O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Petrobras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Petrobras. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de março de 2024

Os impactos desastrosos da interferência do governo na Petrobras e na Vale - Juliana Machado e Pedro Gil (Veja)


Os impactos desastrosos da interferência do governo na Petrobras e na Vale

Gestão Lula mexe na distribuição de dividendos da petroleira e embaralha a sucessão do presidente da Vale. Péssimo para as empresas, pior para o Brasil

Por Juliana Machado e Pedro Gil

Veja, 16 março 2024


Poucas empresas na história do Brasil, talvez nenhuma, foram tão maltratadas pelos governantes de ocasião quanto a Petrobras. Desde a sua criação, em 1953, pelo presidente Getúlio Vargas, a petrolífera tem sido alvo de pressões políticas que frequentemente determinam os caminhos que ela deverá seguir. Foi assim com o próprio Getúlio, que inventou a campanha “o petróleo é nosso”, e com os governos militares, que fizeram a estatal trabalhar a favor do slogan “Brasil grande”. Os governos petistas, contudo, têm especial predileção por mexer com a companhia. Nos dois primeiros mandatos do presidente Lula e na gestão Dilma, o esquema conhecido como petrolão custou aos cofres da Petrobras, segundo investigação da Polícia Federal, prejuízos estimados em 43 bilhões de reais. Apesar das péssimas experiências no passado, o PT decidiu novamente usar a empresa como instrumento político — com impactos econômicos, mais uma vez, desastrosos.

Há alguns dias, a estatal anunciou, em conjunto com a apresentação do balanço do quarto trimestre, que não pagará dividendos extraordinários aos acionistas, ou seja, não distribuirá recursos acima do mínimo estabelecido no seu estatuto social. A decisão tomada pelo conselho de administração atendeu a um pedido do presidente Lula e contrariou avaliações técnicas feitas por boa parte dos diretores e conselheiros da empresa, incluindo o seu próprio presidente, Jean Paul Prates. A inapropriada ingerência de Lula fez a Petrobras perder, em apenas um dia, 56 bilhões de reais em valor de mercado em razão da queda de 10% do valor de suas ações na bolsa de valores. “A Petrobras faz política social ao pagar impostos e royalties e ao gerar empregos e investimentos”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura “Agora, o governo quer voltar ao passado com uma política que nunca deu certo.”

image010.jpg

O argumento de Lula para cortar o pagamento de dividendos é que os recursos que seriam distribuídos aos acionistas voltarão ao Brasil na forma de investimentos feitos pela Petrobras. Trata-se de uma visão torta — os gestores da empresa, e não o presidente da República, deveriam estabelecer o destino do dinheiro e a partir de critérios meramente técnicos. Note-se também que o próprio governo federal sai perdendo. “O governo está tentando aumentar a arrecadação, mas nega receber os dividendos da empresa que poderiam ser usados para ajudar a fechar as contas do país”, disse a VEJA Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras. “É uma decisão irracional.” Castello Branco conhece bem a mão pesada dos políticos. Ele foi demitido do comando da companhia pelo então presidente Jair Bolsonaro, que o instava a reduzir o preço dos combustíveis. O executivo resistiu quanto pôde. “Essas pressões prejudicam o ambiente de negócios e afugentam investidores”, afirma. “Iniciativas intervencionistas são perniciosas para a avaliação de riscos.”

O cenário de ingerência não está restrito à petrolífera. A Vale, outra empresa estratégica para os políticos, também tem sofrido com o barulho provocado por Lula, que tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega no comando da companhia e com suas atitudes tem embaralhado o processo sucessório do atual presidente, Eduardo Bartolomeo. No caso da Vale, as investidas de Lula são ainda mais chocantes. Trata-se de uma empresa de controle privado, que não deveria dar satisfação aos palpiteiros de Brasília. Lula, de fato, tem provocado estragos com seu jeito peculiar de fazer política. Em carta de renúncia apresentada aos colegas, o conselheiro independente da Vale José Luciano Penido afirmou que a transição na mineradora vem sendo conduzida “de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.

Sob os ruídos políticos, e mais queda de preço do minério de ferro, a Vale recentemente viu evaporar 69 bilhões de reais em valor de mercado desde a cotação mais alta de suas ações. Ou seja, quem tem recurso investido na empresa perdeu dinheiro. “Minha impressão é que incomoda ao Penido não só a intervenção do governo, mas os interesses de cada um dos acionistas que têm representantes no conselho e olham para si próprios e para suas empresas, como é o caso de Cosan, Bradespar e Mitsui”, afirma um gestor de ações de uma grande casa. “É uma empresa disfuncional no modelo de governança.”

Não é difícil ver os impactos danosos das ingerências políticas em empresas que deveriam caminhar com as próprias pernas. Como gigantes da bolsa, ao ser abaladas, Petrobras e Vale acabam afastando investidores locais e estrangeiros e contaminando, assim, todo o mercado — juntas, suas ações representam 24% do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores. Para ter ideia, em 2024 o indicador está no campo negativo, enquanto as bolsas nos Estados Unidos, Europa e Japão alcançaram recentemente as suas máximas históricas. Outro dado alarmante é a debandada de investidores estrangeiros da bolsa brasileira, que deveria atrair capital de risco. Em 2024, eles já sacaram 21 bilhões de reais da B3 — e o ano mal começou. Para efeito de comparação, a bolsa registrou em 2023 captação positiva de 56 bilhões de reais.

image011.jpg

 

image012.jpg

A desvalorização das ações das empresas e a consequente perda de bilhões de dólares em valor de mercado afetam as suas capacidades de competir com rivais estrangeiros. No caso da Petrobras, a ação já é historicamente negociada com um nível de “desconto” maior em relação a pares globais, incorporando os riscos de uma companhia com controle compartilhado com o governo. Nos últimos dias, os problemas dessa mistura ficaram evidentes. Enquanto os governantes teimarem em achar que grandes empresas existem para servir aos seus interesses políticos, o mundo corporativo brasileiro e o desenvolvimento do país estarão ameaçados.

 

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

O que é o “novo pré-sal” e por que a Petrobras aposta tanto nele - Célio Yano (Gazeta do Povo)

O  que é o “novo pré-sal” e por que a Petrobras aposta tanto nele

Por Célio Yano

Gazeta do Povo, 19/02/2023 14:10

A Petrobras pretende iniciar em breve a exploração de petróleo em uma fronteira, a chamada Margem Equatorial. Apelidada de “novo pré-sal”, a região abrange uma extensa faixa da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte, e deve receber 49% dos investimentos em exploração da companhia até 2027.

Embora a exploração não deva se dar necessariamente sob uma camada de sal, a região recebeu o apelido em razão do potencial de fornecimento de petróleo e gás natural, corroborado por reservas encontradas em territórios vizinhos, de mesmo contexto geológico, nos últimos anos.

