) O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; ISBN: 85-7129-098-9); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42007009/O_Mercosul_no_Contexto_Regional_e_Internacional_1993_). 


Estes são alguns dos livros oferecidos em sebos congregados na Estante virtual: 

 e  em 278 vendedores
Ordenar por:
ver exemplar
Capa ilustrativa
A Grande Mudança

A Grande Mudança

De: R$ 4,00 até: R$ 55,00
18 novos
|
82 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Os Primeiros Anos do Século XXI

Os Primeiros Anos do Século XXI

De: R$ 5,00 até: R$ 49,00
4 novos
|
44 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Regulamentos de Tráfego Aéreo para Vôos Vfr

Regulamentos de Tráfego Aéreo para Vôos ...

De: R$ 6,90 até: R$ 37,37
36 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Formação da Diplomacia Econômica no Brasil

Formação da Diplomacia Econômica no Bras...

De: R$ 7,99 até: R$ 450,00
4 novos
|
36 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
O Estudo das Relações Internacionais do Brasil

O Estudo das Relações Internacionais do ...

De: R$ 7,00 até: R$ 172,61
19 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Relações Internacionais e Política Externa do Brasil

Relações Internacionais e Política Exter...

De: R$ 14,99 até: R$ 123,20
9 novos
|
13 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
O Mercosul no Contexto Regional e Internacional

O Mercosul no Contexto Regional e Intern...

De: R$ 5,00 até: R$ 64,00
16 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Relações Brasil-estados Unidos: Assimetrias e Convergências

Relações Brasil-estados Unidos: Assimetr...

De: R$ 9,00 até: R$ 86,70
3 novos
|
15 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
O Brasil e o Multilateralismo Econômico

O Brasil e o Multilateralismo Econômico

De: R$ 9,50 até: R$ 89,00
6 novos
|
11 usados
ver exemplar
Velhos e Novos Manifestos

Velhos e Novos Manifestos

De: R$ 4,50 até: R$ 29,00
10 usados


Nunca Antes na Diplomacia: A Política Externa Brasileira em Tempos Não Convencionais

Nunca Antes na Diplomacia: A Política Ex...

De: R$ 24,90 até: R$ 50,49
2 novos
|
5 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Integração Regional- uma Introdução

Integração Regional- uma Introdução

De: R$ 22,00 até: R$ 200,00
5 novos
|
4 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Mercosul Fundamentos e Perspectivas

Mercosul Fundamentos e Perspectivas

De: R$ 9,00 até: R$ 15,00
1 novo
|
6 usados


Assimetrias e Convergências / Relações Brasil- Esatados Unidos

Assimetrias e Convergências / Relações B...

De: R$ 9,89 até: R$ 9,89
2 usados
ver exemplar
Assimetrias e Convergências

Assimetrias e Convergências

De: R$ 15,00 até: R$ 30,40
2 usados
ver exemplar
Mercosul, Nafta e Alca: a Dimensão Social

Mercosul, Nafta e Alca: a Dimensão Socia...

De: R$ 15,00 até: R$ 15,90
2 usados
ver exemplar
Capa ilustrativa
Globalizando - Ensaios Sobre a Globalizaçao e a Antiglobalizaçao - Ed. 2011

Globalizando - Ensaios Sobre a Globaliza...

De: R$ 39,00 até: R$ 149,99
2 usados
ver exemplar
As Relações Brasil-estados Unidos - Assimetrias e Convergencias

As Relações Brasil-estados Unidos - Assi...

De: R$ 14,99 até: R$ 39,99
1 novo
|
1 usado
ver exemplar
NUNCA ANTES NA DIPLOMACIA - A POLITICA EXTERNA BRA

NUNCA ANTES NA DIPLOMACIA - A POLITICA E...

De: R$ 61,00 até: R$ 61,00
2 novos

Rui Barbosa sobre o militarismo

 Um argumento antigo, ainda do século XIX, mas que continua válido:

“O militarismo, governo da espada pela espada, arruina as instituições militares. O militarismo está para o Exército como o fanatismo para a religião, como o charlatanismo para a ciência, como o industrialismo para a indústria, como o mercantilismo para o comércio, como o cesarismo para a realeza, como o demagogismo para a democracia, como o absolutismo para a ordem, como o egoísmo para o eu.”

