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sábado, 5 de abril de 2014

Petrobras-Pasadena: mais uma comprovacao da intencionalidade do desfalque em favor do partido totalitario

Se algo precisasse ainda ser provado, o que já está manifestamente claro para aqueles que seguem apenas a lógica formal, e prescindem de relatórios de investigação policial, parece que já tem as provas por um órgão do próprio governo.
É só seguir a lógica formal:
A > B; B > C; logo: A > C; CQD...
Paulo Roberto de Almeida

Feito para dar errado

Revista Veja, 5/04/2014

Documento do TCU mostra que o contrato de aquisição da refinaria de Pasadena tinha tantos furos que o rombo bilionário na Petrobras era o único desfecho possível.

A marca da ruína na Petrobras vai durar 

Transformada em braço do partido, instrumento de política econômica e foco de corrupção, a empresa resistirá à gestão petista, mas vai demorar para recuperar a excelência

DEU NO QUE DEU - A refinaria, no Texas, e o ex-presidente Gabrielli: análise do TCU revela que a diretoria não calculou custos básicos embutidos no negócio, assumiu todo o risco sozinha e pôs a estatal nas mãos dos belgas

DEU NO QUE DEU - A refinaria, no Texas, e o ex-presidente Gabrielli: análise do TCU revela que a diretoria não calculou custos básicos embutidos no negócio, assumiu todo o risco sozinha e pôs a estatal nas mãos dos belgas      (Sérgio Lima/FOLHAPRESS)

Mais que um retrato a óleo do Brasil, a Petrobras sempre foi o orgulho de todos os brasileiros. Não apenas mais um daqueles símbolos ufanistas sonoros e coloridos, de aves que por aqui gorjeiam e verdes inigualáveis, mas como ponta de lança do progresso, exemplo de meritocracia, laboratório de alta tecnologia, carreira dos sonhos dos jovens mais brilhantes e indutora do crescimento econômico. Há onze anos essa complexa e bilionária estrutura funciona sob o comando do PT, partido no governo, que detém o controle executivo e gerencial da empresa. Nem o mais ardoroso militante petista pode, em sã consciência, afirmar que a Petrobras está em melhores condições agora do que antes de 2002. Não há lente ideológica capaz de produzir hoje uma imagem animadora da Petrobras.

O consenso dos analistas da indústria petrolífera é que a Petrobras está soçobrando sob a bateria de abusos de que vem sendo vítima. É consenso também que o potencial da Petrobras é tão grande que, deixada em paz pelo governo, em pouco tempo retomará a trajetória que fez dela, no auge, uma das empresas petroleiras mais valiosas do mundo. Mas abusaram do aparelhamento político da Petrobras, transformando-a em uma fonte de escândalos de corrupção. A Petrobras foi feita de ferramenta para tentar corrigir erros absurdos de política econômica, sendo obrigada a amargar prejuízos bilionários para segurar os preços do diesel e da gasolina nas bombas e, assim, mascarar a inflação. O resultado é desastroso para a empresa e para o Brasil. Se não tivesse sido submetida a esse sacrifício, teria cumprido seu bilionário plano de investimentos, responsável por 1% do PIB brasileiro. As reportagens que se seguem narram histórias relacionadas a essa lenta demolição — que precisa ser estancada logo.     

  • O PLANO ERA ENRIQUECER

    O vice-presidente da Câmara, o petista André Vargas, e o doleiro Alberto Youssef, operador da quadrilha que atuava na Petrobras, associaram-se para fraudar contratos no governo — e, juntos, ganhar uma fortuna

  • O CLUBE DOS CORRUPTOS

    Para fazer negócios com a Petrobras, empresários precisavam pagar pedágio que variava de 300 000 a 500 000 reais

  • AÇÃO ENTRE AMIGOS

    Em depoimento, o mensaleiro Marcos Valério revelou que a Petrobras foi usada para financiar negócios do PT

  • FEITO PARA DAR ERRADO

    Documento do TCU mostra que o contrato de aquisição da refinaria de Pasadena tinha tantos furos que o rombo bilionário na Petrobras era o único desfecho possível

  • A COLÔMBIA DÁ LIÇÕES AO PT

    Com foco nos resultados e livre do uso político pelo governo do momento, a Ecopetrol desbancou a Petrobras como modelo de gestão para as estatais petrolíferas da América Latina

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Petrobras-Pasadena: vivemos na Republica Federativa da Mafia? - Valor Economico

A avalanche de dados impressionantes sobre esses escândalo de Pasadena vai muito além, MUITO ALÉM, de Pasadena. Começou antes, continuou durante toda a gestão companheira, e continua ainda agora, pois os mesmos companheiros continuam à frente da companhia, e de seus Conselho, e atuam desesperadamente para impedir que a sociedade tome conhecimento desses... "malfeitos", como diria alguém.
Não querem que a sociedade saiba, não querem que o Parlamento examine essa podridão, não querem sequer que se discuta a questão.
Os fundamentalistas do partido totalitário fazem apenas o seu trabalho de disciplina cega. Os responsáveis são os donos do empreendimento, infelizmente muito conhecido por outro nome em outras circunstâncias.
Em que país vivemos?
Paulo Roberto de Almeida

Gastos com refinaria ultrapassam US$ 1,5 bilhão
Por Cláudia Schüffner | Do Rio/
Valor Econômico, 4/04/2014

