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quinta-feira, 13 de março de 2014

Argentina: inflacao se acelera e o povo se desespera - NYT






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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Bolivia: excesso de dinheiro sempre provoca inflacao, governo nega...

Os bolivianos descobriram a pólvora: realizaram que a "generosidade" do governo está tornando sua vida pior, ao alimentar um processo inflacionário que vai eliminar os supostos ganhos com o duplo décimo terceiro imposto pela demagogia governamental. O governo nega a evidência, mas os indicadores não deixarão de refletir o equívoco.
Paulo Roberto de Almeida

La mitad de los bolivianos cree que el doble aguinaldo disparó los precios

Infolatam/Efe
La Paz, 29 de diciembre de 2013

Las claves
  • El 55 % de los encuestados cree que el beneficio impuesto por el Gobierno es negativo porque hará que los precios suban más, mientras que el 49 % piensa que crecerá la inflación.
  • El presidente Evo Morales decretó el pago del doble aguinaldo navideño a los empleados del sector público y privado en noviembre pasado y anunció que la medida se aplicará siempre que el crecimiento económico anual supere el 4,5 %, un porcentaje que Bolivia rebasó ampliamente este año con un 6,5 %.

Evo en campaña: desde las estrellas

El análisis
Fernando Molina
(Especial Infolatam).-“Creciendo al 6,5%, recibiendo doble salario navideño, y con una fábula de desarrollo “estelar” del país en el que ocupar su imaginación, los bolivianos sólo quieren una cosa: disfrutar su mejor fin de año en mucho tiempo (quizá incluso el mejor de toda su historia)”.
El 50 % de los bolivianos cree, según una encuesta, que la doble paga extra de Navidad (aguinaldo) decretada por el Gobierno para los sectores público y privado ha provocado un aumento de los precios, alza que niega el Ejecutivo.
La consulta, publicada por el diario El Deber y efectuada por Ipsos en las cuatro ciudades más grandes del país, revela que el 55 % de los encuestados cree que el beneficio impuesto por el Gobierno es negativo porque hará que los precios suban más, mientras que el 49 % piensa que crecerá la inflación.
El ministro de Economía, Luis Arce, aseguró esta semana que la inflación está controlada y no aumentará en diciembre, con una previsión similar a la de noviembre, que fue de -0,03 %.
El Ejecutivo prevé que la inflación anual se sitúe en el 7,5 %.
El presidente Evo Morales decretó el pago del doble aguinaldo navideño a los empleados del sector público y privado en noviembre pasado y anunció que la medida se aplicará siempre que el crecimiento económico anual supere el 4,5 %, un porcentaje que Bolivia rebasó ampliamente este año con un 6,5 %.
Según la encuesta, los bolivianos también creen que tal medida es negativa porque no beneficia a todos (37 %), porque subirán los precios del transporte (34 %) y porque conllevará despidos en las empresas (28 %).
Frente a éstos, el 38 % de los encuestados cree que el doble aguinaldo es positivo porque permitirá comprar más cosas; el 37 %, porque los bolivianos tendrán una mejor Navidad; el 32 %, porque permitirá compensar los gastos de fin de año; y el 30 %, porque permitirá ahorrar a los ciudadanos.
En términos generales, el 58 % de las personas consultadas se mostró en desacuerdo con el pago del doble aguinaldo frente a un 37 % que se mostró a favor.
A la pregunta de si pagarán el triple sueldo (el salario mensual y los dos aguinaldos o pagas extra) a sus empleados, el 59 % de los encuestados respondió que sí; el 20 % dijo que no lo abonará; un 15 % dijo que aún “no sabe”; y el 4 % sostuvo que a sus trabajadores “no les corresponde”.
La patronal boliviana protestó en un primer momento contra la medida gubernamental, aunque finalmente alcanzó un acuerdo con el Ejecutivo para ampliar hasta el próximo 28 de febrero el plazo de pago del segundo aguinaldo, inicialmente fijado hasta el 31 de diciembre.

sábado, 21 de setembro de 2013

Governo promove e estimula a inflacao - Rolf Kuntz

O principal responsável pela inflação no Brasil não é o tomate, nem o petróleo, nem o câmbio. Tem nome e endereço: chama-se governo brasileiro e mora (pelo menos enquanto durar este) no Palácio do Planalto, e sua obra nefasta em FAVOR da inflação tem a ajuda de keynesianos de botequim, que estão espalhados pela Esplanada dos ministérios, com o apoio entusiasta de milhares de outros keynesianos de araque espalhados pelas faculdades de economia do Brasil afora.
O governo indexou a economia, prometendo aumentos do salário além e acima das taxas de inflação e dos ganhos de produtividade (que são poucos, é verdade, mas estimados pelo governo generosamente e de forma geral para todos os setores da economia, independentemente do seu comportamento efetivo).
O governo concede reajustes tarifários para suas empresas monopolistas e outros carteis privados, em lugar de obrigar as empresas a reduzir preços para os consumidores, com base em ganhos de produtividade, que toda empresa sempre deve buscar (e o governo também).
O governo continua estimulando o consumo, pela via do crédito e outros subsídios pornográficos, em lugar de estimular o investimento e a produção.
O governo taxa demasiadamente, obrigando as empresas a remarcar preços para poder conservar margens de lucro.
O governo protege a economia exageradamente, permitindo que os industriais domésticos cobrem sobrepreços dos consumidores obrigados.
Enfim, o governo gasta demais consigo mesmo, com seus mandarins e marajás, com suas dezenas de milhares de aspones que contribuem para o partido totalitário, com seu intervencionismo nefasto na economia, com suas bolsas-isso e bolsas-aquilo.
O governo é o principal promotor da inflação no Brasil. E o principal violador da legalidade constitucional.
O governo é o principal obstáculo ao crescimento econômico, e a uma vida normal, sem corrupção...
Pronto, já disse o que tinha a dizer, agora podem ficar com o artigo.
Paulo Roberto de Almeida

De novo uma gravidez pequena, mas nem tanto

ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo, 21/09/2013

A velha comparação da inflação pequena com a pequena gravidez pode ser tão detestável quanto qualquer lugar-comum, mas lugares-comuns podem ser didáticos. Além disso, a inflação mensal brasileira, por enquanto próxima de 0,3% e com tendência de alta, só é pequena para um país acostumado a taxas muito maiores que as do mundo civilizado e, de modo especial, que as de seus concorrentes. Mas os sinais da gravidez são cada vez mais visíveis. A inflação volta a mover-se com vigor crescente, depois de uma breve e enganadora acomodação dos índices. Todos os principais indicadores pioraram nos últimos dois meses, enquanto a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuaram alardeando a contenção da alta de preços.
O sinal de alerta mais recente veio com o IPCA-15, prévia do indicador oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este é medido entre o começo e o fim de cada mês. O outro, entre o dia 16 de um mês e o dia 15 do seguinte. O IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira, havia ficado quase estável em julho, com variação de apenas 0,07%. A taxa mais que dobrou em agosto (0,16%) e continuou a aumentar em setembro, quando atingiu 0,27%. A acomodação no meio do ano foi enganadora, para quem gosta de ser enganado, é claro, porque resultou de pequenos truques de um governo empenhado em jogadas eleitorais.
Durou pouco o efeito, nada mais que ilusório, da redução política das tarifas de transporte urbano. Em agosto, ainda em consequência desse lance, o custo dos transportes incluído no IPCA-15 recuou 0,3% Em setembro, cresceu 0,3%, apesar da queda de preços do etanol e da gasolina. O custo da alimentação subiu 0,04%, bem pouco, mas havia diminuído 0,09% no período anterior. A alta poderia ter sido maior, sem o sensível barateamento de hortaliças. Mas o ponto mais importante para a avaliação da política oficial é outro.