Rui Barbosa, depois de ter sido perseguido pelo presidente-déspota Floriano Peixoto e de ter sido obrigado a se exilar.

Citado em 1889, de Laurentino Gomes, p. 373.

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Aos cem anos de sua fundação, o que o PCC aprendeu?: paranoia e desconfiança? Como os EUA? - Evan Osnos (The New Yorker)

 Não sei se o autor reparou, mas as posturas que ele indicou para o PCC são as mesmas, mutatis mutandis, que existem na atual liderança americana (ou talvez desde sempre). 

Paulo Roberto de Almeida

After a Hundred Years, What Has China’s Communist Party Learned?

Beijing reverts to a belief that paranoia and suspicion are the best policies.
A large crowd on stage with Chinese President Xi Jinping on an oversized monitor.
President Xi Jinping appears on a mega-screen at a celebration of the Chinese Communist Party’s hundredth anniversary.Photograph by Lintao Zhang / Getty

Not so long ago, the Communist Party of China—which celebrates its hundredth anniversary this week—believed in the power of eclectic influences. In 1980, the Party’s propaganda chiefs approved the first broadcast of an American television series in the People’s Republic of China: “Man from Atlantis,” which featured Patrick Duffy, with webbed hands and feet and clad in yellow swimming trunks, as the lone survivor of an undersea civilization. In the United States, the show had been cancelled after one season—the Washington Post panned it as “thinner than water”—but the Communists in Beijing had embarked on an “open door” policy of experimentation. They knew that the political chaos of the Cultural Revolution had left China impoverished and weak—it was poorer than North Korea—and were acquiring whatever foreign culture they could afford, in order to close the gap with the rest of the world. After “Man from Atlantis,” Chinese television viewers were shown “My Favorite Martian” (though the laugh track was lost in the dubbing process, so there were long, puzzling pauses) and the capitalist soap operas “Falcon Crest,” “Dallas,” and “Dynasty.”

For years, the imports kept coming. The censors cut out references to major political taboos (such as the crackdown at Tiananmen Square, in 1989), but the aperture to foreign culture was wide enough that Chinese news broadcasts featured segments from CNN. Yet the appetite for international programming did not last. It peaked around 2008, when Beijing welcomed a surge of attention for the Summer Olympics. In the years after that, the Party moved to protect itself against the challenges posed by dissent and technology, and turned its suspicions again on American influence. When Xi Jinping became General Secretary of the Party, in 2012, he faced a worrying terrain: social media created in Silicon Valley, and cheered by Washington, had helped bring down authoritarian rulers in Egypt and Libya, and Chinese leaders jockeying for power and money had allowed internal feuds to tumble into public, reviving a congenital fear, deeply rooted in a party born of revolution, that it could all end in collapse. Flamboyant corruption was fuelling overt public resentment of the Party. In a speech, Xi warned that the Soviet Communists had lost control “because everyone could say and do what they wanted.” He warned, “What kind of political party was that? It was just a rabble.”

To build unity, Xi’s government invoked the spectre of the Cold War; state television rebroadcast films of Chinese troops battling Americans in Korea during the nineteen-fifties, a period in which American spies also infiltrated China in efforts to overthrow the Party. John Delury, the author of the forthcoming book “Agents of Subversion,” a history of espionage and suspicion in U.S.-China relations, told me, “Even after ‘normalization’ in the 1970s, the US essentially moved on to a new subversive proposition, the hope that prosperity [in China] would lead to democracy. But contrary to America’s wishes, wealth led to power, not democracy.”

