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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Um escritor versatil, residente em Connecticut, falando de imigrantes nos EUA - Jose Inacio Werneck

Não sabia ser vizinho de tão distinguido jornalista, ainda mais escrevendo sobre os imigrantes na Nova Inglaterra.
Surpresas sempre acontecem.
Paulo Roberto de Almeida

Os imigrantes e a curiosa história de meus livros

Correio do Brasil, 19/5/2015 15:00
Por José Inácio Werneck, de Bristol

Colunista conta como perdeu a chance de ter seu livro editado pela Record
Colunista conta como perdeu a chance de ter seu livro editado pela Record
Às vezes as pessoas me perguntam por que e como vim a dar com os costados nos Estados Unidos. A resposta está em meu livro “Com Esperança no Coração: Os Imigrantes Brasileiros nos Estados Unidos”.
Sou um autor meio secreto. Mal orientado pelo jornalista Moacir Japiassu, recusei uma oferta da Editora Record para publicar o mencionado livro. Foi lançado na  surdina pela Augurium Editora, me deu  prejuízo e hoje, estranhamente, sem que eu saiba como, pode ser encontrado na Amazon.
No espaço de três anos, entre 2004 e 2006, escrevi não apenas o “Com Esperança no Coração” como  também a novela “Sabor de Mar”, pela Editora Revan, e uma estranha obra que nem sei como explicar direito, mas que começou com um convite da editora Simon &Schuster.
Era, é ou foi um livro sobre o Pelé, em inglês. Que destino tomou, não sei. Sei apenas que um dia meu amigo escocês Hugh McIlvanney me telefonou de Londres dizendo que a Simon & Schuster ia publicar uma biografia de Pelé e, através de uma subsidiária chamada Gloria Books, lançar uma edição de luxo, de tiragem restrita.
Eu tinha sido escolhido para não somente escrever sobre Pelé como para traduzir para o inglês o que viria a ser produzido  pelo respeitado jornalista-historiador João  Máximo.
Pus mãos à obra. Escrevi sobre o dia em julho de 1957 em que  me encontrava com um grupo de amigos no bar Veloso, na rua Montenegro (agora respectivamente Garota de Ipanema e Vinicius de Moraes), em Ipanema,  e consegui uma carona (não tinha carro na ocasião) para ir ao Maracanã.
O Brasil enfrentava a Argentina. No segundo tempo um crioulinho franzino, de 16 anos, entrou em campo e fez um gol. Era Pelé. Fez ali sua estreia pela Seleção Brasileira e iniciou-se a maior história do futebol mundial.
Escrevi sobre isto e outros fatos de uma extraordinária carreira. Traduzi o que João Máximo botou no papel (melhor dizendo, computador) e editei, em inglês, o depoimento de diversos outros jornalistas brasileiros.
Tempos depois, num almoço em Londres, fiquei conhecendo os executivos de Gloria Books. O repasto era regado apenas a água mineral, pois eram todos muçulmanos, até que meu amigo Hugh McIlvanney resolveu por fim àquele “non-sense”, chamou o garcon e mandou descer um vinho. Na conta dos muçulmanos, é claro. A partir dali a refeição tornou-se mais saborosa.
Se me perguntarem o que aconteceu ao livro, não sei. Tenho as provas em casa, pois foi nelas que labutei para fazer a revisão. Recebi o pagamento que me era devido, mas apenas depois de longa troca de e-mails e telefonemas. Quando, em julho de  2013, estive outra vez com Hugh em seu apartamento, em Richmond (cercanias de Londres), ele  me confessou que também nunca mais ouviu falar da biografia nem da tal “edição de luxo” em “tiragem limitada”.
Tão limitada que aparentemente ninguém sabe, ninguém viu. Se alguém souber, me dê notícias. Eu tinha também um plano  de, junto com Roberto Porto e o já citado João Máximo, escrever um livro sobre o Jornal do Brasil, cuja fase áurea e posterior declínio nós três conhecíamos muito bem. Demoramos tanto a passar da ideia à realidade que nosso grande amigo Roberto Porto já morreu.
Chegará este livro a ver a luz do dia?
Quanto ao “Sabor de Mar”, passou por chuvas e trovoadas. Os percalços foram decorrentes do fato de que, para homenagear uma amiga morta, resolvi,  quando estava no meio do livro, trocar o nome da protagonista de Ana Maria para Maria Eduarda.
Acontece que, por artes do computador, houve quatro ou cinco episódios em que o nome Ana Maria continuou aparecendo, o que confundiu os leitores e causou queixas e reclamações.
A boa notícia é que o “Sabor de Mar” acaba de passar por uma reedição que corrigiu este e outros erros. Ele agora pode ser encontrado em “e-book” nas seguintes editoras:
Gato Sabido Livraria
Site: http://www.gatosabido.com.br/ –  Livraria da Travessa,  Site: http://www.travessa.com.br/ – Livrarias Curitiba, Site: http:www.livrariascuritiba.com.br/ – Livraria do Advogado,
Site: http://www.livrariadoadvogado.com.br – Buqui, Site: http:www.buqui.com.br/ – JET Soluções Educacionais, Site: http://www.jetebooks.com.br- Livraria da Folha,
José Inácio Werneck, jornalista e escritor, trabalhou no Jornal do Brasil e na BBC, em Londres. Colaborou com jornais brasileiros e estrangeiros. Cobriu Jogos Olímpicos e Copas do Mundo no exterior. Foi locutor, comentarista, colunista e supervisor da ESPN Internacional e ESPN do Brasil. Colabora com a Gazeta Esportiva. Escreveu Com Esperança no Coração sobre emigrantes brasileiros nos EUA e Sabor de Mar. É intérprete judicial em Bristol, no Connecticut, EUA, onde vive.
Direto da Redação é um fórum de debates, editado pelo jornalista Rui Martins.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Connecticut debaixo de neve: 60 centimetros...