Não tem sentido cuidar da inflação como se a alta geral de preços fosse ocasionada por um ou outro aumento localizado. Há poucas imagens mais enganadoras que a do famigerado vilão da inflação. Num mês é o preço do tomate, em outro, o do petróleo, num terceiro, o conjunto das cotações internacionais dos produtos agrícolas. De vez em quando o culpado é o câmbio, um preço com potencial para afetar muitos outros.
Esse tipo de palavrório pode dar colorido ao noticiário dos meios de comunicação, mas ninguém deveria tomá-lo ao pé da letra. Todos os países, na maior parte em desenvolvimento, foram afetados pela alta das cotações internacionais dos alimentos, nos últimos anos, assim como foram atingidos, na maior parte de 2013, pelo recuo desses preços. Mas nem todos enfrentaram inflação tão alta quanto a brasileira, embora, em muitos casos, a alimentação seja um componente importante do custo de vida.
No Brasil, a escalação dos vilões tem mudado e a inflação nunca desapareceu. Por isso mesmo voltou a ganhar força, depois das intervenções eleitoreiras do governo, O índice de preços por atacado, componente mais importante do IGP-10, da Fundação Getúlio Vargas, aumentou 1,46% em setembro, muito mais velozmente que no mês anterior, quando havia subido 0,19%.
Os produtos agropecuários haviam ficado 0,45% mais baratos em agosto e aumentaram 1,83% em setembro. Os bens industriais também ficaram bem mais caros, com alta de 1,32%. Ainda no atacado, os preços dos bens finais diminuíram 0,02%, mas, excluídos alimentos in natura e combustíveis para consumo, sobrou uma alta de 0,63%, nada desprezível.
Nem sempre esses aumentos chegam ao consumidor final. Isso depende das condições da demanda - fatores como o nível de renda, a oferta de crédito, o grau de resistência aos aumentos, a possibilidade de substituição de bens ou serviços e, naturalmente, as expectativas dos indivíduos e das famílias. A taxa de juros e o controle do crédito são os principais instrumentos de administração da demanda, no Brasil e em muitos países, mas o gasto público também é um componente importante desse quadro. Se houver alguma dúvida quanto à importância da demanda, bastará consultar o encarecimento dos serviços, 0,61% em agosto e 0,62% em setembro, no IPCA-15. Além disso, houve aceleração em todos os núcleos calculados pelos economistas para eliminar a influência de componentes mais instáveis.
No fim de agosto de 2011 o Banco Central (BC) iniciou uma baixa de juros e manteve essa política até abril deste ano, embora a inflação tenha sido muito alta durante todo esse tempo e até superado o limite anual de 6,5%. Além disso, a expansão do crédito continuou - e ainda continua. O governo jamais conteve a gastança e ainda estimulou o consumo com redução de impostos sobre alguns produtos, sem cuidar do aumento da produção interna.
Sem as famigeradas intervenções pontuais - contenção dos preços dos combustíveis e redução das tarifas de transportes e de energia - os números teriam sido muito piores. Todos esses fatos tornaram ainda mais grotesca a tentativa, repetida várias vezes, de atribuir a inflação brasileira à alta das cotações internacionais dos produtos agrícolas.
A única demonstração de juízo nos últimos meses foi a elevação de juros iniciada em abril pelo BC. O resto do quadro interno pouco mudou, exceto por alguma retração dos consumidores e pela redução do emprego no setor industrial.
Mas o governo mostra-se pouco preocupado e a presidente repete sua ladainha. Segundo ela, a inflação continuará dentro da meta. Mas isso vale para qualquer resultado até 6,5% ao ano, o limite de tolerância para situações excepcionais. A meta, em sentido próprio, é 4,5%, um alvo pouco ambicioso. Nem esse alvo deve ser atingido até o segundo trimestre de 2015, segundo o BC.   
*JORNALISTA

