Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
A Amante da Republica e a republiquetazinha dos salafrarios, gastando por conta - Carlos Newton
sábado, 5 de setembro de 2015
O Exercito do MST e as FFAA companheiras: uma foto reveladora
Estariam preparando algum assalto ao Palácio de Inverno?
Um capo di tutti i capi já se referiu ao exército de um neobolchevique invasor de terras.
Um desses pilantras de uma máfia sindical também já ameaçou "pegar em armas"...
Assim vai o Brasil em termos de legalidade constitucional e de respeito ao Estado de Direito...
Paulo Roberto de Almeida
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Republica Mafiosa do Brasil: FriBoi parece ter companhia da vaca petrolifera
Enfim, nada de muito diferente do que se espera de uma máfia...
Um amigo meu escreve a esse propósito: "Como já dizia o padre Antonio Vieira no Brasil Colônia : "Nada lhes basta !""
Paulo Roberto de Almeida
Entenda como Meirelles acoberta a sonegação do Friboi
Meirelles alega que lucro do Friboi e inferior a 1% da receita líquida
Tribuna da Internet, fevereiro 2, 2015
Na semana, passada mostramos aqui na Tribuna da Internet a ponta do iceberg do chamado caso Friboi (do grupo JBS), que há mais de um ano vem mantendo uma bilionária campanha publicitária, com divulgação diária na mídia impressa e televisionada, inserindo anúncios em espaços e horários nobres e pagando cachês altíssimos a artistas consagrados como Tony Ramos, Fátima Bernardes e Roberto Carlos, que depois suspendeu as aparições porque há décadas é vegetariano.
Causa enorme estranheza a divulgação massiva de uma marca que jamais fez publicidade e cresceu nos bastidores do poder, movida pelo apoio direto do BNDES. A empresa foi criada pelo fazendeiro goiano José Batista, que em 1953 abriu em Anápolis um pequeno açougue, a Casa de Carnes Mineira, especializada em vender carne de sol.
Com a morte do fazendeiro, seus três filhos assumiram os negócios, que tiveram crescimento espantoso a partir do governo Lula e já conseguiu se tornar o maior exportador de proteína animal do mundo, com abate de carne bovina, ovina, suína, caprina e avícola, passando a atuar também em outras áreas do setor alimentício, ostentando hoje as marcas Swift, Doriana, MassaLeve, Lebon, Pilgrim’s, Seara, Vigor, Rigamonti, Fiesta, Flora, Rezende, Excelsior, Texas Burger, Pena Branca, Wilson, Frangosul e Agrovêneto.
Evidentemente, o objetivo dessa megapublicidade não tem cunho comercial. Se o grupo familiar Friboi, sem fazer propaganda de espécie alguma, em poucos anos conseguiu operar na casa das dezenas de bilhões de reais e já ultrapassou o patamar dos 100 bilhões de faturamento/ano, o que justificaria esse esbanjamento de recursos numa massiva campanha publicitária diária e verdadeiramente espantosa?
COMPRANDO A MÍDIA
No artigo anterior, já explicamos aqui na Tribuna da Internet que desde o início de 2012 o grupo dos irmãos Batista (José Júnior, Joesley e Wesley) vem sendo comandado por Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston e do Banco Central e que já se tornou acionista do Itaú. Esse “investimento” em propaganda foi autorizado diretamente por Meirelles e o objetivo é amansar a grande mídia, para desestimular reportagens investigativas que possam revelar a verdadeira estória desse surpreendente sucesso empresarial.
Coincidentemente, a espalhafatosa campanha publicitária foi iniciada quando começaram a surgir as primeiras notas e reportagens denunciando a generosidade do BNDES, que não somente financiou o grupo Friboi, mas também fez questão de se acionar diretamente a ele, por meio de compra de ações em massa. Na gestão petista, o BNDES já emprestou à JBS R$ 2,5 bilhões (diretamente ou com intermediação de outros bancos) e comprou R$ 6,17 bilhões em ações do grupo, que equivalem a 28,69% do capital.
