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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 16 de março de 2024

Os impactos desastrosos da interferência do governo na Petrobras e na Vale - Juliana Machado e Pedro Gil (Veja)


Os impactos desastrosos da interferência do governo na Petrobras e na Vale

Gestão Lula mexe na distribuição de dividendos da petroleira e embaralha a sucessão do presidente da Vale. Péssimo para as empresas, pior para o Brasil

Por Juliana Machado e Pedro Gil

Veja, 16 março 2024


Poucas empresas na história do Brasil, talvez nenhuma, foram tão maltratadas pelos governantes de ocasião quanto a Petrobras. Desde a sua criação, em 1953, pelo presidente Getúlio Vargas, a petrolífera tem sido alvo de pressões políticas que frequentemente determinam os caminhos que ela deverá seguir. Foi assim com o próprio Getúlio, que inventou a campanha “o petróleo é nosso”, e com os governos militares, que fizeram a estatal trabalhar a favor do slogan “Brasil grande”. Os governos petistas, contudo, têm especial predileção por mexer com a companhia. Nos dois primeiros mandatos do presidente Lula e na gestão Dilma, o esquema conhecido como petrolão custou aos cofres da Petrobras, segundo investigação da Polícia Federal, prejuízos estimados em 43 bilhões de reais. Apesar das péssimas experiências no passado, o PT decidiu novamente usar a empresa como instrumento político — com impactos econômicos, mais uma vez, desastrosos.

Há alguns dias, a estatal anunciou, em conjunto com a apresentação do balanço do quarto trimestre, que não pagará dividendos extraordinários aos acionistas, ou seja, não distribuirá recursos acima do mínimo estabelecido no seu estatuto social. A decisão tomada pelo conselho de administração atendeu a um pedido do presidente Lula e contrariou avaliações técnicas feitas por boa parte dos diretores e conselheiros da empresa, incluindo o seu próprio presidente, Jean Paul Prates. A inapropriada ingerência de Lula fez a Petrobras perder, em apenas um dia, 56 bilhões de reais em valor de mercado em razão da queda de 10% do valor de suas ações na bolsa de valores. “A Petrobras faz política social ao pagar impostos e royalties e ao gerar empregos e investimentos”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura “Agora, o governo quer voltar ao passado com uma política que nunca deu certo.”

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O argumento de Lula para cortar o pagamento de dividendos é que os recursos que seriam distribuídos aos acionistas voltarão ao Brasil na forma de investimentos feitos pela Petrobras. Trata-se de uma visão torta — os gestores da empresa, e não o presidente da República, deveriam estabelecer o destino do dinheiro e a partir de critérios meramente técnicos. Note-se também que o próprio governo federal sai perdendo. “O governo está tentando aumentar a arrecadação, mas nega receber os dividendos da empresa que poderiam ser usados para ajudar a fechar as contas do país”, disse a VEJA Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras. “É uma decisão irracional.” Castello Branco conhece bem a mão pesada dos políticos. Ele foi demitido do comando da companhia pelo então presidente Jair Bolsonaro, que o instava a reduzir o preço dos combustíveis. O executivo resistiu quanto pôde. “Essas pressões prejudicam o ambiente de negócios e afugentam investidores”, afirma. “Iniciativas intervencionistas são perniciosas para a avaliação de riscos.”

O cenário de ingerência não está restrito à petrolífera. A Vale, outra empresa estratégica para os políticos, também tem sofrido com o barulho provocado por Lula, que tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega no comando da companhia e com suas atitudes tem embaralhado o processo sucessório do atual presidente, Eduardo Bartolomeo. No caso da Vale, as investidas de Lula são ainda mais chocantes. Trata-se de uma empresa de controle privado, que não deveria dar satisfação aos palpiteiros de Brasília. Lula, de fato, tem provocado estragos com seu jeito peculiar de fazer política. Em carta de renúncia apresentada aos colegas, o conselheiro independente da Vale José Luciano Penido afirmou que a transição na mineradora vem sendo conduzida “de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.

Sob os ruídos políticos, e mais queda de preço do minério de ferro, a Vale recentemente viu evaporar 69 bilhões de reais em valor de mercado desde a cotação mais alta de suas ações. Ou seja, quem tem recurso investido na empresa perdeu dinheiro. “Minha impressão é que incomoda ao Penido não só a intervenção do governo, mas os interesses de cada um dos acionistas que têm representantes no conselho e olham para si próprios e para suas empresas, como é o caso de Cosan, Bradespar e Mitsui”, afirma um gestor de ações de uma grande casa. “É uma empresa disfuncional no modelo de governança.”

Não é difícil ver os impactos danosos das ingerências políticas em empresas que deveriam caminhar com as próprias pernas. Como gigantes da bolsa, ao ser abaladas, Petrobras e Vale acabam afastando investidores locais e estrangeiros e contaminando, assim, todo o mercado — juntas, suas ações representam 24% do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores. Para ter ideia, em 2024 o indicador está no campo negativo, enquanto as bolsas nos Estados Unidos, Europa e Japão alcançaram recentemente as suas máximas históricas. Outro dado alarmante é a debandada de investidores estrangeiros da bolsa brasileira, que deveria atrair capital de risco. Em 2024, eles já sacaram 21 bilhões de reais da B3 — e o ano mal começou. Para efeito de comparação, a bolsa registrou em 2023 captação positiva de 56 bilhões de reais.

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A desvalorização das ações das empresas e a consequente perda de bilhões de dólares em valor de mercado afetam as suas capacidades de competir com rivais estrangeiros. No caso da Petrobras, a ação já é historicamente negociada com um nível de “desconto” maior em relação a pares globais, incorporando os riscos de uma companhia com controle compartilhado com o governo. Nos últimos dias, os problemas dessa mistura ficaram evidentes. Enquanto os governantes teimarem em achar que grandes empresas existem para servir aos seus interesses políticos, o mundo corporativo brasileiro e o desenvolvimento do país estarão ameaçados.

 

 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Por que os companheiros tem vergonha do que escrevem?:Petrobras-Bolivia, Vale-Argentina, etc...

Recebi o comentário abaixo a propósito deste meu post:


Por que será que os companheiros têm medo de se expor, e sempre escrevem anonimamente para este pequeno e desimportante blog?
Transcrevo e depois comento:

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Hermanos pero no mucho: Argentina trata mal a Vale...":

acho q vc esta um pouco desinformado. A bolivia no caso da petrobras nao tinha outra solucao por causa das privatizacoes ilegais realizadas no governo anterior, problema de quem paga mal, paga 2x. que abrir a caixa preta da petro? vc nao vai gostar do q vai ver la e aqui tb, talvez por isso ficou por isso mesmo.
a vale foi privatizada aki ilegalmente, somando aos processos trabalhistas e ao dinheiro publico que "ganhou" e a falta de compromisso com o meio ambiente, nao era de se esperar este caso na argentina. nao pense que tudo é rosas, pq o buraco é mais em baixo , muito mais!! nopsso hermanos so estao dizendo que nao sao idiotas e que podem superar as dificuldades, e sei que vao conseguir. 

Pois bem, vejamos o que pode ser dito sobre os comentários acima.
Primeiro, que ele é praticamente incompreensível, não só pelo Português arrevesado, mas sobretudo porque seu autor junta informações diversas numa mesma frase e não traz nenhuma prova do que disse.
Segundo, porque ele mal disfarça suas tomadas de posição, contra as privatizações e a favor dos hermanos bolivarianos e peronistas de botequim.
Terceiro, porque ele se acha bem informado e eu estaria mal informado. Obrigado pela preocupação, fico aguardando essas informações fabulosamente verdadeiras sobre os bolivarianos-bolivianos e os idem-peronistas e sua gestão excepcional dos bens públicos. A Argentina, como vocês sabem, vai muito bem, e depois que expulsou a Vale vai melhor ainda. Não mais será explorada por uma companhia que destrói o meio ambiente (e o inteiro ambiente também).
Esses mercenários a soldo são mesmo muito ruins. Os companheiros mandões poderiam pelo menos pagar um pouco mais para ter gente mais qualificada.
Minha contribuição para a melhoria do exército de militantes mal pagos segue abaixo.

