Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 29 de novembro de 2022
Biden e Lula trocaram juras de grande amizade nos próximos anos - Ricardo Noblat (Metrópoles)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
Ricardo Noblat - Intervenção na Petrobras une PT a Bolsonaro (23/02/2021)
Intervenção na Petrobras une PT a Bolsonaro
Ricardo Noblat, 23/02/2021
E quem pensava que já assistira a tudo....
Além da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, onde pulsa o coração do mercado financeiro, quem mais votou em Jair Bolsonaro para presidente por acreditar na sua súbita conversão ao liberalismo de Paulo Guedes, seu futuro ministro da Economia?
A massa gigantesca de votos que quase o elegeu direto no primeiro turno pouco ou nada entende de liberalismo e de economia, juntos ou separados. Havia um desejo gigantesco de mudança e uma repulsa generalizada à política tradicional.
Então se escolheu um até então desconhecido deputado federal do baixo clero que se dizia não político e contra tudo o que ali estava. Portanto, não se diga agora que ele traiu seus eleitores ao intervir na Petrobras. Pode ter traído, se muito, a Brigadeiro Faria Lima.
É no que dá acreditar naquilo que não é, mas que se gostaria que fosse. O capitão que repetia o pouco que Guedes lhe ensinou revelou-se outra vez o estatizante que sempre foi. É curioso que até aqui somente o PT tenha saído em seu socorro.
Bolsonaro e PT, tudo a ver em alguns pontos: ambos anti-mercado, anti-capitalismo e pró-estatizante. Ambos populistas com um forte viés autoritário que pelo menos Lula, em seus dois governos, tentou por sabedoria amenizar, mas Dilma mão de ferro, não.
Filho de um general nacionalista que morreu, o economista Aloizio Mercadante (PT-SP), que foi ministro da Educação e da Casa Civil do governo Dilma, apressou-se eufórico em mandar um recado para os militares brasileiros:
– Não se rendam ao mercado financeiro e aos interesses especulativos. Parem a privatização das refinarias, defendam uma Petrobrás forte e tragam uma política de preços justa para o povo, para os caminhoneiros e para os motoristas de aplicativos.
Saudou o general Joaquim Silva e Luna, o futuro presidente da Petrobras, como “um militar nacionalista”. Lembrado de que Bolsonaro extrairá dividendos eleitorais caso controle os novos reajustes de preços dos combustíveis, justificou-se:
– Ao contrário daqueles que nos golpearam, não apostamos no quanto pior, melhor. Assim como defendemos o auxílio-emergencial, temos que defender uma Petrobrás para os brasileiros. O povo brasileiro está sofrendo agora.
De fato, está, e não só por conta do vírus que continua matando, e da falta de vacina que se agrava, mas também porque a intervenção na Petrobras tornou o Brasil mais caro para os que vivem cá, e mais barato para os estrangeiros. Na vida real é isso.
Foi de 21,6% a queda do preço das ações preferenciais da Petrobras no primeiro dia útil após anúncio da intervenção, e de 20,4% nas ações ordinárias. O Ibovespa perdeu 4,87%. O dólar subiu 1,30%, O preço das ações do Banco do Brasil caiu 11,64%.
Investidores da Petrobras preparam uma ação coletiva para questionar as perdas. A troca de presidentes fez a empresa perder 102,5 bilhões em valor de mercado. Até a semana passada, quem tomava emprestado 100 reais pagava 110. Ontem, pagou 120.
“Ninguém vai interferir na política de preços da Petrobras”, declarou Bolsonaro ante a reação do mercado. No último final de semana, ele afirmou que vai reduzir em 15% o preço do diesel e da gasolina. O que ele diz não se escreve, mas produz estragos.
O economista Roberto Castelo Branco, que passará o cargo ao general Luna, era bem tratado pelo governo até outro dia. Se a política que ele conduzia na Petrobras não sofrerá nenhum tipo de alteração, por que mandá-lo embora?
Certamente não será porque Bolsonaro queria que ele investisse numa campanha milionária de propaganda do governo a ser veiculada no SBT e na Record, emissoras que fazem parte do Sistema Bolsonarista de Televisão. Castelo Branco não quis.