Somente a ExxonMobil já soma, desde 2015, mais de 25 descobertas de hidrocarbonetos no mar territorial da Guiana, cinco apenas em 2022. Na área offshore do Suriname, a TotalEnergies e a Apache anunciaram a descoberta de seis reservas significativas no chamado bloco 58 desde janeiro de 2020.

Além disso, descobertas nas bacias da chamada Margem Conjugada Africana, que guarda similaridade geológica com a Margem Equatorial brasileira, aumentam as expectativas para a exploração e produção de óleo e gás na região, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“A Margem Equatorial é considerada uma área estratégica para a Petrobras e uma fronteira exploratória promissora em águas ultraprofundas. As descobertas recentes feitas por outras empresas em regiões vizinhas a essa fronteira (offshore das Guianas e do Suriname) corroboram esse potencial”, diz a Petrobras, em nota.

Em seu primeira declaração após ser empossado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates defendeu a ampliação das fronteiras exploratórias de óleo e gás pela companhia, incluindo “toda a costa da margem equatorial, essa nova e promissora fronteira exploratória e onde também há um forte potencial para energias renováveis”.

Para dar início aos trabalhos, a companhia aguarda a emissão de uma licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Como parte desse plano, a Petrobras já recebeu autorização ambiental do governo do Pará para um "simulado de vazamento" na bacia da foz do Amazonas.

Assim que obtida a licença do Ibama, a primeira perfuração será a 160 quilômetros da costa, em águas ultra profundas (2,8 mil metros de profundidade), em região pertencente ao estado do Amapá, na bacia da Foz do Amazonas.

Os blocos da bacia foram os mais disputados na 11.ª rodada de licitações de petróleo e gás da ANP, realizada em maio de 2013, e acabaram arrematados por um consórcio formado por TotalEnergies (40%), Petrobras (30%) e BP (30%).

A dificuldade na obtenção do licenciamento ambiental e a opção por investir em energias limpas fez com que as multinacionais desistissem da operação em 2020 e 2021, respectivamente. Ambientalistas criticam a exploração na região por considerarem que a atividade coloca em risco a biodiversidade local.

Em maio de 2022, a Petrobras recebeu uma autorização do Ibama para a avaliação pré-operacional como condição para a licença para exploração. “Estamos preparados para nossa jornada na Margem Equatorial empregando todo o conhecimento operacional da Petrobras e as tecnologias necessárias para a preservação e manutenção das características físicas e biológicas do ambiente. Em paralelo, desenvolveremos projetos socioeconômicos positivos para a região, com foco no cuidado ambiental”, informou a empresa à Gazeta do Povo.

Segundo a companhia, as atividades de perfuração serão monitoradas e acompanhadas 24 horas por dia por meio de equipamentos e equipes técnicas especializadas. “Como forma de garantir a segurança das atividades, serão realizadas inspeções planejadas de sistemas e equipamentos, programas de manutenção preventiva e corretiva, treinamentos, simulados de emergência, vistorias e auditorias”, afirma.

A Petrobras trata os projetos da Margem Equatorial como “a nova geração de projetos de óleo e gás”, porque buscariam sinergia com novas fontes renováveis e de baixo carbono nas áreas em que a empresa atua.

Até 2027, a estatal planeja investir ao menos US$ 2,94 bilhões em atividades de exploração da Margem Equatorial, com previsão de perfuração de 16 poços, de acordo com o plano estratégico da empresa para o próximo quadriênio. Segundo a companhia, a abertura de novas frentes exploratórias dependerá da obtenção das licenças ambientais correspondentes.

Hoje, a maior parte da produção da Petrobras advém da camada do pré-sal. No 3º trimestre de 2022, foram produzidos em média 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia, dos quais 1,94 milhão – ou 73% – vieram da fronteira exploratória.

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/o-que-e-novo-pre-sal-e-por-que-petrobras-aposta-tanto-nele/

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Petrobras aprova Plano Estratégico 2023-2027: o PT vai ousar mudar o plano estratégico recém aprovado?

O PT vai ousar mudar o Plano Estratégico da Petrobras que vai além do mandato de sua majestade Lula III? 

Petrobras aprova Plano Estratégico 2023-2027

 

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2022 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada hoje, o Plano Estratégico para o quinquênio 2023-2027 (PE 2023-27).

A Petrobras ao longo de 2022 entregou uma performance operacional e financeira em linha com o compromisso de gerar valor para a sociedade e para os acionistas e em plena aderência ao Plano Estratégico 2022-2026, mostrando a resiliência e solidez da Companhia, e aumentando, dessa forma, o grau de confiança na consecução de suas metas.

Do ponto de vista operacional, nos nove primeiros meses de 2022, a Companhia manteve uma sólida performance entregando avanços significativos nas suas operações.  

Sob a ótica financeira, a Companhia seguiu na sua trajetória de entrega de resultados consistentes e sustentáveis. A estrutura de capital foi mantida em nível saudável e o caixa atingiu um patamar mais compatível com as suas necessidades financeiras. A Companhia entregou sólidos resultados financeiros, alcançando a primeira e a segunda maior marca trimestral de EBITDA e fluxo de caixa operacional de sua história, no segundo e terceiro trimestres de 2022, respectivamente. A geração de caixa operacional associada ao endividamento estável e controlado e às perspectivas de sólida liquidez permitiram à Petrobras declarar R$ 13,80 por ação ordinária e preferencial em remuneração ao acionista em 2022. Importante destacar que a sociedade brasileira recebe cerca de 37% desse total, a maior parcela individual, além de ser beneficiada pelo pagamento de impostos, que alcançaram recorde para os primeiros nove meses do ano de R$ 222 bilhões.

Nesse contexto, o novo PE 2023-27 foi elaborado preservando a visão, os valores e o propósito da Companhia. As estratégias foram mantidas, com exceção daquelas relacionadas às temáticas Ambiental, Social e Governança (ASG) e Inovação, que foram aprimoradas.

Com a visão de “Ser a melhor empresa de energia na geração de valor, com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente”, a Petrobras preserva no PE 2023-27 seus valores:

  1. Respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente;
  2. Ética e transparência;
  3. Superação e confiança; e
  4. Orientação ao mercado e Resultado

Além disso, a companhia mantém seu propósito de “Prover energia que assegure prosperidade de forma ética, segura e competitiva”.

O PE 2023-27  propõe um conjunto de estratégias que visam uma contribuição efetiva da Petrobras para um futuro próspero e sustentável, como por exemplo: (i) entregar resultados sustentáveis para uma sociedade em transição, ao atuar nos negócios com responsabilidade social e ambiental, segurança, integridade e transparência, fortalecendo o seu posicionamento em baixo carbono; (ii) maximizar o valor do portfólio, com foco em ativos de águas profundas e ultraprofundas; (iii) agregar valor ao parque de refino, com processos mais eficientes e novos produtos; (iv) fortalecer a integração das atividades de comercialização e logística; e (v) inovar para gerar valor nos negócios, de hoje e do futuro, e atingir os objetivos em descarbonização.