Que tal um anúncio assim?:

Governo contrata mercenários de luxo. Paga-se bem. Exige-se Ph.D. Mas que saiba escrever. Propostas, com CV Lattes para o e-mail: ...........@companheiros.org

Acho que eles estariam bem melhor servidos.
Pela sugestão...
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Marxista amador pretende dar licoes de capitalismo a empresamultinacional brasileira

A arrogância de certos conselheiros dos companheiros estende-se a todo o universo de sua ignorância enciclopédica. Eles acham que entendem mais de negócios que os próprios capitalistas. E ainda defendem nāo os interesses do Brasil, mas os de uma economia esquizofrênica como a da Argentina.
A empresa precisa resistir: ela nāo é governo e sua única obrigação é com seus lucros e os dividendos de seus acionistas.
Paulo Roberto de Almeida

Assessor de Dilma critica saída da Vale da Argentina
Janaína Figueiredo, Correspondente
O Globo, 3/05/2013

BUENOS AIRES O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, questionou publicamente ontem o último comunicado da Vale, no qual a empresa confirmou a decisão de suspender o projeto de exploração de potássio Rio Colorado, na província argentina de Mendoza. Em visita a Buenos Aires, Garcia considerou "um absurdo" e "uma desatenção enorme" a divulgação da nota da mineradora, já que "existia uma proposta muito aceitável colocada sobre a mesa".
O assessor referiu-se ao conflito entre a Vale e o governo argentino, deixando claro que o governo brasileiro não tem participação nas negociações.
- Fizemos um esforço muito grande para se chegar a um acordo. Mas se trata de uma empresa privada e o governo brasileiro não vai participar - comentou Garcia.
Durante a última visita da presidente Dilma Rousseff à capital argentina, na quinta-feira passada, autoridades do governo argentino e da província de Mendoza explicaram ao governo brasileiro a proposta apresentada à Vale. O documento é confidencial e nem mesmo a embaixada brasileira em Buenos Aires conhece detalhes da oferta, considerada "aceitável" por Garcia. Para o Brasil, a empresa ainda não deu uma resposta definitiva, embora já tenha deixado clara sua decisão de abandonar o país, anunciando um acordo para demitir os cerca de 6 mil funcionários diretos e indiretos.
- A Vale tem uma proposta para ser discutida no momento devido - enfatizou Garcia.
Ele lembrou que o governo é favorável a um entendimento.
- Esperamos um acordo, porque haveria uma estabilidade de oferta e a produção seria escoada para o Brasil.

Assessor da presidente critica Murilo, da Vale
Marina Guimarães - Correspondente / Bueno Aires
O Estado de S. Paulo, 3/05/2013

O governo brasileiro afirmou ontem que a suspensão das operações da Vale na Argentina não é definitiva. Em entrevista à imprensa, em Buenos Aires, após participação em um seminário acadêmico, o assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, fez duras críticas à posição do presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante as negociações com o governo argentino.
Garcia classificou como "muito ruim" a declaração do executivo, dando por encerradas as negociações, feita.no mesmo dia da visita da presidente Dilma Rousseff à presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
"Achei muito ruim, um absurdo porque as duas presidentes estavam reunidas e ainda não tinham fechado as negociações. Foi uma desatenção enorme", afirmou Garcia.
Apesar das críticas, Garcia ressaltou a condição de empresa privada da Vale e disse que o assunto não envolve a relação entre governos. Porém, afirmou que ambos os governos usaram instrumentos de negociação para alcançar um acordo entre a mineradora e a Argentina.
Proposta. Segundo ele, o governo argentino apresentou uma proposta à Vale para manter o projeto de potássio Rio Colorado, que "Vai ser discutida no momento devido". O assessor revelou que a proposta à Vale foi informada ao governo brasileiro, mas deixou claro que será uma conversa direta entre a Vale e a Argentina.
"Esperamos que cheguem a um acordo por uma razão muito simples: é um projeto estratégico para o Brasil e pela proposta apresentada haveria mais estabilidade na produção, que será exportada para o Brasil", afirmou Garcia.
O Brasil importa do Canadá e Ucrânia praticamente todo o potássio que consome. "Por isso, a Vale fez um projeto tão ambicioso na Argentina", disse ele, referindo-se aos investimentos previstos de US$ 5,9 bilhões para o projeto Rio Colorado, envolvendo a construção da mina, ferrovia, porto para escoar a produção e unidade de exploração e produção de gás de xisto para abastecer a mina.
Na semana passada, a Vale informou sobre um acordo trabalhista fechado com o sindicato dos operários da construção (Uocra), pelo qual a empresa comprometeu-se apagar 2,5 salários até setembro, em troca de poder demitir 2.900 empregados. Por conta deste acordo, o Ministério do Trabalho suspendeu a medida de conciliação obrigatória, ditada em meados de março.
O acordo trabalhista não resolve todos os problemas decorrentes da suspensão do projeto na Argentina, já que ainda existem outros sindicatos e fornecedores envolvidos.
Nesse cenário, sem dar detalhes, Garcia considerou que a proposta apresentada "é muito boa e pode contornar os problemas". A Vale foi procurada pela reportagem e até o fechamento desta edição não havia comentado o assunto.
"Esperamos que cheguem a um acordo por uma razão muito simples: é um projeto estratégico para o Brasil e pela proposta apresentada haveria mais estabilidade na produção, que será exportada para o Brasil."