Em queda nas pesquisas de intenção de voto, sem que a economia se recupere como ele havia prometido, com a inflação em alta e com o índice de desemprego se aproximando dos 18%, o problema de Bolsonaro não é Castelo Branco, mas Guedes.
No fundo, para seguir sonhando com a reeleição, Bolsonaro precisa libertar-se das amarras do ministro da Economia para gastar mais e fazer negócios. A Petrobras é uma mina de negócios como demonstrado por governos anteriores.
O Brasil só não quebrou ao fim do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso porque Bill Clinton, à época presidente dos Estados Unidos e amigo dele, socorreu-o com um empréstimo. Reeleito, Fernando Henrique desvalorizou o Real.
O ciclo da valorização das commodities evitou que o Brasil quebrasse durante a crise financeira mundial de 2008. Lula, o presidente, cambaleava sob os efeitos do escândalo do mensalão do PT e as contas públicas desarrumadas. Sobreviveu.
Para reeleger-se, Dilma segurou o reajuste de preços dos combustíveis e da energia elétrica, causando um rombo nas empresas envolvidas que repercutiu em toda a economia. Depois, quando quis voltar à ortodoxia, não teve mais tempo.
Sem risco de impeachment e com o apoio militar que Mercadante tanto preza, Bolsonaro poderá ir no rastro de Dilma na esperança de se dar bem. Quanto à Brigadeiro Faria Lima, não passa de “um rebanho eletrônico”. Foi o general Mourão quem disse.
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
Crime de responsabilidade para Bolsovirus e Sargento Tainha - Ricardo Noblat
CRIME DE RESPONSABILIDADE éo que incorrem tanto o capitão cloroquina, o insano, inepto e degenerado dirigente do país e “comandante supremo” das FFAA (que decidem sozinhas se há democracia ou ditadura no Brasil), quanto seu capacho da Saúde, um general incompetente e MENTIROSO, que não deveria ter passado de sargento. São os dois os maiores responsáveis por metade da mortandade atual no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
Do que mais têm medo Bolsonaro e Pazuello
Ricardo Noblat, 19/01/2021
Crime de responsabilidade
Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello têm em comum a formação militar e o fato de serem no momento as duas figuras públicas de maior relevo em meio a uma pandemia que colheu até ontem no Brasil mais de 210 mil vidas. E que poderá colher muito mais, uma vez que mal começou, a vacinação poderá ser suspensa em breve devido à falta de doses suficientes para imunizar tanta gente.
Faltam insumos para que o Instituto Butantan possa fabricar a Coronavac no volume necessário. A Fundação Oswaldo Cruz também não tem para fabricar a AstraZeneca. Os insumos para as duas vacinas dependem da China que os produz, e, por lá, menos de 1% da população foi imunizada. Fracassou a operação de compra da AstraZeneca à Índia. Era fake. Um golpe.
Apesar do uso da farda, seria uma injustiça com Pazuello comparar sua trajetória nos quartéis com a de Bolsonaro. Pazuello é um general ainda na ativa, para constrangimento dos seus pares que preferiam vê-lo na reserva dada às circunstâncias que ele enfrenta. Bolsonaro ganhou o título de capitão quando foi afastado do Exército por ter planejado atentados à bomba a quartéis.
Mas o general aceitou servir ao ex-capitão depois que dois médicos deixaram o Ministério da Saúde ao se recusarem a fazer o que Bolsonaro mandava – entre outras coisas, recomendar o tratamento precoce de casos da Covid-19 com drogas ineficazes. Sabe-se lá porque Bolsonaro ordenou ao Exército a fabricação em massa de cloroquina. Sabia-se que era uma fraude.
Bolsonaro acostumou-se à fama de mentiroso e não liga mais. Nada mais fácil do que provar que ele mente. Mente sempre. Mente descaradamente. Mente displicentemente. Mente naturalmente. Mente irresponsavelmente. E de tanto enxovalhar a verdade, tornou-se incapaz de reconhecer quando encontra uma pela frente por mais robusta que ela seja.
