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domingo, 9 de fevereiro de 2025

A Lista de Schindler: livro e filme - Marcos de Queiroz Grillo

A Lista de Schindler: livro e filme 

Marcos de Queiroz Grillo

... Com o avanço das forças aliadas e o recuo dos nazistas, o Reich decide fechar Campos de Concentração e acelerar a exterminação em massa dos judeus. Inicialmente, começam a incinerar os judeus mortos na própria Cracóvia. Posteriormente, passam a enviar diariamente 60 mil seres humanos aos fornos de Auschwitz. No período de 1939 a 1945, foram assassinados 6 milhões de judeus espalhados pelos vários campos de extermínio nos países europeus dominados pelo III Reich...

... O livro apresenta duas realidades inteiramente díspares. De um lado, os judeus poloneses sendo violentados em suas vidas pelos nazistas (transferidos para ghetos e depois para campo de concentração, sem qualquer solidariedade de seus compatriotas poloneses). De outro, os nazistas vivendo e desfrutando de suas vidas com plena segurança e conforto...

... Oscar Schindler, além de empresário, era membro do Partido Nazista e muito bem relacionado nos círculos militares. Tendo conseguido capitalizar-se com o dinheiro dos judeus, faz lobby junto a nazistas poderosos, conquista contrato para fabricação de utensílios para o exército e é autorizado a utilizar mão-de-obra judia escrava. Tudo isso acontece na base da troca de favores e do toma lá dá cá. Schindler pagava comissões ao oficialato alemão pelo trabalho fabril de cada judeu empregado, o que para ele resultava ser mais barato do que a contratação de poloneses. Schindler era especialista em comprar favores de oficiais da SS e do exército alemão, tanto superiores como subalternos...

 

A lista de Schindler

 

Por MARCOS DE QUEIROZ GRILLO*, 


Marcelo Guimarães Lima, Piranesi (VII) - I Carceri / As Prisões, desenho digital, 2023



Comentário sobre o livro de Thomas Keneally

1.

Romancista, dramaturgo e produtor, Thomas Keneally levou dois anos entrevistando 50 sobreviventes – Schindlerjuden (judeus Schindler) – em oito países: Austrália, Israel, Estados Unidos da América, Polônia, Alemanha Ocidental, Áustria, Argentina e Brasil. Baseado nesses depoimentos e nos testemunhos que se encontram na Seção de Lembrança de Mártires e Heróis do Museu Yad Vashem, em Jerusalém, ele realizou essa fabulosa recriação da história, narrada com a ênfase típica de uma ficção. Foi agraciado com o prêmio Booker, da Inglaterra.

Dentre os entrevistados o autor fez referência ao próprio Leopold Pfefferberg, ao juiz Mosh Bejski, da Suprema Corte de Israel, e Mieczyslaw Pemper – que além de transmitirem suas lembranças sobre o período, forneceram documentos que contribuíram para a exatidão da narrativa. Ainda constam da lista Emilie Schindler, Ludmila Pfefferberg, Sophia Stern, Helen Horowitz, Jonas Dresner, casal Henry Rosner, Leopold Rosner, Alex Rosner, Idek Schindel, Danuta Schindel, Regina Horowitz, Bronislawa Karakulska, Richard Horowitz, Shmuel Springmann, o falecido Jakob Sternberg, dentre muitos outros.

O livro fala da vida interrompida de milhares de judeus, que perdem suas identidades e não passam de carcaças esfomeadas marcadas com uma tatuagem numerada no antebraço. Eram apenas números, vidas insignificantes aos olhos nazistas e, como sempre dizia Himler, deveriam ser aniquiladas, para “o bem da Alemanha nazista”. Itzhak Stern, a Sra. Pfeffeberg, Hanukkah, Danka, Genia, Menasha Levartov, entre tantos outros, viveram anos de medo, dor de perder seus parentes, fome, frio, humilhações e privações por parte dos nazistas. Se escaparam, foi por sorte de encontrar pessoas como Oscar, que se arriscavam por eles.

O livro foi adaptado para o cinema pela Universal Pictures, que produziu o filme intitulado A lista de Schindler, dirigido por Stephen Spielberg, que ganhou diversos Oscars e prêmios (melhor filme, melhor diretor, melhor música e trilha sonora, melhor fotografia, melhor edição, entre outros) tendo sido considerado um dos maiores sucessos cinematográficos pela Associação de Críticos de Nova Iorque e Los Angeles.


2.