Marco Aurélio Garcia - Assessor especial do Palácio do Planalto
Foi mal / Coluna / Direto da fonte / Sonia Racy
O Estado de S. Paulo, 3/05/2013

A crítica que Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Dilma, disparou ontem, em Buenos Aires, à posição de Murilo Ferreira, presidente da Vale, não caiu bem no mercado de ações.
De nada adiantou Garcia ter ressaltado o fato de que a decisão da Vale não envolve uma relação entre governos: as ações caíram 2,73%.

terça-feira, 12 de março de 2013

Vale quanto pesa? A Vale e o valetudo do governo argentino...

Parece que a situação não está rósea para a Vale, e sim para a cor do minério que extrai. Potassio, me parece, é mais claro, mas a situação da companhia está mais para o escuro, politicamente correto, e economicamente incorreto. Em todo caso, o governo argentino não gostou, e pode decretar a expropriação do investimento.
Quem disse que capitalistas não sofrem? Governos mais ainda...
Resta saber o que vai fazer o nosso...
Paulo Roberto de Almeida

Comunicado de prensa del Gobierno nacional(Argentina)
Abandono del proyecto Potasio Río Colorado por el operador minero Vale.
12/03/2012

Sin perjuicio de que las decisiones relativas a las concesiones mineras competen a las autoridades provinciales de Mendoza, dueña del recurso el Gobierno Nacional lamenta la decisión unilateral de la empresa VALE de capitales brasileños con sede jurídica en el Reino de los Países Bajos, de abandonar el proyecto Potasio Río Colorado, pese a los esfuerzos realizados por parte del Estado Nacional y de las jurisdicciones provinciales y municipales involucradas para garantizar la continuidad del proyecto.
VALE S.A. ingresó al proyecto Potasio Río Colorado, ubicado en la provincia de Mendoza, Argentina, en febrero de 2009, luego de adquirir la concesión de los activos a la empresa Río Tinto.
La operadora brasilera diseñó en Potasio Río Colorado la mayor unidad de producción de cloruro de potasio del mundo, con una capacidad de 4.3 millones de toneladas por año.
VALE pretexta que estimó inicialmente el monto de inversión para desarrollar el proyecto en 5.9 mil millones de dólares, destinados a la construcción de la mina, la infraestructura de transporte asociada (400 nuevos kilómetros de ferrocarril), la construcción de una terminal portuaria propia y una generadora de electricidad y las inversiones necesarias para dar cohesión integral al proyecto. A los dos meses de su inicio VALE incrementó su estimación a 8.6 mil millones de dólares, para elevarlo más tarde a 10,9 lo que, manifiesta afecta significativamente la competitividad y el atractivo del proyecto.
Lo cierto es que la actual crisis económica internacional originada en los países desarrollados viene impactando fuertemente en los niveles de consumo de diferentes commodities mineras, lo que derivó en una menor demanda y menores precios de la principal fuente de ingresos de VALE, el mineral de hierro.
Estas circunstancias implicaron la reducción de los ingresos por ventas en la compañía, afectando significativamente su balance, al punto que en el último trimestre de 2012 la empresa declaró pérdidas por 2.600 millones de dólares.
A raíz del achicamiento del negocio de VALE a escala mundial, la empresa tomó la decisión de replantear y reestructurar el desarrollo de nuevos proyectos alrededor del mundo, entre los que se encuentra Potasio Río Colorado. Según distintos informes públicos, VALE decidió reducir sus inversiones sustancialmente, suspendiendo y abandonando distintos emprendimientos, y concentrándose en la producción de su producto tradicional (mineral de hierro), dejando de lado sus planes de diversificación a otros minerales.
Para dar continuidad a la inversión comprometida, VALE exige que se implementen entre otras las siguientes medidas: Pago con bonos de deuda externa a valor nominal, recuperación anticipada de IVA, eliminación de retenciones al cloruro de potasio y reducción de los compromisos de inversión ante las diferentes jurisdicciones.
El conjunto de lo solicitado implicaría un aporte estatal de aproximadamente 3 mil millones de dólares en el curso de dos años y sin contraprestación alguna, que deben sumarse a los beneficios impositivos para la minería que existen en nuestro país lo que es de público y notorio .
Ante la situación de dificultades que viene experimentando la empresa VALE, el gobierno nacional y las diferentes jurisdicciones involucradas en el proyecto se comprometieron al diálogo permanente y en todo momento propusieron alternativas para garantizar la continuidad de la construcción del proyecto, que aún a pesar del actual contexto de crisis internacional, mantiene su atractivo económico y financiero. En diciembre VALE interrumpió unilateralmente las inversiones paralizando las obras de construcción con un grave impacto laboral social y económico para la región afectada.
El gobierno argentino desea llevar tranquilidad a los trabajadores y aquellas empresas contratistas de que arbitrará todos los medios conducentes a la continuidad del proyecto y a recuperar la dinámica de trabajo prevista, teniendo en cuenta el fuerte impacto económico y social que produce el abandono del emprendimiento por parte de la empresa VALE.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Brasil: o fascismo corporativo da Receita Federal (Valor)

