Mini-história das crises políticas no Brasil
Paulo Roberto de Almeida
Todas, repito TODAS, as crises político-institucionais da história da República no Brasil (e provavelmente também desde o Império) resultaram do enfrentamento entre forças divergentes dentro do Parlamento e, de forma ainda mais grave, entre o Parlamento e o Executivo (antes da República com o recurso eventual ao Poder Moderador, que depois, na República, se pretendeu encarnado nas FFAA, até recentemente, inclusive por uma interpretação distorcida do artigo 142 da CF-1988), o que nada mais era senão profundas divisões políticas na governança e na própria sociedade brasileira.
Foi assim no Estado Novo (inclusive antes que ele fosse implantado, em 1937), ao final do Estado Novo (com a derrocada de Vargas por aqueles mesmos, nas FFAA, que tinham sustentado seu golpe semi-fascista), foi assim na Republica de 1946, quando se enfrentaram continuamente varguistas e anti-varguistas, de que resultou o golpe militar e a ditadura de 1964-1985, novamente na Nova República, entre tucanos e petistas, depois entre petistas e diferentes forças políticas, enfrentamentos que resultaram nos impeachments de Collor e de Dilma, e novamente na sequência, até aqui, entre petistas e novas forças politicas, agora bem mais marcadas à direita e extrema-direita, na qual se distinguem os evanescentes bolsonaristas.
Agora com traços inéditos, com o envolvimento da Suprema Corte na luta política e na defesa das instituições, como uma espécie de novo poder moderador (até recentemente exercido pelos militares).
Tudo isso é muito ruim para nossa estabilidade institucional e até para a continuidade das políticas macro e setoriais, o que nos deixa semi- paralisados.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5/12/2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário