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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Oppenheimer, o Prometeu Americano, filme e livro - Paulo Roberto de Almeida, Robert J. Oppenheimer,

 Triunfo e tragédia de Robert J. Oppenheimer

O filme Oppenheimer é - descontando passagens prosaicas que poderiam ter sido evitadas — um monumento extraordinário no plano cinematográfico, no de efeitos cênicos — idas e voltas antes e depois do projeto Manhattan — e no terrenos das interpretações pelos atores, mas é, sobretudo, uma grandiosa saga e admirável reconstrução histórica sobre, como está dito no próprio filme, o maior projeto científico-militar já visto numa corrida contra o tempo para evitar que o mais nefando regime criminoso de todos os tempos, o totalitarismo nazifascista ganhasse a corrida estratégica para destruir as democracias ocidentais e um outro totalitarismo pela mais terrivel arma jamais inventada pelo homem.

Ironicamente, ela tinha sido concebida para eliminar a ameaça nazista nessa corrida, que acabou sendo superada por meios “convenvionais” — sem descurar os terriveis bombardeios aéreos sobre alvos civis na Alemanha e no Japão—, e que depois foi usada contra um inimigo que também já estava teoricamente vencido, mas cuja rendição final e incondicional exigiria, provavelmente, um número absurdamente alto de vitimas civis e militares (aqui dos dois lados), numa proporção 4 ou 5 vezes superior ao número de mortos no bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.

Um dos aspectos mais interessantes do filme é traduzido por um processo paranoico anticomunista motivado por um personagem que permanece nas sombras durante o projeto Manhattan, a União Soviética, aliada durante todo o projeto, mas a grande inimiga imediatamente após. 

Recomendo enfaticamente o filme para todos os que se interessam pela história, não temerosos de passar 3 horas sentados na frente de uma grande tela (sim, ver na TV ou no computador não é a mesma coisa).

Mas recomendo primariamente que os interessados se informem previamente sobre essa história toda, seja nos livros — o filme é baseado na história do “American Prometheus” —, sejam o Google e na Wikipedia. Vai ajudar a compreender certas passagens, pois o filme vai e volta em diferentes episódios dos anos 1930 aos 50. 

Prevejo uma batelada de Oscars em 2024.

Paulo Roberto de Almeida

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Transcrito da História Esquecida

Einstein e Oppenheimer, década de 1930.

 “Embora eu conhecesse Einstein por duas ou três décadas, foi apenas na última década de sua vida que fomos colegas próximos e algo como amigos.  Mas pensei que poderia ser útil, porque tenho certeza de que não é cedo demais – e talvez quase tarde demais para nossa geração – começar a dissipar as nuvens do mito e ver o grande pico da montanha que essas nuvens escondem.  Como sempre, o mito tem seus encantos;  mas a verdade é muito mais bonita.

 No final de sua vida, em conexão com seu desespero por armas e guerras, Einstein disse que se tivesse que viver tudo de novo, seria um encanador.  Este era um equilíbrio de seriedade e brincadeira que ninguém deveria tentar perturbar.  Acredite, ele não fazia ideia do que era ser encanador;  muito menos nos Estados Unidos, onde contamos a piada de que o comportamento típico desse especialista é que ele nunca traz suas ferramentas para o cenário da crise.  Einstein trouxe suas ferramentas para suas crises;  Einstein foi um físico, um filósofo natural, o maior de nosso tempo.

 Einstein é frequentemente culpado, elogiado ou creditado por essas bombas miseráveis.  Na minha opinião não é verdade.  A teoria especial da relatividade pode não ter sido bonita sem Einstein;  mas teria sido uma ferramenta para os físicos e, em 1932, a evidência experimental da interconversibilidade da matéria e da energia que ele havia previsto era esmagadora.  A viabilidade de fazer algo com isso de forma tão massiva não ficou clara até sete anos depois, e então quase por acidente.  Não era isso que Einstein realmente buscava.  Sua paarte foi criar uma revolução intelectual e descobrir, mais do que qualquer cientista de nosso tempo, quão profundos eram os erros cometidos pelos homens antes disso.  Ele escreveu uma carta a Roosevelt sobre energia atômica.  Acho que isso foi em parte sua agonia com o mal dos nazistas, em parte não querendo prejudicar ninguém de forma alguma;  mas devo relatar que aquela carta teve muito pouco efeito e que o próprio Einstein não é realmente responsável por tudo o que veio depois.  Acredito que ele mesmo entendeu isso."

Robert Oppenheimer, 1965


American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer

https://a.co/d/e2Wn6RO 



segunda-feira, 16 de agosto de 2021

'O Anjo de Hamburgo' se inspira na vida real de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa: filmografia - Ubiratan Brasil (Terra)

'O Anjo de Hamburgo' se inspira na vida real de Aracy de Carvalho


Heroína 'secreta' foi casada com Guimarães Rosa e ajudou centenas de famílias de judeus que precisavam fugir do nazismo

Ubiratan Brasil
Terra, 16 ago 2021 - 05h10

O diretor Jayme Monjardim tem predileção por personagens femininas de grande estatura. Em sua carreira, destacam-se minisséries como Chiquinha Gonzaga e A Casa das Sete Mulheres e o filme Olga, sem se esquecer de Maysa - Quando Fala o Coração, que retrata a trajetória da grande cantora, sua mãe. Agora, Monjardim se prepara para colocar mais uma figura destacada em sua coleção, depois de terminar a filmagem de O Anjo de Hamburgo, primeira coprodução internacional da Globo, em parceria com a Sony Pictures.

Trata-se da história de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011), mulher do grande escritor e que, durante o período em que viveu na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, desafiou autoridades para ajudar centenas de famílias de judeus que precisavam fugir do nazismo. "Ela não apenas confrontou o governo alemão como também o Itamaraty, pois o governo brasileiro da época, de Getúlio Vargas, restringia a entrada de judeus no Brasil", comenta o diretor, que trabalha agora na edição da série, que terá 8 episódios.

Aracy, de fato, desafiou as normas de seu tempo. Desquitada, situação totalmente reprovável na época, a paranaense chegou em Hamburgo, na Alemanha, em 1934, acompanhada do filho de 5 anos, Eduardo, para morar na casa de uma tia. Como falava fluentemente alemão, francês e inglês, conseguiu um emprego como chefe de vistos no Consulado do Brasil naquela cidade. Logo, o regime nazista e a perseguição aos judeus passaram a revoltar Aracy, que conseguia falsos atestados de residência para os judeus em Hamburgo e, assim, liberava a emissão de vistos sem o J de identificação. Os passaportes eram deixados em meio à papelada para o cônsul que, entediado com a burocracia, assinava sem ler.

Com isso, ela colocava a vida em risco, pois uma determinação do governo varguista orientava as missões diplomáticas a não conceder vistos que permitissem a entrada em território nacional de pessoas de origem semita. Também chegou a transportar em seu próprio carro judeus para além das fronteiras alemãs. Foi no consulado que Aracy conheceu e se apaixonou por João Guimarães Rosa (1908-1967), então vice-cônsul, que também passou a facilitar a fuga dos perseguidos, especialmente quando assumiu a posição do cônsul que, em janeiro de 1939, saiu de férias e retornou ao Brasil.

"Quando conheci a história desta mulher incrível, eu me senti determinado a contá-la para mais pessoas, pois Aracy é pouco conhecida no Brasil e, em geral, o público se lembra dela como a esposa do grande escritor", explica Monjardim, que assumiu a direção artística de uma grande produção - criada e escrita por Mario Teixeira, com colaboração da autora inglesa Rachel Anthon, a minissérie conta com time de historiadores e especialistas em cultura judaica, além de pesquisadores de relações internacionais, para consultoria e produção.

O Anjo de Hamburgo tem uma produção caprichada - rodada no Rio de Janeiro e em Buenos Aires, onde edifícios históricos reproduzem com rara perfeição a arquitetura do consulado brasileiro na Alemanha, a série tem Sophie Charlotte no papel de Aracy e Rodrigo Lombardi como Guimarães Rosa. No elenco, estão ainda nomes como Tarcísio Filho, que vive o cônsul Souza Ribeiro, e Gabriela Petry, que interpreta Taibele Bashevis, uma judia dividida entre o sonho de ser cantora e a necessidade de estar perto da família. Na verdade, a maior parte dos talentos tem diferentes nacionalidades. "São 13 atores internacionais, vindos de países como Israel, Alemanha, Polônia e Itália", conta o diretor, lembrando que a história é narrada em inglês para facilitar a distribuição internacional - quando ficar disponível nas plataformas da Globo, até o final do ano, deverá ser dublada em português.

Por causa da pandemia, a produção sofreu interrupções - iniciada em 2020, só foi finalizada em maio passado. "Contamos com o grande apoio da família de Aracy, especialmente do neto Eduardo, que nos abriu seu arquivo com mais de 10 mil documentos, entre diários de guerra e fotos", explica Monjardim, que trabalha agora em São Paulo, de forma remota, na edição dos episódios, que vão contar com recursos gráficos e efeitos especiais. "A tecnologia me permite manter contato constante com os computadores da Globo, no Rio."

Esse, aliás, será o norte de seus próximos trabalhos: produções tecnicamente impecáveis e com conteúdo social integrado. "Apoio a indústria do bem, como a Universidade dos Sentimentos que desenvolvo com o escritor e psiquiatra Augusto Cury", revela. "Nossa filosofia prega ter cuidado com o que se pede para o destino, pois pode acontecer."

Outro importante projeto envolve a obra de sua mãe, a cantora e compositora Maysa (1936-1977), uma das principais intérpretes da música brasileira - ao lado de outros cantores que se destacaram nos anos 1950, como Nora Ney, Ângela Maria, Cauby Peixoto e Dolores Duran, Maysa contribuiu para um novo padrão vocal. A vida tumultuada, que se confundia com a profissional, poderá inspirar um musical, no qual Monjardim trabalha com a cantora Claudia Netto. "Ela escreve bem e cedi acesso ao material que disponho", conta ele, cujo trabalho também foi interrompido pela pandemia.

Maysa
Um dos grandes desejos de Monjardim, porém, é oficializar o museu em homenagem a Maysa a ser montado em Maricá, município localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Lá, será construída uma casa que deverá entrar para o circuito artístico da região e onde os visitantes poderão conhecer Maysa de verdade. "No planejamento, há até o uso de recursos de 3D, que o transformarão em um museu de sensações", confia o diretor. "Haverá totens nos quais será possível acessar as músicas, até mesmo inéditas." Para isso, ele também vai dispor acesso ao seu arquivo, que conta com aproximadamente 20 documentos. A previsão é de que o museu fique pronto até o final de 2022.

Jayme Monjardim busca o perfeccionismo no que faz, mesmo quando os detalhes passam despercebidos pelo grande público. No filme Olga (2004), por exemplo, que conta a história de Olga Benário Prestes, a alemã judia e militante do movimento comunista que foi deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista, há o predomínio das cores azul e cinza, que revelam justamente as dificuldades enfrentadas pela personagem. Ele também decidiu que apenas a bochecha rosada de Olga, no início do filme, teria alguma cor quente, além dos longos closes nos verdes olhos da atriz Camila Morgado, intérprete da personagem.

Para o surgimento de tais detalhes, é preciso, acredita Monjardim, que se crie um estreito relacionamento com a equipe criativa, algo decisivo para o sucesso do projeto. É o que explica o estrondoso êxito da novela Pantanal, exibida pela extinta TV Manchete em 1990 e que ganhará um remake pela Globo.