Regra de exportação respinga em disputa tributária da Vale

impostos
A alíquota total vigente no Brasil é de 34%, sendo 25% de IR e 14% de CSLL, mas a maior parte das empresas tem descontos por diferentes tipos de benefício fiscal.
A mudança nas regras de tributação para exportação de commodities entre empresas do mesmo grupo econômico, que entrou em vigor neste ano, pode ter desdobramentos para uma das maiores disputas tributárias do país, que é aquela travada entre a Vale e a Receita Federal.
A nova norma, trazida pela Lei 12.715 e regulamentada na virada do ano pela Instrução Normativa 1.312, não afeta a disputa judicial do passado sobre o pagamento de imposto sobre o lucro de controladas no exterior, que por enquanto se refere aos resultados de 1996 a 2008 e está atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF). Somente essa causa soma R$ 30,2 bilhões, sendo R$ 11,9 bilhões em principal e R$ 18,3 bilhões em multa e juros.
Mas pode elevar a alíquota efetiva de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) da Vale para lucros que sejam apurados a partir de 2013, reduzindo o valor que pode ser motivo de disputa daqui para frente.
Há chance também de a regra também ter alguma influência num possível acordo que estaria sendo discutido entre a empresa e o Fisco em relação à tributação referente aos exercícios de 2009 a 2012, que ainda não foi motivo de autuação. Nas últimas manifestações públicas, executivos da Vale prometeram novidades sobre o caso ainda no primeiro semestre.
Para valores já em disputa judicial só seria possível se negociar um acordo se houvesse um novo “Refis”, com anistia de multa e juros, por exemplo.
Um analista ouvido pelo Valor disse que já mudou, de 18% para 25%, a alíquota efetiva de IR e CSLL que usa em suas projeções para a mineradora, sendo que para o longo prazo adota um índice de 29%. A alíquota total vigente no Brasil é de 34%, sendo 25% de IR e 14% de CSLL, mas a maior parte das empresas tem descontos por diferentes tipos de benefício fiscal.
Procurada, a Vale disse que está analisando a regra em conjunto com outras mineradoras e com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e que ainda “não há conclusão”. O Ibram também foi procurado, mas não se manifestou.
A nova regra limita bastante um planejamento tributário bastante comumente usado por exportadoras – lembrando que a norma vale não apenas para minério de ferro, como também para petróleo, alumínio, soja, carnes, açúcar, algodão, café e suco de laranja, entre outros produtos.
Nesse modelo, vende-se o produto para uma empresa do mesmo grupo econômico com sede no exterior pelo menor preço possível dentro das regras, reduzindo o lucro tributável no Brasil. A partir desse outro país, que precisa ter alíquota menor que 34%, o produto é revendido ao destino final.
“A lei e o próprio sistema permitiam que assim fosse feito”, diz Eliete Ribeiro, diretora da área de preço de transferência da KPMG no Brasil. “O que o Fisco quer é trazer para o Brasil a fatia da receita que antes ficava fora”, explica.
Se o lucro de controladas no exterior for menor, a discussão sobre esse ponto pode se tornar menos relevante para resultados futuros, embora persista.
A nova norma de preço de transferência (jargão usado para tratar de negócios envolvendo empresas do mesmo grupo em diferentes países) diz que as exportações de commodities devem obrigatoriamente ter como referência (para fins tributários) as cotações em bolsas ou preços captados por determinados institutos de pesquisa.
A regra anterior já permitia que fosse usado o preço de bolsa. Mas trazia como regra geral o uso do custo de produção mais uma margem fixa de 15%, ou o preço de revenda no destino, menos uma margem de 15% para vendas no atacado, ou de 30% no caso de venda direta ao varejo, explica Ana Carolina Monguilod, advogada do Levy & Salomão. Era possível também o uso do preço de venda do produto no mercado interno.
“As normas baseadas em percentuais, que continuam valendo para outros produtos, funcionam para o bem e para o mal. Às vezes elas prejudicam as empresas e às vezes elas ajudam os contribuintes”, afirma Ana Carolina. Na prática, a companhia que tivesse margem efetiva acima dos 15% arbitrados pelo Fisco podia ter vantagem pelo modelo antigo.
A especialista entende que a mudança nos preços de transferência tem ligação com a questão do lucro de controladas no exterior, embora não encerre a questão, que envolve também a validade de acordos internacionais para se evitar bitributação. “Essa é uma discussão mais ampla, que não se limita a esse ponto do planejamento”, afirma a advogada.
No caso de minério de ferro, a diferença entre o modelo de margem fixa de 15% e de cotação internacional pode significar um preço de transferência subindo da casa de US$ 50 por tonelada para algo em torno de US$ 100 por tonelada, sendo que o custo de produção estaria pouco acima de US$ 40 a tonelada – ou seja, a margem bruta saltaria de US$ 10 para US$ 60.
Segundo um analista, com base na expectativa da nova lei, a Vale já teria revisto ao longo de 2012 suas práticas de preço de transferência, o que tenderia a diminuir o impacto da nova regra nos números deste ano. Mas como a conta de impostos é afetada por inúmeras adições e exclusões, é difícil identificar essa diferença no balanço.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Capitalismo promiscuo, capitalismo de Estado, prepotencia estatal