Bem, ainda não chegou no meu andar; está certo que moro no 26, e vai demorar um pouco para a neve chegar até aqui, mas prometo descer para contemplar a alegria das crianças e o sofrimento dos mais velhos.
Por enquanto tudo bem: comida, bebida, livros, internet, tudo em ordem para passar os próximos dias sem sair de casa.
Vamos esperar que os moradores de casas, atingidos eventualmente por cortes de eletricidade, não enfrentem esse tipo de problema durante muito tempo...
Paulo Roberto de Almeida

Nevasca faz Connecticut declarar estado de emergência

Previsões indicam que a tempestade de neve pode atingir região que vai de Nova York e ultrapassa Boston

08 de fevereiro de 2013 | 15h 52
AE - Agência Estado
HARTFORD - O governador de Connecticut, Dan Malloy, anunciou nesta sexta-feira, 8, a decretação de estado de emergência por causa da tempestade de neve que começou a cair na região Nordeste dos EUA nesta manhã.
Segundo o jornal Register Citizen, do condado de Litchfield, as principais rodovias de Connecticut já estavam cobertas de neve às 8h30 locais (5h30 em Brasília) e o tráfego seria suspenso a partir das 12h (15h em Brasília). As escolas do Estado foram fechadas e Malloy determinou que os servidores públicos não essenciais permaneçam em suas casas.As previsões indicam que haverá precipitação de 60 centímetros de neve ao longo do populoso corredor que vai de Nova York e ultrapassa Boston. As pessoas começaram a estocar comida e outros suprimentos. Funcionários das estradas ao longo da costa leste preparavam sal e areia para usar nas pistas, antecipando-se às previsões ruins dos meteorologistas.
Boston e Providence, capital de Rhode Island, também cancelaram as aulas nesta sexta-feira e companhias aéreas cancelaram mais de 2.600 voos, mas deve haver interrupções em todo o território norte-americano.
"Todo mundo vai ficar coberto de neve", disse o meteorologista Alan Dunham, do Serviço Nacional de Meteorologia, sediado em Massachusetts. A expectativa é de que a maior precipitação deve acontecer nesta noite e no sábado.
As rajadas de vento devem atingir até 105 quilômetros por hora e há temores de cortes no fornecimento de energia elétrica, além de enchentes em áreas costeiras, que ainda se recuperam do furacão Sandy, que atingiu a região em outubro.
Em Nova York, são esperados até 35,5 centímetros de neve. O prefeito Michael Bloomberg disse que arados e estoques de 250 mil toneladas de sal foram colocados à disposição. "Esperamos que a previsão para a quantidade de neve esteja exagerada, mas nunca sabemos", disse ele.
Alertas para nevascas estão em vigor para partes de New Jersey e Long Island, em Nova York, assim como em áreas da região da Nova Inglaterra, incluindo Massachusetts, Rhode Island e Connecticut. Os alertas devem se estender também para New Hampshire e Maine.
Com informações da Associated Press e da Dow Jones