COMPRANDO POLÍTICOS
Outra coincidência: Além de atuar no controle da mídia, Meirelles também transformou a holding J&F na maior patrocinadora da política nacional, doando R$ 366,8 milhões aos candidatos em 2014, seguida da empreiteira Odebrecht , que doou R$ 111 milhões, e do Bradesco, com cerca de R$ 100 milhões.
Segundo reportagem de Leandro Prazeres, no site UOL, o generoso grupo já doou a candidatos e partidos cerca de 18,5% de tudo o que recebeu do BNDES em financiamentos e venda de ações entre 2005 e 2014, com PT, PMDB e PSDB aparecendo como os mais beneficiados.
O repórter Leandro Prazeres mostrou que o comprometimento com doações a políticos é tão grande que, somente para a eleição de 2014, a empresa doou 39,56% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, que foi de R$ 926,9 milhões. É como se, a cada R$ 100 de lucro, a JBS doasse R$ 39,56 para os caixas de campanhas de partidos e candidatos.
Já mostramos aqui na Tribuna da Internet que é generosidade demais, motivando justificadas suspeitas de sonegações e graves irregularidades contábeis, porque o Bradesco, terceiro colocado, doou apenas 0,83% de seu lucro líquido em 2013, que foi de R$ 12 bilhões. Como se sabe, o lucro líquido é a diferença entre o que a empresa faturou e os seus custos operacionais (salários, tributos, impostos, juros, amortizações etc.).
SONEGANDO À VONTADE
Referentes a 2013, são surpreendentes os números do último balanço do grupo Friboi, que se orgulha de ter subsidiárias na Argentina, nos Estados Unidos e na Austrália. A receita líquida consolidada atingiu R$ 92,902 bilhões, já suprimidos devoluções de vendas, descontos comerciais e impostos incidentes sobre vendas, conforme as regras da Receita Federal. Mas o lucro líquido declarado foi de apenas R$ 926,9 milhões, ou seja, lucrou menos 1% da receita líquida, índice bastante inferior ao faturamento bruto (que o site do Friboi estrategicamente não revela, ao exibir os números do último balanço anual).
Esse lucro bem inferior a 1% significa que ou o grupo Friboi está em má situação financeira ou sonega impostos à vontade. Não é admissível e aceitável que o maior exportador mundial de proteína animal, que já ultrapassou faturamento de R$ 100 bilhões nos últimos 12 meses, esteja obtendo apenas essa ridícula margem de lucro, mas se dê ao desplante de subtrair dividendos dos acionistas (em especial, o BNDES), para generosamente doar à classe política cerca de 40% desse lucro ínfimo. E, ainda não satisfeito, o grupo gasta outra expressiva parcela do lucro numa campanha publicitária inútil, pois destinada ao consumidor final, que nem sabe onde comprar carne do Friboi.
Detalhe: em Goiás, o JBS responde a 49 autos de infração aplicados pela Secretaria da Fazenda nos últimos 9 anos, no total de R$ 1,3 bilhão, a maioria por sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na exportação de carne bovina.
Ao comandar esta grotesca fraude, o cidadão Henrique Meirelles demonstra que jamais poderia ter exercido cargo público no Brasil. Decididamente, não tem o menor interesse pelo país e por seu povo, pois é movido exclusivamente pela ganância. Mas é certo que logo, logo ele estará desmascarado e a mídia então vai descobrir o verdadeiro motivo do engavetamento (ou arquivamento) dos processos contra ele movidos pelo Tribunal de Contas da União, antes de ser presidente do Banco Central.
domingo, 3 de março de 2013
O fabu-nebuloso negocio (ou negociata?) da Petrossauro - Editorial Estadao
Seria um milagre...
Paulo Roberto de Almeida
Um negócio nebuloso
Além de provocar a ação do Ministério Público, o caso - sobre o qual o Estado vem há tempos publicando reportagens - já vem sendo acompanhado por congressistas, entre os quais o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que pediu investigação da Procuradoria-Geral da República. Pode, por todas as evidências já conhecidas, tornar-se um caso de polícia.
Depois de coletar, nos últimos meses, informações a respeito da compra, pela Petrobrás, de metade do controle acionário da refinaria texana em 2006 e, depois, da totalidade das ações por meio de acordo extrajudicial com a antiga sócia, o procurador Marinus Marsico decidiu encaminhar ao ministro José Jorge, relator da questão no TCU, pedido para que apure as responsabilidades da empresa nesse negócio, de grandes proporções e nenhuma transparência.
Na opinião do procurador, houve gestão temerária e prejuízo aos cofres públicos nessa compra. Caso o ministro aceite o pedido, técnicos do TCU examinarão a questão e poderão identificar responsáveis. O relatório técnico será depois julgado em plenário.
Ao anunciar a aquisição da refinaria de Pasadena, a Petrobrás - cujo Conselho de Administração era presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - afirmou que, desse modo, iniciaria sua participação no mercado de refino de petróleo e comercialização de derivados no mercado americano. A meta então anunciada era de, por meio de novos investimentos, duplicar a capacidade da refinaria, que, na época, podia processar 100 mil barris de petróleo por dia. Era parte de seu plano estratégico, que previa também investimentos em pesquisa e produção de petróleo em áreas do Golfo do México.
Quando se conheceram os números do negócio, porém, o valor "estratégico" da refinaria para a empresa brasileira começou a ser contestado. A refinaria de Pasadena fora adquirida no início de 2005 pela empresa belga Astra Oil Company por apenas US$ 42,5 milhões. Os entendimentos da Astra com a Petrobrás começaram alguns meses depois e foram concluídos em setembro de 2006, quando a estatal brasileira confirmou a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões.
Ou seja, a Astra - da qual um ex-funcionário da Petrobrás era um dos principais executivos - recebia esse valor pela metade da refinaria, que lhe custara US$ 21,25 milhões. Seu ganho, portanto, fora de praticamente 1.600%. O negócio já seria totalmente injustificado se tivesse ficado só nisso. Mas não ficou.
Desentendimentos entre os sócios levaram a parte belga a recorrer à Justiça americana para obrigar a Petrobrás a comprar sua parte. Depois de perder na Justiça, a Petrobrás decidiu fazer um acordo extrajudicial com os belgas. Fechado em junho do ano passado, esse acordo previu que, para encerrar todos os litígios, deveria pagar mais US$ 820 milhões. Em resumo, a Astra vendeu para a Petrobrás, por US$ 1,18 bilhão, uma refinaria que lhe custara US$ 42,5 milhões.
O plano estratégico de 2012-2016 da Petrobrás prevê a venda de US$ 14 bilhões de ativos, sobretudo no exterior, operação indispensável para equilibrar suas finanças e executar o ambicioso plano de investimentos no pré-sal. A Refinaria de Pasadena estava entre os ativos que a estatal pretendia vender para fazer caixa, mas seu valor de mercado certamente é muito menor do que o desembolsado para adquiri-la.
Vendê-la pelo valor oferecido pelos poucos interessados implicaria à Petrobrás o reconhecimento de pesadas perdas financeiras, razão pela qual a empresa agora diz que fará investimentos para torná-la mais atraente. As perdas poderão aumentar. E quem é o responsável por essas perdas?
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
O preco da republiqueta dos companheiros: nao e' doce...
Adams diz agora que não tem mais "confiança profissional" em seu ex-adjunto, mas acha que o "ser humano Weber" vai "esclarecer tudo" e que "as pessoas muitas vezes fazem opções erradas, e a vida traz esses percalços". O advogado-geral conhece Weber há dez anos, tempo suficiente para saber que o nome dele aparece em ao menos cinco casos de irregularidades no INSS e que o amigo foi objeto de sindicância da Controladoria-Geral da União em 2008 porque seu patrimônio foi considerado desproporcional à sua renda. Ele era suspeito de participar de esquema com contratos do INSS com a Fundação Universidade de Brasília. Weber barrou a investigação na Justiça Federal. Mas a equipe da AGU recorreu e, em outubro de 2011, um advogado da União salientou que "as responsabilidades (de Weber) são caracterizadoras de infração administrativa". Apesar disso, nessa mesma época, Adams não viu nenhum inconveniente em dar a Weber cada vez mais espaço e representatividade na AGU.