Inacreditável que o ministro da Fazenda confesse que interferiu numa empresa privada:
Leiam primeiro, comento depois:

Mantega diz que Agnelli ignorou reclamações do governo
LORENNA RODRIGUES
Folha de S.Paulo, 3/05/2011

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/910614-mantega-diz-que-agnelli-ignorou-reclamacoes-do-governo.shtml

BRASÍLIA - Apesar de afirmar que não houve interferência política na troca de comando da Vale, o ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu que o governo estava descontente com a empresa e disse que o ex-presidente Roger Agnelli ignorou esse descontentamento. Agnelli foi substituído por Murilo Ferreira no início de abril.

Segundo Mantega, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou "democraticamente" da Vale por dois motivos: não cumprir os planos de investimentos para a área de siderurgia e demitir 1.200 funcionários durante a crise.

Segundo Guido Mantega, ex-presidente da Vale provocou insatisfação por não cumprir metas e demitir durante a crise
"Ele [Lula] demonstrou sua insatisfação e o senhor Roger Agnelli simplesmente ignorou e continuou fazendo o que achava necessário", afirmou Mantega, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Segundo Mantega, o governo poderia ter retaliado a Vale, por meio do aumento de impostos, por exemplo, mas Lula apenas reclamou publicamente.
"Não vejo uma situação mais democrática do que essa", completou.

O ministro criticou a demissão de funcionários da Vale durante a crise que, segundo ele, foi alardeada pela empresa à época. "A Vale, com todo esse lucro, demitiu 1.200 funcionários, fazendo barulho inclusive. Uma empresa onde a folha de pagamento representa nada", completou.

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Comento (PRA):

O mais inacreditável é que os "argumentos" do presidente ou do ministro são totalmente falsos: a Vale contratou mais de 50 mil trabalhadores nos cinco ou seis anos anteriores à críse. Quando ela demitiu menos de 5% dos novos contratados, os dois se colocaram contra o presidente de uma empresa privada.
Promíscuos...

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Addendum em 8/05/2011:

Um editorial a esse respeito:

O perigo de um presidente que 'retalia'
O Globo - 06/05/2011

Não há registro, nos últimos tempos, de um depoimento tão sincero de alguma autoridade do Executivo no Congresso quanto o prestado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, perante a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na terça-feira.

