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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Heranca maldita dos companheiros: a decada perdida na area economica - Carrasco et al.

Década Perdida (Carrasco et al.)










A década perdida: 2003 - 2012 
por Vinicius Carrasco, João M. P. de Mello e Isabela Duarte
publicado pela PUC Rio; link: http://www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td626.pdf

Exceto pelo mercado de trabalho, em todas as outras dimensões socioeconômicas relevantes, o Brasil foi tão bem quanto ou, mais frequentemente, pior do que o melhor grupo de comparação...Em suma, crescemos menos e assentamos bases mais frágeis para o futuro do que países similares.






















segunda-feira, 21 de julho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: inflessao e desemprego

Parabens aos companheiros: eles conseguiram desmentir o seu querido mestre, Keynes, em pessoa (mas não em carne e osso, para sorte dele).
Keynes sempre esteve associado a essa dupla contraditória: um pouquinho de inflação, para salvar o emprego, mantendo o crescimento positivo.
Essa fórmula começou a ser desmentida nos anos 1970, quando ainda antes do primeiro choque do petróleo se começou a ter aquilo que era julgado impossível no receituário keynesiano: inflação E estagnação, o que foi consagrado na fórmula stagflation (na verdade enganosa, pois primeiro ocorreu inflação, depois veio a estagnação, ou recessão).
Esta a razão de porque classifico a atual situação, produzida inteiramente pelos companheiros no poder, incompetentes tanto em keynesianismo quanto em simples bom-senso econômico, de inflessão, ou seja, uma combinação de inflação com recessão, na qual já estamos de fato...
Paulo Roberto de Almeida

BACEN (21/07/2014) – BOLETIM SEMANAL FOCUS. PREVISÕES DO MERCADO.

PORTAL G1. BACEN. 21/07/2014. 08h33. Mercado financeiro já prevê alta do PIB menor que 1% em 2014. Expectativa de alta recuou de 1,05% para 0,97% na 8ª queda seguida. Analistas do mercado também baixam previsão para o IPCA para 6,44%.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
A economia brasileira deve crescer menos de 1% este ano, segundo os economistas do mercado financeiro. É a primeira vez que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano fica abaixo dessa marca. De acordo com o relatório de mercado, divulgado pelo Banco Central, a previsão para o PIB caiu de 1,05% para 0,97%. Foi a oitava queda seguida.
As previsões do mercado financeiro, coletadas pelo BC por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, confirmam o cenário de desaceleração da economia brasileira. Em 2013, o PIB registrou crescimento de 2,5%. Para 2015, a previsão do mercado de alta do PIB ficou estável em 1,5%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. Para conter a inflação, o BC subiu os juros entre abril do ano passado e maio deste ano, influenciando também o ritmo de atividade.
No fim de maio, o IBGE informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.
A expansão do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro, de 0,97%, continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada, de alta de 1,6%.
Menos inflação
O mercado financeiro também previu menos inflação para este ano. Os economistas dos bancos reduziram de 6,48% para 6,44% sua previsão de 2014 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o valor se distanciou um pouco do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa dos economistas dos bancos para o IPCA, porém, subiu de 6,10% para 6,12%.
Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Taxa de juros
A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano até o fechamento de 2014. Na semana passada, o BC manteve a taxa estável neste patamar pelo segundo encontro seguido do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,39 para R$ 2,35 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,50 por dólar.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 permaneceu em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial subiu de US$ 9,4 bilhões para US$ 9,8 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.



PORTAL UOL. BACEN. Projeção do PIB cai pela 8ª semana seguida e fica abaixo de 1%, diz BC
Do UOL, em São Paulo. 21/07/2014. 08h38.

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 0,97% neste ano, de acordo com as projeções mais recentes das principais instituições financeiras do país, divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (21). É a primeira vez no ano que a previsão fica abaixo de 1%.

Esta é a oitava semana seguida de recuo das projeções, que são agrupadas pelo BC no relatório Focus, publicado semanalmente. Na semana passada, a previsão para a alta do PIB era de 1,05%.

Na quinta-feira (17), o BC divulgou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), indicador que é considerado uma prévia do PIB, apontando para um recuo de 0,18% da economia em maio.

A projeção para inflação recuou de 6,48% na semana passada para 6,44% nesta semana. De acordo com o último dado oficial do IBGE, os preços no país subiram 0,4% em junho.

O governo trabalha com uma meta de inflação de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, a margem vai de 2,5% a 6,5%).

A Selic, taxa básica de juros, deve fechar o ano nos atuais 11%, segundo os analistas consultados pelo BC. A perspectiva para a cotação do dólar passou de R$ 2,39 na semana passada para R$ 2,35.

Previsão para 2015
Para o ano que vem, os economistas subiram a projeção de inflação de 6,1% para 6,12%, segundo o Focus. A previsão de alta do PIB foi mantida em 1,5%.

A taxa básica de juros deve fechar 2015 em 12%, a mesma projeção da semana passada; e a cotação do dólar deve ser de R$ 2,50.

Entenda o que é o boletim Focus
Toda segunda-feira, o Banco Central (BC) divulga um relatório de mercado conhecido como Boletim Focus, trazendo as apostas de economistas para os principais indicadores econômicos do país.

Mais de cem instituições são ouvidas e, excluindo os valores extremos, o BC calcula uma mediana das perspectivas do crescimento da economia (medido pelo Produto Interno Bruto, o PIB), perspectivas para a inflação e a taxa de câmbio, entre outros.

Mediana apresenta o valor central de uma amostra de dados (desprezando os menores e os maiores valores).

(Com Reuters)


Economistas passam a ver expansão da economia abaixo de 1% em 2014
Reuters. 21/07/2014. 09h34.
Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver expansão econômica no Brasil abaixo de 1 por cento neste ano após novos sinais de fraqueza, ao mesmo tempo em que melhoraram ligeiramente a perspectiva para a inflação e mantiveram o cenário para a política monetária após o Banco Central ter mantido o patamar do juro básico na semana passada mas deixado as portas abertas para eventuais mudanças. Em uma trajetória descendente que já dura oito semanas, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto em 2014 caiu a 0,97 por cento na pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira, contra 1,05 projetado anteriormente. No ano passado, o PIB cresceu 2,5 por cento.As expectativas de que a economia deve ter recuado no segundo trimestre aumentaram na semana passada com a queda de 0,18 por cento em maio do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do PIB.

Um dos maiores pesos sobre a economia é a indústria, e no Focus os agentes econômicos voltaram a piorar sua projeção, vendo agora uma contração da atividade de 1,15 por cento, ante queda de 0,90 por cento na semana anterior. Para 2015, a projeção para o crescimento do PIB foi mantida pela terceira semana em 1,50 por cento, enquanto a estimativa de crescimento da indústria caiu a 1,70 por cento, frente a 1,80 por cento.

INFLAÇÃO

Por outro lado, os agentes econômicos consultados no Focus reduziram a projeção para o IPCA, afastando-a um pouco do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. A estimativa para a inflação oficial em 2014 passou agora a 6,44 por cento, contra 6,48 por cento anteriormente. Depois de o IPCA ter estourado o teto em junho com 6,52 por cento em 12 meses, o mercado aguarda a divulgação na terça-feira do IPCA-15 de julho. Para 2015, a projeção no Focus para o IPCA foi elevada a 6,12, contra 6,10 por cento. Para os próximos 12 meses, sofreu alta de 0,03 ponto percentual, a 5,95 por cento. Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, continua vendo estouro da meta este ano, mantendo a projeção para o IPCA em 6,51 por cento. Para a política monetária, não houve alterações na perspectiva de que a Selic encerrará o ano no atual patamar de 11,00 por cento, depois de o BC ter decido na semana passada manter a taxa básica de juros nesse nível pela segunda vez seguida.

