O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Por que os companheiros tem vergonha do que escrevem?:Petrobras-Bolivia, Vale-Argentina, etc...

Recebi o comentário abaixo a propósito deste meu post:


Por que será que os companheiros têm medo de se expor, e sempre escrevem anonimamente para este pequeno e desimportante blog?
Transcrevo e depois comento:

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Hermanos pero no mucho: Argentina trata mal a Vale...":

acho q vc esta um pouco desinformado. A bolivia no caso da petrobras nao tinha outra solucao por causa das privatizacoes ilegais realizadas no governo anterior, problema de quem paga mal, paga 2x. que abrir a caixa preta da petro? vc nao vai gostar do q vai ver la e aqui tb, talvez por isso ficou por isso mesmo.
a vale foi privatizada aki ilegalmente, somando aos processos trabalhistas e ao dinheiro publico que "ganhou" e a falta de compromisso com o meio ambiente, nao era de se esperar este caso na argentina. nao pense que tudo é rosas, pq o buraco é mais em baixo , muito mais!! nopsso hermanos so estao dizendo que nao sao idiotas e que podem superar as dificuldades, e sei que vao conseguir. 

Pois bem, vejamos o que pode ser dito sobre os comentários acima.
Primeiro, que ele é praticamente incompreensível, não só pelo Português arrevesado, mas sobretudo porque seu autor junta informações diversas numa mesma frase e não traz nenhuma prova do que disse.
Segundo, porque ele mal disfarça suas tomadas de posição, contra as privatizações e a favor dos hermanos bolivarianos e peronistas de botequim.
Terceiro, porque ele se acha bem informado e eu estaria mal informado. Obrigado pela preocupação, fico aguardando essas informações fabulosamente verdadeiras sobre os bolivarianos-bolivianos e os idem-peronistas e sua gestão excepcional dos bens públicos. A Argentina, como vocês sabem, vai muito bem, e depois que expulsou a Vale vai melhor ainda. Não mais será explorada por uma companhia que destrói o meio ambiente (e o inteiro ambiente também).
Esses mercenários a soldo são mesmo muito ruins. Os companheiros mandões poderiam pelo menos pagar um pouco mais para ter gente mais qualificada.
Minha contribuição para a melhoria do exército de militantes mal pagos segue abaixo.

Que tal um anúncio assim?:

Governo contrata mercenários de luxo. Paga-se bem. Exige-se Ph.D. Mas que saiba escrever. Propostas, com CV Lattes para o e-mail: ...........@companheiros.org

Acho que eles estariam bem melhor servidos.
Pela sugestão...
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 14 de abril de 2013

Comentarios: sempre bem vindos, desde que pertinentes

Uma nota aos leitores, visitantes, curiosos, comentaristas em geral
(Aliás, colocada na seção de comentários, apesar de que muitos não prestam atenção)

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo do post em questão. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). 
De preferência, formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, com um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
Retirei, a pedido, mas me arrependi, a confirmação manual para os comentários; como previa, aumentou enormemente o número de junks e spams, e fui, portanto, obrigado a restabelecer o antigo sistema; desculpo-me desde já pelo incômodo, mas a propaganda e as bobagens que tenho de apagar a cada vez, tornam necessário o controle...

Acho que o recado está dado, mas ele se aplica a muito pouca gente. A maioria se encaixa nos padrões normalmente aceitos para participar de um debate saudável.
Os que não se encaixam, podem ser classificados numa das categorias seguintes:
1) Super-concisos: "genial", "gostei", "muito bem", "de acordo", e por aí vai...
2) Os que tem raiva deste blog e deste blogueiro, anônimos, por definição, e que aproveitam qualquer oportunidade (ainda que seja por uma questão ridícula como erro de redação, dada a rapidez da postagem, várias vezes sonolenta) para atacar a postagem e o autor; algumas vezes posto, se for pertinente, mesmo atacando este blogueiro que não tem poder sobre nada (e muito menos para abalar o poder atual); outras não, se não contribuir em nada para o debate;
3) Os "oportunistas", ou seja, que aproveitam qualquer postagem para simplesmente enviar um link, por vezes obscuro, sem dizer nada, apenas querendo usar da oportunidade para "descarregar" o que acabam de ver ou ler; eles provavelmente não dispõem de blog, ou de leitores e querem usar o meu como veículo; por vezes posto, se é pertinente, outra vez não, se é irrelevante;
4) Os "outros": todos os que não se encaixam nas categorias acima, ou talvez caibam em todas, como se faz em certas respostas de múltipla escolha: "todas as opções acima".  