Os bastidores das negociações na Petrobras para a compra da refinaria de Pasadena, em 2005, mostram que a negociação causou uma série de negócios ruinosos para a estatal que ainda não foram totalmente esclarecidos. Vários documentos produzidos pela Petrobras, inclusive relatórios em resposta a auditores, e um conjunto de atas das reuniões da diretoria executiva e do conselho de administração às quais o Valor teve acesso, mostram que logo depois da compra já era possível notar que a refinaria de Pasadena tinha sérios problemas operacionais e ambientais. E eles poderiam ter sido detectados no período de "due dilligence", quando se estudam os ativos e que normalmente ocorre no período após o acerto para compra e antes do pagamento. No caso de Pasadena, esse período durou de fevereiro até setembro de 2006.
Uma auditoria da empresa Sage Environmental Consulting feita em maio de 2005 tinha detectado vários problemas. Essa avaliação foi mencionada sete anos depois da compra, em documento da área internacional produzido em 2012 e que respondia a uma auditoria interna da estatal. Investimentos posteriores da Petrobras na refinaria, que até hoje não produz gasolina nos padrões exigidos pela regulação americana, elevaram o investimento da Petrobras na refinaria texana para cerca de US$ 1,6 bilhão. Mas o valor pode superar os US$ 2 bilhões quando forem conhecidos os resultados de Pasadena, que não são divulgados separadamente mas sim dentro do resultado de todas as áreas internacionais reunidas em uma subsidiária no exterior.
Os problemas ambientais e a necessidade de investimentos na refinaria foram obscurecidos pela briga entre os sócios, cujos detalhes começaram a vir a público no último mês. Os primeiros pedidos de recursos para investimento na refinaria americana surgiram em 2006, quando a Astra ainda era sócia. Pela sequência de investimentos e contratos subsequentes, fica difícil compreender por que essa refinaria não foi vendida antes.
Na reunião do dia 21 de setembro de 2006, um ano depois da compra de Pasadena, o então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, propôs que a diretoria autorizasse "investimentos típicos de fases mais avançadas do Revamp [expansão] de Pasadena" e que os representantes da Petrobras no "board e superboard" (esse último o comitê gestor formado por representantes dos sócios) aprovassem orçamento de gastos de US$ 61,87 milhões. O Revamp é um investimento para ampliação e modernização da refinaria, para que ela pudesse processar o óleo pesado brasileiro extraído do campo de Marlim.
O representante da Petrobras no comitê gestor que a presidente da estatal Graça Foster disse recentemente desconhecer era o ex-diretor de Refino e Comercialização Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal em 20 de março, em uma operação para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro. O valor proposto por Cerveró para início do obra, segundo a ata, correspondia à participação acionária da estatal, podendo atingir um máximo de US$ 123 milhões.
Dois meses depois, na reunião de diretoria do dia 16 de novembro de 2006, foi proposta a assinatura de uma carta de intenção, sem licitação, com a construtora Norberto Odebrecht para essa obra. A proposta foi levada à diretoria pelo então gerente executivo de engenharia, Pedro Barusco, representando o diretor de Serviços, Renato Duque, e não o diretor internacional (Cerveró). Barusco submeteu o pedido de autorização para que o representante no superboard (Paulo Roberto Costa) atuasse "de modo a obter a concordância" daqueles colegiados para assinatura da carta de intenção com a Odebrecht.
Em fevereiro daquele ano, o assunto veio à tona novamente. Outra ata mostra que Cerveró recomenda à Petrobras America Inc (PAI) que "participe nos investimentos de adaptação da refinaria de Pasadena ao processamento de petróleo Marlim". O custo avaliado então era de US$ 588 milhões para a Petrobras. Considerando-se que a brasileira tinha 50%, é possível supor que o investimento total - a ser feito pela Odebrecht sem concorrência - seria de US$ 1,176 bilhão. A ampliação e adaptação da planta nunca ocorreram.
Cerveró deixou a Petrobras em março de 2008. Em maio daquele ano, seu sucessor, Jorge Zelada, fez sua estreia no colegiado com proposta para obras do chamado Plano de Ação na Área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). A diretoria aprovou, mas submeteu o assunto ao conselho de administração. Graça Foster, então diretora de Gás e Energia, não participou da segunda reunião. Em setembro de 2009, o assunto SMS voltou à pauta. Jorge Zelada pediu que a diretoria recomendasse à Petrobras América "a continuidade" do plano de SMS e "confiabilidade operacional da Refinaria de Pasadena".
Na exposição de motivos Zelada afirmava ainda que o desembolso previsto no plano anual de negócios da Petrobras de 2009 era de US$ 89 milhões, provavelmente em referência aos valores destinados aos Estados Unidos. Não fica claro se esse gasto aconteceu. Um ano depois, na reunião de diretoria de 30 de setembro de 2010, Zelada já apresentou a Odebrecht como vencedora de uma licitação que posteriormente foi questionada pela auditoria interna. O preço era de US$ 825,66 milhões para fazer serviços em nove países. Esse valor já trazia um "desconto" com relação ao preço inicial, de US$ 850 milhões.
Um dado curioso sobre esse contrato de SMS é que a Petrobras já tinha manifestado a intenção de vender vários ativos internacionais em alguns dos países contemplados pelo contrato "guarda-chuva". Mesmo assim, a Odebrecht assinou o contrato em outubro de 2010. Previa serviços de SMS para a Petrobras, como limpeza e troca de tanques de armazenamento nos vários postos de combustíveis nos diversos países e também em gasodutos, oleodutos e refinarias. Os países atendidos eram Paraguai, Uruguai, Argentina, Equador, Chile, Colômbia, Bolívia, Japão e Estados Unidos.
A refinaria San Lorenzo, na Argentina, tinha sido vendida em maio de 2010 por US$ 36 milhões que somados a 386 postos de serviços e estoques renderam à estatal brasileira US$ 110 milhões, restando apenas a de Bahía Blanca. Mesmo assim, o preço estabelecido no contrato de SMS para a Argentina previa investimento inicial de US$ 305 milhões - quase três vezes o custo de San Lorenzo e da rede de postos vendida. O valor foi reduzido posteriormente para US$ 182 milhões. Em novembro daquele ano o então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, informava ao Valor que analisava a venda das refinarias no exterior para ajuste de portfólio.