Diante da atividade fraca e da inflação elevada, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou as portas abertas para eventual mudança na política monetária, e os olhos agora se voltam para a ata da reunião, a ser divulgada na quinta-feira. Por enquanto, os economistas continuam vendo que novo ciclo de aperto monetário só começará em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana anterior, segundo o Focus.


Focus: Projeção para o dólar ao fim de 2014 cai pela segunda semana
Valor
21/07/2014. 09h20.
Os analistas de mercado veem o dólar menos valorizado ao fim deste ano e agora estimam que a moeda americana deve fechar 2014 valendo R$ 2,35. Na semana passada, a projeção era de R$ 2,39. Para o fim de 2015 a estimativa mediana segue em R$ 2,50.

O dólar tem estado bastante volátil. Na quinta-feira, subiu 1,67% e, na sexta, devolveu boa parte dessa alta ao cair 1,35%. Essa desavalorização foi intensificada pela queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Mas a cotação ainda segue bem abaixo do que os analistas veem no fechamento do ano, em R$ 2,2279.

Ainda no setor externo, os analistas aumentaram ainda mais a estimativa para o déficit em conta corrente neste ano; a mediana passou de US$ 80,75 bilhões para US$ 81,5 bilhões. A estimativa para o saldo da da balança comercial ficou praticamente inalterada em US$ 2 bilhões.


Projeção para alta do IPCA em 2014 sai de 6,48% para 6,44%, traz Focus
Valor
21/07/2014. 09h20.
Os analistas do mercado financeiro reduziram suas expectativas para a inflação neste ano, embora tenham aumentado as apostas para 2015 e na leitura em 12 meses, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC).

A mediana das projeções para o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 6,48% para 6,44% em 2014. A estimativa para a inflação no próximo ano, por sua vez, passou de 6,10% para 6,12%. Em 12 meses, os analistas estimam agora elevação de 5,95% no IPCA, ante 5,92% na pesquisa antecedente. A projeção para a inflação em julho foi de 0,24% para 0,22%.

O mercado também vê a inflação medida por outros indicadores menos pressionada neste ano. Para o IGP-M, por exemplo, a projeção cedeu de 5,04% para 5,01%. A mediana das projeções para o IGP-DI caiu de 5,04% para 4,49%. No caso do IPC-Fipe, a expectativa se reduziu de 5,69% para 5,56%. 

Os analistas veem no enfraquecimento da atividade um dos motivos pelos quais a inflação deve ficar menos pressionada e que fariam o BC a manter a taxa de juros inalterada neste momento. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 11% ao ano. O Focus mostra que o mercado espera a manutenção dessa taxa até dezembro. Até o fim de 2015, a Selic subiria para 12%. 

Entre os analistas Top 5, os que mais acertam as previsões, as projeções de inflação seguiram as mesmas - 6,51% neste ano e 6,75% em 2015 -, mas eles elevaram a aposta para o juro no ano que vem, de 11,50% para 12,25%. Todas as estimativas são medianas de médio prazo.


FOLHA DE SÃO PAULO. PORTAL UOL. Mercado estima pela primeira vez PIB abaixo de 1% em 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
21/07/2014 09h07

Pela oitava semana consecutiva, os analistas de mercado cortaram suas estimativas para a expansão da economia brasileira neste ano.

Desta vez, a projeção de alta do PIB (Produto Interno Bruto) ficou em 0,97%. É a primeira vez que o Boletim Focus, do Banco Central, traz expectativa abaixo de 1% para este ano.

Na semana passada, a estimativa era de alta de 1,05%.

A revisão para o PIB acompanha a redução nas projeções para a produção industrial. Agora, os analistas esperam queda de 1,15% nesse setor, ante retração de 0,90% na semana passada.

Há um mês, o mercado via o PIB crescendo 1,16% e a produção industrial caindo 0,16%.

Para 2015, a estimativa para o PIB foi mantida em expansão de 1,50%, mas a da indústria caiu pela quarta semana consecutiva, de alta de 1,80% para 1,70%.

As notícias mais recentes sobre a atividade econômica em geral e industrial têm mantido o sinal negativo.

Na semana passada, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que o índice de confiança do setor atingiu em julho o menor patamar desde janeiro de 1999.

O indicador de produção de junho despencou para 39,6 pontos, contra 48,4 em maio.

O Banco Central, por sua vez, mostrou que seu IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) teve contração de 0,18% em maio ante abril, refletindo especialmente a forte queda da indústria naquele mês.

Embora o resultado tenha sido um pouco melhor que o esperado, analistas não viram no número um sinal de reversão das expectativas negativas. O dado, afirmaram, aponta atividade mais fraca no segundo trimestre.

A estimativa para o IPCA –a inflação oficial do país– d este ano passou a 6,44%, frente a 6,48% na pesquisa anterior.

A meta do governo é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

MERCADO DE TRABALHO

Outros números mostraram que o enfraquecimento da atividade chegaram ao mercado de trabalho.

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) decepcionou novamente em junho ao registrar a criação de 25,3 mil vagas no mês. O resultado foi o pior para os meses de junho desde 1998 e, como em maio, foi puxado pelo fechamento de 28,5 mil vagas na indústria.

Em função da criação menor de vagas, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, reduziu para 1,1 milhão a estimativa de novas vagas este ano. A estimativa anterior era de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos novos.

DOCUMENTO: http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20140718.pdf
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
CNI. 18/07/2014. Produção e emprego caem e estoques estão acima do planejado. Sondagem da CNI mostra que desaquecimento da atividade se agravou em junho e cresceu a preocupação dos empresários com a falta de demanda, a inadimplência dos consumidores e a dificuldade com capital de giro.

O indicador de evolução da produção da indústria caiu para 39,6 pontos e o de número de empregados recuou para 45,2 pontos. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores de evolução da pesquisa variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 indicam queda na produção e no emprego.

Conforme a pesquisa, o aumento dos estoques em relação ao planejado completou o cenário de desaquecimento da atividade em junho. O nível de estoque efetivo em relação ao planejado subiu para 52,1 pontos. O indicador varia de zero a cem, acima de 50 revela excesso de estoques. "Certamente há aspectos atípicos em junho e a realização da Copa afetou de forma excepcional os resultados do mês. Todavia, os resultados da Sondagem nos últimos meses indicam que o quadro negativo é antigo e o agravamento de junho deverá ter consequências mais duradouras. É pouco provável a possibilidade de uma recuperação rápida e sustentada da indústria no curto prazo", analisa a CNI.

O índice de evolução da produção ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos pelo oitavo mês consecutivo e alcançou o menor valor desde 2010. O número de empregados caiu em todos os portes de empresas e na maioria dos setores da indústria extrativa e de transformação. A utilização média da capacidade instalada caiu para 68%, o menor percentual da série histórica mensal que começou em 2010.