Ficamos assim, então?
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A visao "etica" do mundo dos homens sem qualquer etica: alguns comentarios pessoais...

Recebi nesta tarde, imediatamente após colocar este post neste blog,

Ecce Homo! (mas acho que ele nunca ouviu falar de Nietszche...)

um comentário que exclui do "rodapé", para promovê-lo a corpo de texto, o que deve deixar seu autor orgulhoso, embora não pelos bons motivos. Suprimo o seu nome -- que conheço de outras aventuras no espaço virtual -- para não constrangê-lo, pois acho que ele vai ficar com mais raiva deste blogueiro, ainda, com quem ele já teve entreveros lamentáveis no passado, justamente por que ele defende um mundo sem ética, um mundo feito apenas de um partido no poder, um mundo que ele vê em branco em preto, eles, os supostos "salvadores" da humanidade, e nós, os liberais -- que eles chamam estupidamente de "neoliberais", sem sequer saber o que isso significa --, ou seja, todos aqueles que não comungam de seus valores aéticos, de sua total falta de princípios, de seu oportunismo rastaquera e imoral, de seu raquitismo mental, de sua desonestidade congênita.
Eis o comentário do "herói" das causas totalitárias: 

Afff! Que texto mais estapafúrdio :D
Uma oposição que depende desta criatura que é o Reinaldo Azevedo continuará chorando o leite derramado em 2014, 2018, 2022...
Beijo para você PRA :)


Argh!!! Beijo??? Desse cara???!!! Jamais de la vie, por princípio, por escolha e... por asco.
Não vou sequer me dar ao trabalho de rechaçar seus argumentos puramente eleitoreiros, pois um indivíduo assim, como vimos, reduz o mundo a um combate entre os "bons", os "heróis" das causas operárias (e totalitárias), e todo o resto da humanidade. O texto do jornalista em questão era sobre o homem sem o qual eles não vivem, o único recurso de que dispõem para se apresentar como ganhadores, depois de 500 anos de dominação oligárquica (curioso que todos os oligarcas estão justamente com eles, desde sempre, como qualquer um pode constatar).
Este blog não tem partido nem candidatos em eleições, e se tiver um partido será simplesmente o da liberdade, o da independência de pensamento, o da recusa de se deixar levar pela falta de ética daqueles que utilizam-se de todos os meios para alcançar os seus fins, aqueles do partido único, se tal fosse possível no Brasi, em todo caso do pensamento único, que eles pensam ser progressista, ou de esquerda, mas que só consegue ser reacionário e fascista.
Indvíduos como esse ficam com raiva de espíritos libertários como o meu, e como não têm nada de inteligente a dizer, não têm nenhum argumento próprio a apresentar, ficam vigiando, como bons mercenários a soldo que são, os veículos daqueles que não comungam de suas porcas ideias (acho que eles não têm nenhuma, justamente, apenas slogans repetidos como paus mandados), de sua total falta de ética, de sua comunhão com o crime.
Eles são capazes de justificar as patifarias mais extremas de um chefe mentiroso, já que as falcatruas foram perpetradas em nome e em favor de suas causas obscuras.
Eles, que defendem todas as ditaduras, todos os oligarcas (à condição que eles estejam do seu lado, mesmo oportunisticamente), eles que justificam todos os crimes se dirigidos aos seus objetivos, esses elementos não conseguem suportar um pensamento livre, uma atitude crítica, um espírito independente. Eles são os vermes morais da humanidade, exatamente como já tinha revelado Arthur Koestler mais de 70 anos atrás, ele que era um ex-comunista, egresso de todos os combates contra a burguesia e o imperialismo, e que descobriu, a partir da guerra da Espanha e dos processos de Moscou a natureza essencial dos antigos companheiros, sua falta total de compromisso com a verdade, sua total falta de caráter, seus únicos compromissos com o partido totalitário que domina suas mentes, e os transforma em cães amestrados a serviço de qualquer causa, desde que seja aquela determinada pelo comitê central.
Esses indivíduos eu abomino, mas ao mesmo tempo eu tenho de agradecer sua constância em formular comentários amorais neste blog, pois isto me dá justamente a oportunidade de me distinguir deles, e de revelar sua verdadeira identidade aética.
Para satisfação de egos como o do comentarista em questão, que certamente vai ler esta postagem, coloco mais um artigo de seu jornalista mais odiado, não que eu tenho qualquer subordinação intelectual, ou qualquer concordância de princípio com esse jornalista, mas apenas porque ele toca nas questões reais, de uma forma competente e argumentada.
Fica para deleite do meu comentarista e como aprendizado aos mais jovens.
Paulo Roberto de Almeida