Agora, sabe-se que o prestigiado Weber nem mesmo precisava redigir pareceres para a quadrilha - eles vinham prontos. Em um dos casos, Paulo Vieira, apontado pela PF como chefe do esquema, mandou para o então advogado-geral adjunto o parecer em que a AGU facilita o reconhecimento da utilidade pública, para fins privados, de um projeto do ex-senador Gilberto Miranda para a construção de um complexo portuário de R$ 2 bilhões em Santos. Em 30 de outubro passado, Paulo Vieira enviou a Weber um e-mail com a redação do parecer, bem explicadinho: "Segue em anexo nova minuta, que ao que me parece atende às preocupações do parecerista. Todas as modificações estão em vermelho para facilitar a análise da questão", escreveu Paulo. A prática de preparar antecipadamente os pareceres era corriqueira. Numa conversa com Miranda, Paulo diz que é fácil dar andamento aos processos, "principalmente se levar pronto, principalmente se levar mel na chupeta".
Esse ambiente nada republicano obviamente não resulta apenas de desvios de caráter. A cultura do oportunismo corrupto é fruto principalmente do inchaço da máquina estatal, por meio da criação desenfreada de cargos e ministérios e sua distribuição de acordo com critérios exclusivamente políticos. Quanto maior o Estado, maior é a sua permeabilidade aos malfeitos. Mesmo diante de um escândalo cuja essência é o descontrole administrativo, porém, o governo petista não parece nem um pouco inclinado a conter seu ímpeto estatista - ou de "partidarizar" o Estado. Acaba de passar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado um projeto de lei que cria 90 cargos de confiança nos órgãos da Presidência da República. Para o Executivo, trata-se de um imperativo para o "melhoramento" do funcionamento da Presidência. Mas, como se vê agora, pode servir também para produzir escândalos.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Quadrilheiros, mensaleiros, corruptos, marginais da democracia, querem imunidade para delinquir...
Isso é muito bom. Ficamos sabendo, muito além dos belos discursos fantasiosos sobre a "ética na política", há muito enterrada em favor de teses mais pragmáticas do "rouba para o projeto do partido", que os chefes da quadrilha queriam uma carta de alforria preventiva, geral, ilimitada, para delinquir, para roubar, para corromper, para comprar políticos e mesmo bancadas inteiras, enfim, para praticar o que bandidos assaltantes de bancos fazem sem qualquer discurso político.
Isso é muito bom, repito. Só assim temos a confirmação da verdadeira natureza delinquencial desse partido potencialmente totalitário, feito mais de mentiras, fraudes e mistificações do que verdadeiramente de um programa credível para a transformação do Brasil.
A nota deve ser reproduzida, refletida e registrada, pois ela é o perfeito retrato do estado mental (se é possível a expressão para um partido) dos aliados dos quadrilheiros, dos defensores da corrupção, dos funcionários da delinquência política, dos militantes do roubo organizado, sistemático, sistêmico, estrutural, constante, permanente, contra os recursos públicos, que são os de todos nós.
O partido dos quadrilheiros não será fechado, sequer perseguido, a despeito de praticar extorsão regular contra empresários e cidadãos, mas pelo menos ele fica exposto, pela nota abaixo, em toda a sua indigência de pensamento (se algo próximo disso existe nas palavras abjetas que lemos nessa nota).
Paulo Roberto de Almeida
Leia o documento aprovado nesta quarta-feira durante reunião da Comissão Executiva Nacional do PT, em São Paulo
terça-feira, 31 de julho de 2012
Mensalao (2): um julgamento historico - Reinaldo Azevedo
Abaixo mais um comentário apropriado.
Paulo Roberto de Almeida
Mensalao: o significado de um julgamento - Reinaldo Azevedo
Mas, permito-me, abstraindo o fato de seu nome -- que tem atraído avaliações ou totalmente contrárias, ou integralmente a favor -- postar duas matérias de seu blog, que tratam do que é reconhecido, já notoriamente, como o mais importante julgamento político da história do Supremo Tribunal Federal e, possivelmente, do país, de sua história política, de sua trajetória na tentativa (até aqui frustrada) de superar e vencer a corrupção política (que, na verdade, se caracteriza pela existência de várias máfias que se servem da política para seus fins particulares, alguns apenas de enriquecimento pessoal, outros para fins de totalitarismo partidário).