Trata-se de texto literário que documenta uma história real vivenciada durante a 2ª Guerra Mundial, retratando o drama daquela época de holocausto, construída em cima de depoimentos dos Schindlerjuden (judeus Schindler) e evita ficar somente na esfera de um documentário biográfico sobre Oscar Schindler.

Holocausto é um substantivo masculino que significa o sacrifício, praticado pelos antigos hebreus, em que a vítima era inteiramente queimada. Seus sinônimos são imolação, sacrifício, massacre.

Durante a ocupação nazista de quase toda Europa, o termo “holocausto” passou a significar o genocídio organizado pelos alemães nazistas, principalmente de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Os judeus e qualquer outra minoria considerada inferior pelos nazistas eram sistemicamente agrupados, explorados até exaustão e, então, sumariamente executados. O Holocausto fez parte da “Solução Final”, um plano nazista que procurou eliminar os judeus da Europa, além de outras minorias, como ciganos, homossexuais e negros.

O livro apresenta duas realidades inteiramente díspares. De um lado, os judeus poloneses sendo violentados em suas vidas pelos nazistas (transferidos para ghetos e depois para campo de concentração, sem qualquer solidariedade de seus compatriotas poloneses). De outro, os nazistas vivendo e desfrutando de suas vidas com plena segurança e conforto.

Oscar Schindler, um empresário e lobista alemão, filiado ao Partido Nazista, consegue que alguns judeus ricos entreguem para ele o dinheiro que mantinham escondido. Eles se tornariam empregados “investidores” numa fábrica de utensílios (panelas). Receberiam, em troca, e a longo prazo, produtos que poderiam trocar no mercado negro, além de diminuírem o risco de irem para a Câmara de Gás. Era isso ou nada.

Embora não compactuasse com a ideologia do partido, de ‘limpar’ a Alemanha dos ‘malditos judeus’, ele lucrava com sua fábrica de esmaltados, e contribuía com o Partido.

Oscar Schindler, além de empresário, era membro do Partido Nazista e muito bem relacionado nos círculos militares. Tendo conseguido capitalizar-se com o dinheiro dos judeus, faz lobby junto a nazistas poderosos, conquista contrato para fabricação de utensílios para o exército e é autorizado a utilizar mão-de-obra judia escrava. Tudo isso acontece na base da troca de favores e do toma lá dá cá. Schindler pagava comissões ao oficialato alemão pelo trabalho fabril de cada judeu empregado, o que para ele resultava ser mais barato do que a contratação de poloneses. Schindler era especialista em comprar favores de oficiais da SS e do exército alemão, tanto superiores como subalternos.

Em princípio Schindler utiliza mão-de-obra escrava judia dos guetos. Posteriormente, quando os guetos são desmontados e os judeus transferidos para o Campo de Concentração da Cracóvia, consegue continuar utilizando a mesma mão-de-obra. Aproveita-se da situação de pavor dos judeus, que se sentem mais protegidos com ele, e delega toda a operação da fábrica para o contador judeu Stern, de quem busca aproximação.

Schindler sempre defende seus empregados por ocasião das vistorias dos soldados alemães, quando havia o risco de serem presos ou mortos, fingindo não se importar com seus destinos, mas que seria de grande prejuízo para sua fábrica e para o país o desperdício de ‘mão-de-obra especializada’ já treinada naquela indústria.

Apesar do trabalho escravo, os judeus preferem trabalhar na fábrica de Schindler pois, assim, diminuem o risco de trabalhos forçados mais pesados ou, o que era pior, de serem enviados para a Câmara de Gás.

Fruto da relação de infância de Schindler com Amon Göet, oficial da SS e Chefe do Campo de Concentração, na Cracóvia, seus funcionários têm menos riscos do que os demais judeus de serem assassinados a esmo e a sangue frio, esporte preferido daquele assassino bipolar. Ainda assim, algumas vezes isso acontece.

Com a produção de panelas com baixo custo de mão-de-obra para atender os contratos conquistados com o exército, Schindler acumula um patrimônio significativo, que o permite levar uma vida nababesca e pautada por orgias. Vive longe de sua mulher e tem várias amantes, sendo considerado uma pessoa de atração irresistível pela sua elegância, educação e charme.

Contudo, sua produção industrial não teria sido possível sem o concurso do contador Stern, que é a pessoa que, de fato, toca a fábrica e lidera as pessoas que lá trabalham, todas irmanadas pelo espírito de sobrevivência.