Xi recommitted the Party to “ideological work” and the need to suppress “mistaken opinions.” Popular social-media commentators were arrested; Charles Xue, a Chinese-American blogger based in Beijing, who had more than twelve million followers, was paraded on television in handcuffs, and confessed to making “irresponsible” comments. The Party cited fears of separatism in the Xinjiang region to create a vast network of prisonlike facilities and surveillance, and, in Hong Kong, it moved swiftly to eliminate autonomy and political dissent. Xi adopted a language of existential threat. In 2014, he said that China faced “the most complicated internal and external factors in its history.” Jude Blanchette, a China specialist at the Center for Strategic and International Studies, wrote in Foreign Affairs that “although this was clearly hyperbole—war with the United States in Korea and the nationwide famine of the late 1950s were more complicated—Xi’s message to the political system was clear: a new era of risk and uncertainty confronts the party.”

In the machinery of a one-party state, in which the words of a paramount leader amplify as they move through its cogs, Xi’s dark warnings created a thriving cult of paranoia. Around Beijing, posters went up, warning people to watch out for foreign spies, who might try to seduce Chinese women in order to gain access to state secrets. In rural backwaters, the Party warned of Western-backed “color revolutions” and “Christian infiltration.” A university in Beijing planned to display a copy of the Magna Carta, which curbed the powers of an English king in the thirteenth century, until officials got nervous; it was sent to the residence of the British Ambassador. In 2016, the state-media regulators who had once introduced “Dallas” issued new directives with a very different cast of mind; they barred television programs that joked about Chinese traditions or showcased “overt admiration for Western life styles.”

This summer, in preparation for the Party’s hundredth birthday, on July 1st, officials launched a propaganda campaign that would have looked retro were it not resurgent. On television, billboards, and across the Chinese Internet, the Party extolled the wisdom of Xi (“The People’s Leader”), who has liberated himself from term limits; it rallied the public to watch out for shadowy “hostile forces” within and without, as well as for corruption, ideological lassitude, and democratic temptation. In the days leading up to the celebration, primary-school parents at a school in Shandong Province were advised to “conduct a thorough search for religious books, reactionary books, homegrown reprints or photocopies of books published overseas, and for any books or audio and video content not officially printed and distributed by Xinhua Bookstore.” On June 28th, at an outdoor rally held in the Bird’s Nest stadium that was built for the Olympics, the Party offered a congratulatory, and selective, reading of its record: it glorified the Long March of the nineteen-thirties, skipped over the famine and turmoil of the fifties and sixties, and cheered China’s economic and technological advances, culminating in its rapid recovery from the COVID-19 pandemic. Three days later, in Tiananmen Square, before a crowd of seventy thousand, Xi delivered a blunt warning to the outside world. “The Chinese people will never allow foreign forces to bully, oppress, or enslave us,” he said. “Whoever nurses delusions of doing that will crack their heads and spill blood on the Great Wall of steel built from the flesh and blood of 1.4 billion Chinese people.”

A century after the Party was founded by a young Mao Zedong and other students of Marxism-Leninism, it aspires to achieve the ultimate dream of authoritarian politics: an encompassing awareness of everything in its realm; the ability to prevent threats even before they are fully realized, a force of anticipation and control powered by new technology; and economic influence that allows it to rewrite international rules to its liking.

The Party’s authoritarian turn has reverberated far beyond China. As Xi has sought to root out foreign and political challengers, his efforts have sparked mistrust in Washington. Since January, the U.S. has described China’s mass arrests and repression of Uyghurs and Kazakhs in Xinjiang as “genocide and crimes against humanity.” Last month, in Europe, President Biden recruited allies in a joint call for a transparent study of the origins of the pandemic, and for support of an infrastructure push that could compete with China’s Belt and Road Initiative in developing countries. “I think we’re in a contest. Not with China per se, but a contest with autocrats,” Biden told reporters. At stake, he said, was “whether or not democracies can compete with them in a rapidly changing twenty-first century.”

