Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Brasil-Bolivia, e suas vitimas - Ricardo Noblat
Paulo Roberto de Almeida
domingo, 16 de junho de 2013
Estadio de futebol representa o enterro de politicos: decididamente eles devem se abster de aparecer...
Polícia impede acesso de manifestantes ao Estádio Mané Garrincha
Por Redação - de Brasília
terça-feira, 16 de abril de 2013
Copom: para que te quero? Para nada? Podemos dispensar?
Eventual elevação de juros será em patamar menor, afirma Dilma
Alvo de críticas pela alta de preços, presidente volta a criticar 'pessimismo especializado' e descarta altas taxas
Belo Horizonte - A presidente Dilma Rousseff, que vem sendo fustigada pela alta nos índices de preços oficiais, afirmou nesta terça-feira, 16, que "qualquer necessidade" de aumento de juros "para combate a inflação" hoje em dia "será possível fazê-la em um patamar bem menor" do que na época em que o País conviveu com taxas mais altas. Ela voltou a dizer que o governo não "negociará" com a inflação e assegurou que não terá "o menor problema em atacá-la sistematicamente". Dilma declarou ainda que "não há hipótese" de o Brasil não apresentar crescimento econômico em 2013 e disse estar "otimista" com o País.
A presidente afirmou também que o combate à inflação foi "uma conquista desses dez últimos anos de governo, do presidente Lula e do meu", e disse que o Brasil jamais voltará a ter altas taxas de juros reais.
"Não é hora de achar que a hora do Brasil passou. Pelo contrário, a hora do Brasil é agora. Temos que ter certeza de que passamos e estamos passando estamos passando um momento muito difícil no cenário internacional. O Brasil está passando esse momento mantendo a sua robustez, a capacidade de fazer política industrial", afirmou Dilma em Minas Gerais, na cerimônia do anúncio de uma fábrica que produzirá insulina humana no Brasil.
"A grande diferença nossa não é só que não desempregamos nem reduzimos direitos para enfrentar a crise, mas sobretudo que mantivemos a capacidade, quando todo mundo eleva impostos, de reduzi-los. Mantivemos a capacidade de buscar um maior equilíbrio entre as variáveis macroeconômicas, que é mudar o patamar de juros no Brasil. Jamais voltaremos a ter aqueles juros em que qualquer necessidade de mexida elevava os juros para 15% porque estava em 12% a taxa real. Hoje temos uma taxa real bem baixa. Qualquer necessidade para combate a inflação será possível fazer num patamar bem menor", disse a presidente.
Dilma voltou a culpar o "pessimismo especializado" pelas avaliações de que a economia pode desandar. "Acredito que tem uma parte dessa história que vocês escutam que é um pessimismo especializado, de plantão. Um pessimismo que nunca olha o que já conquistamos e a situação em que estamos. Sempre olha achando que a catástrofe é amanhã. Achando que esse processo é um processo que tem sinalizações indevidas."
Na segunda, 15, à noite, a uma plateia petista, associara o "pessimismo" aos tucanos ao dizer que os "pessimistas" eram os mesmos que haviam feito o racionamento de energia no país em 2001. Desta feita, no entanto, embora não tenha feita a mesma associação, fez os comentários na presença do governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB), um dos principais aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Aécio, que deve ser um dos oponentes de Dilma na disputa presidencial de 2014, disse em entrevista recente que a presidente é "leniente" com a inflação. Ao ouvir os comentários de Dilma, Anastasia apenas olhou, constrangido. Ele fizera um discurso brando, no qual ressaltou as parcerias entre os governos federal e mineiro e agradeceu Dilma por elas.
Outro possível adversário da presidente em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também vem fazendo críticas à política econômica de Dilma. Ele costuma dizer que economicamente "2012 foi pior do que 2011 e 2011 foi pior que 2010" e já chegou a afirmar que a crise internacional "está chegando ao Brasil".
No PT há um temor de que o aumento de preços possa vir a se transformar num problema eleitoral para o projeto de reeleição da presidente.
Veja também:
Dilma diz que inflação está sob controle e faz crítica a 'pessimistas especializados'
Dora Kramer: Atenção, concentração
Presidente do PT chama Aécio de 'cara-de-pau'
quarta-feira, 27 de março de 2013
Se eu fosse do Copom, eu me demitiria...