3.

Com o avanço das forças aliadas e o recuo dos nazistas, o Reich decide fechar Campos de Concentração e acelerar a exterminação em massa dos judeus. Inicialmente, começam a incinerar os judeus mortos na própria Cracóvia. Posteriormente, passam a enviar diariamente 60 mil seres humanos aos fornos de Auschwitz. No período de 1939 a 1945, foram assassinados 6 milhões de judeus espalhados pelos vários campos de extermínio nos países europeus dominados pelo III Reich.

Gradativamente, Schindler se apega mais ao contador Stern e aos seus demais funcionários judeus, a quem, anteriormente, considerava como meras peças de sua propriedade. Do ponto de vista pessoal, Schindler experimenta uma mudança na sua percepção de mundo e de vida, tornando-se mais humanista.

Ao constatar que o Campo de Concentração da Cracóvia, na Polônia, está em vias de ser desmobilizado e do desinteresse do exército na continuidade da compra de utensílios, Schindler conquista, junto ao exército alemão, um novo contrato, desta vez, para a produção de munição. Essa decisão fez parte de sua ideia de salvar seus funcionários da exterminação nas Câmaras de Gás de Auschwitz.

Investe quase todo seu patrimônio na compra de 1.200 judeus pagando o preço negociado com Amon Göet, oficial da SS e Chefe do Campo de Concentração da Cracóvia e obtém autorização para transferi-los para um novo Campo de Concentração, em Zwittau – Brinnlitz, na antiga Tchecoslováquia (sua cidade natal dos tempos do Império austro-húngaro), onde inicia a produção de munição, em nova fábrica.

Constrói às pressas, com o contador Stern, a lista dos judeus, para cujo preço total dispunha de recursos próprios suficientes.

Por ocasião da transferência deles, os homens e as mulheres são enviados em trens separados. Inadvertidamente, o trem das mulheres segue para Auschwitz. Schindler vai pessoalmente negociar com o oficial nazista a devolução das mulheres, negócio que foi pago em diamantes. Novo êxito logrado por um Oscar Schindler diferente, mais humanizado e já comprometido a salvar vidas.

Durante todos esses anos Schindler enfrenta grandes obstáculos nas suas negociações com seus pares nazistas, no perigoso toma lá dá cá, na tentativa de convencimento de oficiais sobre os quais não tem influência, correndo o risco de ser preso; uma verdadeira luta pela sobrevivência, de início, pensando no seu negócio e, depois, somente em proteger seus funcionários.

Schindler continua a proteger as vidas de seus trabalhadores evitando fuzilamentos sumários que eram impetrados com a maior normalidade pelos nazistas.

As munições produzidas por eles não passavam pelo controle de qualidade do exército e, por essa razão, Schindler passa a comprar com seu próprio dinheiro munições no mercado paralelo para honrar seu contrato com o exército alemão.

Reconquista a sua mulher e deixa de lado suas amantes e as orgias. A fábrica funciona aos trancos e barrancos até a rendição da Alemanha, em 1945.

Com a rendição da Alemanha, a ordem superior era de fuzilarem todos os judeus. Schindler convence os alemães que controlam o Campo de Concentração a não fuzilarem os judeus trabalhadores de sua fábrica, em desobediência às ordens do Reich. Em virtude do avanço das tropas soviéticas e dos pedidos de Schindler, os alemães abandonam o Campo, sem matar os judeus.

Schindler, amargurado por não ter podido salvar mais pessoas, despede-se dos seus empregados ocasião em que recebe uma carta explicativa de suas peripécias humanistas, assinada por todos eles. Na despedida também recebe um anel, feito com ouro extraído de um dente de um dos judeus, que aceitou dá-lo voluntariamente, com a seguinte inscrição do Talmud: “Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.

Na convivência com seus empregados judeus Schindler evolui como pessoa e esforça-se para parar a roda do holocausto. Schindler foge da Tchecoslováquia com sua mulher Emilie, ambos trajando uniformes de judeu.

Ocorre a ocupação da Tchecoslováquia pelo exército soviético. Os judeus são liberados para seguirem seus caminhos, sendo desaconselhados a retornarem à Polônia.

Schindler enfrenta muitas dificuldades para escapar, lidando com americanos, franceses e suíços. Nesse processo, suas últimas posses são confiscadas. Finalmente, na França, quando consegue provar sua inocência, sua mulher e ele não tinham nada mais do que a roupa do corpo. Mas, tinham a proteção dos Schindlerjuden, que eram agora sua família. Vão viver por um tempo em Munique, na Alemanha, e decidem, depois, cruzar o Atlantico para morar na Argentina. Foram com ele uma dúzia de judeus amigos.