Beyond the realms of geostrategy and diplomacy, partisan warfare in Washington has gravitated toward the subject of China, mirroring Beijing’s paranoia and nativism about spies and foreign subversion. In 2018, Donald Trump, while discussing China with a gathering of C.E.O.s, reportedly said, “Almost every student that comes over to this country is a spy.” (There were an estimated three hundred and seventy thousand Chinese students in America during the 2018-19 school year.) Among Trump’s supporters, China became a central danger in their pantheon of threats, alongside Sharia law, the deep state, and “caravans” of Mexican migrants. During the 2020 Presidential campaign, flags and T-shirts denounced “Beijing Biden” and accused him of seeking to “Make China Great Again.” After Biden was inaugurated, a popular right-wing meme promoted a racist conspiracy theory that David Cho, a decorated Secret Service agent who is Korean-American, was Biden’s “Chinese handler.” Violent, racially motivated attacks on Asians increased across the U.S., and, in March, a gunman killed eight people, including six Asian women, at spas and massage parlors in the Atlanta area.

As China’s Communist Party enters its second century, its mix of confidence and paranoia—pride in its achievements and fear of the outside—reflects the fundamental uncertainty of its project. Chinese Communists have already ruled their country longer than the Soviets ruled theirs, but that’s a distinction that breeds both satisfaction and anxiety. No Communist government has ever made it to its second centennial celebration. During the Trump Administration, the incompetence and infighting of American politics provided a valuable propaganda tool for Xi’s government, which may well endure in the decades ahead. But Americans ended Trump’s Presidency after a single term, thanks to a feature of governance that becomes ever harder to maintain in a one-party state ruled by a strongman: the power of self-correction.


Neli Aparecida de Mello-Théry: uma lembrança afetiva - Hervé Théry (Confins)

 Homenagem

Imagens de duas carreiras

Images de deux carrières
Images of two careers
Hervé Théry
Revista Confins, n. 50, 2021

Texte intégral com fotos de Neli: ver a matéria completa neste link:https://journals.openedition.org/confins/36270

1Seguem algumas imagens das duas carreiras de Neli Aparecida de Mello-Théry, a primeira em planejamento urbano e gestão ambiental, a segunda como professora na Universidade de São Paulo, esta última em colaboração estreita com a França e mantida até o fim1

Carreira no planejamento urbano e na gestão ambiental

2O início da carreira de Neli foi primeiro em Goiás, depois em Brasília 

  • 1975-1985 Instituto de Desenvolvimento Urbano e Regional de Goiás (INDUR), técnica em planejamento, elaboração de projeto de desenvolvimento para o aglomerado urbano de Goiânia e do Atlas Geográfico do Estado de Goiás

  • 1985-1987 Conselho Nacional do Desenvolvimento Urbano (CNDU), assessora à Diretoria do CNDU. Levantamento dos projetos de lei relativos ao desenvolvimento urbano no Congresso Nacional

  • 1987-1992 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Diretora de Pesquisa e Divulgação (1990-1991), Coordenadora do Relatório do Brasil para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92)

  • 1995 Secretaria de Meio Ambiente e Tecnologia do Distrito Federal, SEMATEC, Brasil, Diretora de Educação Ambiental

  • 1995-1999 Ministério do Meio Ambiente e da Amazonia Legal (MMA) Secretaria da Amazônia, Secretária Técnica do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais do PPG-7.

3Em 1992, quando o Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (conhecido como PPG7) foi lançado, o Brasil estava sob grande pressão internacional devido à degradação da Amazônia. Financiado com US$ 428 milhões, o programa teve quatro componentes, que deram origem a 28 projetos. A participação da sociedade civil brasileira fez com que a iniciativa ganhasse ainda mais relevância2

4O primeiro desses componentes foi a criação de uma política nacional de manejo dos recursos naturais, onde Neli chefiava o Subprograma de Política de Recursos Naturais (SPRN) que se dedicava explicitamente ao fortalecimento de órgãos estaduais voltados para a gestão ambiental e de outras organizações participantes.

Secretaria da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 1996

Secretaria da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 1996

©Hervé Théry, 1996

5Como parte de suas funções, Neli costumava viajar para a Amazônia (cerca de uma vez por mês), indo sucessivamente a cada um dos Estados da região para se reunir com autoridades ambientais, mas também com as comunidades locais.

Com as comunidades em Nova Mamoré, Rondônia, 1996

Com as comunidades em Nova Mamoré, Rondônia, 1996

©Hervé Théry, 1996

6No entanto, essas funções oficiais não a impediram de retomar os seus estudos, obtendo em 1997 um Mestrado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília, UnB, “A urbanização pública do Distrito Federal e o comprometimento ambiental: o caso da sub-bacia do Riacho Fundo”, orientado por Marta Adriana Bustos Romero.