sábado, 7 de setembro de 2013

A Megera Domada? Calma, nao se trata de Shakespeare, mas de algo muito pior...

A "megera domada" referida aqui é a Ata do Banco Central, ou melhor, do último Copom, que parece ter sido abduzida pelos magos keynesianos do cerrado central, uma tropa de choque que continua achando que impulso fiscal, ou seja, incitação ao consumo pelo estímulo à demanda sempre é bom para fins de crescimento.
O Banco Central já não fala mais grosso, mas pia fino, pois quem manda mandou ele calar a boca e se enquadrar no discurso otimista segundo o qual não existe perigo de inflação e tudo caminha pelo melhor no melhor dos mundos. Que coisa, gente: o BC está acovardado ou castrado?, escolham...
Paulo Roberto de Almeida

Esqueçam o que escrevi

06 de setembro de 2013 | 2h 08
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
O Banco Central parece ter-se encolhido às lambadas recebidas da área econômica do governo.
Depois de passar meses denunciando "o balanço do setor público em posição expansionista", ou seja, denunciando as despesas excessivas do governo como causa importante de inflação, a Ata do Copom ontem divulgada mostrou plácido enquadramento não só ao sentido, mas até mesmo às expressões usadas pelas autoridades da Fazenda.
Ao longo das últimas semanas, em oposição ao Banco Central, presidido por Alexandre Tombini, tanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o secretário do Tesouro, Arno Augustin, vinham insistindo em que "a política fiscal é neutra" enquanto fonte de inflação. É o jeito de dizer que a política fiscal não joga nem a favor nem contra a alta de preços. De julho para cá, a percepção geral é de que as condições fiscais, se não pioraram, pelo menos não melhoraram. No entanto, o parágrafo 21 da Ata não só deixou de qualificar como expansionista a condução das despesas públicas do governo, como, também, comprou o discurso de Mantega e de Augustin: "Para o Comitê, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade".
Tudo se passou como se, depois das queixas internas de que se tornara fonte propagadora do pessimismo sobre a economia, o Banco Central tratasse de desfazer essa impressão.
De todo modo, como das outras vezes, continua apontando outros fatores de inflação. O primeiro deles, "a estreita margem de ociosidade do mercado de trabalho", cujo maior risco é o aumento de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade. É o emprego aquecido demais.
Um segundo fator é a "depreciação cambial" (alta da moeda estrangeira em reais), que a curto prazo tende a puxar os preços para cima. A cotação de referência do câmbio deixou de ser R$ 2,25 por dólar e passou a R$ 2,40 por dólar. Faltou quantificar o repasse à inflação esperado e o impacto sobre a alteração dos preços relativos não apenas desses 15 pontos adicionais na cotação do dólar, mas, também, o dos outros 25 que aconteceram nos meses anteriores.
O Banco Central também volta a acusar dois agentes que perpetuam a alta de preços: a inflação elevada que, por si só, induz à excessiva utilização de mecanismos de reindexação (correções automáticas de preços) que realimenta e aumenta a resistência da inflação. E "a piora da percepção", ou seja, o crescimento do desânimo.
A Ata não esclareceu se o governo pretende ou não reajustar os preços dos combustíveis, fato que teria impacto relevante sobre os preços.
Desta vez, o Banco Central não contribuiu para a boa administração das expectativas em direção a uma inflação mais baixa em relação à hoje percebida pelo mercado. Ao contrário, ao retirar sem maiores justificativas as denúncias sobre a falta de colaboração da política fiscal no combate à inflação e ao acentuar que o que antes era ruim passou a ser bom, sem que nada tenha mudado, reforça a convicção de que a política de juros voltou a se pautar por outros critérios e não exclusivamente pelo de provocar a convergência da inflação à meta (veja ainda o Confira).

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Inflacao "dentro da meta"? O que dizem os dados? Refrescando a memória...

Leio o seguinte, na imprensa diária"

SÃO BERNARDO DO CAMPO - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, 19, em entrevista à rádios do ABC paulista, que a "Inflação está sob controle e fechará na meta este ano...".

Mas ao que eu saiba, ao que sabem todos, e também os integrantes do Copom e do Conselho Monetário Nacional, a meta é de 4,5%, cravados (aliás, desde 2006). 
A banda é que pode se estender 2% acima, ou abaixo, do centro da meta, ou seja, a inflação anual pode ir de 2,5% a 6,5% ao ano.
Será que o teto já virou meta?
Parece que sim.

Recebi, ao mesmo tempo, a seguinte informação sobre dados da inflação brasileira, de um banco de investimento:


  • August’s first half CPI inflation stood at 0.16% MoM, very close to market consensus and our forecast. The monthly inflation rate is increasing gradually as the temporary downward pressures in food and transportation prices fade. For the same reason, core inflation and the diffusion index rose slightly at the margin. On the other hand, annual inflation fell to 6.15% (from 6.4% in July), basically reflecting the more favorable behavior of food (11.0% from 11.9%) and monitored prices inflation (1.3% from 1.5%).
  • Looking ahead, we expect the monthly inflation to increase further by the end of the month, staying slightly below 0.3% MoM. The exchange rate pass-through to consumer prices is still modest. Given the lags of the pass-through, we expect tradable prices to accelerate further in the coming months, resulting in higher monthly inflation rates. Moreover, we must note that the recent BRL depreciation and the rising likelihood of a fuel prices increase pose upward risks to our year-end forecast, currently set at 5.9% YoY.
  • In the monthly result, food prices fell 0.09% (from -0.2% in the previous month). Meanwhile, transportation prices decreased 0.3% (from -0.6%), reflecting the lower effect from the revoke of bus, subway and train fares hikes. Moreover, we also highlight the lower decline in apparel prices (-0.1% from -0.4% in the end of July) and the increase in education costs (0.7% from 0.1%), both related to seasonality. Regarding the exchange rate pass-through, we underscore the acceleration in tradable prices increases at the margin (0.3% from 0.1%), reflecting increases in durables prices.
  • The average of core inflation measures rose to 0.34% m/m (from 0.32% in the previous month and 0.27% in the end of July), representing 4.2% in annualized terms (from 3.9% and 3.4%, respectively). The diffusion index increased to 60.7% (from 55.8% in the previous month and 55.0% in the end of July). Finally, services price inflation remained high over the last 12 months at 8.6% (from 8.6% in July).