Sob a égide da ética do crime. Ou: A ética dos Renans, dos Dirceus e um livro. Ou: É permitido matar a velha a machadadas?
Reinaldo Azevedo, 1/02/2013

Renan Calheiros (PMDB-AL), reconduzido à Presidência do Senado, resolveu exibir musculatura filosófica no discurso oficial como candidato ao posto. E disparou: “A ética não é um objetivo em si mesma. O objetivo em si mesmo é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim”. Que coisa! O candidato falava, então, em termos abstratos, conceituais, e a paixão especulativa poderia nos devolver lá a Aristóteles, passando por Kant e chegando a Espinosa — depois de devidamente desprivatizado, já que, no Brasil, Marilena Chaui se quer a intérprete oficial do autor; se a obra de Espinosa fosse “A Valquíria”, Marxilena se apresentaria como Maria Callas… Mas que se deixe a abstração de lado. O voo teórico de Renan se fez ética encarnada na voz do senador Lobão Filho (PMDB-MA), que chegou à Casa como suplente de Lobão Pai, hoje ministro das Minas e Energia: “Nessa Casa não há nenhuma vestal. A última vestal que tentou ser vestal nessa Casa foi desossado pela imprensa. Não há ninguém a levantar o dedo para o senador Renan Calheiros”. O Lobinho é o homem do Lobão!

Ele se referia certamente a Demóstenes Torres, defenestrado por bons motivos do Senado, como todo mundo sabe. Mas que se note: Demóstenes não perdeu o mandato porque se apresentasse como vestal; ele foi cassado porque não praticava, na vida pública, aquilo que enunciava e anunciava. Quando aquele senador caiu, os valores éticos não caíram com ele. É espantoso! Hoje em dia, intelectuais de esquerda, os petistas e tipos como Lobinho passaram a demonizar o discurso da ética e da moralidade públicas. Ele seria sempre e necessariamente falso; só poderia se exercer como moralismo de fachada. Nessa perspectiva, não se deve mais censurar este ou aquele pelo crime cometido; cumpriria, então, indagar: “Mas por que ele fez tal coisa? O fim é nobre?”.

De fato, a ética não é uma finalidade em si, mas um instrumento. Só que há uma consideração que certamente não passa pelo amoralismo de Renan Calheiros e dos setores da esquerda que são hoje seus aliados: os meios empregados qualificam os fins. Se Maquiavel retirou a política da esfera quase celeste e a devolveu à terra ao constatar que, na vida real, os fins acabam justificando os meios, tomada tal perspectiva como um norte ético, mergulha-se, então, no vale-tudo.