7Este mestrado brasileiro foi o prelúdio de uma mudança de carreira, da gestão ambiental para o ensino e pesquisa, iniciado pela redação de uma tese na França.

Tese na França

8A redação da tese, por mais absorvente que seja, foi acompanhada por diversas atividades, como a participação no Festival Internacional de Geografia de Saint-Dié: quando o Brasil foi o país convidado, em 1998, Neli fez parte da delegação brasileira. Ela também encontrou tempo, pois tinha um grande interesse nesta atividade, para fazer trabalho de campo na França.

  • 1998 – 1999 DEA (diplôme d’études approfondies) Géographie et Pratique du Développement. Université de Paris X – Nanterre, « Les bassins hydrologiques urbains », (orientador Alain Dubresson).

  • 1999-2002 Doutorado em co-tutela entre a Université de Paris X, Nanterre, Paris X (orientador: Alain Musset) et a Universidade de São Paulo, USP (orientador: Wanderley Messias da Costa, Políticas públicas territoriais na Amazônia brasileira: conflitos entre conservação ambiental e desenvolvimento. 

Neli delegação brasileira no Festival Internacional de Geografia de Saint Dié, outubro 1998

Neli delegação brasileira no Festival Internacional de Geografia de Saint Dié, outubro 1998

©Hervé Théry, 1998

Trabalhando na tese, ‎4 ‎janeiro de ‎2002

Trabalhando na tese, ‎4 ‎janeiro de ‎2002

©Hervé Théry, 2002

Trabalho de campo em Dol de Bretagne, maio de 2000

Trabalho de campo em Dol de Bretagne, maio de 2000

©Hervé Théry, 2000

Defesa da tese, 2002

Defesa da tese, 2002

©Hervé Théry, 2002

Professora na EACH-USP

9De volta ao Brasil, Neli passou três anos no CDS, centro de estudos do desenvolvimento sustentável da Universidade de Brasília, antes de ser eleita professora da USP, onde lecionou na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) desde a sua criação, em 2005, e na unidade foi também coordenadora do bacharelado em Gestão Ambiental 

Com alunos em Piracicaba 2007

Com alunos em Piracicaba 2007

©Hervé Théry, 2007

10Entre 2014 e 2018, foi vice-diretora da EACH, quando também esteve à frente da Comissão Ambiental, atuando na construção de valores e soluções que definiram o marco do planejamento e da gestão ambiental de unidade.

Palestra na ocasião dos dez anos de fundação da EACH 2015

Palestra na ocasião dos dez anos de fundação da EACH 2015

©EACH 2015

11Em 2011 sete títulos da Edusp, a editora da USP, foram selecionados pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) para figurar na lista de livros a serem distribuídos entre professores e bibliotecas da rede pública estadual. Entre eles estava o Atlas do Brasil, de Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello-Théry3. A venda total foi de 64 mil exemplares – uma das maiores já realizadas pela Editora da USP.

O Atlas do Brasil escolhido para distribuição nas escolas do Estado de São Paulo

O Atlas do Brasil escolhido para distribuição nas escolas do Estado de São Paulo

©Ernani Coimbra

12Ao longo desse período em São Paulo, o trabalho de campo continuou sendo uma das atividades centrais de Neli, tanto para suas atividades de pesquisa quanto para a formação desses alunos. Era tão importante para ela que lhe dedicou um de seus últimos artigos, publicado em 2020 na revista Confins, “O campo é um laboratório para a gestão ambiental”4.