Se a própria presidente substitui o presidente do Banco Central e todos os demais diretores, membros oficiais do Copom, e decide, com base no seu conhecimento superior de economia, nas suas previsões acertadas (se disser pibinho, acerta nisso, pelo menos), e no seu imenso ferramental econométrico, qual deve ser a taxa de juros no Brasil, qual a que melhor elimina riscos inflacionários e reflete o custo real (não o desejado) do dinheiro emprestado, quais os parâmetros que devem vigorar nos mercados de capitais, no sistema bancário, para que essa pantomima a cada 45 dias, de reunir um monte de gente durante dois dias, para depois anunciar o que a presidente quer?
Melhor poupar esforços e se basear na sua genial intuição, e na bola de cristal do preclaro ministro da Fazenda, para decidir o que já estava decidido. Mais simples assim, não é mesmo?
Por isso mesmo que o grau de volatilidade associado à economia brasileira vem aumentando cada vez mais. Depois colocam a culpa nas agências de classificação de riscos e nos tais de especuladores de olhos azuis de Wall Street e seus capitais vorazes...
Paulo Roberto de Almeida
G1, Quarta, 27/03/2013
Dilma diz que inflação está sob controle apesar de flutuações conjunturais
A presidente Dilma Rousseff disse hoje, na reunião da cúpula do Brics, que a inflação brasileira está sob controle, embora aconteçam flutuações e alterações conjunturais. Dilma também sinalizou que o governo não vai elevar a taxa básica de juros para tentar conter a inflação.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Licoes nao solicitadas de economia: a falsa versao e a verdadeira - Rolf Kuntz
As lições de Tia Dilma
Em seus comentários mais sensatos, a presidente defendeu uma combinação de austeridade e crescimento como a fórmula mais eficiente para o ajuste europeu. A arrumação fiscal, ponderou, será muito mais difícil, penosa e pouco frutífera, se depender apenas do corte de gastos e do aumento de impostos. Mas esse comentário foi mera repetição do discurso apresentado muitas vezes por dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), por economistas de várias nacionalidades e por alguns governantes europeus. Sem acrescentar a mínima novidade em relação a esse ponto, a presidente permitiu-se, no entanto, reescrever a história econômica à sua maneira. Para reforçar sua argumentação, citou a experiência latino-americana dos anos 80 e 90, quando os governos do Brasil e de outros países foram, segundo o seu relato, orientados pelo FMI a adotar políticas de ajuste sem espaço para crescimento.
Essa versão é popular, mas a história é um pouco mais complicada e inclui detalhes mais instrutivos. Dezenas de países afundaram na crise da dívida externa, nos anos 80. O drama começou quando o Federal Reserve, o banco central americano, iniciou um drástico aumento de juros em 1979. O desastre generalizou-se em 1982, mas vários países entraram em apuros bem antes disso. A renegociação das dívidas foi vinculada a duros programas de ajuste, jamais cumpridos integralmente por alguns governos, incluído o brasileiro.
O programa inicial de ajuste adotado no Chile foi reformado e substituído, com bons resultados, depois de algum tempo. O governo coreano iniciou a arrumação em 1979. O país entrou em recessão em 1980 e em seguida voltou a crescer velozmente, com déficit fiscal reduzido, grande aumento de exportações e investimentos sempre superiores a 30% do PIB. Chile e Coreia saíram da crise com as contas públicas em ordem, inflação baixa e medidas fundamentais para competir e crescer.
Falta algo, portanto, na versão popular, repetida pela presidente Dilma Rousseff, da história da crise e dos ajustes dos anos 80. Falta explicar por que alguns países - Coreia e Chile são apenas dois dos exemplos mais notáveis - emergiram da fase de provação muito mais fortes do que antes. Outras economias da Ásia atingidas pela crise da dívida também se tornaram mais eficientes a partir da segunda metade dos anos 80. A maior parte dos países latino-americanos ficou para trás porque os governos foram incapazes, por muito tempo, de abandonar velhos vícios e de favorecer a eficiência. Não se deve atribuir esse atraso a algum excesso de austeridade, mas à insistência na prática de contemporizar em vez de enfrentar os problemas.
Quando os governantes se dispuseram, afinal, a adotar reformas e políticas sustentáveis, as contas públicas melhoraram, a inflação caiu, as contas externas se tornaram superavitárias e as reservas cresceram. Por essas mudanças, e nada mais, as ações de socorro do FMI à América Latina foram bem menos frequentes nos primeiros anos deste século do que nas três ou quatro décadas anteriores.