De maneira a garantir o alinhamento dos incentivos para o atingimento das metas corporativas, o PE 2023-27 reafirma as quatro métricas de topo do plano passado, que são:

  • Indicador de atendimento às metas de emissões de gases de efeito estufa (IAGEE) de Exploração e Produção e de Refino;
  • Volume vazado de óleo e derivados (VAZO);
  • Delta do EVA® Petrobras; e
  • Taxa de Acidentados Registráveis (TAR).

As três primeiras métricas impactam diretamente a remuneração variável dos executivos e de todos os empregados da companhia.

A Petrobras reafirma no PE 2023-27 a ambição de zero fatalidade e zero vazamento. O seu compromisso com a vida é um valor inegociável e a sua reconhecida cultura pela segurança segue sendo reforçada todos os dias para fortalecer a segurança operacional e das pessoas.

As métricas IAGEE e VAZO estão alinhadas aos compromissos de baixo carbono e sustentabilidade ambiental do PE 2023-27, enquanto o indicador Delta EVA® representa uma medida de geração de valor econômico.

O PE 2023-27 consolida a Petrobras como a maior investidora do país e inclui todos os projetos que apresentaram viabilidade econômica segundo os critérios de governança e aprovação da empresa, não havendo qualquer represamento de projetos por restrição orçamentária.

Os investimentos (CAPEX) previstos para o período 2023-2027 são de US$ 78 bilhões, 15% superiores ao plano passado, e está no mesmo patamar que a média dos pares da indústria. Esse montante é superior à média dos últimos seis planos estratégicos, que foi de US$ 72 bilhões, e sinaliza que os investimentos voltaram ao patamar pré-covid. O CAPEX do segmento de Exploração e Produção (E&P) é 83% do total, seguido pelo Refino, Gás e Energia com 12%, Comercialização e Logística com 2%, e 3% no Corporativo. Cabe destacar que além desses US$ 78 bilhões, a Companhia alocará ainda cerca de US$ 20 bilhões em afretamentos de novas plataformas, totalizando assim quase US$ 100 bilhões de recursos em projetos. Essa alocação está aderente ao foco estratégico de atividades em Exploração e Produção, nas quais a Petrobras tem vantagem competitiva e maior retorno.

O CAPEX total do E&P é de US$ 64 bilhões, com cerca de 67% destinados para o pré-sal. O plano destaca ainda que os projetos de E&P mantêm a premissa de dupla resiliência – econômica e ambiental: viáveis a cenários de baixos preços de petróleo no longo prazo (Brent de US$ 35 por barril) e com baixo carbono (compromisso de intensidade de carbono no portfólio de E&P de até 15 KgCO2e por barril de óleo equivalente até 2030).

Com o objetivo de buscar novas fronteiras de óleo e gás, incluindo oportunidades em gás não associado, o plano considera investimento total em exploração de US$ 6,0 bilhões, sendo aproximadamente 50% na Margem Equatorial.

O CAPEX total da área de Refino e Gás Natural totaliza US$ 9,2 bilhões com cerca de 50% dos recursos aplicados na expansão e aumento da qualidade e eficiência do refino. A Petrobras segue assim focando na eficiência operacional e energética de suas unidades de refino e em produtos de maior qualidade e com menor pegada de carbono, com destaque para os investimentos em biorrefino. O plano prevê investimentos em oito novas unidades de processamento, além de seis obras de adequações de grande porte em unidades já existentes. Com esses projetos concluídos, prevê-se aumento de capacidade de processamento e conversão do refino da Petrobras em 154 mil de barris por dia (bpd) e a capacidade de produção de Diesel S-10 será ampliada em mais de 300 mil bpd. Na área de Gás e Energia, o PE 2023-27 destaca a continuidade da estratégia de comercialização do gás próprio, com ações comerciais alinhadas aos aumentos de capacidade, resultantes dos investimentos em expansão da infraestrutura e da oferta própria de gás natural.

No quinquênio 2023-2027, a área de Comercialização e Logística intensificará a sua atuação em mercados estratégicos no Brasil, ao mesmo tempo em que seguirá expandindo e fortalecendo sua atuação no mercado externo com a captação de novos clientes e permanente busca das melhores oportunidades de valorização de seus petróleos e produtos.  Outro foco da área é a otimização da infraestrutura logística com a remoção de gargalos no escoamento de produtos e petróleos, otimização de estoques e redução nos índices de emissões da frota. O CAPEX da área previsto no plano é de US$ 1,6 bilhão.

Importante destacar que os investimentos do PE 2023-27 incluem o montante de US$ 4,4 bilhões (6% do CAPEX total) em projetos direcionados a iniciativas em baixo carbono da Companhia.

01.png

O PE 2023-27 mantém uma gestão de portfólio ativa, com expectativa de desinvestimentos entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões no quinquênio, o que contribuirá para melhorar a eficiência operacional, o retorno sobre o capital e a geração de caixa adicional para realização de novos investimentos mais aderentes à estratégia da Companhia. A gestão ativa permite focar nos ativos que têm potencial para elevar o retorno esperado do seu portfólio de forma sustentável e/ou reduzir os riscos percebidos pela Petrobras.

Produção de óleo, LGN e gás natural

A curva de produção de óleo e gás projetada para o período 2023-2027 indica um crescimento contínuo, mesmo considerando os desinvestimentos, explicado pela entrada de novos sistemas de produção e de projetos complementares.

Em linha com o foco estratégico da Companhia, as atividades de Exploração e Produção estão concentradas em águas profundas e ultraprofundas no Brasil. A produção do pré-sal representará 78% do total da companhia no final do quinquênio.

A curva de produção considera a entrada de 18 novas plataformas (FPSOs) no período 2023-2027, sendo 11 afretadas, 6 próprias e 1 não operada.

A meta de produção para 2023 foi mantida em 2,1 milhões de barris de óleo por dia, com uma variação de 4% para mais ou para menos, considerando os ajustes do Acordo de Coparticipação de Sépia e Atapu, que reduziram 0,1 milhão de boed em relação ao plano passado.  A meta de produção total para 2023, incluindo petróleo e gás natural, também foi mantida em 2,6 milhões de boed, considerando variação de 4% para mais ou para menos.

A projeção de produção de óleo para 2024 e 2025 foi reduzida em aproximadamente 0,1 milhão de bpd, na comparação com o plano passado, por ajuste no cronograma de interligação de poços.

Todas as projeções de produção total e comercial foram mantidas para o horizonte do PE 2023-27.

imagem02.png

O programa RES20 apresenta entregas consistentes ao longo do ano, apoiado em seus três pilares: (i) intensa campanha de aquisição sísmica, (ii) planos diretores por ativo e (iii) melhores modelos de reservatórios. O referido programa terá prosseguimento, porém a divulgação de suas projeções ao mercado será descontinuada em alinhamento ao praticado por seus pares.