Em alguns casos, o valor dos serviços a serem pagos para a Odebrecht estava próximo do preço de aquisição dos ativos. É o caso da rede de postos do Paraguai, Uruguai e Colômbia, que juntos custaram US 140 milhões em dezembro de 2005 e cujo SMS custaria quase US$ 86 milhões, somando-se os valores estipulados inicialmente para cada um dos três países. Uma fonte informa que o contrato não foi efetivado na Colômbia (onde estavam previstos US$ 31,3 milhões), enquanto que no Paraguai foram gastos US$ 47 milhões, mais que os US$ 38 milhões aprovados inicialmente, devido a problemas ambientais encontrados.
Voltando à gênese desse contrato, o colegiado aprovou os US$ 825,6 milhões ressalvando que os serviços relativos às refinarias Bahía Blanca (Argentina), Okinawa (Japão) e Pasadena (Estados Unidos) fossem apresentados aos demais diretores antes de sua execução e que os serviços executados fossem os "essenciais à segurança operacional, pessoal, da saúde e do meio ambiente". Nas atas às quais o Valor teve acesso, não se vê nenhum estranhamento com o fato de a licitação ter sido desenhada para um bloco de países, quando é possível imaginar que empresas no Japão teriam custo menor para qualquer obra em Okinawa, o mesmo acontecendo no Texas, um dos berços da indústria de petróleo ocidental.
Como o conselho pediu apresentação prévia dos orçamentos para as refinarias, em março de 2011 Zelada submeteu ao colegiado contrato de US$ 175,959 milhões para Pasadena. Na ata, o ex-diretor internacional explica que o contrato com a Odebrecht Construction Inc pedindo que a controladora recomendasse à Petrobras America, subsidiária integral da Petrobras nos Estados Unidos, fosse orientada a contratar "de imediato", a empresa da Odebrecht para o início dos trabalhos.
A ata diz ainda que o diretor financeiro, Almir Barbassa, registrou a "necessidade de avaliação prévia acerca da viabilidade econômica da refinaria". A execução do contrato de SMS nos Estados Unidos tinha orçamento inicial de US$ 191 milhões, mas com desconto o valor caiu para US$ 175 milhões, todos para a refinaria Pasadena. Do total, uma fonte explicou que nem tudo foi executado, porque um equipamento chamado Sistema de Lavagem de Gás foi comprado, mas não foi instalado. Com isso, faltaram ser executados US$ 14 milhões, segundo a fonte, que foram deduzidos no final.
Um dos inúmeros problemas no contrato de SMS apontados em 2012 pela auditoria interna da Petrobras, quando Graça Foster já ocupava a presidência da estatal e interinamente a diretoria da área internacional (que ela acumula até hoje), é que a licitação foi feita às pressas. O prazo inicial era de 20 dias, que foram esticados para 35 dias. Entre os vários vícios apontados pela auditoria interna da estatal realizada em outubro de 2012, estava a inexistência de uma cópia do edital em língua inglesa (numa concorrência internacional) e a exigência de preenchimento manual de 8,8 mil itens das planilhas de preços, só para citar alguns. Participaram as gigantes japonesas Mitsui e Marubeni, o mesmo acontecendo com as americanas KBR (novo nome da Halliburton) e a Bechtel. Mas as estrangeiras perderam, assim como as brasileiras Construtora Andrade Gutierrez e Construtora OAS. A Construtora Camargo Corrêa declinou do convite.
Uma fonte envolvida disse, no ano passado, que o chefe da auditoria da Petrobras, Gerson Luiz Gonçalves, considerou esse o pior contrato que ele tinha visto em seus 35 anos na estatal. Lendo o relatório, vê-se o porquê. Segundo dados da auditoria interna, a Atnas Engenharia, empresa contratada pela Petrobras para fiscalizar o contrato com a Odebrecht - pelo qual foram pagos R$ 29 milhões - fez um diagnóstico concluindo que "80% dos projetos analisados não possuíam dados suficientes para a sua execução". Os auditores também consideraram que houve superdimensionamento de custos entre as diversas irregularidades identificadas. Os auditores apontaram ainda o fato de o contrato definir pagamentos de 11% para mobilização e 29% para supervisão do contrato, uma quantia equivalente a US$ 330,9 milhões "dissociados de qualquer dos serviços contratados".
Também foram encontrados gastos de mobilização no Brasil de US$ 33 milhões, onde não havia nenhuma obra a ser feita. Na resposta aos auditores, a área internacional informou que a centralização dos serviços em nove países possibilitaria "ganhos de escala, com serviços geridos sob uma única estrutura de gestão", ressaltando ainda redução de custos indiretos. Sobre a mobilização no Brasil, a área explicou que "uma vez que o contrato possua um caráter não permanente em diversos países a serem mobilizados, espera-se também uma quantidade de expatriações e movimentações de funcionários da contratada através do seu referente custeio a partir dos custos de supervisão, como por exemplo, adicionais por transferência, pagamento de aluguéis, escolas, retorno à base a partir da política de expatriação e outros".
Em 2012, Graça Foster passou a investigar esse contrato e forçou uma redução e o valor final pago para a Odebrecht, que em janeiro de 2013 acabou ficando em US$ 481 milhões. Como não haviam sido feitos desembolsos na Colômbia, Bolívia, Equador e Japão, uma parte dos valores referentes a esses países puderam ser deduzidos do preço inicial. No Brasil, por exemplo, o orçamento de US$ 83,2 milhões ficou por US$ 62,9 milhões. Já tinham transcorridos os três anos previstos inicialmente e o contrato foi encerrado em fevereiro de 2014, apesar da possibilidade de ser prorrogado.
Em nota enviada ao Valor sobre a diminuição dos valores, a Odebrecht Engenharia Ambiental afirma que "a redução foi consequência da diminuição do escopo dos contratos, decorrência do plano de desinvestimentos da Petrobras no exterior, no qual a prestação de serviços, originalmente prevista para nove países, foi reduzida para quatro". E esclareceu ainda que "as obras contratadas já foram concluídas e entregues".
Na nota, a Odebrecht negou irregularidade nos contratos com a Petrobras, que segundo a empresa foram "conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas". A companhia também afirma que sua proposta "foi elaborada com base no processo licitatório lançado pela Petrobras, com informações necessárias para a formação de preços". A Odebrecht disse ainda que "desconhece o relatório da auditoria interna da Petrobras em relação aos contratos".