Trabalho de campo com a Defesa civil ‎‎25 ‎agosto ‎2008

Trabalho de campo com a Defesa civil ‎‎25 ‎agosto ‎2008

Os 100 anos do PCC, o caminho percorrido e o futuro da China — Paulo Roberto de Almeida, Fausto Godoy e Bruno Benevides (FSP)

 Artigo de meu amigo e colega Fausto Godoy sobre o primeiro centenário do PCC: não creio que chegue ao segundo, exatamente devido ao sucesso dos primeiros cem anos, que mudaram totalmente a China (mas não estarei mais aqui para pagar eventual aposta). Trata-se do ÚNICO partido comunista do mundo a ter tido “sucesso” no âmbito desse regime, mas as razões desse sucesso são duas: uma férrea ditadura e uma clara adesão ao capitalismo (ou a uma economia de mercado com flexível planejamento estatal, o que foi possível fazer graças a uma burocracia de alta qualidade, os mandarins do PCC). 

Escrevi um pequeno ensaio sobre os 100 anos do PCC e as mudanças realmente impressionantes nos últimos 30-40 anos na RPC, que pode ser lido neste mesmo espaço:

https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/06/sobre-os-100-anos-do-partido-comunista.html?m=1

Paulo Roberto de Almeida

Leiam:

UMA CRÔNICA A RESPEITO  DE UM VELHO SENHOR : O CENTENÁRIO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS

Fausto Godoy

Hoje, 01 de julho, o Partido Comunista da China celebra seu centenário. Nesta data, em 1º de julho de 1921 o PCC era criado pelo líder revolucionário e fundador da República Popular, Mao Zedong. Na verdade o dia da celebração deveria ser 23/07, data efetiva da reunião de 13 pessoas numa casa da concessão francesa em Xangai, onde, inspirados pela revolução bolchevique soviética e com a ajuda do Gabinete do Extremo Oriente do Partido Comunista da União Soviética e do Secretariado do Extremo Oriente da Internacional Comunista, revolucionários chineses encontraram abrigo para lançar na clandestinidade o projeto de um regime que mudaria radicalmente a história da China.

Atualmente, ainda que com cerca de 91,914 milhões de membros, segundo o senso de 2020, número relativamente modesto a se levar em conta a população de 1,4 bilhão de indivíduos do país, o PCC é o segundo maior partido do mundo, atrás apenas do “Bharatiya Janata Party”/BJP, da Índia. Como explicar, então, o seu poder num universo populacional tão mais amplo? O que justifica o apoio massivo da população? Qual é o princípio (dogma?...) político/econômico/civilizacional que lhe dá legitimidade? 

Para buscarmos entender o presente precisamos visitar o passado, sobretudo o chamado “século das humilhações” - o XIX – quando no declínio do Império Qing as potências ocidentais impuseram, com a Grã-Bretanha à frente, a abertura da China para o Ocidente e o consumo do ópio, única maneira que a corte de Saint James encontrou para equilibrar a balança de comércio bilateral exponencialmente favorável aos chineses, descortinando o cenário que foi palco das duas chamadas “Guerra do Ópio” (1839/1842 e 1856/1860). 

O trauma causado por este capítulo da História, até hoje presente na memória dos chineses cujos antepassados foram drogados de forma vil para equilibrar uma corrente de comércio, acirrou não somente a luta pela derrota do regime nacionalista que sucedeu à queda do Império mas não conseguiu pacificar o país dilacerado por disputas de poder entre os caudilhos (“warlords”) regionais, mas também propulsou o espraiamento da ideologia marxista-comunista que alimentou, aliás, o processo de descolonização de vários países da Ásia na segunda metade do século passado.

O caminho desde então foi árduo e a China passou por enormes vicissitudes, causadas principalmente pelo experimentalismo que se inaugurou desde então sob a liderança de Mao Zedong, que desde 1949 até a sua morte, em 1976, impôs políticas e práticas que hoje devem parecer estapafúrdias para muitos chineses. Tal é o caso do “Grande Salto Adiante”, campanha que ele lançou entre 1958 e 1960 com a ambição de tornar a República Popular numa nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde através da coletivização do campo por meio de uma reforma agrária atabalhoada e da industrialização urbana, com as chamadas “siderúrgicas de quintal”. Frustradas, estas experiências resultaram em dezenas de milhões de mortos; um cálculo conservador estima as vítimas em 18 milhões, porém outros estudos sugerem que o número foi mais próximo de 55,6 milhões.