"Trabalhei diretamente com o autor, Benedito Ruy Barbosa, em todas as possibilidades de execução do trabalho, o que foi essencial, pois nenhum diretor salva um texto mal construído", explica ele, que aponta os contrastes da sua versão com a planejada pela Globo. "Na época, a região do Pantanal era desconhecida, as pessoas só falavam da Amazônia. Assim, sabíamos que despertaríamos a curiosidade sobre aquela natureza."

Monjardim se recorda das dificuldades técnicas. "Não dispúnhamos de eletricidade e o acesso era por avião - tivemos de levar até os tijolos para a construção de banheiros", conta, reforçando que não terá nenhum contato com a nova versão. "Hoje, os recursos são maiores, como os drones, e a região é bem mais conhecida. E as recentes queimadas não poderão ser ignoradas, portanto, será um grande desafio."

Com 40 anos de profissão, Monjardim se orgulha de ser um profissional essencialmente de televisão. "É um meio de rápida comunicação, que exige um detalhado entendimento de seu funcionamento. E sabemos contar bem uma história, pois Hollywood está para o cinema assim como o Brasil está para as novelas."

https://www.terra.com.br/diversao/tv/o-anjo-de-hamburgo-se-inspira-na-vida-real-de-aracy-de-carvalho,cbabfa02cfc1721281aa2c587b53a77d5plgehj6.html

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Assistindo ao filme Colette (2018) na HBO

 

Colette

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Colette
Colette, possibly in the 1910s
Colette, possibly in the 1910s
BornSidonie-Gabrielle Colette
28 January 1873
Saint-Sauveur-en-PuisayeYonne, France
Died3 August 1954 (aged 81)
Paris, France
Resting placePère Lachaise Cemetery
Pen nameColette, Colette Willy
OccupationNovelist
NationalityFrench
Notable worksGigiThe Tendrils of the Vine

Signature

Sidonie-Gabrielle Colette (French: [kɔ.lɛt]; 28 January 1873 – 3 August 1954), known mononymously as Colette, was a French author and woman of letters. She was nominated for the Nobel Prize in Literature in 1948 and was also known as a mime, actress, and journalist. Colette is best remembered for her 1944 novella Gigi, which was the basis for the 1958 film and the 1973 stage production of the same name.

Life and career[edit]

Family and background[edit]

Sidonie-Gabrielle Colette was born on 28 January 1873 to war hero and tax collector Jules-Joseph Colette and his wife Adèle Eugénie Sidonie ("Sido"), née Landoy, in the village of Saint-Sauveur-en-Puisaye in the department of YonneBurgundy. Colette attended a public school from the ages of 6 to 17. The family was initially well off, but poor financial management substantially reduced the family's income.[1][2]

Early years, 1873–1912[edit]

Colette and Mathilde “Missy” de Morny

In 1893, Colette married Henry Gauthier-Villars (1859 – 1931), a well-known author and publisher who used the pen name "Willy",[3] and her first four novels – the four Claudine stories: Claudine à l'école (1900), Claudine à Paris (1901), Claudine en ménage (1902), and Claudine s'en va (1903) – appeared under his name. (The four are published in English as Claudine at SchoolClaudine in ParisClaudine Married, and Claudine and Annie). The novels chart the coming of age and young adulthood of their titular heroine, Claudine, from an unconventional fifteen-year-old in a Burgundian village to a doyenne of the literary salons of turn-of-the-century Paris. The story they tell is semi-autobiographical, although Claudine, unlike Colette, is motherless.[4][5]

Colette later said she would never have become a writer if it had not been for Willy.[6][7] Fourteen years older than his wife and one of the most notorious libertines in Paris, he introduced his wife into avant-garde intellectual and artistic circles and encouraged her lesbian alliances, and it was he who chose the titillating subject matter of the Claudine novels: "the secondary myth of Sappho... the girls' school or convent ruled by a seductive female teacher", and "locked her in her room until she produced enough pages to suit him."[8]