Connecticut contra a escravidao, e contra o Lincoln de Spielberg...

Já que estou morando no Connecticut, agora, me solidarizo com o protesto dos cidadãos contra a falta de correção histórica do filme de Spielberg.

Mr. Spielberg, Connecticut Objects!

A scene from David James/Dreamworks and 20th Century Fox A scene from “Lincoln.”
8:43 p.m. | Updated Steven Spielberg has said he was hoping for a high degree of authenticity with “Lincoln,” and certainly his production team worked hard on their antiquing. But there is at least one place where the movie diverts from the historical record, as a Connecticut congressman, Joe Courtney, noted. In the film, two of Connecticut’s representatives are shown voting against the 13th Amendment – voting, in effect, for slavery to continue.
“How could congressmen from Connecticut — a state that supported President Lincoln and lost thousands of her sons fighting against slavery on the Union side of the Civil War — have been on the wrong side of history?” Mr. Courtney wrote in a letter to Mr. Spielberg and DreamWorks this week. After a check of the Congressional Record, Mr. Courtney discovered, that in fact all four House members from his state voted for the 13th Amendment. “Even in a delegation that included both Democrats and Republicans, Connecticut provided a unified front against slavery,” he writes.
Below the Line
Bringing Light to ‘Lincoln’
Lincoln
Janusz Kaminski, the director of photography on “Lincoln,” discusses his work on the film.
In the letter, available here, Mr. Courtney, a Democrat and senior member of the Armed Services Committee who represents the state’s 2nd district (covering Enfield, New London and Old Saybrook), asks Mr. Spielberg for a correction.
“I understand that artistic license will be taken and that some facts may be blurred to make a story more compelling on the big screen,” he writes, “but placing the state of Connecticut on the wrong side of the historic and divisive fight over slavery is a distortion of easily verifiable facts and an inaccuracy that should be acknowledged, and if possible, corrected before ‘Lincoln’ is released on DVD.”
(Not to mention before it graces the Oscar stage.)
Team “Lincoln” did not immediately reply to a request for comment, but the Bagger will update you if Mr. Spielberg or the screenwriter Tony Kushner weighs in to explain what they had against the Nutmeg State.
Update: Is something other than the purity of the historical record – or the sanctity of the Academy Awards – at play here? Over at Awards Daily, Sasha Stone notes that none other than Ben Affleck once campaigned for Mr. Courtney, urging students to vote for him at an appearance at the University of Connecticut in 2006. (Mr. Courtney won the election by 83 votes, according to Salon.) And, Ms. Stone suggests, Mr. Courtney’s plea, delivered in a public statement rather than a private message to the filmmakers, may be as crass as politicking.
“A classy person would have simply sent an email to Tony Kushner but no, it’s Oscar season,” she writes. “Time to puff up like an angry peacock and defend the honor of your state! Or maybe try to give back to someone who once helped you win an election. Someone should tell him Affleck needs no help winning at this point.”
It’s unclear what Mr. Courtney’s position on “Argo” is, but in an interview with the Hartford Courant, the congressman notes that overall, he did like Mr. Spielberg’s movie.
“The portrayal of Lincoln and Thaddeus Stevens is brilliant, and to the extent that people maybe are thinking about how members voted, that’s a healthy thing for our culture to be focused on — our history — as opposed to the other content in movies,” he said.
He makes no mention of Mr. Affleck (who has also campaigned for or donated to Democratic candidates like Elizabeth Warren, Al Gore and John Kerry). In a statement late on Thursday, Mr. Kushner defended his adapted screenplay.
“We changed two of the delegation’s votes, and we made up new names for the men casting those votes, so as not to ascribe any actions to actual persons who didn’t perform them,” he writes. “In the movie, the voting is also organized by state, which is not the practice in the House. These alterations were made to clarify to the audience the historical reality that the 13th Amendment passed by a very narrow margin that wasn’t determined until the end of the vote. The closeness of that vote and the means by which it came about was the story we wanted to tell. In making changes to the voting sequence, we adhered to time-honored and completely legitimate standards for the creation of historical drama, which is what Lincoln is.”
Read his full statement after the jump.