ASG – Ambiental, Social e Governança

O PE 2023-27 integrou os elementos ASG em uma única visão, sintetizando a posição da Companhia sobre o assunto, conforme a mandala abaixo. Esta mandala ASG direciona o planejamento e o engajamento com os stakeholders e está alinhada aos elementos e objetivos estratégicos da Companhia. São destacadas quatro ideias-força: (i) reduzir a pegada de carbono; (ii) proteger o meio-ambiente; (iii) cuidar das pessoas; e (iv) atuar com integridade.  Para cada uma dessas ideias-força foi identificado um conjunto de temas relevantes que suportam e direcionam as nossas ações, projetos, programas e compromissos relacionados.

Imagem3.png 

Os compromissos relacionados a cada uma das quatro ideias-força da mandala foram consolidados em uma lista única, alinhada ao conceito de ASG integrado:

imagem4.png

imagem5.png

No PE 2023-27, estão planejados investimentos de US$ 4,4 bilhões para iniciativas de baixo carbono da Companhia: (i) US$ 3,7 bilhões aplicados em projetos que contribuem para as iniciativas de descarbonização das operações (escopos 1 e 2); (ii) US$ 0,6 bilhão em iniciativas de biorrefino (diesel renovável e bioquerosene de aviação); e (iii) US$ 0,1 bilhão em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para novas competências.

Com o objetivo de apoiar a trajetória de neutralidade de emissões foi reforçado no PE 2023-27 o Programa Petrobras Carbono Neutro e o Fundo de Descarbonização, que tem o objetivo de financiar as soluções de descarbonização que reduzam as emissões com o menor custo e maior impacto em mitigação de carbono. O orçamento do Fundo no PE 2023-27 é de US$ 600 milhões, representando um crescimento significativo em relação ao plano passado, que era de US$ 248 milhões.

Avançando nas iniciativas voltadas para a diversificação rentável, o PE 2023-27 traz como novidade os negócios que foram indicados por uma análise multicritério, dentre vários estudados, como os mais adequados para a Companhia. Foi indicado o aprofundamento de estudos nos novos negócios de eólicas offshore, hidrogênio e captura de carbono, além da continuidade da atuação em biorrefino.

Cabe destacar ainda que a Companhia está implementando uma política de reciclagem verde para plataformas em descomissionamento, alinhada com as melhores práticas ASG disponíveis no mercado.

 Financiabilidade

As principais premissas para a financiabilidade do PE 2023-27 são:

  1. Preços competitivos, alinhados ao mercado internacional;
  2. O caixa de referência definido no plano estratégico é de US$ 8 bilhões. Esse valor é superior ao caixa mínimo da Companhia, que atualmente é de US$ 5 bilhões;
  3. Dividendos conforme Política de Remuneração aos Acionistas vigente;
  4. Intervalo de referência da dívida bruta de US$ 50 bilhões a US$ 65 bilhões; e
  5. Gestão da dívida: alongamento da dívida e manutenção em torno de US$ 55 bilhões.

 O Brent médio do quinquênio do PE 2023-27 é de US$ 75/bbl e a taxa de câmbio média para o mesmo período é de R$ 5/US$.

É importante ressaltar que o PE 2023-27 é autofinanciável para os próximos 5 anos, sendo que aproximadamente 52% da sua geração de caixa líquida retornará para a sociedade.

Imagem6.png 

O PE 2023-27 demonstra o compromisso da Petrobras de ser uma companhia focada na geração de valor, com capacidade de investir, gerar empregos, pagar tributos e distribuir os seus ganhos para a sociedade e seus acionistas. A companhia segue a trajetória de ser uma empresa cada vez mais saudável, sólida e resiliente, contribuindo para a geração de energia confiável e eficiente e para um mundo ambientalmente sustentável.

.

 

 


Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRAS - Relações com Investidores 
Av. Henrique Valladares, 28 - 19º andar - Torre A
CEP 20031-030 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Tel: +55 (21)  3224-1510/9947 | 0800-282-1540 
E-mail: petroinvest@petrobras.com.br | acionistas@petrobras.com.br   
Website de RI   


Este documento pode conter previsões, Segundo o significado da Seção 27ª da Lei de Valores Mobiliários de 1933, conforme alterada (Lei de Valores Mobiliários) e Seção 21E da lei de Negociação de Valores Mobiliários de 1934, conforme alterada (Lei de Negociação) que refletem apenas expectativas dos administradores da Companhia. Os termos "antecipa", "acredita", "espera", "prevê", "pretende", "planeja", "proteja", "objetiva", "deverá", bem como outros termos similares , visam a identificar tais previsões , as quais, evidentemente , envolvem riscos ou incertezas previstos ou não pela Companhia. Portanto, os resultados futuros das operações da Companhia podem diferir das atuais expectativas e o leitor não deve se basear exclusivamente nas informações aqui contidas.

Você está recebendo este e-mail porque está registrado para receber nossas informações.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Petrolão: Petrobras recupera mais de 6 bilhões dos recursos roubados

 Petrobras sobre acordos de leniência

 

Rio de Janeiro, 01 de novembro de 2022 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que recebeu, ao longo do último trimestre, a devolução de cerca de R$ 439 milhões, recuperados por meio de acordos de leniência das empresas Camargo Corrêa,  Novonor S.A. (anteriormente denominada Odebrecht S.A.) e SBM, bem como acordo de colaboração do Pedro Barusco.

Com essas devoluções, o total de recursos transferidos para os cofres da Petrobras (incluindo subsidiárias), em decorrência de acordos de colaboração, leniência e repatriações, ultrapassou o montante de R$ 6,7 bilhões.

A Camargo Corrêa devolveu, no mês de outubro, R$ 235,6 milhões à Petrobras e outros R$ 6,9 milhões à Transpetro, subsidiária da Companhia e contemplada no mesmo acordo de leniência, além de R$ 88 milhões já recebidos anteriormente, que representam algumas das parcelas do montante total a ser devolvido.

A Novonor S.A., por sua vez, pagou R$ 71,3 milhões para a Petrobras e outros R$ 728 mil para Transpetro, que representam parte do montante total a ser devolvido, que deverá ser pago por meio de 22 (vinte e duas) parcelas anuais.

Os acordos de leniência da Camargo Corrêa e da Novonor foram celebrados com o Ministério Público Federal (MPF), bem como com a Controladoria Geral da União (CGU) e Advocacia Geral da União (AGU). 

A SBM devolveu, para a Petrobras, R$ 113,7 milhões entre agosto e outubro de 2022. Aproximadamente R$ 48,7 milhões foram pagos diretamente à Companhia e outros R$ 64,9 milhões foram abatidos de pagamentos devidos pela Petrobras à SBM em decorrência de contratos vigentes de afretamento de plataformas e prestação de serviços. O acordo de leniência da SBM foi celebrado em 2018 com a Petrobras, além da CGU e da AGU. Excetuados os valores ressarcidos nesse último trimestre, aproximadamente R$ 1,1 bilhão já foram devolvidos pela SBM à Petrobras em decorrência da celebração do acordo.