Não, meus caros! Nem Aristóteles, nem Espinosa, nem Kant. O livro que trata de forma mais viva e cruenta a questão da ética é o magistral “O Zero e o Infinito”, escrito pelo ex-comunista Arthur Koestler, que veio à luz em 1941. Ele precisou de muito menos tempo do que outros para constatar os crimes do comunismo. O centro da obra é justamente um questionamento ético. Entre 1936 e 1938, Stálin — tratado no livro como o “Nº 1” — liquida boa parte da velha-guarda revolucionária no curso dos chamados “Processos de Moscou”, uma farsa judicial espantosa para se consolidar como a única fonte de poder da União Soviética. Os “processos” são especialmente espantosos porque conduzidos de forma a criar uma maquinaria argumentativa que levava os acusados a confessar a sua culpa, embora soubessem que isso não os livraria da morte, à qual já estavam condenados. A acusação essencial: conspirar contra o estado soviético, a revolução socialista e o partido.

É esse clima que Koestler reproduz em seu livro. Rubachov é um comunista revolucionário de primeira hora que está preso, acusado de conspiração e traição. Somos apresentados a seus diálogos com seus algozes, todos eles a serviço do partido e da causa. Ocorre que se formara ele também na certeza de que o partido não errava nunca e de que não se iria construir uma nova humanidade sem cometer alguns atos condenados pela moral burguesa.

Um trecho do livro é particularmente significativo. Rubachov conversa com Ivanov, um policial do regime com certas pretensões filosóficas. Este faz algumas considerações sobre Raskolnikov, o jovem assassino de “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, aquele que mata uma velha exploradora a machadadas para supostamente usar o seu dinheiro em benefício da humanidade. Raskolnikov acaba confessando a sua culpa e busca a reabilitação.

Para Ivanov, o policial, “Crime e Castigo” é um livro que deveria ser queimado porque não propõe nenhuma questão relevante. Entende que Raskolnikov “é um louco, um criminoso, não porque se comporte logicamente ao matar a velha, mas porque está fazendo isso por interesse pessoal”. E acrescenta: “O princípio de que o fim justifica os meios é e continua sendo a única regra da ética política. Tudo o mais é conversa fiada e se derrete, escorrendo por entre os dedos. Se Raskolnikov tivesse matado a velha por ordem do Partido (por exemplo, para aumentar os fundos de auxílio às greves ou para instalar uma imprensa clandestina), então a equação ficaria de pé, e o romance, com seu problema ilusório, nunca teria sido escrito, e tanto melhor para a humanidade”.

Como vocês percebem, para Ivanov, o assassinato mais torpe se enobrece se a causa é considerada não exatamente justa, mas útil.  O programa do computador deu pau (daí a demora em voltar…), e estou digitando trechos do livro. Rubachov responde que, no poder, os revolucionários conseguiram criar uma sociedade pior do que aquela que buscavam substituir, que as condições de vida se deterioram dramaticamente em todas as áreas, que as pessoas sofrem muito mais.

Ivanov então responde: “Sim, e daí? Não acha maravilhoso? Alguma vez já aconteceu algo mais prodigioso na história? Estamos tirando a pele velha da humanidade e lhe dando uma nova. Não é uma ocupação para gente de nervos fracos”. O policial já havia dito ao líder comunista que caíra em desgraça que só há duas éticas no mundo, opostas e inconciliáveis: uma é a cristã e humana, que declara que o homem é sagrado e que os princípios da aritmética não podem ser aplicadas a unidades humanas; a outra é a coletiva, que subordina cada homem às necessidades do coletivo; esta outra, que é a sua, diz ele, “não somente permite como pede que o indivíduo seja de todas as maneiras subordinado e sacrificado à humanidade”.