Here is Mr. Kushner’s entire statement:
Rep. Courtney is correct that the four members of the Connecticut delegation voted for the amendment. We changed two of the delegation’s votes, and we made up new names for the men casting those votes, so as not to ascribe any actions to actual persons who didn’t perform them. In the movie, the voting is also organized by state, which is not the practice in the House. These alterations were made to clarify to the audience the historical reality that the 13th Amendment passed by a very narrow margin that wasn’t determined until the end of the vote. The closeness of that vote and the means by which it came about was the story we wanted to tell. In making changes to the voting sequence, we adhered to time-honored and completely legitimate standards for the creation of historical drama, which is what Lincoln is. I hope nobody is shocked to learn that I also made up dialogue and imagined encounters and invented characters.
I’m proud that Lincoln’s fidelity to and illumination of history has been commended by many Lincoln scholars. But I respectfully disagree with the congressman’s contention that accuracy in every detail is “paramount” in a work of historical drama. Accuracy is paramount in every detail of a work of history. Here’s my rule: Ask yourself, “Did this thing happen?” If the answer is yes, then it’s historical. Then ask, “Did this thing happen precisely this way?” If the answer is yes, then it’s history; if the answer is no, not precisely this way, then it’s historical drama. The 13th Amendment passed by a two-vote margin in the House in January 1865 because President Lincoln decided to push it through, using persuasion and patronage to switch the votes of lame-duck Democrats, all the while fending off a serious offer to negotiate peace from the South. None of the key moments of that story — the overarching story our film tells — are altered. Beyond that, if the distinction between history and historical fiction doesn’t matter, I don’t understand why anyone bothers with historical fiction at all.
I’m sad to learn that Representative Courtney feels Connecticut has been defamed. It hasn’t been. The people of Connecticut made the same terrible sacrifices as every other state in the Union, but the state’s political landscape was a complicated affair. The congressman is incorrect in saying that the state was “solidly” pro-Lincoln. Lincoln received 51.4 percent of the Connecticut vote in the 1864 election, the same kind of narrow support he received in New York and New Jersey. As Connecticut Civil War historian Matthew Warshauer has pointed out, “The broader context of Connecticut’s history doesn’t reflect what Courtney had said in his letter. The point is we weren’t unified against slavery.” We didn’t dig into this tangled regional history in Lincoln because a feature-length dramatic film obviously cannot accommodate the story of every state, and more to the point, because that’s not what the movie was about.
I’m sorry if anyone in Connecticut felt insulted by these 15 seconds of the movie, although issuing a Congressional press release startlingly headlined “Before The Oscars …” seems a rather flamboyant way to make that known. I’m deeply heartened that the vast majority of moviegoers seem to have understood that this is a dramatic film and not an attack on their home state.