Derrotado nestes seus propósitos e afastado do poder e do partido, Mao conclamou a juventude, e com o apoio do Exército de Libertação Popular (ELP), radicalizou a confrontação com seus opositores através da “Revolução Cultural”, de 1966 até 1976, que tinha por objetivo declarado “purgar os elementos capitalistas e tradicionais da sociedade chinesa e reimpor o Pensamento de Mao Zedong como a ideologia dominante do PCC”. Dezenas de milhões de pessoas foram perseguidas e figuras notáveis aprisionadas, ou mortas. Até mesmo o pai do Presidente Xi Jinping, Xi Zhongxun, que mais tarde desempenharia um papel fundamental no processo de abertura do país para o exterior ao inspirar Deng Xiaoping a criar as “zonas econônicas especiais”, foi para a prisão.

Entretanto, a partir da morte do “Grande Timoneiro”, em 1976, o retorno à cena política de Deng Xiaoping, companheiro de Mao na “Grande Marcha” que tinha uma proposta modernizante para o país, confrontando o pensamento oficial do Partido e que por isto fora banido e até emprisionado, mais uma vez viria a mudar os rumos da República Popular. Deng é o verdadeiro patriarca da China contemporânea. O plano de abertura e modernização econômica por ele lançado catapultou o país, até então majoritariamente rural, na China de hoje. Ele é, aliás, autor de famosos neologismos econômicos, tais como “economia socialista de mercado” e “socialismo com características chinesas”.  É dele a famosa frase “não importa se o gato é preto, ou branco, desde que cace ratos”. A economia cresceu radicalmente após uma série de medidas pró mercado que abriram o país aos investimentos externos e ao capital privado. Isto significa, em última análise, que a partir de então a República Popular – e o Partido Comunista – inauguraram um período de experimentalismo econômico que descontruísse o maoísmo “hard” ao tempo em que mantinham o mito do “Grande Timoneiro” para preservar a mitológica unidade da Nação Comunista.

Este processo teve andamento nas gerações posteriores de líderes, basicamente tecnocratas, que tiveram como missão concretizar e avançar as políticas e práticas “revolucionárias” lançadas por Deng. Até que na 18a. reunião do Congresso do PCC, em novembro de 2012, Xi Jinping foi eleito Secretário-Geral do Partido e subsequentemente, Presidente da República Popular e Presidente da Comissão Central Militar, ou seja, líder absoluto de todos os poderes da RPC.

Quem é Xi Jinping?

Filho do incentivador da abertura da China para o exterior, como mencionei, Xi é um homem moderno para os padrões da burocracia chinesa. Ele sofreu na adolescência as consequências nefastas por ser um “princeling” – filho de autoridade – durante a Revolução Cultural e foi exilado para um condado rural após a purga de seu pai. É casado com uma famosa cantora de música popular patriótica, Peng Liyuan, e tem uma filha estudando em Harvard com nome disfarçado. Sua biografia o situa, portanto, a milhas de distância de seus antecessores.

Mas ele é também um forte adepto da ortodoxia ideológica do Partido, cujas bases reconstruiu depois da série de notícias de malfeitos que assolavam o PCC nos últimos tempos. Xi consolidou com grande ímpeto seu poder, ampliando os limites constitucionais do cargo. O combate à corrupção passou a ser o lema de sua administração. Dizem, porém, as más línguas que a escolha dos incriminados inclui personalidades que lhe fazem oposição. Segundo seus antagonistas, desde a época de Mao, a sociedade chinesa não era tão controlada. 

Em contrapartida, milhões de pessoas foram resgatadas da pobreza na sua gestão. Xi anunciou em fevereiro deste ano que de acordo com os critérios atuais para a definição de “pobreza absoluta”, todos os 98,99 milhões de pobres da população rural do país foram retirados desse índice, assim como 832 municípios e 128.000 aldeias, ainda que alguns especialistas concluam que a China estabeleceu um nível baixo para a sua definição de pobreza e que continua sendo necessário um investimento contínuo em suas áreas mais pobres.