OBSTÁCULOS - A falta de demanda foi apontada como um das principais dificuldades enfrentadas pela indústria no segundo trimestre. Assinalado por 40,7% das empresas, o problema subiu da quarta para a segunda posição no ranking e só é superado pela elevada carga tributária, que teve 54,5% das menções dos empresários. O problema da falta de demanda ganhou importância para as empresas de todos os portes. No entanto, foi mais significativo para as grandes empresas. No primeiro trimestre do ano, a falta de demanda foi mencionada por 21,6% das indústrias de grande porte. Esse número aumentou para 41,6% no segundo trimestre.

Também estão no topo da lista dos problemas, a competição acirrada, com 31,3% das menções, e o alto custo das matérias-primas, com 25,4% das assinalações. A Sondagem observa ainda que a inadimplência dos clientes, com 18,6% das respostas, e a falta de capital de giro, com 18,9%, ganharam importância entre os obstáculos ao crescimento das empresas.

SITUAÇÃO FINANCEIRA - A pesquisa revela que, no segundo trimestre, aumentou a insatisfação da indústria com as margens de lucro e com a situação financeira. O índice de satisfação com a margem de lucro operacional caiu para 39,3 pontos, o menor desde o segundo trimestre de 2009. O indicador de satisfação com a situação financeira recuou para 44,6 pontos. Ambos os indicadores se afastaram ainda mais da linha dos 50 pontos, que separa a satisfação da insatisfação. Além disso, os preços das matérias-primas aumentaram e o acesso ao crédito continua difícil.

A pesquisa destaca que o agravamento das condições da indústria afetará toda a economia. "A superação desse quadro exige medidas efetivas, amplas e permanentes, capazes de reverter o ciclo negativo de falta de confiança, baixo investimento e queda na produção", recomenda a CNI.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de junho com 2.115 empresas, das quais 849 de pequeno porte, 770 médias e 496 grandes.

SONDAGEM INDUSTRIAL

A Sondagem Industrial tem como objetivo identificar a tendência passada e futura da indústria brasileira. Essa pesquisa de opinião empresarial é realizada desde 1998, e conta com aproximadamente 2.000 empresas das indústrias extrativa e de transformação. Inicialmente com periodicidade trimestral, a Sondagem Industrial passou a ser realizada mensalmente a partir de janeiro de 2010.

A Sondagem abrange o Distrito Federal e os 26 Estados brasileiros e é realizada em parceria com as federações de Indústria. São divulgados resultados por setor de atividade, região geográfica e porte de empresa. Resultados estaduais são divulgados pelas Federações de Indústria.

A amostra é probabilística, feita a partir de uma população de empresas com 10 empregados ou mais. A cada fim de trimestre do ano calendário (março, junho, setembro e dezembro) o questionário de coleta é ampliado, incluindo outras variáveis e o relatório de divulgação apresenta análises econômica, setorial e por porte da empresa.

Os resultados são divulgados na forma de indicadores de difusão.

DOCUMENTO: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2014/07/18/4/SondagemIndustrialJunho20141.pdf

domingo, 20 de julho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: inflacao em alta, crescimento em baixa

BRASIL PODE SOFRER NOVO 7X1 NA ECONOMIA, DIZ FINANCIAL TIMES
Revista Exame, 18/07/2014

São Paulo - O trauma da derrota para o time alemão de 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo pode ganhar em breve um equivalente econômico, segundo o Financial Times.

Um texto publicado hoje no blog Beyond Brics, do site do jornal britânico, diz que o Brasil pode fechar 2014 com inflação próxima de 7% e crescimento do PIB em 1%.

Em junho, a inflação no país desacelerou mas chegou a 6,52% no acumulado de 12 meses, acima do teto da meta do governo, de 6,5%.

A avaliação de economistas é que a pressão dos alimentos sobre os preços está diminuindo, mas que a inflação acumulada só vai voltar para abaixo do teto mais para o fim do ano. Em relação ao crescimento, as perspectivas só pioram.

O último boletim Focus, uma sondagem do Banco Central que compila a opinião de vários economistas e instituições, prevê que 2014 vai fechar com inflação de 6,45% e expansão de 1,05% no PIB.

O texto do Financial Times termina com uma análise do que este cenário pode significar para as eleições de outubro:

"Alguns economistas começaram a falar sobre a possibilidade de uma recessão técnica em 2014 se os dados do PIB do primeiro trimestre forem revisados para baixo no mês que vem. Para os candidatos de oposição do Brasil, esse pode ser o 'gol contra' que eles estiveram esperando do PT - tudo que eles precisam para ganhar eleitores no que deve ser a disputa eleitoral mais disputada dos últimos 25 anos."

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: juros mais altos do mundo ate o final de 2015...

Déficit de transações correntes em alta, inflação em alta, e investimentos estrangeiros em baixa.
Essa é a herança a ser deixada pelos companheiros em economia...
Paulo Roberto de Almeida

Brazil
Itau economic forescasting, 18/07/2014

The Copom will publish on Thursday the minutes of its last meeting (occurred last Wednesday). In the post-meeting statement, the Copom affirmed that it decided, “at the moment”, to maintain the SELIC rate unchanged at 11.0%. In the context of weak economic activity (particularly the decline in business and consumer confidence), the expression “at the moment” may be interpreted by some market participants as signaling that interest rates could be cut in the coming months. However, we do not see much room for lower rates, given that inflation is above the upper bound of the target range, there are still increases in monitored prices in the pipeline for 2014 and 2015, and the unemployment rate still remains at historical lows. The minutes are expected to provide more details to this discussion.

We maintain our call that the SELIC rate will remain at 11% until the end of 2015.

July’s IPCA-15 consumer inflation preview will hit the wires on Tuesday. We forecast a 0.23% monthly gain, down from 0.47% in June on slower transport and food inflation. If our estimate is on the mark, twelve-month inflation will rise to 6.58% (6.41% in the previous month), with a still-wide gap between market-set and regulated inflation (7.2% and 4.6%, respectively).

June’s unemployment rate is scheduled for release on Thursday, but there is still uncertainty as to whether the full-data will be released. We still don’t know May’s unemployment rate because of strikes among IBGE employees. We forecast the unemployment rate at 5.1% in both May and June, and the seasonally-adjusted reading at 4.8% in both months (4.7% in April). Job creation has been slow, but there are also less people looking for jobs, maintaining the unemployment rate at low levels.

The FGV confidence indexes for July (preview of industrial business confidence on Wednesday and the consumer confidence on Friday) are also noteworthy.

June’s federal tax collection is expected to come through on Wednesday. We forecast BRL 90 billion, which represents a year-over-year decline of 1.4% in real terms (-6.0% in May). If correct, annual growth in the last three months will hit -2.1%, from -0.8% in May. The weakness of tax collection stems from slow economic activity and the tax breaks implemented over recent years. The trend indicates that efforts to increase non-tax revenue will continue, and reinforces our view that the recurring primary fiscal surplus will remain below 1% of GDP this year.

June’s balance of payments will come though on Friday. We look for a current account deficit of USD 3.9 billion, down from USD 6.6 billion in May, but in line with the level recorded in June 2013 (also USD 3.9 billion). The improvement from the previous month should stem mostly from a stronger trade balance, but also from lower deficit in the service and income accounts. If we’re correct, the twelve-month current account deficit will remain stable at 3.6% of GDP. Foreign direct investment is expected to be slightly weaker than in previous months, given the inflow of only USD 2.3 billion until June 18th. We estimate USD 3.6 billion, with the twelve month reading declining from 2.9% to 2.8% of GDP.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: uma das gasolinas mais caras do mundo...