Isso obriga ao restabelecimento de certas verdades. Em abril último, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que governadores e prefeitos TAMBÉM poderiam adotar medidas contra a pandemia, NÃO APENAS o governo federal. Como Bolsonaro insiste em dizer que o tribunal esvaziou seu poder de combater o vírus, o Supremo voltou a desmenti-lo em nota oficial.
Chamar Pazuello de mentiroso o incomoda muito. Pega muito mal para um militar, mais ainda quando ele é detentor da mais alta patente de sua Arma. É uma ofensa que nenhum deles engole calado. Infelizmente para ele, está provado que o general mentiu ao afirmar que nunca receitou o tratamento precoce com cloroquina para pacientes com sintomas da doença.
Que Pazuello queira culpar o clima da Amazônia pela falta de oxigênio que matou dezenas de pessoas em Manaus e começa a matar também em cidades do Pará, não é propriamente uma mentira. Seria um exagero, digamos com boa vontade, ou ignorância. Que ele culpe o fuso horário pela demora em importar vacina da Índia pode ser entendido como uma desculpa.
Porém, o general mente ao negar que patrocinou o que agora batiza de “atendimento precoce” com remédios rejeitados pelo mundo inteiro. No final de maio passado, o Ministério da Saúde incluiu nos seus protocolos a sugestão de uso da cloroquina em pacientes hospitalizados com gravidade média e alta. E remeteu aos Estados pelo menos 3,4 milhões de doses da droga.
Não lembra? Leia aqui (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-05/governo-inclui-cloroquina-para-tratamento-de-casos-leves-de-covid-19) a notícia publicada pela Agência Brasil, um órgão de informação do governo. Isso aconteceu depois que o médico Nelson Teich cedeu a Pazuello a vaga de ministro da Saúde. Quer mais? Na madrugada de hoje, no site do ministério, ainda poderia ser encontrado um manual de orientação sobre o uso da cloroquina para tratamento precoce.(http://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/August/12/COVID-11ago2020-17h16.pdf)
A troca de “tratamento precoce” por “atendimento precoce” tem a ver com o medo de Pazuello de ser denunciado por crime de responsabilidade. O mesmo medo passou a ser compartilhado por Bolsonaro. Crime de responsabilidade pode abreviar seu mandato porque a Constituição considera inviolável o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
Bolsonaro escolheu ser o coveiro dele mesmo - Ricardo Noblat, Paulo Roberto de Almeida
O Brasil começa tardiamente a vacinação sem que o desgoverno do capitão degenerado tenha feito qualquer coisa para que esse dia começasse; ao contrário, fez tudo para atrapalhar a “vacina chinesa do Doria”, a única disponível no momento.
O que Bolsonaro fez foi uma CAMPANHA DA MORTE, com seu desrespeito sistemático às medidas de prevenção, com a irresponsabilidade de recomendar “tratamento preventivo com cloroquina” (que não só não é recomendada, como pode levar à morte), e se opôs a que a União bancasse o investimento na Coronavac, ao mesmo tempo em que financiava largamente o experimento da FioCruz, até aqui inexistente.
A prescrição para o degenerado é IMPEACHMENT!
Paulo Roberto de Almeida
Bolsonaro escolheu ser o coveiro dele mesmo
Ricardo Noblat, 18/01/2021
Doria fez barba, cabelo e bigode no presidente
Na medida em que se enfraquece, o presidente Jair Bolsonaro perde mais e mais o controle sobre os fatos produzidos ou não por seu governo. Dois episódios de ontem provam isso.
Os cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nomeados por ele, anunciaram ao país que não existe tratamento preventivo contra a Covid-19.
Desmentiram Bolsonaro em transmissão nacional de rádio e de televisão. Até o ministro da Saúde, o general de peito estufado Eduardo Pazuello, também o fez com todo o cuidado do mundo.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) deu início à vacinação em massa, o que o Ministério da Saúde disse que só poderia acontecer depois de sua autorização.
Doria também reteve a cota paulista de doses da vacina fabricada pelo Butantan que o Ministério da Saúde esperava receber para em seguida devolver a São Paulo. Uma estupidez, por certo.
Foi um ato de rebeldia do governador que, ao ser acusado por Pazuello de promover um “golpe de marketing”, respondeu que há 11 meses Bolsonaro promove um “golpe de morte”.