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Plano Real: 19 anos; inflacao acumulada: 332.33pc (mas podia ser maior)

A trajetória do Real é sem dúvida alguma um sucesso, mas apenas no contexto da economia brasileira do último meio século, quando seis moedas se sucederam em curtos intervalos.
Pessoas, movimentos e partidos se posicionaram contra o plano e contra vários de seus mecanismos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal. Teve gente que chegou a acusar o plano real de "estelionato eleitoral", numa enorme demonstração de má-fé e de torcer pelo quanto pior melhor (para certos movimentos).
Felizmente, ele se sustentou, mas voltamos a enfrentar os mesmos problemas que existiam nos anos 1980: pressão sobre os preços de bens correntes e demandas repetidas por aumentos salariais, o que transformaria o Brasil novamente no país da inflação.
Esperamos que não seja preciso voltar atrás.
Paulo Roberto de Almeida

Plano Real faz 19 anos com tomate 1.716% mais caro

Preço das tarifas de ônibus urbano foi outro grande vilão, com alta de 684%; em São Paulo, valor subiu de R$ 0,50 em 1994 para R$ 3 atualmente 


30 de junho de 2013 | 22h 58
Alana Martins e Juliana Karpinski, especial para o Estado
SÃO PAULO - Famoso por ter conquistado a tão sonhada estabilização da economia brasileira, o Plano Real completa 19 anos nesta segunda-feira, dia 1. Criado em 1994 pela equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, durante o governo Itamar Franco, a nova moeda conseguiu o que vários outros planos econômicos não alcançaram: debelar a hiperinflação.
Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Leonardo Weller, especialista em História Econômica, o êxito do Real se deve a três questões principais: liberalização comercial, câmbio estável e desindexação.
A liberalização comercial foi basicamente uma grande abertura do país ao capital estrangeiro. A medida veio acompanhada de uma taxa de câmbio estável, aumentou a concorrência aos produtos brasileiros e pressionou os preços para baixo.
Já a desindexação da economia consistiu em reduzir mecanismos de repasse automático da inflação, como os gatilhos salariais, que não permitiam que os preços se estabilizassem.
A inflação chegou a 916,46% no ano de 1994 e foi estabilizada em níveis baixos nos anos seguintes, mas não deixou de existir.
Entre 1994 e 2013, a taxa acumulada, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 332,33%. Alguns produtos, como o tomate, que se causou polêmica nas listas de compras no início deste ano, está no topo da lista dos produtos que mais subiram de preço: segundo o IBGE, o aumento acumulado é de 1.716,2% nos últimos 19 anos.
O preço das tarifas de ônibus urbano foi outro grande vilão, com alta de 684%. Em São Paulo, a tarifa subiu de R$ 0,50 em 1994 para R$ 3 atualmente.
Nem um dos componentes principais da dieta dos brasileiros subiu menos que a inflação. O feijão-carioca teve variação de 785,9% desde a criação do plano Real. Neste período, o salário mínimo subiu de R$ 64,79 para R$ 678, uma elevação de 1046,45%. Para Weller, mesmo com as recentes altas da inflação, o país não corre mais o risco de passar por uma nova hiperinflação. Isso porque a economia do País está mais inserida no conceito de economia de mercado.
Entretanto, o economista assinala que os protestos que têm tomado ruas recentemente são o primeiro sintoma de perda da "ilusão monetária".
"As pessoas perceberam que o ganho do salário nominal (sem descontar a inflação) nos últimos anos está sendo corroído pela inflação. Houve uma queda no salário real. E isso foi percebido rapidamente", afirma.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mais inflacao, menos crescimento: havera plebiscito para isto?

O governo está se enrolando todo no tal de plebiscito da reforma política; os feiticeiros do Planalto nem sabem o que perguntar ao povo, essa entidade mítica capaz de compreender, num átimo, a diferença entre voto proporcional, distrital, distrital misto, listas fechadas, abertas, financiamento público exclusivo, parcial, privado, etc, enfim, essas coisas fáceis de responder por sim ou não.
Que tal se ele perguntasse se a população quer voto obrigatório ou livre, ou seja, facultativo?
Mas o governo também poderia perguntar se o povo quer mais ou menos crescimento, se ele quer mais, ou menos inflação. Acho que o povão perceberia melhor onde está o seu interesse.
Um governo incapaz de responder a estas perguntas simples, não merece organizar plebiscito nenhum.
Paulo Roberto de Almeida