Considerando-se apenas os contratos aprovados nas reuniões cujas atas o Valor teve acesso, a "conta" de Pasadena já chega a quase US$ 1,6 bilhão. Além dos US$ 1,18 bilhão gastos na aquisição de 100% da refinaria de Pasadena, os gastos da estatal foram bem acima desse valor. É preciso acrescentar, por exemplo, os US$ 175 milhões gastos só no contrato de SMS (para adequar as instalações para atender as normas de saúde, meio ambiente e segurança dos funcionários) com a Odebrecht. Mas não é só. Diversas atas das reuniões da diretoria executiva da Petrobras obtidas mostram aprovações para investimentos diversos em Pasadena com pedidos de autorização para remessas ou a contratação de serviços que somam US$ 218 milhões com diversas empresas. Com elas e mais o SMS, chega-se à quantia de US$ 400 milhões gastos pela Petrobras.
Atas das reuniões do colegiado entre outubro de 2008 e janeiro de 2011 mostram pedidos de autorização para contratação de diversas empresas que fariam reparos nos sistemas de tancagem, para fornecimento de gás, serviços de manutenção e até para conserto da unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC) que é um dos sistemas mais importantes de uma unidade de refino. Não fica claro porque esses investimentos, que deviam ser resolvidos pelos executivos da empresa nos Estados Unidos, tiveram que ser levados à diretoria no Rio de Janeiro.

Na página da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, na internet, aparecem várias autuações do órgão ambiental contra Pasadena. A agência, que é equivalente ao Ibama brasileiro, aplicou multas de US$ 322,269 mil na refinaria de Petrobras por violações à regulação ambiental e que mostram que essa refinaria continua sendo um pesadelo para a Petrobras. Ela já teve dois incêndios e em dezembro de 2011 houve um de grandes proporções na unidade de coque que, segundo documento produzido na estatal ao qual o Valor teve acesso, causou "praticamente a destruição total da unidade". Mas não foi o único. Mesmo assim a refinaria foi retirada da lista de ativos à venda, pois o preço baixo da oferta recebida pela Petrobras, próxima de US$ 100 milhões, faria com os prejuízos da estão nessa unidade sejam cristalizados no balanço.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Petrobras, o kismet (ou a fatalidade) - Editorial Estadao

A última palavra deste editorial, mais um, talvez um entre várias centenas de outros sobre o mesmo assunto, nas próximas semanas e meses, remete a uma expressão conhecida em certos meios: padrinhos.
Quem é que tem padrinhos?
O editorial coloca a coisa de uma forma bem simples.
Ele deixa entender que se trata de um crime premeditado, ou seja previsto, e tudo tinha de acontecer exatamente como ocorreu.
O editorial não está falando de administradores, mas de mafiosos.
Todo o negócio foi concebido para justamente oferecer a oportunidade de a Petrobras enviar uma grana preta para o exterior.
Foi assim porque tinha de ser assim, e desde o começo estava concebido para essa função.
O menos importante nessa história toda é a refinaria, poderia ser qualquer outra; o importante era a operação, não o objeto.
Se foi assim com este caso, pode-se imaginar o que não acontece com todos os demais casos.
A advertência do jornal parece ser: Não estamos lidando com administradores, mas com mafiosos, a serviço de um partido totalitário. Eles só não tem o Gulag, mas não precisam...