Em 1949 fizeram-lhe um pagamento ex gratia de USS 15.000 e deram-lhe uma referência (“A Quem Possa Interessar”) assinada por M.W. Beckelman, vice-presidente do Conselho Executivo da organização: “O Comitê Americano da Junta de Distribuição investigou minuciosamente as atividades do Sr. Schindler no período da guerra e da ocupação… A nossa recomendação irrestrita é que as organizações e pessoas, a quem o Sr. Schindler possa procurar, façam todo o possível para ajudá-lo, em reconhecimento pelos seus eminentes serviços…

Sob o pretexto de administrar uma fábrica nazista de trabalhos forçados, primeiro na Polônia e depois na Tchecoslováquia, o Sr. Schindler conseguiu recrutar como seus empregados e proteger judeus e judias destinados a morrer em Auschwitz e em outros infames campos de concentração… Testemunhas relataram ao nosso Comitê que o “campo de Schindler em Brinnlitz era o único, nos territórios ocupados pelos nazistas, em que nunca foi morto um judeu, ou mesmo espancado, mas, ao contrário, sempre tratado como um ser humano.”

Agora, quando ele vai iniciar uma nova vida, devemos ajudá-lo, como ele ajudou os nossos irmãos.

Durante dez anos dedicou-se à produção rural, mas terminou falindo. Talvez, como comentavam alguns, porque não tivesse um Stern para ajudá-lo. Retornou à Alemanha. Sua mulher Emilie permanece na Argentina. Vai viver em Frankfurt onde funda uma fábrica de cimento, que também não tem êxito. Todos os anos é convidado para visitar Israel para homenagens. Entrevistas em Israel, republicadas na Alemanha, não lhe ajudam em nada. Em Frankfurt é vaiado, insultado e apedrejado.

Os Schindlerjuden continuam mantendo-o sob proteção moral e financeira. Schindler morre em 9 de outubro de 1974. Em atenção ao seu desejo, é enterrado em cemitério católico de Jerusalém.

 

*Marcos de Queiroz Grillo é economista e mestre em administração pela UFRJ.

Referência




Thomas Keneally. A lista de Schindler

Tradução: Tati Moraes. Rio de Janeiro, Record, 2021, 424 págs. [https://amzn.to/41aujtS]

 


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Hemingway salva Paris dos nazistas (ou pelo menos um bar...) - Is Paris Burning? by Larry Collins and Dominique Lapierre (Delanceyplace)

Um trecho deste extrato de Delanceyplace: 
 
"His first act [was] to liberate the bar of the Hotel du Grand Veneur, a honeysuckle-covered inn favored by week­ending Parisians and their ladies. In the bar he had installed a case of hand grenades, a carbine, a bottle of the grateful owner's best cognac and a prewar Michelin road map on which he had already begun to plot the German positions in the neighborhood. To the FFI [French Forces of the Interior] who had started to drift into the hotel, Hemingway was 'mon capitaine.' By the time Paris was liberated, in one of the most rapid promotions in French military history, he would be 'mon general.'
 
 
Today's selection -- from Is Paris Burning? by Larry Collins and Dominique Lapierre.
  
In August of 1944, the Nazis were losing control of Paris, a city they had occupied since 1940. Aware that the U.S. Army was now marching across France, Parisians began occupying government buildings and putting up barricades. Berlin ordered two Panzer tank divisions south to Paris to "restore order in the city at any price." Hope now lay with the Americans, who were just 30 miles from Paris:

"Two Panzer divisions ... were on their way south. [Generalfeldmarschall Walther Model] had only one sharp parting phrase [for Paris' commander General Dietrich von Choltitz]: 'Restore order in the city at any price.'

"The streets of Paris which, a few hours earlier, had rung with the proud words 'Aux Barricades!' now echoed a more anguished cry, rising up from those first flimsy fortifications. It was 'The tanks are coming.' ... The Panzers that had given Adolf Hitler the key to Paris in 1940 swarmed again into the streets of the capital. ...
"That evening brought the first drops of a new rainstorm and, along with it, a wild and welcome rumor. It buoyed up the spirits of the entire population of Paris. ... Playwright André Roussin set it down: 'A day begun in fear ends in hope,' he wrote. 'It seems the Americans are in Rambouillet. Tomorrow they will be in Paris.'