O ministro era mesmo a pessoa indicada do governo para tratar de um tema grave, a intervenção do Palácio na troca do presidente de uma empresa privada, a Vale. Além de, em função do cargo ter alguma relação com o tema, foi Mantega, conforme revelação do jornal "O Estado de S. Paulo", quem, em março, comunicara ao Bradesco, de maneira formal, o interesse do governo na saída de Roger Agnelli da mineradora, ex-executivo do banco, maior sócio privado da empresa. Mantega, portanto, é um dos atores de toda esta trama.

O ministro não escondeu que a irritação brasiliense começara quando o presidente Lula cobrou, sem êxito, que a Vale executasse projetos siderúrgicos no Pará, à época governado pelo PT. Para o Palácio, é como se a Vale ainda fosse estatal. E como já não era, diante do excesso de capacidade instalada no setor siderúrgico no mundo, a direção da mineradora não cumpriu o desejo presidencial na rapidez com que ele desejava. Haveria ainda a questão da encomenda de navios, feita no exterior dentro da lógica de uma empresa privada, em defesa dos acionistas.

O mau humor de Lula e séquito tornou-se mais denso com a demissão de mais de mil empregados no estouro da crise mundial - outra demonstração de esquecimento da nova condição da empresa. A mesma reação de líder sindical ocorreu com a Embraer. Mas se estas ou qualquer empresa privada não reduzissem custos poderiam não sobreviver. Não são estatais com acesso livre e descuidado ao dinheiro do contribuinte.

Em mais um rasgo de sinceridade, o ministro, ao defender a irritação de Lula, afirmou que foi melhor ele ter manifestado "democraticamente" a contrariedade, pois poderia "ter retaliado a Vale". Tocaram, então, as sirenes para quem se preocupa com o estado de direito e a segurança jurídica no Brasil. A simples menção de que o Palácio admite como hipótese usar instrumentos de Estado contra uma empresa deve colocar em alerta instituições voltadas à defesa da Constituição, do equilíbrio entre poderes, de toda a estrutura institucional, enfim, da República e do regime de democracia representativa.

Tão grave quanto isso é que a cultura cesarista de verticalização do poder, observada no grupo controlador do Executivo há oito anos, tem desdobramentos perigosos em várias áreas. Na economia, ela se consubstancia num projeto mal disfarçado de capitalismo de Estado à la Geisel, em que o BNDES facilita a vida de empresários privados eleitos, aos quais ainda são colocados à disposição poderosos fundos de pensão de empresas públicas, tratados como do Estado pelo ministro no depoimento. Mantega tem razão: Previ, Petros, Funcex estão disfarçados de entidades de "direito privado", quando, na vida real, são braços manejados por Brasília e, nos últimos anos, também pelo financismo sindical construído no PT/CUT.

Pode-se imaginar o poder de quem estiver no controle do Estado quando este projeto ideológico alcançar estágio avançado. O veto do Executivo irá muito além do cargo de altos executivos de grandes empresas.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Republica Mafiosa do Brasil: a apropriacao petista da riqueza privada

Certos petistas acreditam que o Brasil e a sua economia nasceram com o Estado, e que ao Estado devem retornar. A fase de privatizações e de aumento da produtividade nacional, com a consequente criação de grandes empresas privadas, é considerada por eles como um simples parênteses neoliberal, indesejado, num itinerário que deveria ser feito apenas de empresas públicas e de dirigismo estatal.
Este deputado aí abaixo, por exemplo, certamente ignora que a Vale não nasceu com o governo Vargas. Este simplesmente se apropriou de uma empresa privada, que existia desde os anos 1920, sob o nome de Itabira Iron Ore Company: era privada, era estrangeira, e produzia minério, como a Vale, hoje. Mas também pretendia instalar a primeira siderurgia no Brasil, desde os anos 1920, mas foi sabotada por predecessores desse deputado petista, que pensa que a única riqueza válida é aquela produzida pelo, para e no Estado.
O petista é certamente um ignorante, mas antes de tudo é um equivocado, achando que o governo faz um bem ao país, quando ele só o condena ao atraso em que cidadãos e desinteligências como a dele o conduziram durante todos esses anos de equívocos monumentais.
O Brasil terá sorte se não continuar se arrastando para trás...
Paulo Roberto de Almeida

Luiz Couto: "Presidente da Vale do Rio Doce acha que é rei"
Informe PT, Liderança do PT na Câmara dos Deputados, 25/03/2011

O deputado Luiz Couto (PT-PB) ironizou ontem o comportamento do presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, por estar querendo se perpetuar no cargo.