Orlando Tambosi


A Bloomberg, portal americano especializado em economia, divulgou um estudo que compara o preço da gasolina em 61 países. Mesmo sendo o 13° maior produtor de petróleo do mundo, o Brasil tem a 16ª gasolina mais cara, quando se leva em conta o poder de compra do trabalhador nas diversas nações pesquisadas.

Em primeiro lugar no ranking, com a gasolina menos acessível para a população, está o Paquistão, enquanto a Venezuela aparece em último, como o país com o valor do combustível mais acessível (porque é altamente subsidiado pelo governo). (Veja, Impávido Colosso).

terça-feira, 1 de julho de 2014

A Exame faz o exame das contas companheiras: gastaram USD 15 bilhoes para ganhar USD 400 milhoes

Um balanço, ainda preliminar, das contas públicas dos companheiros, ou seja, os resultados entre despesas e receitas vinculadas à Copa do Mundo.
Somando tudo, eis o que Lula e Dilma produziram.
Só gastaram "30 bilhões", como relatado mais abaixo, porque não conseguiram completar 70% dos empreendimentos, por pura incompetência. Do contrário, imaginem o que teriam gasto...
Mais uma herança maldita dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

Veja que grande negócio o PT trouxe para o nosso país.
Já estamos na metade da copa e, até agora, os turistas só trouxeram 804 milhões de reais para o Brasil. Se gastarem o dobro (o que não vai acontecer, pois os hotéis já foram pagos e os gastos, daqui por diante, deverão ser só com comida e extras), ainda assim o prejuízo será colossal ! Em troca, o Brasil gastou mais de 30 bilhões de reais para recepcioná-los. Mais um grande negócio deste governo do PT (como aquela refinaria de petróleo nos EUA).

Vai sair cara esta aventura da reeleição !

Clique aqui:

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/estrangeiros-ja-gastaram-r-804-milhoes-desde-inicio-da-copa


Ministério do Planejamento aponta que 30% das obras do Mundial foram concluídas

• Somente 24 das 70 ações programadas estão prontas. Mobilidade urbana foi a área com menor avanço

Danillo Fariello – O Globo, 1/07/2014

BRASÍLIA — Dois em cada três empreendimentos com verbas federais previstos para facilitar a movimentação de brasileiros e turistas pelo país não ficaram prontos para a Copa do Mundo. Segundo levantamento do Ministério do Planejamento, feito a pedido do GLOBO, das 70 obras de mobilidade urbana, de aeroportos ou de portos, que somam R$ 14,38 bilhões, apenas 24 foram concluídas, no valor total de R$ 3,26 bilhões — ou seja, menos de um quarto do volume financeiro total previsto.

Entre os empreendimentos que menos avançaram estão os de melhoria da mobilidade urbana. Das 35 obras previstas no planejamento do governo federal, apenas nove foram concluídas e outras 11 estão parcialmente em operação, como o BRT Transcarioca, no Rio, que ainda não está totalmente pronto. Quinze obras de mobilidade, que somam R$ 2,8 bilhões, continuam em execução, como o monotrilho de Manaus e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá — cidades em que todos os jogos já foram realizados.

Anteriormente, chegaram a ser 51 as obras de mobilidade prometidas para a Copa. Mas o número acabou encolhendo ao longo dos meses que antecederam o evento.

Feriados para desafogar o trânsito
Para Claudio Frischtak, fundador da empresa de consultoria Inter.B, desde que o Brasil ganhou o direito de organizar a Copa já se trabalhava com a possibilidade de os governos decretarem feriados em dias de jogos nas cidades-sede, o que tem sido adotado como alternativa para desafogar os modais de transporte urbano disponíveis.

— Temos feriado em cima de feriado, de meio dia ou dia todo. Afastam-se os trabalhadores e habitantes em geral e alivia-se o sistema. Isso resolve o problema da Copa, possibilitando até a oferta de facilidades como a gratuidade no metrô do Rio — disse Frischtak.

Nos segmentos de portos e aeroportos, o Ministério do Planejamento informa que todas as obras foram concluídas ou estão em operação. A indicação “em operação” significa que a obra, mesmo não totalmente concluída, já começou a aumentar a capacidade de portos ou aeroportos. Mas, exceto pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, não houve construção de empreendimento totalmente novo que possa ser considerado apenas em execução, e não em operação. Dos 29 empreendimentos em aeroportos, 13 foram concluídos (44% do total). E dos seis empreendimentos em portos, dois apenas foram concluídos.

Ao longo dos últimos meses, a Matriz de Responsabilidades da Copa foi sofrendo alterações. Foram descartados empreendimentos que não serviriam mais à recepção de turistas para os jogos, ou por pedido de governos regionais para se alterar o tipo de intervenção urbana. Exemplo de obras descartadas são os novos píeres para turistas do Rio, que sequer ficarão prontos para a Olimpíada de 2016. Entre as unidades da federação que resolveram substituir obras estão Distrito Federal e Mato Grosso. Os números apresentados pelo Planejamento levam em conta a versão mais atual da matriz.

De acordo com o governo federal, a Matriz de Responsabilidades foi elaborada com empreendimentos que já seriam necessários para o desenvolvimento do país, mas que deveriam ser priorizados ou antecipados por ocasião da Copa. União, estados e municípios assinaram os princípios da matriz ainda em 2010. O resultado dessas obras seria um legado dos jogos para o país.

Segundo o Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), do total de R$ 25,6 bilhões em investimentos previstos para a organização da Copa (entre recursos federais, estaduais e municipais), R$ 17 bilhões foram efetivamente pagos. Esse valor é composto, principalmente, por aeroportos (R$ 6,8 bilhões), estádios (R$ 5,9 bilhões) e mobilidade urbana (R$ 3,4 bilhões). Segundo a CGU, o valor efetivamente investido em mobilidade corresponde à metade dos R$ 6,75 bilhões previstos.

Obras não concluídas vão para o PAC
O Ministério do Planejamento diz que as obras da Matriz de Responsabilidades que não foram concluídas para a Copa foram incorporadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que garante que os recursos para esses empreendimentos estão livres de contingenciamento (bloqueio de repasses) para sua conclusão no futuro.

— Essas obras são para a população brasileira, juntamente com as outras obras que selecionamos no pacto de mobilidade, que alcança R$ 143 bilhões. Isso (falta de mobilidade) é um dos principais problemas urbanos brasileiros — disse a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, semana passada, na apresentação do balanço do PAC.

Como diversas obras não foram terminadas a tempo da Copa, Frischtak tem agora pouca expectativa quanto à conclusão dessas obras pelo PAC. Para ele, a situação fiscal do país põe em risco até mesmo empreendimentos do PAC em 2015, ano em que se prevê um controle mais rígido das contas públicas.

— Em 2015, será outro mundo. O que potencialmente vai acontecer, independentemente de quem venha a assumir o governo, é que o ritmo de execução dessas obras e de financiamentos vai mudar. Isso vai pôr a conclusão dessas obras em xeque — disse Frischtak.