O presidente da República vai fazer o quê? Processar Doria? Pressionar a Justiça para que mande prendê-lo por crime de desobediência civil? Se o fizer, perderá.
Vamos ao mantra adotado por 9 entre 10 estrelas da política: presidente pode muito, mas não tudo. Bolsonaro, por mais que diga o contrário aos berros, cada dia que passa manda menos.
A derrota que colheu com a aprovação emergencial das vacinas foi a maior derrota desde que acidentalmente se elegeu há dois anos e tomou posse da presidência sem estar preparado para isso.
Mais de 70% dos brasileiros queriam se vacinar. O percentual crescerá com o início da vacinação em massa. Bolsonaro sempre desacreditou a vacina e diz que não se vacinará.
Em todos os países onde começou, a vacinação foi festejada pelos chefes de Estado. Aqui, Bolsonaro não deu um pio. Desapareceu. Apareça, Bolsonaro! Livre-se do colete à prova de vacina. Não dói.
No passado, quando um time goleava o outro, dizia-se que fez dele barba, cabelo e bigode, lembrou o jornalista Ricardo Kotscho. Perfeito! Doria fez barba, cabelo e bigode em Bolsonaro.
O 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo de 2014 é pouco para dar a verdadeira dimensão da surra que Bolsonaro levou de Doria. Outras surras virão em breve.
Os bolsonaristas e seus cúmplices construíram a falsa narrativa da invencibilidade de Bolsonaro, fizesse ele o que fizesse. E que ele se tornara de alguns meses para cá um presidente normal.
Jamais Bolsonaro será um presidente normal porque como ser humano jamais foi normal. Não pode ser normal quem defende a tortura, tem fixação em armas, detesta gays e sabota a vida.
Aturá-lo por mais dois anos será insuportável, mas talvez sirva para ensinar os brasileiros a votar melhor.
domingo, 12 de julho de 2020
Diplomacia em Cacos - Mary Zaidan (Blog do Noblat, Veja)
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Cade a politica externa que estava aqui? Sumiu??? - Ricardo Noblat
De olho no próprio umbigo
Ricardo Noblat
O Globo Online, 29/04/2015
No governo Dilma o Itamaraty não tem qualquer relevância. Estamos não apenas perdendo o bonde da história, mas também este legado
Poucas vezes na história brasileira o país foi tão ausente do cenário internacional como agora. É como se não tivéssemos política externa. As crises ética, econômica e política são tão grandes que a presidente Dilma Rousseff simplesmente esqueceu que há um mundo lá fora. Olha apenas para o próprio umbigo.
A irrelevância da política externa do atual governo antecede às crises. Com o fracasso do sonho megalomaníaco de Lula, do Brasil ser um polo alternativo aos Estados Unidos até mesmo no Oriente Médio, sua sucessora fechou-se em um casulo.
O terceiro-mundismo de Lula era proativo. O de Dilma é passivo.
Sua presença no concerto das nações foi até agora meramente protocolar, sem exercer sequer liderança na América do Sul, que dirá no continente.
Durante dois anos ficou de birra com os Estados Unidos, como se ainda vivêssemos nos tempos do “yankees go home”.
No final do semestre vai, finalmente, visitar os EUA, para normalizar uma relação com quem sempre foi um essencial parceiro do ponto de vista comercial.
Não nos iludamos, a presidente vai apenas cumprir tabela. Na volta, o mais provável é que continue de costas para o mundo, como se as crises humanitárias não nos dissessem respeito, como se as cadeias produtivas não fossem uma das grandes tendências do planeta.
Ou como se o Brasil pudesse se dar ao luxo de dispensar acordos bilaterais para se integrar, de fato, na economia mundial.
Todas as apostas do petismo na política externa deram em nada: a prioridade para a relação Sul-Sul e as fichas postas no BRICS, contraposição ao peso da União Europeia e do mercado norteamericano.
O Brasil desindustrializado importa cada vez mais bens manufaturados e exporta matérias primárias, de pouco valor agregado. Por força de erros cometidos no governo Lula e magnificados por Dilma, o petismo está condenando o país a ter uma posição subalterna na divisão internacional do trabalho, a ter uma relação de semi-colônia com os grandes players da economia mundial.