Seguem abaixo sem qualquer comentário adicional de minha parte, no caso totalmente dispensável.
Paulo Roberto de Almeida
Reinaldo Azevedo, 30 de Julho de 2012
*
Começa na quinta-feira o primeiro dia do resto da vida institucional no Brasil. São nove homens, duas mulheres e um destino: o do país! Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber vão decidir se o país renova a sua opção pela democracia ou se marca um encontro com a impunidade, a bandalheira, o roubo e o atraso. “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”, pregava o fascismo. Seu irmão siamês, o comunismo, optou por outro caminho: “Tudo no partido, nada fora do partido, nada contra o partido”. A civilização democrática repudia as duas tiranias e proclama: “Tudo na lei, nada fora da lei, nada contra a lei”. Aos juízes caberá avaliar a participação de cada um dos 38 réus naquela cadeia de crimes, mas sem jamais perder de vista que o crime existiu. O mensalão foi, antes de mais nada, um atentado contra o regime democrático. Se aqueles que os protagonizaram saírem do tribunal com os ombros leves, então o crime terá vencido a batalha contra os cidadãos porque livres estarão os criminosos. Inclusive para voltar a delinquir. Os 11 do Supremo estarão decidindo, também, quais armas são legítimas na luta política e quais não são.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão a dizer que é legítimo comprar partidos, comprar políticos, comprar consciências.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão a dizer que é legítimo recorrer à trapaça, a ameaças, à chantagem, à calúnia, à injúria e à difamação, sufocando a verdade com a mentira.
Neste ponto, antes que continue, é hora de chamar Dilma Rousseff à razão. A presidente tem dito que o governo quer se manter distante desse assunto, que é matéria — e é mesmo — que cabe ao Poder Judiciário. Mas que governo independente, neutro e austero é esse que permite que o dinheiro público financie uma rede que hoje existe com o propósito de cumprir a agenda do PT — da sua pior parcela, na verdade — e de difamar aqueles que são considerados adversários? Gostaria muito de saber como a austera Dilma justifica essa óbvia apropriação do que é de todos em benefício de um grupo
Os mensaleiros tentaram, na verdade, dar dois golpes no país. O primeiro foi no Legislativo. Quando se montou a máquina criminosa — COM DINHEIRO PÚBLICO, JÁ CHEGO LÁ! — para alimentar nas sombras uma parcela do Congresso, ficou evidente que o governismo tentava criar o seu próprio “Congresso”. Seria um Legislativo do B, a soldo, para prestar serviços ao governo, fora de qualquer controle institucional. Com parlamentares que recebem dinheiro ilegal na boca do caixa, um governo pode executar a agenda que bem entender porque o espaço da representação popular foi conspurcado por larápios. Golpistas, dona Marilena Chaui, são os mensaleiros!
Não há nada mais perverso e intelectualmente safado do que perverter um bom fundamento a serviço do mal. Recorrendo a uma simbologia religiosa, costumo notar que essa é a prática corriqueira do demônio. Ele nunca se insinua mostrando a sua cara hedionda. É o que acontece agora com a chamada “tradição garantista” do nosso Supremo. Ela é ruim? Não! Está corretíssima nos seus fundamentos. Não havendo provas contra os réus, eles têm de ser absolvidos. Mas isso não diz tudo. Ou melhor: isso não diz quase nada porque o que se chama “garantismo” é, então, só o óbvio, o corriqueiro, o civilizado.
Na versão que Marcos Valério e PT tentaram emplacar, a origem do dinheiro repassado ao PT e aos mensaleiros seriam os empréstimos feitos pelas empresas do publicitário. Huuummm… Tenho cá comigo o relatório da CPMI. Entre 2000 e 2005, as “Organizações Valério” movimentaram a estratosférica quantia de R$ 1.147.635.715 — sim, leitor, lê-se assim: “Um bilhão, cento e quarenta e sete milhões…”. Parte significativa desse dinheiro teve origem em contrato com estatais.