Colette and Willy separated in 1906, although their divorce was not final until 1910. Colette had no access to the sizable earnings of the Claudine books – the copyright belonged to Willy – and until 1912 she initiated a stage career in music halls across France, sometimes playing Claudine in sketches from her own novels, earning barely enough to survive and often hungry and unwell. This period of her life is recalled in La Vagabonde (1910), which deals with women's independence in a male society, a theme to which she would regularly return in future works. During these years she embarked on a series of relationships with other women, notably with Mathilde de Morny, the Marquise de Belbeuf ("Missy"), with whom she sometimes shared the stage. On 3 January 1907, an onstage kiss between Missy and Colette in a pantomime entitled "Rêve d'Égypte" caused a near-riot, and as a result, they were no longer able to live together openly, although their relationship continued for another five years.[9][10][11]

In 1912, Colette married Henry de Jouvenel, the editor of Le Matin. A daughter, Colette de Jouvenel, nicknamed Bel-Gazou, was born to them in 1913. During World War I, Colette devoted herself to journalism. The marriage allowed her to devote her time to writing.[9][12][13] Around this time she became an avid amateur photographer.

Writing career, 1920s and 1930s[edit]

Colette, painted c. 1896 by Jacques Humbert

In 1920 Colette published Chéri, portraying love between an older woman and a much younger man. Chéri is the lover of Léa, a wealthy courtesan; Léa is devastated when Chéri marries a girl his own age and delighted when he returns to her, but after one final night together she sends him away again.[14]

Colette's marriage to Jouvenel ended in divorce in 1924, due partly to his infidelities and partly to her affair with her 16-year-old stepson, Bertrand de Jouvenel. In 1925 she met Maurice Goudeket, who became her final husband; the couple stayed together until her death.[9][12]

Colette was by then an established writer (The Vagabond had received three votes for the prestigious Prix Goncourt). The decades of the 1920s and 1930s were her most productive and innovative period.[15] Set mostly in Burgundy or Paris during the Belle Époque, her work focused on married life and sexuality. It was frequently quasi-autobiographical: Chéri (1920) and Le Blé en Herbe (1923) both deal with love between an aging woman and a very young man, a situation reflecting her relationship with Bertrand de Jouvenel and with her third husband Goudeket, who was 16 years her junior.[12][9] La Naissance du Jour (1928) is her explicit criticism of the conventional lives of women, expressed in meditation on age and the renunciation of love by the character of her mother, Sido.[16]

By this time Colette was frequently acclaimed as France's greatest woman writer. "It... has no plot, and yet tells of three lives all that should be known", wrote Janet Flanner of Sido (1929). "Once again, and at greater length than usual, she has been hailed for her genius, humanities and perfect prose by those literary journals which years ago... lifted nothing at all in her direction except the finger of scorn."[17]

Last years, 1940–1954[edit]

Colette was 67 years old when the Germans defeated and occupied France, and she remained in Paris, in her apartment in the Palais Royal. Her husband Maurice Goudeket, who was Jewish, was arrested by the Gestapo in December 1941, and although he was released after a few months through the intervention of the French wife of the German ambassador, Colette lived through the rest of the war years with the anxiety of a possible second arrest.[18][19] During the Occupation she produced two volumes of memoirs, Journal à Rebours (1941) and De ma Fenêtre (1942; the two were issued in English in 1975 as Looking Backwards).[9] She wrote articles for several pro-Nazi newspapers[20] and her novel Julie de Carneilhan (1941) contains many anti-Semitic slurs.[21]

In 1944, Colette published what became perhaps her most famous work, Gigi, which tells the story of sixteen-year-old Gilberte ("Gigi") Alvar. Born into a family of demimondaines, Gigi is trained as a courtesan to captivate a wealthy lover but defies the tradition by marrying him instead.[22] In 1949 it was made into a French film starring Danièle Delorme and Gaby Morlay, then in 1951 adapted for the stage with the then-unknown Audrey Hepburn in the title role, picked by Colette personally; the 1958 Hollywood musical movie, starring Leslie Caron and Louis Jourdan, with a screenplay by Alan Jay Lerner and a score by Lerner and Frederick Loewe, won the Academy Award for Best Picture.