Em deterioração

O Estado de S.Paulo, 27 de junho de 2013
Celso Ming

O Banco Central está fazendo certo esforço para recuperar credibilidade e voltar a conduzir as expectativas de inflação, tarefa que vinha prejudicada. E começa a conseguir, apesar da adoção de critérios discutíveis e das lacunas de comunicação.
O Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira é o oposto da visão rosicler que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, expôs no dia anterior, no Comitê de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O Banco Central admite que a inflação segue em deterioração. Além de crescente, está muito espalhada (“alto índice de dispersão”). Mas nega que esteja fora de controle. Ao contrário, afiança que a política monetária (política de juros) continuará sendo inexoravelmente acionada para conter a velocidade da alta.
As causas da inflação para o Banco Central são as mesmas apontadas há alguns meses: despesas excessivas do governo (“política fiscal expansionista”), demanda forte demais em relação à oferta e mercado de trabalho aquecido, que puxa os salários mais do que comportaria o aumento da produtividade do Trabalho.
De abril para cá, muita coisa mudou na atitude do Banco Central. Antes, vinha com conversa muito parecida com a que ainda mantém o ministro Mantega. Afirmava com todas as letras que a inflação era fenômeno temporário e que, mais adiante, confluiria mais ou menos naturalmente para a meta de 4,5% ao ano. Agora, fique bem entendido, a inflação só recuará à custa de aplicação dos corretivos.
No entanto, mantidas as coisas como previstas até agora (câmbio a R$ 2,10 por dólar e juros básicos a 8,0% ao ano), a inflação terminaria 2013 no nível dos 6,0%, portanto acima dos 5,84% em que ficou em 2012, e acima da meta de 4,5%. Não tem razão o ministro Mantega quando afirma que a inflação está recuando.
O Banco Central omitiu-se na avaliação do tamanho do repasse da alta do dólar sobre a inflação, no momento uma das principais causas de alta dos preços. O diretor de Política Econômica do Banco Central, José Hamilton de Araújo, limitou-se a dizer que o fator câmbio já não tem a mesma força de tempos atrás. Em todo o caso, disse ele, esse repasse deve ser hoje em torno de 6% a cada 12 meses. Ou seja, para cada 10 pontos porcentuais de alta do dólar em 12 meses, a inflação, no mesmo período, aumenta 0,6 ponto porcentual. Nos últimos 12 meses, até esta quinta-feira, o dólar ficou 5% mais caro em reais.
Ficou estranho que o Banco Central tenha incluído nos seus cálculos o impacto da baixa das tarifas dos transportes coletivos, mas não tenha incluído a alta do dólar.
O Banco Central reviu as projeções de evolução do PIB deste ano. O crescimento não será mais de 3,0% (segundo estimativa do Relatório de Inflação de março), mas de 2,7%.
Embora o Banco Central trabalhe hoje com mais realismo, não dá para embarcar de olho fechado nas suas projeções. Todas elas (de inflação, contas públicas, avanço do PIB e rombo nas contas externas) vêm sendo sistematicamente revisadas para pior e não se sabe até quando.
Os juros básicos continuarão subindo porque o governo não faz o suficiente para controlar a inflação.
CONFIRA:
Aí está a evolução do IGP-M em 12 meses.
A força do atacado. A escapada do IGP-M em junho, de 0,75% sobre maio, quando foi de zero por cento, mostra que há nova safra de inflação em formação. O IGP-M tem forte participação dos preços no atacado (60%) e um avanço desse componente tende a ser repassado para o custo de vida, medido pelo IPCA. A alta está relacionada com a esticada das cotações do dólar no câmbio interno. É o que transparece, também, no crescimento dos preços agrícolas no mercado atacadista.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Onde estao os que propunham desvalorizacao cambial? Sumiram? - Celso Ming

As consequências sempre vêm depois, já dizia um filósofo popular (não me perguntem quem).
Pois é, os luminares da economia competitiva -- sejam eles os da FIESP, o Bresser Pereira, os economistas keynesianos de botequim -- tanto pediram desvalorização do câmbio que ela veio, sem avisar, assim meio sorrateira, mas decisiva, o que já empurrou o real lá para baixo, e o dólar lá para cima.
Acharam que seria bom para todos: para os exportadores, para os industriais, para os consumidores (ao premiar a produção nacional e, portanto, o emprego) e sobretudo esses economistas que sempre prevêem catástrofes quando o real está muito valorizado.
Eles gostam de povo pobre, e de economia desvalorizada.
Enfim, quase não pensaram na inflação.
Agora aí está o governo, que antes reclamava da guerra cambial, e do tsunami monetário, que valorizava a nossa moeda, que passou a reclamar da valorização "excessiva" do dólar.
O castigo vem a cavalo, se dizia antigamente. Agora acho que vem nas telas dos computadores, e nas bancas de feiras, por mais humildes que sejam...
Paulo Roberto de Almeida