Para o consultor, ainda é necessário rediscutir as obras mais ou menos prioritárias entre as que deveriam ficar prontas para a Copa. A mobilidade de turistas para estádios, por exemplo, não deve mais ser levada em conta para indicar a relevância de um empreendimento.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: inflacao em alta

A única coisa que segura um pouco a inflação crescente são os preços administrados, mas isso tampouco é bom para as empresas submetidas a controles políticos: veja-se o caso da Petrobras, a vaca petrolífera dos companheiros, sendo afundada pelos incompetentes e pelos corruptos que estão nela ou em volta dela, tanto pelo lado dos prejuízos de caixa, quanto pelo papel de caixa 2 que ela é levada a desempenhar para enriquecer uns e outros.
Paulo Roberto de Almeida

BRASIL - Taxa do IPCA em 12 meses pode atingir 6,5% em junho
Pesquisa macroeconômica - Itaú

Ilan Goldfajn - Economista-Chefe
18/06/2014

O IPCA-15 subiu 0,47% em junho, acima da nossa projeção (0,42%) e da mediana das expectativas de mercado (0,41%). O índice havia registrado variação de 0,58% no mês anterior e de 0,38% em junho do ano passado. Com isso, a taxa em 12 meses subiu para 6,41%, ante 6,31% até maio. O principal desvio em relação à nossa projeção veio dos preços administrados, em função de uma queda menor da taxa de água e esgoto em São Paulo e do resultado acima do esperado de telefonia fixa (havíamos considerado uma parte da queda da assinatura básica da Telefônica, mas o efeito ainda não foi incorporado). O resultado do IPCA-15 foi marcado por pressões de alguns serviços que podem estar associadas à realização da Copa do Mundo, tais como alimentação fora do domicílio, passagem aérea, excursão e hotel.
Os preços livres subiram 0,52% em junho, com a taxa em 12 meses subindo para 7,1%, enquanto os preços administrados variaram 0,32%, com a taxa em 12 meses em 4,1%. Dentre os preços livres, os bens transacionáveis subiram 0,57% (6,7% em 12 meses), enquanto os bens não transacionáveis, 0,48% (7,5% em 12 meses).
As maiores contribuições altistas no mês vieram dos grupos despesas pessoais (0,12 p.p.), transportes (0,09 p.p.) e saúde e cuidados pessoais (0,08 p.p.). No grupo despesas pessoais, destaque para a contribuição do item recreação (0,09 p.p.), tendo em vista as altas de jogos de azar, excursão e hotel. No grupo transportes, destaque para a contribuição de passagem aérea (0,09 p.p.), em função da alta de 22%, após queda de 21% no mês anterior.  No grupo saúde e cuidados pessoais, destaque para as contribuições de plano de saúde, produtos farmacêuticos e higiene pessoal. O grupo alimentação e bebidas ainda foi impactado pela alta da alimentação fora do domicílio (1,1% e contribuição de 0,09 pp.), mas já contou com alívio da alimentação no domicílio (-0,2% e impacto de -0,04 p.p.), com destaque para a queda dos alimentos in natura (-4,6% e impacto de -0,10 p.p.). Outras contribuições baixistas vieram da taxa de água e esgoto (-4% e impacto de -0,06 p.p.) - em parte refletindo o desconto nas contas da Sabesp - e dos combustíveis para veículos (-0,9% e impacto de -0,05 p.p.), diante da queda sazonal nos preços do etanol e da gasolina.
Os núcleos da inflação subiram um pouco em relação ao mês anterior. Na média das três medidas mais utilizadas (média aparada com suavização, dupla ponderação e exclusão de itens mais voláteis), a taxa atingiu 0,60% (0,58% em maio), com a variação em 12 meses subindo para 6,5%. A inflação de serviços acelerou para 0,97% (ante 0,24% em maio), com a taxa em 12 meses subindo para 9,1% (8,8% no mês anterior). Este movimento refletiu a reversão da queda nos preços da passagem aérea no mês anterior, assim como pressões adicionais de alimentação fora do domicílio e recreação. O índice de difusão - que mede a proporção de produtos com taxa de variação positiva - baixou para 66,6% (67,7% em maio). Excluindo-se o grupo alimentação, o indicador subiu para 73,5% (66,4% no mês anterior). Com ajuste sazonal, a difusão total recuou para 68,5% (68,9% em maio).
Com base nos dados do IPCA-15 e de outras informações correntes, projetamos variação de 0,38% para o IPCA do mês fechado (0,46% em maio). Com este resultado, o IPCA atingiria alta de 6,5% nos últimos 12 meses.
Em suma, o resultado do IPCA-15 veio acima da nossa projeção e da mediana das expectativas de mercado. O principal desvio em relação à nossa projeção veio dos preços administrados. O resultado do IPCA-15 foi marcado por pressões de alguns serviços que podem estar associadas à realização da Copa do Mundo. Além dos serviços, os núcleos também vieram pressionados, com alta de 0,6% no mês e 6,5% nos últimos 12 meses. O índice de difusão recuou ligeiramente, tanto no dado original quanto na série com ajuste sazonal. Com base nos dados do IPCA-15 e de outras informações correntes, projetamos variação de 0,38% para o IPCA de junho, que levaria a taxa em 12 meses para 6,5%.
Elson Teles
Economista

   
  



segunda-feira, 16 de junho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: a febre do Haiti

Não precisava, mas faz parte da lei das consequências involuntárias.
Paulo Roberto de Almeida 

A febre que vem do Haiti

IstoÉ, 16/06/2014


Militares que voltaram do país caribenho com a infecção viral reacendem o temor de que a doença se espalhe no Brasil
Na semana passada, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou seis casos de infecção pelo vírus CHIVK, causador da febre conhecida por chikungunya. Os testes foram realizados pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz. Os pacientes são soldados brasileiros que regressaram de uma missão de paz no Haiti, onde há um surto da doença.
Não é a primeira vez que a chikungunya é detectada no Brasil. Em 2010, houve dois casos em São Paulo e um no Rio. Todos contraíram a doença em outros países. Atualmente, o vírus se alastra também pela Ásia e África. Foram registrados episódios na Guiana Francesa, no Canadá e até agora 25 casos na Flórida (EUA).
Transmitida pelos mesmos mosquitos que disseminam a dengue, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, a chikungunya provoca sintomas parecidos: febre alta, dores articulares e de cabeça, náusea, inchaço e manchas vermelhas na pele. O mal-estar dura de três a dez dias e sua letalidade, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, é menor do que a da dengue. O aspecto positivo é que não existe uma forma hemorrágica da doença, considerada a mais perigosa. Mas as fortes dores articulares dessa febre podem persistir por meses ou anos.
Para o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcellos, a presença da doença no País é iminente. "O Brasil possui as condições ideais: uma ocupação urbana caótica, cidades com grande quantidade de mosquitos da dengue e estrangeiros chegando todos os dias de regiões de risco", diz o médico. Basta que um mosquito Aedes pique uma pessoa infectada para adquirir o micro-organismo e iniciar a transmissão. "Porém há tempo de reduzir o impacto que essa doença terá se ocorrer um recrudescimento das ações de combate ao mosquito", alerta Timerman.
O Ministério da Saúde informou, em nota, que a partir do aumento dos casos no Caribe, em 2013, intensificou a vigilância, iniciou o treinamento de profissionais para o atendimento na rede de saúde e a preparação de laboratórios de referência

terça-feira, 25 de março de 2014

Heranca maldita dos companheiros: traicoes e barbeiragens na energia -Jose Eli da Veiga

As traições e barbeiragens de Dilma

As barbeiragens de Dilma na presidência do Conselho da Petrobras são fichinhas se comparadas às cometidas na Presidência da República. Quem nela votou em 2010, mesmo que apenas no segundo turno, precisa revisitar (ou ler) quais foram os compromissos que apresentou no programa intitulado Para o Brasil seguir mudando .