Roger Agnelli, há mais de dez anos à frente da direção da empresa, hoje está sendo chamado de dom Roger Agnelli I, porque quer se perpetuar na Vale do Rio Doce como um imperador, como um rei”, disse o parlamentar petista.

Couto rebateu as críticas da oposição à possível mudança no comando da empresa. Ele lembrou que é legítima a assembleia a ser convocada pelo conselho de administração da Vale - que é controlada pela União, via BNDES, e tem participação de fundos de pensão de estatais e de capital privado - para tratar de assuntos referentes á empresa. “Não se trata de intervenção, é um processo normal do processo democrático, em que o Conselho de Administração terá possibilidade de mudar”.

O petista observou que a Vale foi criada como uma empresa de economia mista pelo governo Getúlio Vargas, em 1943, e era um verdadeiro patrimônio nacional até a sua privatização “antinacional”, em 1997, pelo governo Fernando Henrique Cardoso. “A Vale foi privatizada por R$ 3,3 bilhões e hoje fatura mais de R$ 61 bilhões, com valor de mercado estimado em US$ 190 bilhões. Um patrimônio que foi vendido a preço de banana, ou melhor dizendo, da casca da banana”.

Importância Estratégica – Luiz Couto ainda lembrou que, quando da privatização da Vale do Rio Doce, não se levou em conta o potencial mineral do País e a importância estratégica da empresa. Luiz Couto frisou a importância de a empresa agregar valor ao produtos que exporta, para gerar emprego e renda no território nacional, deixando o seu papel de mera exportadora de matérias primas. Agnelli foi convocado pelo ex-presidente Lula a investir mais no País e realizar compras no mercado nacional, mas ignorou o chamado. O governo Dilma também quer que a empresa atue afinada com o interesse nacional, como a Petrobras tem feito.

O deputado disse que o governo do PSDB/ DEM (ex-PFL) só não privatizou o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobras por que o povo brasileiro não permitiu. “Tanto que queriam até mudar o nome da Petrobras para Petrobrax para poder privatizá-la”, comentou. O parlamentar observou que o “adoradores” do mercado não perceberam que o Brasil pode crescer mantendo suas estatais e empresas públicas. “Elas são importantes no processo de desenvolvimento do País”.

Já o deputado Sibá Machado (PT-AC) elogiou em plenário o apoio da bancada do PT à decisão da presidenta Dilma com relação à Vale do Rio Doce. “O governo tem uma posição muito clara de que uma empresa da magnitude da Vale não pode se resumir apenas a vender matéria prima para o mercado internacional de minério”, disse.

A Vale, acrescentou Sibá Machado, “pode muito bem crescer, já que está com toda a sua infraestrutura posta. Ela tem as jazidas, porto de exportação e ferrovias para transporte. Está na hora de se pensar em aumentar o parque siderúrgico brasileiro, e com isso a tecnologia, a qualidade da exportação, a agregação de valor e a geração de emprego. Portanto, nossa bancada firma apoio à decisão da Presidenta Dilma de chamar a atenção da Vale sobre esse aspecto”, disse.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A frase da semana: Vale o que vale...

O que o governo quer é um assalto à Vale.

Miriam Leitão, O Globo, 23/03/2011

Corrijo ligeiramente: o que certas pessoas querem é um assalto ao dinheiro da Vale; é mais fácil do que ficar assaltando bancos, ou arrombar cofres de políticos, como nos velhos tempos...
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 31 de outubro de 2010

Reestatizacao da Vale: alguns simples numeros

Existem pessoas, e eu não preciso dizer em quais partidos, que acham que a privatização da então Companhia Vale do Rio Doce, hoje Vale, foi um escândalo; eles gostariam de reestatizá-la.
Um projeto nesse sentido chegou a ser apresentado por um deputado de um desses partidos da chamada esquerda radical, que eu apenas chamo de bancada burra.
 O relator, um deputado do PT, apresentou números como os que figuram no video abaixo, do economista Daniel Fraga, para rebater a ideia e dizer que seria melhor deixar a Vale privada.
Assista você também:

http://www.youtube.com/watch?v=vCWn_3Au7qA&NR=1&feature=fvwp