At the village of Rambouillet, Col. David Bruce (left) OSS commander in the European Theater, Ernest Hemingway (center).

"The Americans were indeed in Rambouillet, only 30 miles from Paris. ... Roussin had, however, some­what overestimated their number. There were three of them, and none of them had any real business being there. The first was a courtly Virginian named David Bruce, a colonel, the head of the OSS for France, whose capture would have afforded untrammeled delight to the Germans. The second was a jeep driver, a taciturn GI named 'Red' Pelkey, from West Virginia. The third was a war correspondent. True to a promise sworn long before, Ernest Hemingway was leading the United States press corps to Paris.

"His first act [was] to liberate the bar of the Hotel du Grand Veneur, a honeysuckle-covered inn favored by week­ending Parisians and their ladies. In the bar he had installed a case of hand grenades, a carbine, a bottle of the grateful owner's best cognac and a prewar Michelin road map on which he had already begun to plot the German positions in the neighborhood. To the FFI [French Forces of the Interior] who had started to drift into the hotel, Hemingway was 'mon capitaine.' By the time Paris was liberated, in one of the most rapid promotions in French military history, he would be 'mon general.'

"Sole liberators of this hunting preserve of the kings and presidents of France, and forty-eight hours ahead of the rest of the Allied armies, the trio found themselves saddled with an embarrassing problem: too many Germans. 'Every time we turned around,' Bruce found, 'one was crawling out of the woodwork to surrender.' Hemingway took away their pants and put them to work in the kitchen peeling potatoes for his growing band of FFI."


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Is Paris Burning? 
Author: Larry Collins and Dominique Lapierre
Publisher: Grand Central Publishing
Copyright 1965 by Larry Collins and Dominique Lapierre
Pages: 174, 177-178

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Ironias da Historia: nazistas retrataram um bebe judeu como perfeito representante da raca ariana...

Os nazistas foram perfeitos criminosos, seres indignos da Alemanha, ou simplesmente da "raça" humana.
Eles o foram por preconceito, aliás debilóide, estúpido, ignorante no mais alto grau, ao pretenderem dividir a humanidade em raças, muito embora certa ciência do século 19 também afirmasse a existência de raças.
Até aí, seria apenas preconceito. Mas os nazistas foram além: pretenderam escravizar "raças inferiores" e exterminar uma raça em especial, além de várias outras categorias de seres humanos que eles julgavam indignos de continuar vivendo.
Mao Tsé-tung e Stalin mataram muito mais, infinitamente mais, do que Hitler, inclusive aliados e supostos inimigos de classe, e por diversas outras motivações, mas eles o fizeram contra o seu próprio povo, em nome de projetos de engenharia social e atendendo a uma ideologia violenta, como é o marxismo e sua teoria da luta de classes.
Mas só Hitler, como poucos na história da humanidade, pretendeu eliminar radicalmente todo um povo, ou mesmo mais de um povo, talvez uma civilização inteira, como eram os judeus europeus. Foi um monstro, sem dúvida.
O fato de que os nazistas estúpidos tenham sido enganados por um dos representantes de um povo submetido é altamente irônico, mas demonstra, mais uma vez, como são falhos os julgamentos humanos baseados nas aparências.
Os companheiros petistas, e os militantes da causa negra, estão cometendo mais um crime racial no Brasil, felizmente sem exterminação. Mas eles também dividem a sociedade em afrodescendentes e todo o resto, o que é um racismo estúpido e criminoso contra a história do Brasil. Fica sendo uma das heranças malditas dos companheiros, junto com os racistas da causa afrodescendente, que terá de ser superada mais adiante.
Por enquanto fiquem com esta boa história num dos blogs do Washington Post.
Paulo Roberto de Almeida
The ‘perfect Aryan’ child used in Nazi propaganda was actually Jewish
Morning Mix, July 7 at 5:12 AM
The newlyweds came to Berlin as students, a pair of Latvian Jews who wanted to make it big in singing. In 1934, just after Adolf Hitler took control of Germany, the young Jewish woman became pregnant with a child who would soon become known as the “perfect Aryan.”
The photo was everywhere. It first adorned a Nazi magazine that held a beauty contest to find “the perfect Aryan” and then was later splashed across postcards and storefronts.