Os ressarcimentos decorrem da condição de vítima da Petrobras nos crimes investigados no âmbito da Operação Lava Jato. A Companhia tem adotado as medidas cabíveis em busca do adequado ressarcimento dos prejuízos que lhe foram causados. A Petrobras atua como coautora do Ministério Público Federal e da União Federal em 32 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 90 ações penais relacionadas aos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato.

 


Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRAS - Relações com Investidores

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Petrobras continua a enfrentar processos, em cortes americanas, e ter enormes prejuízos por causa do Petrolão do PT

 Leiam com bastante atenção a nota abaixo, da Petrobras, sobre mais um dos processos intentados contra ela no mercado americano, por causa das perdas incorridas por investidores americanos numa das empresas inventadas pelos companheiros do PT para roubar ainda mais dinheiro de acionistas e investidores em geral. 

Para quem não se lembra a Sete Brasil foi uma das empresas criadas pelos companheiros especificamente para roubar, a despeito de ter como objetivo nominal a construção de plataformas de exploração de petróleo off shore.

As imensas perdas e prejuízos acarretados pela sanha de roubar do PT, e de seus chefões mafiosos já causaram prejuízos gigantescos ao Brasil, que continuam a se desenrolar em cortes americanas, já que as nossas parecem não servir para absolutamente nada.

Paulo Roberto de Almeida

Petrobras sobre ação da EIG Energy

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2022 - A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em continuidade ao comunicado de 31 de março de 2017, informa que, em 08 de agosto de 2022, o juiz do Tribunal Distrital de Colúmbia, Estados Unidos, proferiu decisão em ação que EIG Energy Fund XIV, L.P. e outros (EIG) ajuizaram em face da Petrobras, relacionada ao seu investimento na Sete Brasil Participações S.A..

O juiz acolheu o pleito dos autores quanto à responsabilidade da Petrobras pelas alegações formuladas, mas negou o pedido dos autores de julgamento antecipado (motion for summary judgment) com relação a danos e qualquer concessão de indenização estará sujeita à comprovação de danos pela EIG em audiência de julgamento. Na mesma decisão, o juiz negou o pedido da Petrobras de julgamento antecipado e adiou decisão sobre duas questões procedimentais.

Essa decisão é recorrível. 

A Petrobras reitera que seguirá se defendendo vigorosamente no processo e reafirma a sua condição de vítima das atividades ilícitas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato, conforme reconhecido por todas as instâncias do Judiciário brasileiro.


sexta-feira, 1 de abril de 2022

VEJA, sobre a história da Petrobras

Enviado pelo Mauricio Lima

Diretor de Redação de Veja 

A HISTÓRIA 
SE REPETE
legenda

GIGANTE CORPORATIVO avaliado em quase 90 bilhões de dólares, a Petrobras é uma empresa peculiar sob vários aspectos. Apesar de ter como seu principal controlador o governo brasileiro, trata-se de uma companhia de capital aberto e ações negociadas em bolsa, num regime misto, com milhões de acionistas no Brasil e no exterior. Sua mais recente estratégia de negócios alinha a política de preços às cotações do petróleo no exterior, uma forma de garantir a própria sobrevivência, bem como evitar riscos de desabastecimento no mercado nacional, que ainda depende de 30% de importação do produto e seus derivados. Infelizmente, desde sua criação, em 1953, por Getúlio Vargas, ela sempre foi alvo da ingerência dos governantes, como aconteceu durante a gestão petista, quando acabou engolfada no escândalo do chamado petrolão.

Nas últimas semanas, tal roteiro de interferência governamental novamente se repetiu. O aumento no preço internacional dos combustíveis a partir da crise deflagrada na guerra da Ucrânia levou o governo a pôr a Petrobras na mira do presidente da República, Jair Bolsonaro. Preocupado com os reflexos que a política de preços da empresa possa ter no humor do eleitorado às vésperas da eleição, ele adotou, em um primeiro momento, um discurso hostil em relação à companhia e seus dirigentes, responsabilizando-os diretamente pelo alto custo da gasolina, do gás de cozinha e do diesel. Em um segundo passo mais radical, abandonou as ameaças e vitupérios disparados em suas lives para encampar a intervenção explícita na empresa, ao anunciar a demissão de seu presidente, o general Joaquim da Silva e Luna, depois de uma constrangedora fritura pública.

Nomeado pelo próprio Bolsonaro há um ano para substituir Roberto Castello Branco, que ocupava o cargo desde o início do governo, Silva e Luna havia presidido a Itaipu Binacional e suportou com disciplina militar os ataques do presidente. Na semana passada, logo depois da confirmação de sua saída, ele falou a respeito do assunto em entrevista exclusiva a VEJA. Em tom emocionado, o general detalhou os episódios em que Bolsonaro tentou influenciar os rumos da empresa e impor medidas temerárias — todas refutadas. Tal zelo com a governança corporativa, contudo, acabou levando ao seu desligamento.

Em obediência aos ritos que regem a Petrobras, seu novo número 1 só deve ser empossado no dia 13 de abril, quando ocorre a próxima reunião do conselho. O economista Adriano Pires, 64 anos, é o indicado do governo ao posto e deve tornar-se o quadragésimo presidente da petroleira. Respeitado por suas posições equilibradas e alinhadas aos princípios liberais, Pires foi bem-aceito pelo mercado. Tomara que em sua gestão à frente do colosso petrolífero ele tenha mais sorte (e tranquilidade) que seu antecessor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Bolívia: nacionalização dos hidrocarburos em 2006; Minha postura sobre questões colocadas - Paulo Roberto de Almeida

 Em 2006, recebi muitos questionamentos e dúvidas de amigos e conhecidos sobre a decisão da Bolívia, tentando justificar a POSIÇÃO INDEFENSÁVEL do governo Lula na questão. Respondi à maior parte delas bilateralmente, mas postei, em 10 de maio de 2006, minhas respostas a algumas dessas questões, como se pode verificar na postagem abaixo de meu blog "Textos PRA":

quarta-feira, maio 10, 2006

http://textospra.blogspot.com/2006/05/79-ainda-o-problema-boliviano.html

79) Ainda o problema boliviano... 

(...)

Vou tentar responder às suas questões, que creio interessam a todo mundo, no Brasil, ainda que elas não tenham sido bem formuladas.

 

MD: (1) Para começar a entender as posições bolivianas: Preço do barril do petróleo no mercado internacional: US$ 75; Quanto a Petrobrás estava pagando pelo gás boliviano: US$ 35 (em equivalente ao barril de petróleo) Diferença (75-35): US$40


PRA: Esse tipo de comparação não faz o menor sentido, pois compara o preço no mercado spot de uma commodity, sendo oferecida regularmente e livremente no mercado internacional, com o preço de uma "mercadoria", que está enterrada na Bolívia, que precisa ser retirada por alguém, oferecida e comprada, ou seja, não se trata de uma commodity oferecida livremente num mercado aberto.