In the postwar years, Colette became a famous public figure, crippled by arthritis and cared for by Goudeket, who supervised the preparation of her Œuvres Complètes (1948 – 1950). She continued to write during those years, bringing out L'Etoile Vesper (1944) and Le Fanal Bleu (1949), in which she reflected on the problems of a writer whose inspiration is primarily autobiographical. She was nominated by Claude Farrère for the Nobel Prize in Literature in 1948.[23]

Upon her death, on 3 August 1954, she was refused a religious funeral by the Catholic Church on account of her divorces, but given a state funeral, the first French woman of letters to be granted the honour, and interred in Père-Lachaise cemetery.[18][19][9][24]

Legacy[edit]

Colette's tomb in Père Lachaise Cemetery.

Colette was elected to the Belgian Royal Academy (1935), the Académie Goncourt (1945, and President in 1949), and a Chevalier (1920) and Grand Officer (1953) of the Légion d'honneur.[13]

Colette's numerous biographers have proposed widely differing interpretations of her life and work over the decades.[25] Initially considered a limited if talented novelist (despite the outspoken admiration in her lifetime of figures such as André Gide and Henry de Montherlant), she has been increasingly recognised as an important voice in women's writing.[9] Before Colette's death, Katherine Anne Porter wrote in the New York Times that Colette "is the greatest living French writer of fiction; and that she was while Gide and Proust still lived."[26]

Singer-songwriter Rosanne Cash paid tribute to the writer in the song, "The Summer I Read Colette," on her 1996 album 10 Song Demo.[27]

Truman Capote wrote an essay about meeting her in 1970 called "The White Rose." It tells how, when she saw him admiring a paperweight on a table (the "white rose" of the title), she insisted he take it; Capote initially refused the gift, but “…when I protested that I couldn’t accept as a present something she so clearly adored, [she replied] 'My dear, really there is no point in giving a gift unless one also treasures it oneself.'”[28]

"Lucette Stranded on the Island" by Julia Holter, from her 2015 album Have You in My Wilderness, is based on a minor character from Colette's short story Chance Acquaintances.[29]

In the 1991 film Becoming Colette, Colette is played by the French actress Mathilda May. In the 2018 film Colette, the title character is played by Keira Knightley.[30] Both films focus on Colette's life in her twenties, her marriage to her first husband, and the publication of her first novels under his name.

Notable works[edit]

  • Claudine à l'école (1900, translated as Claudine at School)
  • Claudine à Paris (1901, translated as Claudine in Paris)
  • Claudine en ménage (1902, translated as Claudine Married)
  • Claudine s'en va (1903, translated as Claudine and Annie)
  • Dialogues de bêtes (1904)
  • La Retraite sentimentale (1907)
  • Les Vrilles de la vigne (1908)
  • La Vagabonde (1910)
  • L'Envers du music hall (1913)
  • L'Entrave (1913, translated as The Shackle)
  • La Paix chez les bêtes (1916)
  • L'Enfant et les sortilèges (1917, Ravel opera libretto)
  • Mitsou (1919)
  • Chéri (1920)
  • La Maison de Claudine (1922, translated as The House of Claudine)
  • L'Autre Femme (1922, translated as The Other Woman)
  • Le Blé en herbe (1923, translated as Ripening Seed)
  • La Fin de Chéri (1926, translated as The Last of Chéri)
  • La Naissance du jour (1928, translated as Break of Day)
  • Sido (1929)
  • La Seconde (1929, translated as The Other One)
  • Le Pur et l'Impur (1932, translated as The Pure and the Impure)
  • La Chatte (1933)
  • Duo (1934)
  • Julie de Carneilhan (1941)
  • Le Képi (1943)
  • Gigi (1944)
  • Paris de ma fenêtre (1944)
  • L'Étoile Vesper (1947)
  • Le Fanal Bleu (1949, translated as The Blue Lantern)
  • Paradis terrestre, with photographs by Izis Bidermanas (1953)