Image excerpted from the video testimony of Hessy Taft. (Courtesy of USC Shoah Foundation)

Less well-known, however, was the fact that the “Aryan” girl was actually Jewish.
As remarkable as that revelation is, more remarkable is the story that accompanies it. The girl, now 80 and named Hessy Levinsons Taft, recently presented the magazine cover, emblazoned with her baby photo, to the Yad Vashem Holocaust Memorial in Israel and offered her tale to the German newspaper Bild. But the extended version of what happened is found in anoral history she gave to the United States Holocaust Museum in 1990.
It begins in 1928 when her parents came to Berlin. Both were singers. The father, Jacob Levinsons, crooned a chocolate-smooth baritone. His wife, Pauline Levinsons, had studied at the renowned Riga Conservatory in Latvia.
Jacob had accepted a position at a local opera house and taken the stage name of Yasha Lenssen, his daughter recalled in the lengthy interview with the Holocaust Museum. It was the time of surging anti-Semitism in Berlin, and when “they found out that his name really was Levinsons,” she said, “they decided to cancel his contract.”
“Without any money” and living in a “very, very cramped one-room” apartment, the young couple gave birth to Hessy Levinsons on May 17, 1934. She was beautiful. So when she was 6 months old, the parents decided to have her picture taken. “My mother took me to a photographer,” she told the museum. “One of the best in Berlin! And he did — he made a very beautiful picture — which my parents thought was very beautiful.”
They liked it so much, they framed it and propped it up on the piano her father had given her mother as a present after Hessy was born. They had thought the picture was a private family photo. But soon after, a woman who helped clean the apartment arrived to deliver some surprising news.
“‘You know,’” the woman said, “‘I saw Hessy on a magazine cover in town.’”
Hessy’s mother found that impossible to believe. A lot of babies look the same, the mother explained, and surely the helper was mistaken. But she wasn’t.
“‘No, no, no, no,’” the helperexplained to Taft’s mother. “It’s definitely Hessy. It’s this picture. Just give me some money, and I’ll get you the magazine.”
Money changed hands, and the helper soon returned with a magazine. A headline that said “the Sun in the Home” stretched across the top with the same picture that was there, resting on the piano. “The magazine was published out of Leipzig [in central Germany] and was very definitely one of the few magazines allowed to circulate at the time,” Taft said in the oral history, “because it was a Nazi magazine.” She said the pages brimmed with images of “men wearing swastikas” and even one of Hitler himself “reviewing the troops.”
The parents were terrified. Why was their Jewish infant on the cover of a Nazi magazine lauding Hitler’s exploits?
They contacted the photographer, according to Hessy’s account. “‘What is this?’” the daughter says her mother asked. “‘How did this happen?’”
The photographer told her to quiet down. “‘I will tell you the following,’” the story went. “‘I was asked to submit my 10 best pictures for a beauty contest run by the Nazis. So were 10 other outstanding photographers in Germany. So 10 photographers submitted their 10 best pictures. And I sent in your baby’s picture.’”
“‘But you knew that this is a Jewish child,’” the mother exclaimed.
“‘Yes,’” he said, explaining there had been a competition to find the “‘perfect example of the Aryan race to further Nazi philosophy…. I wanted to allow myself the pleasure of this joke. And you see, I was right. Of all the babies, they picked this baby as the perfect Aryan.’”
Family stories are always prone to hyperbole, distortion and exaggeration — but this appears to be true. Taft has reams of photographs that show her in numerous publications and cards. “I can laugh about it now,” the Telegraph quotes Taft, now a chemistry professor at St. John’s University in New York, as saying. “But if the Nazis had known who I really was, I wouldn’t be alive.”
The parents were equally shocked and “amazed at the irony of it all.” In the weeks afterward, the picture was everywhere. It was in storefront windows, in advertisements and on postcards. One time, Taft says her aunt went to the store to buy a birthday card for her first birthday in May of 1935 only to find a card with Taft’s baby picture on it. “My aunt didn’t say another word, but she bought the postcard which my parents brought with them throughout the years.”
Eventually, the family fled Europe and found refuge in Cuba for years before immigrating to the United States in the late 1940s and settling in New York City. Hessy Levinsons got married and became Hessy Taft. But the father stayed behind in Havana to operate a business, which eventually foundered under the rise of Fidel Castro. “He always said, ‘I have survived Hitler; I will survive Castro,’” Taft said. “And he did. He did.”

Terrence McCoy is a foreign affairs writer at the Washington Post. He served in the U.S. Peace Corps in Cambodia and studied international politics at Columbia University. Follow him on Twitter here.