Paulo Roberto de Almeida

A caixa-preta da Petrobrás

Editorial O Estado de S.Paulo, 27/03/2014

A Petrobrás, outrora tida como um modelo de administração e eficiência, tornou-se a casa da mãe joana. O caso da Refinaria de Pasadena, no Texas, revela a cada dia que a direção da estatal não exerceu o devido comando sobre executivos que atuaram em um negócio tão temerário, de bilhões de dólares. Tal situação apenas reforça a certeza de que a administração da Petrobrás, sob o governo petista, é uma imensa caixa-preta, cujos segredos não só os acionistas são os últimos a saber.
Pois o último a indignar-se com esse estado de coisas não foi um daqueles a quem a companheirada governista costuma chamar de "neoliberais" que, ao criticarem a gestão desastrosa da Petrobrás, estariam interessados apenas em privatizá-la. Foi a própria presidente da Petrobrás, Graça Foster, que veio a público manifestar seu espanto diante da descoberta, na última segunda-feira, de que havia uma instância executiva dentro da empresa, cuja existência ela desconhecia, que estava acima do próprio Conselho de Administração - a máxima autoridade na gestão da empresa - e que encaminhou a compra da refinaria americana em 2006.
Segundo disse Graça a O Globo, trata-se de um certo "comitê de proprietários de Pasadena", no qual o representante da Petrobrás era o então diretor de Refino e Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Como se sabe, Costa está preso sob acusação de lavagem de dinheiro, numa operação da Polícia Federal que, até aqui, nada tem formalmente a ver com o caso da refinaria. Graça mandou abrir sindicância.
As evidências de malfeitos são muitas. Costa ajudou a redigir o contrato que lesou a Petrobrás na aquisição de Pasadena, obrigando-a a desembolsar US$ 1,2 bilhão para adquirir uma refinaria de valor oito vezes inferior e que se provou uma sucata. É dele também a coautoria do resumo executivo no qual a presidente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, disse ter se baseado para avalizar o negócio. Passados oito anos, Dilma diz que foi induzida a erro porque o tal resumo era "técnica e juridicamente falho".
No meio do caminho, em março de 2008, na mesma reunião em que tomou conhecimento das cláusulas lesivas à Petrobrás, o Conselho, ainda presidido por Dilma, ressaltou em ata os "relevantes serviços prestados" e a "competência técnica" de Nestor Cerveró, diretor internacional da estatal, o principal autor do parecer técnico agora criticado pela presidente.
São essas contradições que evidenciam a urgência da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, além da continuidade célere das investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público sobre as suspeitas de evasão de divisas e de superfaturamento, para aclarar aquilo que as autoridades parecem querer esconder.
Na trajetória da Petrobrás sob a direção de apadrinhados governistas e do PT, não se trata de uma situação incomum. Por imposição ideológica, a estatal tem tomado decisões obscuras - em relação a investimentos, preços e outros fatores estratégicos - sem levar em conta os interesses dos acionistas nem muito menos as boas práticas de administração, tendo em vista somente o uso da estatal como instrumento de política econômica e partidária.
Isso explica não apenas o caso de Pasadena, mas os próprios resultados da Petrobrás. Em seu balanço de 2013, a estatal apresentou lucro de R$ 23,5 bilhões, fruto não de seu desempenho como petroleira, mas principalmente da venda de ativos e de manobras contábeis. Não fossem os truques, a sangria ficaria evidente - a empresa, que há cinco anos era a 12.ª maior do mundo em valor de mercado, hoje é apenas a 120.ª.
O controle estatal sobre a Petrobrás é absoluto. No entanto, a julgar pelos esgares de estupefação de Graça Foster e pela ira de Dilma, ambas dizendo-se surpreendidas por informações que desconheciam, apesar dos amplos poderes de que dispõem, parece haver uma administração paralela na Petrobrás, que não presta contas senão a seus padrinhos.

O escandalo da Petrobras e uma unica conclusao: una stessa famiglia

Lendo alguns dos documentos disponíveis sobre o caso -- mas é apenas um dentre múltiplos, provavelmente, dezenas de casos -- mais recente do gênero, que podem ser consultados neste site:



e observando os movimentos na área política -- que podem até resultar numa CPI, mista ou restrita ao Senado, mas que, como das vezes precedentes, não vai dar em nada de significativo para os companheiros -- cheguei à conclusão definitiva de que não estamos sob um regime de partido, mas sob a férrea hegemonia de uma clique, ou se vocês preferirem, a uma associação para delinquir, na qual todos se protegem entre si, e protegem ao grupo, considerado uma família (nada que já não se conheça, na história e na literatura), que vai ser difícil desalojar de suas posições fortificadas.
Paulo Roberto de Almeida

segunda-feira, 24 de março de 2014

Heranca maldita dos companheiros: a refinaria com os bolivarianos, que foi de 3 a 20 bilhoes de dolares...