O gás boliviano só "existe" por força de acordos governamentais Brasil-Bolívia, e de investimentos maciços da Petrobrás. Se isso não for colocado na equação, não se pode discutir mais nada. Seria como se oferecêssemos hipotéticas "fabulosas reservas de ouro" para quem quiser vir ao Brasil prospectar por sua própria conta e depois quiséssemos fixar o preço internacional do ouro como critério de referência para cobrar do extrator.

Ou seja, esse alinhamento de preços NÃO FAZ QUALQUER SENTIDO.

 

MD: Cinco pontos interessantes para a abordagem do problema:

(a) o que faria você, se fosse o presidente da Bolívia, em termos da renegociação do preço do gás nos contratos com a Petrobrás (e outras

empresas)?


PRA: Eu diria ao meu ministro de energia ou de hidrocarbonetos para ir discutir com a Petrobrás a questão dos preços de referência, com base na valorização do preço da energia. Isso seria a única postura correta a ser adotada, ou seja, exigir da Petrobrás um sobrepreço, em função de novas ocorrências no mercado internacional de energia. A Petrobrás poderia aceitar algum reajuste (o que aliás já deve estar previsto nos contratos), ou então dizer o seguinte: a esses valores pedidos, eu prefiro explorar o meu gás da Amazônia ou de Santos, e vamos então negociar um término programado da exploração na Bolívia.

 

(b) como é que uma empresa como a Petrobrás, que chega a dominar quase a metade do PIB boliviano, se mete em uma aventura destas sem sequer realizar um seguro de risco político? Pode?


PRA: Não há risco político para esse tipo de negócio, pois seria difícil estimar e seria de toda forma muito caro. A única forma de diminuir a insegurança seria através de um APPI, um acordo de promoção e de proteção recíproca de investimentos, coisa que o Brasil assinou (o então ministro de Itamar, Celso Amorim) com 15 países desenvolvidos, com o Mercosul e outros países em desenvolvimento (inclusive Cuba, a pedido dela, suplicando por investimentos brasileiros na ilha), mas que o PT na oposição e agora no governo jamais aceitou, por ingenuidade ou estupidez, e agora estamos pagando o preço pela imprevidência.

 

(c) eventuais perdas da Petrobrás devem ser debitadas à irresponsabilidade do Evo Morales ou à irresponsabilidade e imprevidência da diretoria da Petrobrás?


PRA: De responsabilidade total da Bolívia. A Petrobrás relutou muito em se engajar nesse negócio, que só saiu por decisão política dos governos anteriores de realizar essa integração física energética, que diga-se de passagem, faz todo o sentido geopolítico, econômico e técnico. Só a loucura dos homens poderia atrapalhar. Na AL, a lei de Murphy funciona perfeitamente...

 

(d) qual o setor da Petrobrás que é responsável pelo acompanhamento dos riscos políticos das operações externas? Como foi a atuação deste setor na previsão da crise?


PRA: Não importa esse tipo de julgamento, quando você tem garantias políticas dadas por acordos governamentais feitas entre dois países soberanos. O mínimo que se pode esperar é que contratos sejam honrados, e que acordos sejam respeitados. Não foi isso que tivemos da parte da Bolívia e a responsabilidade é inteiramente dela.

 

(e) em que se diferencia o posicionamento do marxista-candomblerista Sérgio Gabrielli com relação à Bolívia do de um petroleiro texano associado ao clã Bush?


PRA: Pergunta totalmente sem sentido, que não possui o mínimo de lógica argumentativa. A Petrobrás, infelizmente, não é uma empresa livre para atuar como empresa. A Vale do Rio Doce, que se libertou das amarras do Estado, atua como empresa, o que é sua função "social". A Petrobrás não tem a mesma sorte, precisando atender a critérios políticos que por vezes não têm o menor sentido econômico, comercial ou mesmo técnico. Lamento por ela...

_____________________

Paulo Roberto de Almeida



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A quadrilha dos malfeitores do PT - IstoÉ (setembro de 2017)

 Brasil

A quadrilha dos malfeitores do PT

Em menos de 24 horas, a cúpula do PT foi denunciada pelo Ministério Público em dois processos. No primeiro, Lula, Dilma e outros 6 petistas são acusados de receber R$ 1,5 bilhão em propinas.

No segundo, os dois ex-presidentes são suspeitos de obstrução de Justiça.

 

A quadrilha dos malfeitores do PT

Paulo Bernardo, Vaccari, Dilma, Palocci, Lula, Gleisi, Mantega e Edinho

Tábata Viapiana

IstoÉn. 2491, 07/09/2017 - 17h00

 

Disponível: https://www.academia.edu/70776548/A_quadrilha_dos_malfeitores_do_PT_ISTOÉ_Independente_2017_

 

Nunca, na história deste País, se roubou tanto como nos governos petistas de Lula e Dilma. De 2003 a 2016, a quadrilha do PT, que teve Lula como “o grande idealizador”, recebeu R$ 1,485 bilhão em propinas. Desse valor, somente o ex-presidente Lula embolsou R$ 230,8 milhões das construtoras OAS e Odebrecht, como contrapartida por ter ajudado os negócios das empreiteiras em obras da Petrobras. Esse é o resumo da denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira 6, e que enquadrou os dois ex-presidentes nos crimes de organização criminosa, como resultado do inquérito chamado de “quadrilhão do PT”. Foram denunciados também a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann, o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e mais três ex-ministros: Antônio Palocci, Guido Mantega e Edinho Silva. As penas aos petistas podem ir de três a oito anos de cadeia. Por ser chefe da quadrilha, como disse Janot, Lula deverá ser condenado a uma pena ainda maior.

 

O desfalque na Petrobras

Em 209 páginas de sua denúncia, o procurador Rodrigo Janot mostra que a alta cúpula do PT se estruturou para assaltar os cofres públicos, especialmente da Petrobras, mas também do BNDES e do Ministério do Planejamento. Somente à Petrobras, o esquema petista provocou um prejuízo de R$ 29 bilhões. Para ressarcir parte desses danos, o procurador pede que o STF faça o bloqueio de R$ 6,5 bilhões dos bens dos oito denunciados. Esta é a sétima denúncia contra Lula. Janot diz que o ex-presidente continuou recebendo propina inclusive depois que deixou a presidência. Se o STF aceitar a denúncia, Dilma pode se sentar no banco dos réus pela primeira vez na Lava Jato.