Em grande maioria foram compromissos não honrados, conforme exposto aqui em 30/09/13. Nada se compara, entretanto, à meridiana clareza e à gravidade destas afirmações: será dada ênfase à produção de energia renovável , seguirão privilegiadas as fontes renováveis de energia .

Ocorreu o contrário, e com isso o Brasil contrariou as históricas decisões do G-20 em Pittsburgh (2009) e Los Cabos (2012), entrando no clube das nações já viciadas em subsidiar o uso de energias fósseis.

Ao discriminar contra as energias renováveis em favor das fósseis, o governo Dilma alavancou as emissões de gases de efeito estufa, aumentando brutalmente a carbonização da economia brasileira (sua intensidade-carbono ), na contramão do desenvolvimento sustentável.

Em tão privilegiadas condições naturais, como são as brasileiras, esse retrocesso é crime de lesa-humanidade, mesmo que ainda não esteja assim tipificado no Estatuto de Roma, ou em sentenças de tribunais penais internacionais.

O prejuízo para as próximas gerações será bem maior que os US$ 100 bilhões de perdas de valor de mercado impostas à Petrobras e à Eletrobras, mais os R$ 63 bilhões emprestados aos consumidores e contribuintes para só serem cobrados após o estelionato eleitoral de 2014, e mais os atuais riscos de racionamento de eletricidade e de blackouts que poderão advir do prolongado uso sem manutenção das térmicas.

Tudo umbilicalmente ligado ao estímulo às montadoras para que deixem de inovar na direção de combustíveis mais limpos e ao aumento dos deslocamentos individuais em vez dos coletivos, o que só agrava a falta de mobilidade em aglomerações metropolitanas. Gênese, aliás, das manifestações de junho de 2013.

Para o interesse nacional, contudo, bem pior do que tudo isso junto é o estrago causado à cadeia do etanol, porque esse foi um dos raros casos em que o Brasil estava conseguindo transformar vantagens comparativas em vantagens competitivas justamente no atual âmago da sustentabilidade: a descarbonização.

Quando se compara as cotações internacionais da gasolina (no Golfo do México, por exemplo.) a seus preços líquidos mensais nas refinarias brasileiras, é fácil perceber que no triênio 2011-2013, as defasagens anuais variaram entre R$ 0,14 e R$ 0,24 por litro, em crescentes déficits que subiram de R$ 3,3 bilhões em 2011 para R$ 6,5 bilhões em 2013, totalizando um rombo de R$ 16 bilhões nos três primeiros anos do governo Dilma.

Comparados os preços da gasolina que o Brasil andou importando no triênio aos preços líquidos nas refinarias, os déficits médios anuais impostos pela orientação dilmista variaram de R$ 0,21 a R$ 0,33 por litro, gerando prejuízo total R$ 2,4 bilhões. Só nos dois primeiros meses deste ano, um déficit por litro de R$ 0,28 acrescentou mais R$ 117 milhões à tão estapafúrdia liquidação de energia fóssil, enquanto a cultura da sustentabilidade recomenda o inverso.

À tão absurda política de preços foi juntada uma política tributária altamente favorável aos combustíveis fósseis, em detrimento dos renováveis, e particularmente do etanol. Primeiro, o governo Dilma promoveu brutal redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), para depois - em ato extremista de junho de 2012 - chegar a zerá-la, visando manter artificialmente estável o preço da gasolina. Com tamanha radicalização de sua orientação fóssil, Dilma enfiou mais uma bagatela de R$ 18,5 bilhões nesse delirante saco sem fundo.

É claro que a competitividade da cadeia produtiva do etanol foi severamente comprometida por tais políticas de preços e tributos. Quarenta usinas fecharam as portas e há mais uma dúzia sob a ameaça de ter de fazer o mesmo. Foram assim suprimidos dezenas de milhares de postos de trabalho e estão ameaçados outros milhares. Empresas de bens de capital fornecedoras do setor de etanol enfrentam fortes quedas de faturamento, com perda de outras dezenas de milhares de empregos. Já nem existe em carteira um único pedido de nova usina.

Mas, atenção, isso ainda não é tudo. A política dilmista anti-etanol compromete também outra promissora atividade da mesma cadeia que poderia estar reduzindo o desastroso abuso com termelétricas. A bioeletricidade da cana chegou a ser a terceira fonte de geração da matriz elétrica brasileira, com 7% da capacidade instalada. Das quase quatrocentas usinas sucroenergéticas, 170 chegaram a exportar bioeletricidade para a rede.

Moral da história: com planejamento energético minimamente democrático o Brasil certamente teria cumprido o citado compromisso de 2010, em vez do avesso legado pelo governo Dilma.

Heranca maldita dos companheiros: apagoes democraticos, todos temdireito a falta de eletricidade

Ricardo Noblat, 25.03.2014
(Publicado originalmente em 16 de novembro de 2011)
Apagão de bom senso: foi um micro incidente, segundo o ministro Tarso Genro, da Justiça. Não, não foi. Em extensão, foi o maior apagão da história do país. Afetou 18 estados e 88 milhões de pessoas. Sobrou para sete milhões de paraguaios. Durou cinco horas e 47 minutos. Pela primeira vez, pararam todas as turbinas da hidrelétrica de Itaipu.
Apagão de gestão: não é aceitável que um ou três raios no interior de São Paulo desliguem Itaipu e apaguem o país. Falhou o sistema de “ilhamento” capaz de confinar o problema a uma só região.
Apagão de responsabilidade: no instante em que se fez o breu, Lula sumiu. Dilma Rousseff, a ex-ministra de Minas e Energia que desenhou o novo modelo do setor, também sumiu. Edison Lobão, o atual ministro, foi escalado para ser "a cara do apagão".
Apagão de comunicação: o falatório desconexo das autoridades e dos técnicos adensou a escuridão. As explicações desencontradas comprovaram que o governo não tinha a mínima idéia sobre o que dizer à população no primeiro momento – nem no segundo. Foi então que Lula, assustado com o estrago que o episódio pode causar na imagem do governo, concluiu que o melhor seria todo mundo se calar. Mas antes... Bem, antes...
Apagão de compostura: quando parecia insustentável o sumiço da mãe de tudo o que o governo faz de bom, Dilma finalmente falou. Antes não o tivesse feito. Olha aqui, minha filha: em vez de explicações, Dilma foi grosseira com os jornalistas. Só faltou jogar nas costas da mídia a culpa pelo apagão. Lembrou o destemperado Ciro Gomes (PSB-CE) de 2002, que conseguiu perder a eleição presidencial para ele mesmo.
Apagão de respeito ao cidadão: em toda a algaravia produzida pelo governo havia apenas uma preocupação comum: bater forte na tecla de que o apagão da dupla Lula/Dilma não era tão grave quanto o apagão de Fernando Henrique Cardoso. A preocupação eleitoral ganhou linguagem marqueteira: FHC teve apagão; Lula/Dilma, somente um blecaute. Como se o escuro do apagão fosse diferente do escuro do blecaute.
Apagão de autoridade: empenhado em tentar esquecer o assunto, o governo atravessou a fronteira que separa o legítimo exercício do mando do deplorável exercício do autoritarismo. Sem mais nem menos, Dilma e Lobão deram o episódio por encerrado, como se fato ele pudesse estar, como se os cidadãos não tivessem o direito de cobrar uma investigação rigorosa sobre as causas do apagão.
Apagão de gerência: um setor técnico e estratégico como o de energia foi loteado entre os dois maiores partidos da base do governo: PT e PMDB. Agentes político-sindicais petistas comandam a área de geração - Itaipu, Petrobras - enquanto agentes das várias etnias do PMDB comandam a área de transmissão e distribuição - Furnas, Br Distribuidora. A Eletrobrás, que está nas duas pontas, é feudo do senador José Sarney (PMDB-AP).
Apagão de regulação: criadas no governo FHC para regular os principais setores estratégicos com base em critérios técnicos e a salvo de ingerências políticas, as agências foram desidratadas de recursos e aparelhadas politicamente. O poder de regulação escapou das mãos dos técnicos e foi devolvido às mãos dos ministros, esses políticos por excelência e, como tal, sujeitos às pressões dos partidos.
Apagão de hierarquia: para evitar guerra interna e sabotagens entre aliados que dividem o comando do setor de energia, Lula deu todo o poder a Dilma para comandar os comandantes. Resultado: ministros e presidentes de grandes estatais têm os cargos e as verbas, mas não têm o poder de fato. Em condições normais, governantes tendem a fazer o jogo de fugir às suas responsabilidades. O governo Lula acentuou tal característica.
É sempre assim: na hora de faturar acertos proliferam seus verdadeiros e falsos pais, mães e avós. Na hora de encarar problemas, some toda a família e a lambança fica órfã. O povo? Ora, fica no escuro.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Heranca maldita dos companheiros: a refinaria com os bolivarianos, que foi de 3 a 20 bilhoes de dolares...