O primeiro aspecto a ser notado neste assunto foi o atentado contra a soberania nacional cometido pelos companheiros. Eles começaram aceitando que o ditador Hugo Chávez determinasse onde seria construída a refinaria brasileira.
Ou seja, em lugar de uma decisão puramente técnica, ou de melhor localização geográfica dessa nova planta da Petrobras -- e pelo menos cinco estados do Nordeste a reivindicavam -- os companheiros decidiram que cabia a Chávez decidir, o que é uma inacreditável renúncia de soberania dos companheiros. A própria ex-ministra de Minas e Energia, que vinha tratando do assunto desde o início do governo companheiro, confirmou, ao assumir a Casa Civil, que o lugar da refinaria já estava decidido: seria em Pernambuco e se chamaria Abreu e Lima, porque assim Chávez tinha decidido.
Os companheiros continuaram acreditando na palavra sem valor dos bolivarianos durante todos esses anos, quando ele NUNCA cumpriram NENHUM dos compromissos assumidos.
O segundo aspecto a ser notado é que a refinaria foi feita para processar petróleo venezuelano, quando aquele país enfrenta -- aliás desde antes de 2005 -- problemas enormes de produção e venda de petróleo, e a própria Petrobras teve de desistir de explorar petróleo na Venezuela por causa do caos que virou o setor do petróleo naquele país sob Chávez, com mudanças constantes nas regras e nenhuma segurança quanto aos investimentos.
O terceiro aspecto é que, independentemente do fato de os bolivarianos terem ludibriado, enganado, mentido para os companheiros, e independentemente do fato que a extrovenga teria de processos petróleo bolivariano, os custos de construção simplesmente quadruplicaram ou quintuplicaram, sem qualquer explicação credível: eles foram de 3 ou 4 bilhões de dólares para perto de 20 bilhões atualmente.
Como nos outros escândalos da Petrobras, pode-se tratar de crime premeditado. Ou seja, os negócios são feitos deliberadamente assim, para que outros "objetivos" sejam cumpridos, e vocês podem imaginar o que sejam esses outros objetivos.
Paulo Roberto de Almeida


Petrobrás abriu mão de cobrar 'calote' da Venezuela em obras de refinaria
Lisandra Paraguassu, Andreza Matais e Fábio Fabrini / BRASÍLIA
O Estado de S. Paulo, 24/03/2014 

Parceria internacional. Como a PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, nunca formalizou associação para construir planta de refino em Pernambuco, empresa brasileira está impedida de cobrar investimentos prometidos pelo então presidente Hugo Chávez.

Documentos inéditos da Petrobrás aos quais o Estado teve acesso mostram que a empresa brasileira abriu mão de penalidades que exigiriam da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o começo das obras na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. O acordo "de camaradas", segundo fontes da estatal, feito entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez deixou o Brasil com a missão de garantir, sozinho, investimentos de quase US$ 20 bilhões.

O acordo previa que a Petrobrás teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%. Os aportes de recursos seriam feitos aos poucos e, caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a Petrobrás poderia fazer o investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezuelana, a preços de mercado. Essas penalidades, no entanto, só valeriam depois de assinado o contrato definitivo, de acionistas. Elas não chegaram a entrar em vigor, já que o contrato não foi assinado.

Os documentos obtidos pelo Estado mostram que a sociedade entre a Petrobrás e PDVSA para construção da refinaria nunca foi assinada. Existe hoje apenas um "contrato de associação", um documento provisório, que apenas prevê, no caso de formalização futura da sociedade, sanções pelo "calote" venezuelano.

Desde 2005, quando esse termo de compromisso foi assinado pelos dois governos, até o ano passado, a Petrobrás tentou receber o dinheiro devido pela PDVSA - sem sucesso. Em outubro do ano passado, quando o investimento na refinaria já chegava aos U$ 18 bilhões, a estatal brasileira desistiu.

Os venezuelanos não negam a dívida. No item 7 do "contrato de associação" a PDVSA admite sua condição de devedora (ver ao lado). Antes desse documento, ao tratar do fechamento da operação, uma das condições era o depósito, pelas duas empresas, dos recursos equivalentes à sua participação acionária em uma conta no Banco do Brasil - o que a o governo da Venezuela nunca fez.

Em outro documento obtido pelo Estado, a Petrobrás afirma que estariam previstas penalidades para o "descumprimento de dispositivos contratuais". Como nos outros casos, essa previsão não levou a nada, porque as penalidades só seriam válidas quando a estatal venezuelana se tornasse sócia da Abreu e Lima - e isso não ocorreu.

Chávez e Lula. A ideia de construir a refinaria partiu de Hugo Chávez, em 2005. A Venezuela precisava de infraestrutura para refinar seu petróleo e distribuí-lo na América do Sul, mas não tinha recursos para bancar tudo sozinha. Lula decidiu bancar a ideia. Mas Caracas nunca apresentou nem os recursos nem as garantias para obter um empréstimo e quitar a dívida com a Petrobrás.

Em dezembro de 2011, em sua primeira visita oficial a Caracas, a presidente Dilma Rousseff tratou o assunto diretamente com Chávez, que prometeu, mais uma vez, uma solução. Nessa visita, o presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, chegou a anunciar que "havia cumprido seus compromissos" com a empresa e entregue uma "mala de dinheiro em espécie" e negociado uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China. Esses recursos nunca se materializaram.

O projeto inicial, que era de US$ 2,5 bilhões, já chegava, em outubro do ano passado, aos US$ 18 bilhões, quando a Petrobrás apresentou ao seu Conselho de Administração a proposta de assumir integralmente a refinaria. A estimativa é que o custo total fique em torno de US$ 20 bilhões.

Para justificar os novos valores, a empresa cita ajustes cambiais e de contratos, gastos com adequação ambiental e o fato de ter ampliado a capacidade de produção de 200 mil para 230 mil barris por dia. Os novos itens e a ampliação da produção explicariam o custo oito vezes maior que o inicial.


Procurada pelo Estado, para falar sobre o "calote" da Venezuela, a Petrobrás informou que nada comentará.

Escandalo da Petrobras: PT e barao belga, grandes amigos (ou, uma mao lava a outra...)