As ligações das agências do Senhor Marcos Valério com as empresas do governo podem ser a fonte dos recursos que foram destinados às pessoas indicadas pelo Sr. Delúbio.
a) quanto ao crédito de RS 35 milhões, observa-se que, em 12/3/2004, a Visanet depositou R$ 35 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia útil imediato, a DNA transferiu R$ 35 milhões para outra agência do Banco do Brasil e, no mesmo dia, aplicou R$ 34,8 milhões em fundo de investimento do Banco; pouco depois, em 22/4/2004, a DNA efetuou uma TED de R$ 10 milhões a crédito do Banco BMG, referente à compra de certificados de depósito bancário; quatro dias depois, em 26/4/2004, foi concedido empréstimo de exatos R$ 10 milhões do Banco BMG a Rogério Lanza Tolentino & Associados. Como garantia, apenas o aval de Marcos Valério Fernandes de Souza e Rogério Lanza Tolentino e a aplicação financeira da DNA junto ao BMG acima referida. Apenas após a instalação da CPM1 foi proposta a execução judicial do crédito.
(…)
A coisa era simples. Uma empresa de Valério recebia dinheiro de empresa pública e o depositava no banco A ou B. Esse mesmo banco, vejam que coisa!, emprestava valor praticamente correspondente a uma outra empresa do publicitário. O dinheiro “emprestado” ia, então, parar nas mãos do PT e dos mensaleiros, sob a gerência de Delúbio Soares. Sob a coordenação de quem trabalhava Delúbio? Querem nos fazer crer agora que ele era, assim, um guerreiro solitário. Não custa lembrar: José Genoino era o presidente do partido e referendou todos os “empréstimos” que Valério fez à legenda.
Esperar que haja atos oficiais, em papel timbrando, autorizando essas manobras ou é coisa de tolos ou de gente movida a má-fé. Não se confunda garantismo com impunidade, assim como não se confunda Carta Capital com jornalismo nem alhos com bugalhos. Cada coisa tem sua própria natureza.
Numa história que começou toda errada e continuou no erro, o desfecho não poderia mesmo ser grande coisa. O juiz oferece, como evidência de que Andressa esteve com ele e fez a chantagem, imagens de sua presença no prédio da Justiça Federal e um papel em que ela escreveu três nomes que o implicariam em coisas suspeitas. Encaminhou na quinta-feira um relato do que teria acontecido ao Ministério Público. A mulher de Cachoeira prestou depoimento à PF e terá de pagar fiança de R$ 100 mil; caso contrário, pode ter a prisão preventiva decretada.
Começo pelo “quê”. É evidente que se trata de mais um passo na inútil tentativa da canalha de atacar a VEJA. O resultado tem sido contraproducente. Mais eles batem e rosnam, mais a revista e produtos jornalísticos a ela associados se consolidam como referência de milhões de pessoas. Não se conformam.
Sou uma pessoa lógica. Tenho claro que nada disso estaria acontecendo sem os dois maus passos dados pelo juiz Rocha Santos. Na presença de seus advogados, certamente Andressa não faria o que fez. Acho que o doutor Márcio Thomaz Bastos, que defende Cachoeira, não endossa esses procedimentos. Ou estou enganado? Também não teria acontecido se a assessora do meritíssimo tivesse testemunhado toda a conversa. Se tudo aconteceu como o relatado, foi a conveniência de um encontro privado que permitiu o assédio e a divulgação de uma mentira asquerosa.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Republica Mafiosa do Brasil: ate presidentes participantes
José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique e Luiz Inácio têm cartões corporativos pagos pela Presidência da República (leia mais)
Se investigarmos bem, saberemos quem criou essa prebenda abusiva, ofensiva à moralidade pública, completamente injustificada e, provavelmente, sem qualquer coisa que a ampare...
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sábado, 3 de março de 2012
Republica Mafiosa do... Futebol (ah, peguei voces...)
Pois o futebol é coisa nossa, com o jogo do bicho, o jeitinho, aquela ginga e outras coisas mais universais, como a corrupção, justamente, que por aqui prolifera, como se sabe desde Cabral (ou melhor desde a primeira carta de Pero Vaz de Caminha: em se plantando, tudo dá, e a corrupção se planta, cada vez mais, por exemplo).
Paulo Roberto de Almeida