Nenhuma dessas conquistas é irreversível. Em alguns países, o grande risco é a tentação do populismo. No Brasil, a tentação mais perigosa é a dos controles autoritários. A intervenção nos preços dos combustíveis, as pressões para corte de juros, o jogo perigoso de tolerância à inflação e as trapalhadas na política do setor elétrico são elementos desse quadro. O atraso nos projetos da Petrobrás é uma das consequências. A presidente seria provavelmente menos propensa a dar lições se pensasse um pouco mais sobre esses fatos.
* JORNALISTA
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Discurso da presidente na AGNU: texto integral
Depois comentarei algumas seções econômicas, segundo minhas modestas competências.
Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhoras e senhores Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e senhores,
Senhor Presidente,
domingo, 19 de agosto de 2012
Human Rights Watch escreve a Dilma sobre Venezuela no Mercosul
Washington, DC, August 3, 2012
Her Excellency Dilma Rousseff
President of Brazil
Brasilia, BRAZIL
Dear President Rousseff,
Sincerely yours,
Jose Miguel Vivanco
Human Rights Watch
Cc: Antônio de Aguiar Patriota, Minister of Foreign Affairs
quinta-feira, 14 de junho de 2012
O pensamento economico da presidente Dilma (editorial do Estadao)
Mais confusões de Dilma
Editorial O Estado de S.Paulo, 14 de junho de 2012
O pensamento economico da presidente Dilma (discurso da propria)
Sei, claro, que se trata de uma "desenvolvimentista" instintiva -- as aspas pelo fato de que ninguém tem o monopólio do desenvolvimento, como se apenas desenvolvimentistas fossem a favor e liberais contra -- e de uma keynesiana de verniz (pois não imagino alguém se debruçando com prazer naquele livro insosso que se chama "Teoria Geral, etc.", que não é bem teoria e muito menos geral).
Mas, não consigo extrair uma linha de pensamento claro do que vai escrito abaixo -- um discurso do qual selecionei só as partes que me interessam, que são as de política econômica -- e não sei se alguém consegue.
Claro, "a nível de" simplificação, como diria alguém, se podem extrair algumas recomendações interessantes: somos contra a recessão, certo; somos contra a austeridade (aí depende; acho que ninguém deve gastar mais do que ganha, sob risco de se endividar); somos a favor do crescimento, certo; somos contra o desemprego, mais certo ainda; somos a favor de investimentos, todo mundo concorda.
As discordâncias começam por saber quem deve "estimular o consumo", com o dinheiro de quem, e como fazer se a produção, ou seja, a oferta não seguir o consumo. Inverte a equação?
Está certo que Keynes inverteu a lei de Say, que dizia que a oferta cria sua própria demanda. O economista inglês pretendia que a demanda cria sua própria oferta. Mas, e se por falta de condições objetivas, a demanda não conseguir criar a sua oferta?
E como fazer, segundo Keynes, para estimular a demanda, com qual dinheiro? O governo inventa dinheiro, cria dinheiro?
Pode até ser, mas se ele criar dinheiro a partir do nada, não vai haver produção para justificar a emissão desse dinheiro, e vai se criar uma tremenda pressão inflacionária em sua volta.
Seria isso a que a presidente se refere?
E ela acha que os europeus estão praticando austeridade e alimentando a recessão porque gostam de viver nessas condições austeras e recessivas?
Eles podem escolher entre crescer e não crescer, seria isso?
Seria uma boa aula de economia se eu conseguisse entender o que quis dizer a presidente. Quem conseguir entender, me avise...
Não é cachorro perdido, mas remunera-se bem...
Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Mea Culpa, Mea Culpa (2): ainda um Primeiro de Abril
Esta aqui:
DOMINGO, 1 DE ABRIL DE 2012
http://diplomatizzando.blogspot.fr/2012/03/presidente-dilma-revisaremos-politica.html
Seria bom se, por uma vez, a Soberana (e outros com ela) tivesse um ataque de lucidez e realmente decidisse mudar a política econômica, no sentido de, especialmente, reduzir a carga tributária e terminar com todo esse protecionismo tosco que vai deixar o Brasil ainda mais atrasado.
Mas, como sempre alerto a cada "previsão imprevidente" que faço, são especulações que eu faço não esperando sua concretização.
Portanto, não sonhem acordados...
Paulo Roberto de Almeida