Entre companheiros eles se entendem: provavelmente toda a operação foi feita para isso mesmo, para que uma parte do dinheiro voltasse para quem estava na origem da venda corrupta.
O que esta matéria revela é apenas as doações legais ao partido dos companheiros. Provavelmente deve existir um tesouro de piratas enterrado em algum paraíso fiscal, em nome de companheiros graúdos...
Tudo explicado, quase não precisa de CPI, que só vai fazer confusão e criar confusão.
Uma boa investigação policial revelaria tudo isso, mas posso apostar que isso não vai acontecer.
Quem conhece o Brasil, os políticos brasileiros, e os companheiros, vai concordar comigo.
Paulo Roberto de Almeida

Depois de vender Pasadena para a Petrobrás, o barão da Astra botou dinheiro nas campanhas de Lula e de Dilma

CLIQUE AQUI para entender os negócios do barão. "Ele é um parasita, sempre grudado no dinheiro público, na Bélgica ou no Brasil", diz o jornalista belga Marco Van Hees, de Bruxelas, em entrevista ao Estadão de sábado. 


Em 2006 ele empurrou a refinaria Pasadena para a Petrobrás de Lula e Dilma, mas nunca esqueceu o bom negócio que fez com os governos do PT. Em função disto, fez estas contribuições financeiras para Lula e Dilma, via sua empresa brasileira, a Tractebel, bem conhecida no RS porque controla as usinas de Machadinho e Itá, entre outros negócios. Veja quanto ele deu:

2006, campanha de Lula – R$ 300 mil
2010, campanha de Dilma – R$ 900 mil
Ele também doou para o filme “Lula, filho do Brasil”.


Este barão belga, Alberto Frère, 83 anos (foto acima), o  homem mais rico daquele País, era o dono da refinaria Pasadena, por meio da Astra Transcor Energy, que foi comprada por U$ 42 milhões como sucata e vendida por U$ 1,12 bilhão para a Petrobras. Ele comprou esta refinaria em 2005 e vendeu 50% para a Petrobras em 2006, já por mais de U$ 300 milhõe, passando o restante para a estatal no ano seguinte por US$ 800 milhões.
. Este senhor possui 8% das ações da GDF Suez Global LNG, ocupando a cadeira de vice-presidente mundial nesta mega organização, maior produtora privada de energia do planeta. A GDF Suez possui negócios com a Petrobras no Recôncavo Baiano, mas seu principal negócio no Brasil é a Tractebel Energia, dona de um faturamento de quase R$ 6 bilhões anuais. É dona de Estreito, Jirau, Machadinho, Itá e dezenas de hidrelétricas, termelétricas, eólicas. 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Escandalo Petrobras: resumo da opera - David Fleischer (Brazil Focus)

O resumo da ópera (bem, faltam os detalhes da negociata) Petrobras e seus companheiros administradores.
Nunca antes neste país se roubou tanto, com tanta facilidade.
E a vergonha vai continuar: o governo vai fazer tudo para abafar o caso...
Paulo Roberto de Almeida

Petrobras “on the rocks”
Brazil Focus David Fleischer
Weekly Report  –  March 15-21 2014

            Petrobras is going through some “stormy waters”.  First, the late 2013 increase in diesel and gasoline prices has not eliminated Brazil’s largest state from continued FX deficits – the price of imported gasoline and diesel is higher than the pump price in Brazil.  Second, some Petrobras employees have been accused to receiving kickbacks from the Dutch firm SBM that was chosen to supply drilling platforms.  This case is now the object of an external investigating committee from the Chamber of Deputies that has allowed some deputies to “junket” to The Netherlands to meet with Dutch prosecutors who are investigating this case to obtain documents.  Third, this week yet another even worst case is mobilizing deputies to convoke a CPI to investigate the purchase of a refinery in Texas with a huge cost overrun (overpayment).

            2005 – A Belgian firm Astra Oil Trading NV purchased the Pasadena Refining System (PRSI) for US$42.5 million

            2006 (the year of Lula’s reelection) – The Administrative Council of Petrobras (presided over at that time by the Casa Civil Chief Dilma Rousseff authorized the firs to buy 50% of this Texas refinery for US$ 360 million. That meant that the “market price” of this refinery had increased from US$ 42.5 million to US$720 million in one year. 

            2007 – The Petrobras Adm. Council vetoes the acquisition of the remaining 50% of PRSI.

            2007 – Because of a “put option” in the 2006 sales contract, Astra Oil sues Petrobras in US federal court to oblige the Brazilian firm to acquire the remaining 50%.
           
            2008 – Petrobras hires a law firm (linked to some of its ex-executives) to defend it at the US Federal court in Texas – for a fee of US$ 7.9 million.           

            2010 – The US federal judge orders Petrobras America Inc. to pay US$ 639 million to Astra Oil for the additional 50% share of PRSI. 

            2012 – Petrobras finally “settles” this dispute and ends up paying US$ 820.5 million for the remaining 50% of PRSI (including lawyers’ honorariums and other fees).

            The TOTAL outlay by Petrobras for this refinery comes to US$ 1.1805 billion for a refinery that was worth US$ 42.5 million in 2005.  The Belgian owner of Astra Oil, Baron Albert Frére (88), received a giant “windfall” profit from this “deal”.  Frére is one of the richest Belgians with a fortune estimated at US$ 4.9 billion and is 295th rank among the billionaires listed by Forbes. 

            2013 – The TCU investigates this case and “discovers” suspect, “irregularities” in this transaction.  Petrobras tries to sell (unload) this refinery but the only offer was US$180 million and decides not to sell.

            2014 – The Federal Police and the PGR open investigations on this case that is the object of “heated” debate in Congress.