Source:[31]

Filmography[edit]

Screenwriter[edit]

Films about Colette[edit]

See also[edit]

References[edit]

Citations[edit]

  1. ^ Tilburg 2008, p. 78.
  2. ^ Portuges & Jouve 1999, p. 79.
  3. ^ Koski, Lorna (27 December 2013). "Book Tells Story of Colette's France"Women's Wear Daily. Retrieved 3 January 2014.
  4. ^ Southworth 2004, pp. 111–112.
  5. ^ Flower 2013, p. 78.
  6. ^ Ladimer 1999, pp. 51–53.
  7. ^ Portuges & Jouve 1994, p. 79.
  8. ^ "8 Fascinating Facts About Bisexual Legend Colette That You Should Know Before Keira Knightly's Biopic"Autostraddle. 24 July 2018. Retrieved 31 July2018.
  9. Jump up to:a b c d e f g Flower 2013, p. 145.
  10. ^ Rodriguez 2002, p. 131.
  11. ^ Benstock 1986, pp. 48–49.
  12. Jump up to:a b c Portuges & Jouves 1994, p. 80.
  13. Jump up to:a b Cottrell 1991, p. 262.
  14. ^ Jouves 1987, p. 109–111.
  15. ^ Ladimer 1999, p. 57.
  16. ^ Ladimer 1999, p. 57–58.
  17. ^ Flanner 1972, p. 70.
  18. Jump up to:a b Portuges & Jouve 1994, pp. 80–81.
  19. Jump up to:a b Rosbottom 2014, p. unpaginated.
  20. ^ "Terry Castle Reviews Secrets of the Flesh: A Life of Colette by Judith Thurman"London Review of Books. 16 March 2000. Retrieved 17 January2019.
  21. ^ "Wild, controversial and free: Colette, a life too big for film"The Guardian. 7 January 2019. Retrieved 17 January 2019.
  22. ^ Snodgrass 2015b, p. unpaginated.
  23. ^ "Sidonie Gabrielle Colette in the Nomination Database"The official website of the Nobel Prize - Nobel Foundation. Retrieved 24 September 2018.
  24. ^ Wilson, Scott. Resting Places: The Burial Sites of More Than 14,000 Famous Persons, 3rd ed.: 2 (Kindle Locations 9128–9129). McFarland & Company, Inc., Publishers. Kindle Edition
  25. ^ "Claudine All Grown Up"The New York Times. Retrieved 31 July 2018.
  26. ^ "A Most Lively Genius"The New York Times. Retrieved 31 July 2018.
  27. ^ Dana Andrew Jennings (7 April 1996), "POP MUSIC; Songwriters Who Followed Their Literary Muses"The New York Times
  28. ^ Capote, Truman (2007). Portraits and Observations: The Essays of Truman Capote. Random House. p. 368. ISBN 9780812994391.
  29. ^ "'There's Always A Piece of Me': Julia Holter on Storytelling". NPR. Retrieved 20 October 2016.
  30. ^ Hoffman, Jordan (22 January 2018). "Colette review – Keira Knightley is on top form in exhilarating literary biopic"The Guardian. London. Retrieved 27 January2018.
  31. ^ Norell, Donna M. (1993). Colette: An Annotated Primary and Secondary Bibliography. Garland Reference Library of the Humanities. Routledge. ISBN 9780824066208.

Bibliography