Ficha do trabalho:
4834. “As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica”, Brasília, 22 janeiro 2025, 15 p. Texto em apoio a interação com o Ateliê das Humanidades. Texto disponível plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/128050929/4834_As_relacoes_internacionais_do_Brasil_numa_era_de_fragmentacao_geopolitica_2025_).
Parte inicial do trabalho:
As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Texto em apoio a interação com o Ateliê das Humanidades, evento realizado no dia 22/01/2025; YouTube (https://youtu.be/wze6Rw3rPyE) e (Spotify: https://open.spotify.com/episode/553PSG4fE9txXGjI1pHin4?si=15775e7121dd4bc6); Informação disponível no blog Diplomatizzando (27/01/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/01/as-relacoes-internacionais-do-brasil_27.html).
Sumário:
1. A primeira política externa republicana: fundamentos da doutrina diplomática
2. A diplomacia da República de 1946: o alinhamento pragmático da Guerra Fria
3. O primeiro exercício de política externa independente: um padrão consistente
4. O ecumenismo responsável da política externa autônoma e orgulhosa de sê-la
5. A diplomacia da redemocratização: sem os tabus do regime militar
6. As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica
Referências bibliográficas
1. A primeira política externa republicana: fundamentos da doutrina diplomática
Cem anos atrás, o Brasil se preparava para encerrar, pouco gloriosamente, a sua primeira experiência de diplomacia multilateral: a retirada do país da Liga das Nações, não tendo logrado o apoio das grandes potências, ou sequer de países latino-americanos, para tornar-se membro permanente do seu Conselho Executivo, lugar que acabou sendo cedido à Alemanha, o país justamente punido pelo Tratado de Versalhes de 1919, que a condenava como responsável pela Grande Guerra e, por isso, obrigada a pagar pesadas reparações aos países invadidos. A retirada resultou de um gesto desastrado do presidente Artur Bernardes, contra os argumentos do representante brasileiro em Genebra, embaixador Afrânio de Melo Franco, que depois seria o primeiro chanceler do governo provisório de Getúlio Vargas (1930-1934).
Esse curto experimento multilateral tinha começado quase duas décadas antes, na segunda conferência internacional da Paz, realizada na Haia, em 1907, na qual o Brasil tinha sido representado pelo baiano Rui Barbosa, que atuou brilhantemente em perfeito acordo com o chanceler Rio Branco. Na conferência, Rui e o Barão – o único a ser conhecido por esse título nobiliárquico em plena República – defenderam o princípio que se converteria no eixo central do multilateralismo contemporâneo: a igualdade soberana dos Estados (embora, antes e depois da Liga, e na própria ONU, essa igualdade sempre foi mais teórica do que real). A saída da Liga não impediu que o Brasil continuasse a participar das conferências econômicas organizadas pela organização, uma sobre comércio, em 1927, outra monetária e financeira, em 1934, ambas totalmente frustradas em seus objetivos liberalizantes e de coordenação de políticas comerciais e cambiais.
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