            Tuesday, 18th March – Pres.  Dilma issues a note affirming that the Petrobras Adm. Council made its decision in 2006 based on “incomplete & faulty” information contained in a summary presented by the head of Petrobras’ international sector.

            Wednesday, 19th March – The “technical area” of Petrobras and the then director of the international sector, Nestor Ceveró affirmed that in 2006 the Adm. Council had full copies of the contract including the “put option” when the acquisition was authorized. Detail: On 19th March, Nestor Ceveró went on vacation and traveled to Europe.  

            Some comments by other Petrobras Adm. Council members who attended that meeting back in 2006: 

            Claudio Haddad – Citibank [technical support] filed a favorable opinion; the council members received a summary statement.
            Jorge Gerdau – Council members were not aware of the clauses cited by Pres. Dilma; they decided based on “consultants’ technical evaluations”.
             
The Opposition (PSDB, DEM, PPS, PSoL, etc.) hypothesis is that the original overprice in 2006 was incorporated as caixa dois campaign finance for Lula’s reelection.
            
Want more? On 20th March, the Federal Police got a judicial arrest warrant and “search & seize” order and arrested former Petrobras director Paulo Roberto da Costa.  He was Petrobras Director for Refining and Supply between 2004 and 2012 and is accused of “participating (or “perpetrating”) the Pasadena refinery operation.  More recently, he is accused of participation in a money laundering dubbed Operation Lava a Jato by the Federal Police.  The police found the equivalent of R$ 1.2 million in Real, US dollars and Euros in his house.    


            Want even more? Paulo Roberto da Costa organized a firm called REF that constructed some mini-refineries in Sergipe, Alagoas, Ceará and Espírito Santo – with a total investment of R$ 1 billion.  Costa is closely linked to the Sarney Family and Senate President Renan Calheiros (PMDB-AL). 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Petrobras: entrou agua na gasolina - governo nao sabe o que fazer...

(o que não é nenhuma novidade...).
O que mais define o tipo de atividade deste governo é a sua falta de atividade.
O que mais caracteriza a ação do governo é a falta de ação.
Não que ele fique parado o tempo todo, ao contrário: ele se movimenta para todos os lados, só que disso resulta muito pouco, quase nada.
Ele não fica parado, mas parece aqueles esquilos encerrados em gaiolas redondas: fica girando e não sai do lugar.
O governo é o nosso esquilo da gaiola: se esfalfa, se esfalfa, transpira, fala, até grita, mas de resultado mesmo, nada, ou quase nada, apenas os anúncios de coisas que acontecerão um dia, só que esse dia nunca chega...
Esse é o quase governo que quase temos; enfim, sobrou muito pouco, a maior parte fica mesmo com o partido dos companheiros, especialistas em estragar o que estava bom e não colocar nada no lugar...
Paulo Roberto de Almeida

Reunião para definir aumento da gasolina é cancelado após impasse
Correio do Brasil (o jornal do chefe da quadrilha, agora engaiolado), 20/11/2013 15:21
Brasília e Rio de Janeiro

Ministro da Fazenda, Guido Mantega discorda do método proposto pela Petrobras
O Ministério da Fazenda e a Petrobras não chegaram a um acordo para estipular os novos indices de aumento no preço da gasolina e, diante do impasse, foi cancelada a reunião do conselho de administração da petrolífera estatal, agendada para a próxima sexta-feira. Constava, ainda, na pauta, a criação de um mecanismo de reajuste automático para a gasolina e o diesel.
A nova data para o encontro ficou marcada para o dia 28 de novembro, quando o governo poderá decidir a concessão de um reajuste para os dois combustíveis, que entraria em vigor ainda neste ano. Caso as novas diretrizes quanto à evolução dos preços sejam confirmadas, o governo poderá aproveitar para conceder o aumento reivindicado pela Petrobras.
A Petrobras chegou a concordar com a metodologia de reajuste automático da gasolina e do diesel, apresentada por técnicos da estatal, mas a fórmula ainda não foi aprovada no conselho de administração. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, encontrou fatores duvidosos no novo modelo e pediu ajustes no mecanismo na reunião do conselho de administração ocorrida em 25 de outubro. Mantega chegou a se irritar com a forma como a diretoria da estatal conduziu o processo, que acabou vazando para a imprensa, antes de chegar ao conhecimento dos acionistas.
Para o ministro, a empresa deveria ter tornado público o assunto apenas depois de uma decisão de governo sobre a nova metodologia. O comunicado ao mercado divulgado na época dizia que a “diretoria-executiva deliberou sobre uma metodologia de precificação a ser praticada pela companhia”, que foi “apresentada ao conselho de administração, que determinou a elaboração de simulações adicionais e estabeleceu o prazo de 22 de novembro para sua consideração”.
Mais petróleo
Nesta manhã, a Petrobras confirmou que concluiu a perfuração de mais um poço na área de Franco, umas das previstas no contrato de cessão onerosa, na região do pré-sal da Bacia de Santos. A estatal informou, em nota, que foi comprovada a descoberta de petróleo de boa qualidade, situado abaixo da camada de sal, a partir da profundidade de 5.398 metros.

O poço conhecido como Franco Leste, situado em profundidade de água de 2.011 metros, a cerca de 200 quilômetros (km) da cidade do Rio de Janeiro e a 7,5 km a Sudeste do poço de Franco, foi adquirido por meio do contrato de cessão onerosa pela Petrobras, com o direito de produzir até 3.058 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável, sendo que a fase exploratória prossegue e tem seu término previsto para até setembro de 2014.