Não obstante, a China de Xi Jinping enfrenta desafios da dimensão do país. Entre outros, a urbanização massiva que tende a escapar ao controle das autoridades, inchando as cidades com uma população desacostumada à vida urbana, com os problemas agudos do processo, como alojamento, escolaridade, deterioração do meio-ambiente, etc.. A crescente disparidade entre as classes sociais é outro fator, a se constatar que a China – teoricamente comunista - abriga hoje centenas de milionários e é o segundo país com maior número de bilionários no mundo, de acordo com a Agência Forbes, assim como de algumas entre as maiores empresas privadas - Huawei, Ali Baba, Tencent, etc. - do planeta. Outro dilema complexo é a decalagem entre gerações, fruto do sistema de um “filho por família” implantado na década de 70 para impedir a explosão demográfica (agora são dois filhos e está-se cogitando aumentar para três) que se tornou um enorme desafio pois criou um vácuo geracional de consequências incalculáveis a longo prazo, sobretudo a se levar em conta que a curva da população já é decrescente. E “last but not least”, a deterioração do meio-ambiente que o crescimento exponencial e acelerado causa ao país, maior poluidor do planeta. E não nos esqueçamos do teorema - maior - da globalização / Ocidente. E estes são apenas alguns dos dilemas... 

São todas estas questões que o Presidente e o Partido terão que administrar se o PCC e a RPC ambicionam perseguir e atingir o plano delineado no livro “The China Dream”, do professor Liu Mingfu, segundo o qual “as China rises to the status of a great power in the 21st century, its aim is nothing less than the top – to be the leader of the modern global economy”; Xi repete este refrão em todos os seus discursos. Neste roteiro incluem-se projetos ambiciosíssimos como a “Belt and Road Initiative”, que visa unir a Ásia à Europa e à África, financiados pelos trilhões de dólares que o país detém de reservas, e tenciona aplicar no projeto, assim como no plano “Made in China 2025”, que pretende catapultá-la ao pináculo da era tecnológica.

O discurso do presidente Xi Jinping durante a abertura das comemorações do centenário demonstra um pouco do papel central que o Partido ocupa na sociedade chinesa: "dediquem tudo, até mesmo suas preciosas vidas, ao partido e ao povo", disse o presidente, enquanto exortava os membros do PCC a manterem seu amor pelo partido com firmeza e lealdade, no pronunciamento transmitido em rede nacional de televisão". 

A confirmar..

Recomendo aos amigos que desejem se inteirar a respeito do Partido Comunista Chinês que leiam a matéria abaixo da Folha de São Paulo.”

Fausto Godoy


Entenda como o centenário Partido Comunista controla o Estado e o poder na China

Modelo atual, que privilegia liderança coletiva, foi criado após excessos da era Mao

Bruno Benevides
Folha de S. Paulo, 29/06/2021

Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/entenda-como-o-centenario-partido-comunista-controla-o-estado-e-o-poder-na-china.shtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=compfb&fbclid=IwAR0DkF4UBpjdb_8P_1JSgcK_9dgeqZtME_br3w8wBp5x9_YYZrVjHhUozP8 

ou as ferramentas oferecidas na página. 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

The Future of Great Power Competition and Strategic Stability: report from Carnegie Endowment

O Carnegie Endowment for international Peace – criado ao final da Grande Guerra para justamente promover a causa da paz e da cooperação Inrternacional – poderia promover relatórios e seminários sobre a cooperação entre as grandes potências para a estabilidade política do mundo, em favor do desenvolvimento, não da competição estratégica. Ou eles acham que a Rússia e a China pretendem uma guerra com os Estados Unidos e países aliados? Em nome do quê, e para que?


How can we prevent great power competition from escalating into open military conflict? On July 1, 2021 Carnegie's Nuclear Policy Program joined Körber-Stiftung and the Institute for Peace Research and Security Policy at the University of Hamburg (IFSH) to launch  the  Körber Strategic Stability Initiative report — Changing Our Collective Fate: The Future of Great Power Competition and Strategic Stability. To read the report, visit  the new interactive website,www.strategicstability.org, for principles and policy recommendations that can serve as a starting point to enhance international peace and security.