Como se isto fosse pouco, ficamos prisioneiros do Mercosul, dependentes da concordância da Argentina, da Venezuela, da Bolívia para assinar acordos bilaterais com países fora do bloco.
Enquanto isto México, Peru e Chile nadam de braçada, intensificam relações com os Estados Unidos e outros mercados.
E a Argentina, claro, impõe condições às exportações brasileiras e celebra acordo de cooperação econômica e de investimentos com a China.
Em política externa, as coisas acontecem assim. Cada país prioriza seus interesses. Cristina Kirchner, portanto, não está errada.
Quem erra é a nossa presidente, que não observa um princípio elementar de qualquer política externa soberana.
O Itamaraty sempre teve uma política altiva, pautada pela defesa dos interesses nacionais, pela construção de relações pacíficas entre os países e a rigorosa observância dos princípios da não ingerência, da democracia e do respeito aos direitos humanos. Além de um certo pragmatismo no comércio exterior como foi o caso das gestões de Luiz Felipe Lampreia ou Fernando Henrique Cardoso como chanceleres.
No governo Dilma o Itamaraty não tem qualquer relevância. Estamos não apenas perdendo o bonde da história, mas também este legado.
E por falar em irrelevância, quem, de bate-pronto, sabe dizer o nome do atual chanceler?
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Eleicoes 2014: UFC politico termina com alguem carregado do ringue; um massacre...
Dilma foi nocauteada
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Malditos paulistas, 2 - Ricardo Noblat
São Paulo rejeita Dilma
De preferência, não convidem paulistas e Dilma Rousseff para a mesma mesa.
A pesquisa Datafolha aplicada na semana passada mostra que em São Paulo a rejeição a Dilma supera, de longe, a rejeição a ela em qualquer outro lugar do país.
O Datafolha não explica por que é assim. Mas talvez dois motivos ajudem a explicar: pela primeira vez desde a volta em 1989 da eleição pelo voto popular para presidente da República, não há um candidato paulista.
E os paulistas são os que enxergam o futuro com mais pessimismo. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% contam com o aumento do desemprego e 48% com a redução do poder de compra.
É por isso que 61% dos eleitores de São Paulo dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Lá, 83% da população querem um presidente no todo ou em parte diferente de Dilma. E só 23% afirmam apoiar o atual governo.
Em um eventual segundo turno, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma.
São Paulo é o Estado com o maior número de eleitores do país.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Petrobras-Pasadena: por que todos esses iluminados nao aventam ahipotese mais provavel?
CPI neles!
Ricardo Noblat
terça-feira, 25 de março de 2014
Heranca maldita dos companheiros: apagoes democraticos, todos temdireito a falta de eletricidade
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
O segredo e a (falta de) transparencia - Ricardo Noblat
A escapada de Dilma
Ricardo Noblat
Durante cinco horas, por decisão de Dilma, somente as cúpulas do governo, das Forças Armadas e dos órgãos de segurança sabiam onde ela estava, e o que fazia.
Um mês antes, o chefe do cerimonial da presidência da República telefonara para José Viegas, embaixador do Brasil em Roma, pedindo uma sugestão: de volta da Índia, onde o avião deveria abastecer?
Viegas respondeu na hora: em Palermo, capital da ilha da Sicília, parte da Itália. Ali existe um dos bens mais preciosos da humanidade – a Capela Palatina, recoberta de mosaicos do século XII.
Viegas foi avisado de que deveria recepcionar Dilma em Palermo no dia 31.
Os que cuidam da segurança da presidente haviam inspecionado os locais por onde ela passaria – o centro da cidade, a capela e o restaurante reservado para o jantar da comitiva de 18 pessoas, o quatro estrelas “Tratoria Piccolo Napoli” (telefone: +39 091 320431).
“Não quero seguranças ao meu lado”, ordenara Dilma. Que desembarcou em Palermo reclamando da companhia do fotógrafo da presidência. Ao seu lado, Helena Chagas, então ministra da Comunicação Social, nada disse. Ninguém ousaria.