O “quadrilhão” petista tem um peso enorme em esquemas ilícitos por envolver dois ex-presidentes, que tinham pleno conhecimento de todas as falcatruas em seus governos, segundo o MPF. Somente as empresas do grupo Odebrecht, por exemplo, de 2002 a 2014, pagaram a título de propina mais de R$ 400 milhões ao PT. As relações espúrias do partido com empresas privadas também envolviam OAS, Andrade Gutierrez, UTC e JBS. Durante o primeiro mandato, de acordo com Janot, Lula articulou a compra de apoio político de parlamentares com uso de dinheiro público: o PP levou R$ 390 milhões, o PMDB do Senado pelo menos R$ 600 milhões e o PMDB da Câmara outros R$ 350 milhões.

 

Durante seu governo, Dilma deu seguimento a todas as tratativas ilícitas iniciadas por Lula. Em muitos casos, a ex-presidente atuou de forma indireta por intermédio dos então ministros Guido Mantega e Edinho Silva, na cobrança de valores ilícitos junto a empresários. O caso está nas mãos do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato em função do envolvimento da senadora Gleisi Hoffmann, que tem foro privilegiado.

Num recorde de Janot, que deixa o cargo no próximo dia 17, a Procuradoria-Geral da República fez nova denúncia contra Lula, Dilma e o ex-ministro Aloizio Mercadante na tarde de quarta-feira 6, desta vez por obstrução de Justiça. Lula e Dilma são investigados desde agosto de 2016, com base no vazamento de uma gravação feita pela PF nos telefones do ex-presidente. No diálogo entre os dois, em março do ano passado, Dilma diz a Lula que está enviando um emissário, “o Bessias” (na verdade ele chama-se Jorge Messias), com um termo de posse do petista como ministro da Casa Civil para qualquer emergência. Lula responde que está aguardando o documento e despede-se dizendo “tchau querida”. O Ministério Público entendeu que a nomeação açodada objetivava conceder foro privilegiado a Lula, impedindo eventual pedido de prisão contra ele. Já o ex-ministro Mercadante é acusado de tentar impedir a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.

 

Dr. Honoris Causa em corrupção

As investigações mostram que o ex-presidente Lula é expert em desvios de dinheiro público

- A Procuradoria-geral da República acusa o ex-presidente de ser o “grande idealizador” da organização criminosa formada no governo federal para desviar recursos da Petrobras. De 2002 a 2016, a quadrilha de Lula recebeu R$ 1,48 bilhão em propina.

- Entre os 128,1 milhões que Lula recebeu da Odebrecht, estão R$ 12,4 milhões gastos na compra de um terreno para o Instituto Lula e R$ 504 mil na aquisição de uma cobertura ao lado da sua em São Bernardo.

- Dos R$ 27 milhões que o ex-presidente recebeu da OAS, estão contabilizados o tríplex que ele ganhou no Guarujá. Por causa desse imóvel, Lula foi condenado a uma pena de nove anos e seis meses de prisão.

- Lula é réu ainda em outros cinco processos, a maioria por corrupção. Na última denúncia, ele é acusado de receber R$ 1,02 milhão da OAS e Odebrecht para a reforma do sítio de Atibaia.

 

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Petrobras aprova Plano Estratégico 2022-2026: "Ser a melhor empresa de energia..."

 Petrobras aprova Plano Estratégico 2022-2026 

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2021 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada hoje, o Plano Estratégico para o quinquênio 2022-2026 (PE 2022-26).

Com a visão de “Ser a melhor empresa de energia na geração de valor, com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente”, a Petrobras reafirma seus valores: (i) Respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente; (ii) Ética e transparência; (iii) Superação e confiança; (iv) Orientação ao mercado e Resultados. Além disso, a companhia mantém seu propósito de “Prover energia que assegure prosperidade de forma ética, segura e competitiva”. 

“A Petrobras mantém sua estratégia consistente de focar em projetos com pleno potencial de gerar recursos e contribuições para a sociedade brasileira. Priorizamos transformar recursos em riquezas para o país ao mesmo tempo em que trilhamos o caminho sustentável para a transição energética. Ampliamos nossa previsão de investimentos para os próximos anos e fazemos isso com extrema responsabilidade e diligência na alocação dos recursos”, destaca o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.

O PE 2022-26 apresenta quatro métricas de topo que quantificam os atributos da visão e fornecem uma orientação mais explícita sobre os principais objetivos de curto prazo da Petrobras. A vida é um valor inegociável para a Petrobras e, por isso, a companhia segue ambicionando zero fatalidade. O indicador TAR (taxa de acidentes registráveis por milhão de homens-hora) é uma de nossas métricas de topo, mas não é utilizado para fins de remuneração variável dos empregados. Para 2022, o limite de alerta permanece abaixo de 0,7, o que reafirma o compromisso da Petrobras com a vida e a mantém no melhor quartil da indústria. 

De maneira a garantir o alinhamento dos incentivos para o atingimento das metas, três dessas métricas impactarão diretamente a remuneração dos executivos e de todos os empregados da companhia em 2022. As métricas são: 

  • Indicador de atendimento às metas de emissões de gases de efeito estufa (IAGEE) de 100%;
  • Volume vazado de óleo e derivados (VAZO), com limite de alerta de 120 m³;
  • Delta do EVA® consolidado de US$ 2 bilhões.

As métricas IAGEE e VAZO estão alinhadas aos compromissos de baixo carbono e sustentabilidade ambiental do PE 2022-26, que manteve a ambição de zero vazamento. 

Clique aqui para acessar o documento completo: 

https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/25fdf098-34f5-4608-b7fa-17d60b2de47d/7faf1a6b-1083-649e-970e-0043f5f18800?origin=2


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

As maiores companhias de petróleo do mundo. A Petrobras está em 16 lugar. Visual Capitalist

 As maiores companhias de petróleo do mundo. A Petrobras está em 16 lugar. A PDVSA nem aparece.

Big Oil: The Largest Oil and Gas Companies by Market Cap

Given that we often see their logos at gas stations, the largest oil and gas companies are generally quite well-known. Here’s how they stack up by market cap:

*As of October 7, 2021.


segunda-feira, 26 de abril de 2021

Política energética no Brasil: debate e apresentação de livro organizado por Alexandre Hage - colaboração Paulo Roberto de Almeida

A convite do professor Alexandre Hage, participei do livro que ele organizou sobre políticas energéticas no Brasil e no mundo, segundo este registro que efetuei: 

1343. “O quadro global das questões energéticas: o Brasil e o mundo”, Brasília, 16 janeiro 2018, 25 p. Contribuição a livro organizado por Alexandre Hage. Publicado in: José Alexandre Altahyde Hage (org.): Política energética no Brasil: sua participação no desenvolvimento e no relacionamento internacional (Curitiba: Editora Appris, 2020, 370 p.; ISBN: 978-85-473-4201-2; ISBN digital: 978-85-473-4202-9), pp. 13-40; disponível no site da Editora (link: https://www.editoraappris.com.br/produto/3756-poltica-energtica-no-brasil-sua-participao-no-desenvolvimento-e-no-relacionamento-internacional). Apresentação no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/04/trabalho-mais-recente-publicado-energia.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42781220/O_quadro_global_das_questoes_energeticas_o_Brasil_e_o_mundo_2020_). Relação de Originais n. 3229.