O fator câmbio

27 de junho de 2013 | 2h 07
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
A disparada da cotação da moeda estrangeira no câmbio interno passou a ser um dos maiores focos de inflação. Falta saber o tamanho dessa conta, que, afinal, será repassada para os brasileiros.
Um dólar mais caro, é fácil entender, aumenta em reais os preços dos produtos importados e as dívidas em moeda estrangeira. Mas há um número considerável de itens aqui produzidos e também consumidos internamente que são cotados em dólares. São, em geral, as commodities, mercadorias cujos preços são formados em dólares no mercado internacional, como soja, milho, café, alumínio, cobre e fertilizantes.
Sempre tem gente que estranha explicações de que os preços dos ovos e da carne de frango ou de porco estejam subindo em consequência da alta do dólar. No entanto, frango e porco são organismos vivos que transformam proteína vegetal (soja e milho, principais componentes das rações animais) em proteína animal. Como soja e milho são commodities cotadas em dólares na Bolsa de Chicago, lá vai o câmbio para os preços da omelete, do frango assado e da linguiça.
Nos últimos anos aumentou a dependência brasileira dos importados. Em vez de produzir aqui dentro, a indústria achou mais conveniente intensificar a importação de máquinas, componentes, peças, capital de giro e tantas coisas mais. A Zona Franca de Manaus, por exemplo, não passa hoje de uma zona de processamento de importações. Limita-se quase exclusivamente a montar aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e motocicletas a partir de peças, chips e componentes importados, pagos em dólar. O impacto da alta do dólar sobre o custo do produto final será inevitável, tanto mais quanto maior for a dependência de fornecimentos externos.
O cálculo do impacto da oscilação do câmbio nos preços, aquilo que naquela linguagem empolada os economistas chamam de pass-through (repasse) é um exercício complicado, sempre sujeito a erros. Hoje, os analistas tendem a concluir que cada dez pontos porcentuais de alta ou baixa do dólar no câmbio interno produz 0,70 ponto porcentual de inflação mais alta ou mais baixa ao longo de um tempo.
Quando roda seus computadores para definir o tamanho dos juros básicos para empurrar a inflação para dentro da meta, o Banco Central tem de avaliar qual o impacto do câmbio na formação dos preços da economia. No Relatório de Inflação do primeiro trimestre, editado em março, o Banco Central trabalhou com um câmbio médio, em 2013, de R$ 1,95 e projetara uma inflação para o ano de 5,7%. Na última Ata do Copom, já havia revisto esse número para R$ 2,05. De lá para cá, o câmbio deu uma esticada de 8,3% e ainda não se estabilizou, fator que complica as novas projeções.
Hoje sai nova edição do Relatório de Inflação em que se espera que o Banco Central organize com mais clareza todos esses números que, por sua vez, devem definir a dosagem da alta dos juros, que tende a ficar próxima dos 10% ao ano no final de 2013.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Inflacao: brinque com ela, ao seu proprio perigo - Eduardo Porter (NYT)