Viegas consultou Dilma sobre o jantar. A “tratoria” fica em um bairro popular de Palermo. De varais com roupas estendida entre as casas. O lugar lembra o bairro do Brás, no centro de São Paulo.
Havia outra opção: um cinco estrelas à beira-mar posto de prontidão pelos agentes de segurança brasileiros.
“Vamos para o Brás”, respondeu Dilma.
O jantar custou cerca de mil dólares.
Dilma gosta de pizza. Em um domingo, há mais de ano, faltou pizza no Palácio do Alvorada. Seus assessores entraram em pânico. Foi aberta uma pizzaria para servi-la.
O que ela jantou em Palermo é “segredo de Estado”.
Fora os presidentes-generais da ditadura militar de 1964, presidente algum foi tão autoritário quanto Dilma é. Nem mesmo Fernando Collor de Melo, o primeiro a ser eleito pelo voto direto em 1989.
Ministros deixaram o governo Dilma por não suportá-lo (atenção: sem desmentidos, prefeito Fernando Haddad). Outros recusaram convites.
O cozinheiro de Palermo foi aplaudido de pé.
Certa vez, o encarregado dos bichos que vivem no Palácio da Alvorada foi chamado à presença de Dilma. Jamais esquecerá o que ela lhe disse por que um avestruz bicara um cão.
Palermo da Capela Palatina foi a primeira viagem de Dilma mantida em segredo. Salvo em ocasiões especiais, presidentes de países democráticos como o nosso nunca procederam assim.
Na semana passada, de volta da Suíça, sabia-se que Dilma iria à Cuba.
O jornal O Estado de S. Paulo descobriu o que fora omitido do público por ordem dela: o avião presidencial faria uma escala em Lisboa.
A informação parece irrelevante? De novo: em democracias não é.
O distinto público tem o direito de saber onde seu presidente está.
Omissão equivale a mentira.
O que você pensa a respeito?
Mensagens para a seção de cartas do jornal. Ou para o site Globo Online.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Brasil-Bolivia, e suas vitimas - Ricardo Noblat
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 15 de junho de 2013
A frase do dia, segundo Ricardo Noblat - contraditorio, pode-se agregar...
FRASE DO DIA
Quero dizer que a inflação jamais vai voltar e está sob controle. Por isso, peço a vocês que não deem ouvidos a esses que jogam sempre no quanto pior melhor. Todo mundo tem que ter a humildade de aguentar as críticas, mas terrorismo, não.Dilma Rousseff
Blog de Ricardo Noblat, 15/06/2013
Isso foi num dia. No dia seguinte, a mema frasista lançou o programa demagógico e eleitoreiro de financiamento de compra de eletrodomésticos, à altura de 18 bilhões de reais, financiados por aumento da dívida pública e emissão monetária.
Pergunto: o que é isto senão um estímulo inflacionário?
A presidente ou seus assessores econômicos pensam que somos idiotas?
Paulo Roberto de Almeida
quinta-feira, 16 de maio de 2013
A degradacao das instituicoes no Brasil: deterioracao do parlamento - Noblat, Azevedo
Confiante em aprovação, governo já prepara vetos à MP dos Portos
Após mais um dia de sessão tumultuada, a Câmara dos Deputados concluiu ontem a apreciação das emendas à medida provisória que aumenta a competição no setor portuário e pode deslanchar investimentos no País. O lento avanço do texto, que caduca ao fim do dia de hoje e ainda precisa ser votado no Senado, não impediu o governo de manter a confiança de que caberá à presidente Dilma Rousseff a palavra final sobre as normas. O Palácio do Planalto já prepara os vetos a itens com os quais não concorda.
Durante a madrugada, foram derrubados pontos polêmicos e temidos pelo governo, como a emenda do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que compilava diversas mudanças. Outra emenda rejeitada pelo Planalto exigia a contratação de funcionários no porto por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), possibilidade que engessaria e encareceria as operações, para o governo. No início da noite de ontem, foi a vez de a base aliada contra-atacar. Após sete horas de manobras do PSDB e do DEM para atrasar a votação, uma emenda do PT furou a fila, derrubou cinco emendas da oposição e acelerou a tramitação.