 Posteriormente, fizemos um debate online, segundo este registro que fiz: 

3771. “Política energética no Brasil: sua participação no desenvolvimento econômico e no relacionamento internacional”, Brasília, 16 outubro 2020, 1 p. Lançamento de livro homônimo em formato virtual, no dia 19/10/2020, 14hs, em evento organizado pelo Nupri/Caeni da USP; notas sintéticas para desenvolvimento oral. Debate realizado em 19/10/2020, via online (link: https://www.youtube.com/watch?v=7SRf-ohN2PU).

 O debate foi realizado e eis sua ementa no Canal YouTube: 

Seminário - Debate sobre a Política Energética no Brasil (19.10.2020)

O livro Política energética no Brasil: sua participação do desenvolvimento econômico e no relacionamento internacional (Editora Appris, 2020) foi organizado por José Alexandre Altahyde Hage (UNIFESP) e é uma excelente oportunidade para se aprofundar em diversos momentos em que o Brasil explorou o seu potencial energético no século XX. Políticas voltadas para o melhor aproveitamento do petróleo, gás natural, biocombustíveis, etanol e energia nuclear são alguns dos temas que o livro aborda. A gravação é resultado de mais uma das atividades promovidas pela parceria CAENI e NUPRI da Universidade de São Paulo e contou com a colaboração de alguns dos autores do livro: Paulo Roberto de Almeida (MRE), José Alexandre Altahyde Hage (UNIFESP), Alencar Chaves Braga (Petrobrás) e Vanessa Braga Matijascic (USP). Veja o debate e, principalmente, acompanhe o que o livro pode oferecer para você no endereço eletrônico da editora.

Neste link: 

https://www.youtube.com/watch?v=7SRf-ohN2PU


quinta-feira, 4 de março de 2021

O nível de debilidade mental no mais alto escalão da republiqueta jabuticabal está se tornando insuportável: Petrobras e petróleo

Por que será que temos de suportar uma cavalgadura que não entende nada de nada pontificando beatamente nos meios de comunicação sociais? Por que a imprensa não aponta imediatamente o besteirol, a estupidez que exala de quem é propriamente um ignorante crasso? Por que temos de suportar ver o Brasil ir para o brejo nas mãos (e pés) de um cretino fundamental, como diria Nelson Rodrigues? Por que temos de aguentar um jumento na presidência? 

Exerço meu direito constitucional de expressar minha opinião.

Paulo Roberto de Almeida 


Nova alta do petróleo reforça mudança na Petrobras, diz Bolsonaro

Presidente almoçou com embaixadores de países do Golfo Pérsico

Agência Brasil | 3/3/2021

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (3) que o preço do petróleo no mercado internacional deve subir mais nas próximas semanas, impactando novamente o preço dos combustíveis no Brasil. Para ele, isso reforça a necessidade de troca do comando da Petrobras.

No mês passado, Bolsonaro anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna para assumir a presidência da estatal, no lugar de Roberto Castello Branco, que está no cargo desde o início do governo. O mandato de Castello Branco acaba em 20 de março e a troca ainda precisa ser deliberada pelo Conselho de Administração da Petrobras.

Bolsonaro participou, nesta quarta-feira, em Brasília, de um encontro com embaixadores de países do Golfo Pérsico, região que concentra a maior parte da produção de petróleo do mundo. “Falei sobre petróleo e eles acham que o preço ainda não está muito adequado, pode ser que tenhamos uma alta no petróleo nas próximas semanas. Isso complica pra gente e reforça nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras”, disse o presidente ao deixar a residência do embaixador do Kuwait no Brasil, Nasser Riden T. Almotairi.

O presidente reforçou que não se trata de uma interferência na estatal, mas que a empresa pode colaborar com outros órgãos em medidas como combate a cartéis e à adulteração de combustíveis e na diversificação do mercado de refino de petróleo.

“Tem uma refinaria, de um dos embaixadores, que está operando com 70% da capacidade. Lamento informar, mas parece que poderíamos estar refinando mais e há interesses, que estamos apurando, em refinar menos para nos obrigar a importar o óleo diesel, o que encarece o produto final aqui no Brasil”, explicou Bolsonaro.

Preços dos combustíveis

Os preços praticados nas refinarias da Petrobras são reajustados de acordo com a taxa de câmbio e a variação do preço internacional do petróleo, negociado em dólar. Ontem (3), o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha aumentaram novamente nas refinarias.

Na segunda-feira (1º), o governo editou um decreto e uma medida provisória que zera as alíquotas da contribuição do PIS e da Cofins, impostos federais, incidentes sobre a comercialização e a importação do óleo diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP) de uso residencial. Em relação ao diesel, a diminuição terá validade durante os meses de março e abril. Já para o gás de cozinha a medida é permanente.

Para Bolsonaro, é importante agora que o Congresso aprove o projeto de lei complementar enviado pelo Executivo que altera a forma de cobrança do ICMS, que é um imposto estadual, sobre combustíveis e lubrificantes. O texto propõe que haja uma incidência única do ICMS sobre esses produtos.

Atualmente, o ICMS sobre combustíveis, cujas alíquotas variam de 12% a 35%, dependendo do estado, é cobrado a partir do preço médio do litro do combustível vendido na bomba e, por isso, seu custo costuma ser repassado ao consumidor final.

A proposta torna o ICMS invariável por causa do preço do combustível ou de mudanças do câmbio e, se for aprovada na versão apresentada pelo governo, os contribuintes do ICMS sobre combustíveis serão os produtores ou importadores de combustíveis e lubrificantes.

“É para se dar previsibilidade. Ninguém quer interferir ou pressionar governador em nada. Agora, não pode quando aumenta preço dos combustíveis aqui [na refinaria], com aumento levando em conta a variação do preço do petróleo lá fora e do dólar aqui dentro, isso automaticamente vale para aumentar outros impostos”, disse Bolsonaro.

Spray contra covid-19

O presidente falou também sobre a intenção do Brasil em participar da Fase 3 de testes do spray nasal EXO-CD24, contra a covid-19, que está sendo desenvolvido por um hospital de Tel Aviv, em Israel. De acordo com Bolsonaro, há um rascunho de acordo de intenção para os testes e, neste sábado (6), uma equipe chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo irá ao país para fazer contato com os pesquisadores.

Para o presidente, os testes do produto no Brasil serão bem aceitos. “Afinal, é para pessoas em estado grave, não tem porque recusar”, disse.

Assim como as vacinas, os estudos de medicamentos são divididos em várias etapas e, para acontecerem no Brasil, precisam de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na Fase 3, de testes clínicos, o medicamento é administrado a uma grande quantidade de pessoas, normalmente milhares, para que seja demonstrada a sua eficácia e segurança.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2021-03/nova-alta-do-petroleo-reforca-mudanca-na-petrobras-diz-bolsonaro