O primeiro aspecto a ser notado neste assunto foi o atentado contra a soberania nacional cometido pelos companheiros. Eles começaram aceitando que o ditador Hugo Chávez determinasse onde seria construída a refinaria brasileira.
Ou seja, em lugar de uma decisão puramente técnica, ou de melhor localização geográfica dessa nova planta da Petrobras -- e pelo menos cinco estados do Nordeste a reivindicavam -- os companheiros decidiram que cabia a Chávez decidir, o que é uma inacreditável renúncia de soberania dos companheiros. A própria ex-ministra de Minas e Energia, que vinha tratando do assunto desde o início do governo companheiro, confirmou, ao assumir a Casa Civil, que o lugar da refinaria já estava decidido: seria em Pernambuco e se chamaria Abreu e Lima, porque assim Chávez tinha decidido.
Os companheiros continuaram acreditando na palavra sem valor dos bolivarianos durante todos esses anos, quando ele NUNCA cumpriram NENHUM dos compromissos assumidos.
O segundo aspecto a ser notado é que a refinaria foi feita para processar petróleo venezuelano, quando aquele país enfrenta -- aliás desde antes de 2005 -- problemas enormes de produção e venda de petróleo, e a própria Petrobras teve de desistir de explorar petróleo na Venezuela por causa do caos que virou o setor do petróleo naquele país sob Chávez, com mudanças constantes nas regras e nenhuma segurança quanto aos investimentos.
O terceiro aspecto é que, independentemente do fato de os bolivarianos terem ludibriado, enganado, mentido para os companheiros, e independentemente do fato que a extrovenga teria de processos petróleo bolivariano, os custos de construção simplesmente quadruplicaram ou quintuplicaram, sem qualquer explicação credível: eles foram de 3 ou 4 bilhões de dólares para perto de 20 bilhões atualmente.
Como nos outros escândalos da Petrobras, pode-se tratar de crime premeditado. Ou seja, os negócios são feitos deliberadamente assim, para que outros "objetivos" sejam cumpridos, e vocês podem imaginar o que sejam esses outros objetivos.
Paulo Roberto de Almeida


Petrobrás abriu mão de cobrar 'calote' da Venezuela em obras de refinaria
Lisandra Paraguassu, Andreza Matais e Fábio Fabrini / BRASÍLIA
O Estado de S. Paulo, 24/03/2014 

Parceria internacional. Como a PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, nunca formalizou associação para construir planta de refino em Pernambuco, empresa brasileira está impedida de cobrar investimentos prometidos pelo então presidente Hugo Chávez.

Documentos inéditos da Petrobrás aos quais o Estado teve acesso mostram que a empresa brasileira abriu mão de penalidades que exigiriam da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o começo das obras na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. O acordo "de camaradas", segundo fontes da estatal, feito entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez deixou o Brasil com a missão de garantir, sozinho, investimentos de quase US$ 20 bilhões.

O acordo previa que a Petrobrás teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%. Os aportes de recursos seriam feitos aos poucos e, caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a Petrobrás poderia fazer o investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezuelana, a preços de mercado. Essas penalidades, no entanto, só valeriam depois de assinado o contrato definitivo, de acionistas. Elas não chegaram a entrar em vigor, já que o contrato não foi assinado.

Os documentos obtidos pelo Estado mostram que a sociedade entre a Petrobrás e PDVSA para construção da refinaria nunca foi assinada. Existe hoje apenas um "contrato de associação", um documento provisório, que apenas prevê, no caso de formalização futura da sociedade, sanções pelo "calote" venezuelano.

Desde 2005, quando esse termo de compromisso foi assinado pelos dois governos, até o ano passado, a Petrobrás tentou receber o dinheiro devido pela PDVSA - sem sucesso. Em outubro do ano passado, quando o investimento na refinaria já chegava aos U$ 18 bilhões, a estatal brasileira desistiu.

Os venezuelanos não negam a dívida. No item 7 do "contrato de associação" a PDVSA admite sua condição de devedora (ver ao lado). Antes desse documento, ao tratar do fechamento da operação, uma das condições era o depósito, pelas duas empresas, dos recursos equivalentes à sua participação acionária em uma conta no Banco do Brasil - o que a o governo da Venezuela nunca fez.

Em outro documento obtido pelo Estado, a Petrobrás afirma que estariam previstas penalidades para o "descumprimento de dispositivos contratuais". Como nos outros casos, essa previsão não levou a nada, porque as penalidades só seriam válidas quando a estatal venezuelana se tornasse sócia da Abreu e Lima - e isso não ocorreu.

Chávez e Lula. A ideia de construir a refinaria partiu de Hugo Chávez, em 2005. A Venezuela precisava de infraestrutura para refinar seu petróleo e distribuí-lo na América do Sul, mas não tinha recursos para bancar tudo sozinha. Lula decidiu bancar a ideia. Mas Caracas nunca apresentou nem os recursos nem as garantias para obter um empréstimo e quitar a dívida com a Petrobrás.

Em dezembro de 2011, em sua primeira visita oficial a Caracas, a presidente Dilma Rousseff tratou o assunto diretamente com Chávez, que prometeu, mais uma vez, uma solução. Nessa visita, o presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, chegou a anunciar que "havia cumprido seus compromissos" com a empresa e entregue uma "mala de dinheiro em espécie" e negociado uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China. Esses recursos nunca se materializaram.

O projeto inicial, que era de US$ 2,5 bilhões, já chegava, em outubro do ano passado, aos US$ 18 bilhões, quando a Petrobrás apresentou ao seu Conselho de Administração a proposta de assumir integralmente a refinaria. A estimativa é que o custo total fique em torno de US$ 20 bilhões.