The New York Times, June 18, 2013

Making the Case for a Rise in Inflation


I was in Brazil in the early 1990s, when annual inflation topped 2,000 percent and Brazilians spent their entire paychecks as soon as they got them, buying a month’s worth of food and other supplies before their money lost most of its value. When I moved there a few years later, inflation had been “tamed” to some 16 percent. But you couldn’t buy oranges at the supermarket in packages of less than 20 pounds.
So I understand Paul Volcker’s impatience with those tempted to let inflation rip — at least a little bit — to spur economic growth.
“The implicit assumption behind that siren call must be that the inflation rate can be manipulated to reach economic objectives — up today, maybe a little more tomorrow, and then pulled back on command,” Mr. Volcker said in a speech at the Economic Club of New York a few weeks ago. “All experience amply demonstrates that inflation, when fairly and deliberately started, is hard to control and reverse.”
And yet despite Mr. Volcker’s enormous skepticism about the merits of inflation, a heretical thought that first surfaced as the economic crisis gripped the world five years ago is again gaining traction among experts: economic policy should be aiming for significantly higher inflation than the 1 to 2 percent annual rate that the United States economy is currently experiencing.
When Mr. Volcker took the helm of the Federal Reserve in 1979, inflation neared 12 percent — a catastrophe by American standards. He spent much of his eight-year tenure strangling the economy with high interest rates. By 1983 the unemployment rate surpassed 10 percent — a feat not replicated even in the latest recession. He was reviled by home builders and auto dealers, whose businesses depend on credit. Prominent members of Congressasked him to resign.
Mr. Volcker ultimately won his battle. In 1986 he brought inflation below 2 percent. That’s the pace that has since become the de facto definition of “price stability,” a target for central banks around the world. Among economic policy types, he is considered a hero.
But now mainstream economists like Kenneth Rogoff at Harvard are pressing the case that “a sustained burst of moderate inflation is not something to worry about.”
“On the contrary,” he wrote, “in most regions, it should be embraced.”
The prescription fits the worldview of some “monetarist” economists, who argue that the Fed should set a higher target for the nominal gross domestic product, to be met through real economic growth and inflation. Conservative pundits like Josh Barro of Business Insider have welcomed inflation as the right’s answer to fiscal stimulus — a way to juice the economy without increasing government spending.
But it is hardly a conservative idea. Paul Krugman, a Nobel laureate and liberal columnist for The New York Times, has been writing about the benefits of higher inflation, arguing that policy makers should be using any available tool — fiscal or monetary — to try to reduce an unemployment rate stubbornly stuck at more than 7.5 percent for over four years.
To be sure, economists agree that inflation is no panacea. Higher inflation does not produce more growth or lower unemployment over the long term. There is a fairly solid consensus that unstable, volatile prices depress growth by short-circuiting decisions to spend and invest. That is why central bankers work so hard to “anchor” inflation expectations to a number.
But economists have also come to understand that an economy can suffer from too little inflation as well. Janet Yellen, the Fed’s current vice chairwoman, convinced Alan Greenspan more than 15 years ago, when she was serving an earlier term on the Fed, that setting zero inflation as a target was a bad idea that would complicate the necessary adjustment of relative prices in the economy.
The experience of the Great Recession over the last five years has persuaded many economists, among them Olivier Blanchard, the chief economist at the International Monetary Fund, that a higher inflation target in good times would allow central banks to do more to fix things when the economy went bad.
With inflation anchored at 2 percent, real interest rates could fall no further than a negative 2 percent, hitting a floor when the nominal interest rate reached zero. If it had been anchored at 4 percent, real rates would have had further to go, providing a more robust boost to investment and spending.
These arguments apply to steady-state inflation in normal times. But with the economy still mired in the mud, and the odds of more fiscal stimulus near zero, economists like Mr. Rogoff and Gregory Mankiw of Harvard want to give the monetary screw another turn and have called on the Fed to engineer higher inflation now, aiming for maybe 4 percent or even 6 percent.
One main feature of inflation is that it reduces the real value of debt. Think of the $13 trillion in outstanding mortgages or the $12 trillion in government debt held by the public. Inflation would eat away at those obligations, without any need for bankruptcy lawyers. And it would leave more disposable income for Americans to spend.
Higher inflation in the United States would also weaken the dollar, helping exports. It would encourage people to spend now rather than sit on their cash.
And if the government engineered “monetary repression” to keep long-term interest rates below the economy’s nominal growth rate, effectively forcing banks to buy lots of government bonds, a few years’ worth of higher inflation could do wonders to reduce the public debt.
Mr. Rogoff points out that the case for higher inflation was stronger in 2008, when mortgage debt reached $14.5 trillion and debt service swallowed almost a fifth of households’ disposable income. Still, he notes, a solid case remains for faster-rising prices around the world.
Higher inflation in Germany, Europe’s juggernaut, would make it easier for the damaged economies that share the euro — like Greece, Portugal and Spain — to reduce their relative labor costs and increase their relative competitiveness.
Japan is finally giving higher prices a shot. In April, the new central bank governor, Haruhiko Kuroda, announced that he would pump huge amounts of yen into the economy to try to shake nearly two decades of stagnant, even falling, prices and raise inflation to 2 percent. While this would count as price stability by American standards, in Japan it amounts almost to runaway inflation. 
Yet for all the merits of the argument, the chances of the policy’s being more widely adopted are close to nil.
There is resistance from more than Mr. Volcker. Jeremy Stein, on the board of the Fed, has taken to worrying that the central bank’s loose monetary policy is already imperiling the financial system, stoking future bubbles as banks load up on risky assets to achieve their profit targets. Mark Gertler at New York University worries that long-term interest rates would simply follow inflation up — negating much of its benefit.
The Fed chairman, Ben Bernanke, told Congress last month that the central bank might soon move in the opposite direction, tightening monetary policy by cutting back on its program of bond purchases, which today total $85 billion a month.
And here’s the best reason to be skeptical: even if the Fed wanted to engineer higher prices, it is far from obvious how it would do that.
The Fed is not just buying bonds. It is also keeping short-term interest rates at zero. And it promised to keep pushing the economy at least until the unemployment rate fell below 6.5 percent or inflation surpassed 2.5 percent.
And yet, inflation is going the other way. The economy is even flirting with deflation. The bigger risk in the United States is not that our money will buy fewer oranges tomorrow. It’s that it will buy more.

E-mail: eporter@nytimes.com; Twitter: @portereduardo

The Rising Cost of Living in Brazil

Brazilians have seen the cost of many components of urban life rise at rates that surpass inflation generally. Expenses like private education and health care are common for many who are concerned with the quality of the public services.
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