Para justificar os novos valores, a empresa cita ajustes cambiais e de contratos, gastos com adequação ambiental e o fato de ter ampliado a capacidade de produção de 200 mil para 230 mil barris por dia. Os novos itens e a ampliação da produção explicariam o custo oito vezes maior que o inicial.


Procurada pelo Estado, para falar sobre o "calote" da Venezuela, a Petrobrás informou que nada comentará.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Heranca maldita dos companheiros: Brasil recua absoluta e relativamente, no mundo e na regiao

Apenas uma amostra do noticiário:

Brasil cai 20 posições em ranking de logística

 O Estado de S. Paulo, 21/03/2014

País desabou do 45º para o 65º posto, entre 160 países, na infraestrutura de transporte
O Brasil caiu 20 posições no ranking mundial de logística do Banco Mundial (Bird), que mede a eficiência dos sistemas de transporte em 160 países. O relatório, divulgado nesta quinta-feira, leva em conta a percepção dos empresários em relação à eficiência da infraestrutura de transporte. O Brasil passou a ocupar o 65.º lugar no ranking. Trata-se da pior colocação desde que o ranking foi lançado, em 2007.
Paulo Fleury, diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), define o resultado como “desastroso” para o País. “A hora da verdade chegou: o Brasil investiu bilhões em obras de infraestrutura de transporte que, por problemas de gestão, não foram terminadas, e está aí o resultado.”
Na avaliação de Fleury, o fato de o estudo não medir os avanços ou retrocessos físicos, mas a percepção dos empresários, é sintomático. Pouca coisa mudou na infraestrutura do País nos últimos anos, mas a posição do Brasil no ranking foi se alterando. Em 2007, quando a pesquisa foi lançada, o Brasil ocupava o 61.º lugar. Em 2010, ficou na sua melhor colocação: 41.º posto. Em 2012, caiu para a 45.ª posição. De lá para cá, despencou para a sua pior colocação.
Fleury atribui as oscilações às mudanças nos cronogramas das obras. “Quando a primeira pesquisa foi realizada, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) havia acabado de ser lançado e a expectativa de melhora empurrou o indicador para cima por um tempo”, diz Fleury. “Como as obras não saem do papel, mas a demanda por transporte aumenta, estrangulando o sistema, a frustração só fez aumentar e nem as concessões no ano passado conseguiram melhorar os ânimos.”
Levantamento do Ilos mostra que o atraso médio nas obras do PAC é de 48 meses. Há também enorme descompasso entre o custo orçado e o custo que se viu na prática. O aumento médio foi de 85%.
Muitas deficiências
O Banco Mundial também divulgou a classificação dos países em seis itens específicos na área de logística e transporte, usados em conjunto para determinar a classificação geral. O segmento que o Brasil está mais bem colocado é na “qualidade e competência logística” (50.ª posição) e o pior no “serviço de aduanas e alfândegas” (94.ª). Na categoria “rastreamento e monitoração” está na 62.ª e, nas “entregas internacionais”, na 81.ª.
Outros países da América Latina estão em posições bem melhores que a do Brasil, como Chile (42.º lugar, o melhor classificado da região), México (50.º) e Argentina (60.º).
Desigualdades
As três primeiras posições do ranking são ocupadas por países desenvolvidos – Alemanha, Holanda e Bélgica. Entre os últimos estão Somália, Afeganistão e República Democrática do Congo. O Banco Mundial reconhece que reformas no setor são complexas e a melhora do transporte exige pesados investimentos, o que dificulta o avanço em países em desenvolvimento. Por essa razão, os países de alta renda são maioria entre os que ocupam as dez primeiras posições do ranking, destacou a instituição no material enviado à imprensa.
A principal conclusão do estudo é que a diferença na logística entre países com melhor sistema de transporte e aqueles com pior rede ainda é muito grande, apesar da ligeira melhora desde o início da pesquisa em 2007.
O Banco Mundial avalia vários fatores para montar o ranking geral – qualidade da infraestrutura de transporte, de serviços e a eficiência do processo de liberação nas alfândegas, rastreamento de cargas, cumprimento dos prazos das entregas e facilidade de encontrar fretes com preços competitivos. A instituição ouviu cerca de mil profissionais de logística pelo mundo. Com base nas entrevistas e na metodologia, o Banco Mundial desenvolveu o Índice de Desempenho Logístico (LPI, na sigla em inglês), que é usado para organizar o ranking.
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Petrobrás cai de 12ª para 120ª em ranking de maiores empresas

 O Estado de S. Paulo, 21/03/2014
Lista considera o valor de mercado das companhias e, entre as 100 primeiras, não traz nenhuma brasileira
A página do jornal “Financial Times” na internet publicou reportagem na manhã desta sexta-feira, 21, sobre a perda de valor de mercado das empresas de países emergentes. O texto destaca o tombo da Petrobrás. Segundo a publicação, o valor de mercado da estatal brasileira despencou e a empresa que já foi a 12ª maior do planeta há cinco anos caiu para o 120º lugar atualmente.
“Uma das maiores quedas foi da Petrobrás, a empresa petrolífera estatal brasileira. Cinco anos atrás, era a 12ª maior empresa do mundo pelo valor de mercado. Um ano atrás, era a 48ª e hoje é a 120ª maior, com um valor de mercado de US$ 76,6 bilhões”, diz o texto. O levantamento feito pelo jornal diz que entre as 100 maiores empresas do mundo há apenas 11 emergentes e nenhuma é brasileira.
“Hoje, não há nenhuma empresa emergente no Top 10 (de valor de mercado do mundo) e apenas a Petrochina permanece no Top 20″, diz a reportagem. A estatal chinesa do petróleo é a 16ª maior companhia com valor de mercado do mundo. Entre as demais emergentes, praticamente todas são da China: ICBC (22º), China Mobile (31º); China Construction Bank (36º); Tencent (43º); Agricultural Bank of China (51º); Bank of China (62º); China Petroleum (80º) e Sabic (87º).
Além da Petrobrás que deixou de figurar entre as 100 maiores, o banco Itaú Unibanco, a colombiana Ecopetrol e a mexicana América Móvil também caíram e não estão mais entre os 100 primeiros do ranking citado pelo FT.
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Crise de energia: governo demora a agir

 Instituto Millenium, 21/03/2014

Em entrevista exclusiva para o Instituto Millenium, o engenheiro eletricista Roberto Pereira D`Araujo, ex-chefe de departamento em Furnas Centrais Elétricas, explica os problemas do sistema de energia do Brasil, fala sobre os riscos de racionamento e comenta o posicionamento do governo em relação à crise do setor. Segundo D’Araújo, também especialista do Imil, a falta de chuva só agravou um quadro negativo, cujos efeitos eram previstos desde 2010. O sistema de hidrelétricas tem sido cada vez mais exigido. “Usamos demais os reservatórios”, diz ele, acrescentando que as térmicas têm um custo alto demais no Brasil, onde a energia já é cara. De 1995 a 2014, a taxa de energia subiu 80%, descontada a inflação. Atualmente, os brasileiros pagam três vezes mais do que o Canadá, por exemplo, que também tem um sistema baseado em usinas hidrelétricas. Sobre a possibilidade de racionamento, o engenheiro acredita que quanto mais o governo demorar a agir, mais grave poderá ser a medida. E alerta: é preciso economizar energia.