De volta a Renan
E o que Renan tem com isso? É um legítimo representante ou herdeiro da esquerda, por acaso? Até namorou com o PC do B quando jovem, mas isso não tem importância. Relembro “O Zero e o Infinito” porque nenhuma  obra levou tão longe e de maneira tão viva o questionamento ético. A elite dirigente que hoje comanda o país transformou em norte moral a máxima de que o fim justifica, sim, os meios empregados. Essa visão de mundo contamina setores da imprensa. Quantos não são aqueles que justificam a aliança da velha com a nova oligarquia em nome do interesse nacional?

A “ética” de que fala Ivanov é aquela que entrega a um partido, a um ente, o destino da humanidade e de cada homem. Sim, ele está certo na constatação, entendo eu, de que, a rigor, só existem duas éticas: a que sacraliza o indivíduo e a que o transforma em peça de uma narrativa contada por aquele ente de razão. O que nos distingue, por óbvio, é que fico com a primeira, e ele, com a segunda.

O Brasil passa por um momento particularmente infeliz no que diz respeito à ética porque, com efeito, o PT é herdeiro moral do vale-tudo bolchevista — sem mais ser, por óbvio, comunista. E, em nome do que vende como “causa da humanidade”, não só pratica os piores crimes como os transforma em ferramenta de progresso social, como faz Ivanov. Esse amoralismo redentor, que apela a amanhãs gloriosos, se casou perfeitamente com os interesses das elites reacionárias brasileiras, de que são expressões os Renans, os Sarneys etc.

Se uns nunca tiveram têmpera revolucionária, os outros a empregam como farsa. Porque, de fato, se os reacionários nunca tiveram como perspectiva um novo mundo, os supostamente revolucionários queriam era dividir o comando da reação. E conseguiram. Os dois grupos se dizem hoje irmanados na defesa do bem comum, em nome do qual tudo é permitido.

O conjunto explica por que José Dirceu sai proclamando aos quatro ventos que as críticas a Renan derivam do moralismo udenista. Dirceu é o candidato a Ivanov dessa nova ordem. E Ivanov já disse: Raskolnikov, o que matou a velha a machadadas, só não era um herói porque não agiu sob o comando do partido, de uma causa.

Não sei se daqui a dois, seis, 10, 14 ou mais anos… Um dia essa gente será apeada do poder. E poderemos, ou outros poderão, refletir com ainda mais rigor sobre a era em que vivemos sob a égide do crime sem castigo. Os que chamamos as coisas por seus respectivos nomes fazemos a crônica de um tempo.

sábado, 9 de junho de 2012

Uma licao de economia: primeiro, vincular fatos a causas

Um Anônimo -- essa mania de se esconder é indicativo de fraqueza, vergonha, incerteza, dúvidas pessoais, ou o quê?; pensam que eu vou triturar o crítico? -- me escreve a propósito deste post: 

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "As duas vias da América Latina: protecionismo e in...": 
Não entendo essa tendência de ver o Brasil como fechado, em quanto é obvio que nem os Estados-Unidos nem a União Européia são mercados abertos.
Entendo o posicionamento liberal do senhor, mas Washington despreza Milton Friedman e Hayek mais ainda do que Brasilia.
O Brasil tem varios problemas internos, não precisa de problemas externos.
É so ver a situação da Estonia hoje, ultraliberal : quase perdeu 20% do PIB na crise. 

Meu único comentário -- pois não tenho tempo para dar um lição de economia em que se mostra ignaro de certos fatos elementares, mas nem é minha função, ou a missão deste blog, fornecer aulas de qualquer coisa para curiosos de passagem -- seria curto, apenas uma síntese:


A primeira tarefa de quem pretende aprender qualquer coisa seria a de se desembaraçar de crenças e opiniões e se ater a fatos, objetivos, mensuráveis, dados da realidade, e, seguidamente, de vincular certos fatos a determinadas causas. Como disse um filósofo pedestre, as consequências sempre vêm depois, ou seja, determinados fatos, que podem ser causa de determinados processos produzem consequências.
Em economia, certos fatos são estabelecidos a partir de dados objetivos da realidade, não de opiniões, muito menos de teorias de autores, mesmo economistas famosos. Portanto, deixemos esses personagens de lado.
Vejamos: 
1) "tendência de ver o Brasil fechado"? Tendência???!!!
O Anônimo desconhece estatísticas comparadas de coeficientes de abertura externa. Mas ele pode aprender o que é isso, e ver como o Brasil se situa em relação a outros países.
Se ele quiser estabelecer uma correlação linear, verá que os países mais abertos são os mais ricos (com uma ou outra exceção, que tem a ver com outros fatores, o que não impede que os países, mesmo com baixo coeficiente, sejam abertos ao comércio internacional).
2) Segundo o Anônimo, o Brasil tem suficiente problemas internos, assim pode escolher ficar afastado de problemas externos. 
Bem, aqui não se trata de uma questão de economia, mas de lógica elementar. Existem livros para isso também. Não preciso indicar.
3) "A Estônia perdeu 20% do PIB porque era neoliberal". (sic)
My God, o simplismo se juntou à ignorância dos fatos para estabelecer uma das correlações mais estúpidas que já escutei.


Contra argumentos de certos Anônimos, não existem fatos que os recusem.
A fé dos Anônimos na sua própria ignorância só perde para a pachorra que têm de me escrever para desmentir meus fatos, substituindo-os pelas suas próprias crenças e pelas que acham que supostamente eu mantenho.
Como sempre faço, minha única recomendação seria esta: mais estudo, mais livros, menos bobagens tupiniquins, mais leituras de boa qualidade com o que nos vem de fora (não da mesma tribo, claro).
Paulo Roberto de Almeida 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O tumulo do Anonimo Enraivecido (ele sabe que escrevi para ele...)

Desculpem a brincadeira indevida com o "túmulo do soldado desconhecido", mais conhecido nos anais da história, e presente um pouco em todas as guerras, para homenagear um soldado de valor, que morreu sem que seu corpo tenha sido identificado devidamente. Uma homenagem a verdadeiro soldado desconhecido, de qualquer forma.
Mas, isso não tem nada a ver com nosso "Anônimo Enraivecido", que não tem nenhum valor, e nem mereceria este post, que só vai postado para deixá-lo com mais raiva ainda.
Eu sei que ele vai ler, e vai ficar um pouco mais enraivecido.


Mas quem é o "Anônimo Enraivecido"? (doravante AE)
Simples, é alguém que não gosta de mim, o que está inteiramente em seu direito. Eu tenho dezenas, talvez centenas de inimigos.
O que me deixa terrivelmente preocupado. 
Imaginem vocês se algum deles me desafiar para um duelo!!??!!
Oh vida, oh azar, oh céus, eu sabia que não ia dar certo! O que vou fazer agora, aqui perdido nesta vastidão do ciberespaço, sem sequer um Chapolim para me defender?


Eu faço posts provocadores, só para despertar o animus bellicandi de certo tipo de idiota desconhecido (como o AE, por exemplo), que pensa que sabe tudo com os seus dois neurônios concentrados em subliteratura do Zeitgeist.


Mas, estou sendo condescendente: não é que o AE não gosta de mim. 
Ele, na verdade, tem ódio de mim. Se ele pudesse, me colocaria frente a um pelotão de fuzilamento, ou me mandaria para algum Gulag perdido no fundo da Amazônia, como talvez fizessem na terra dos seus diletos companheiros de opinião e de ideologia com dissidentes como eu...


Acho também que o AE é masoquista, pois ele lê tudo o que eu escrevo, inclusive os posts mais errados, mais estropiados, feitos na pressa, na correria das leituras, que estão sempre atrasadas.
Diferente do AE, que dispõe de todo o tempo do mundo para vigiar o que escrevo (o que agradeço, sinceramente).
Acho que ele vai ler mesmo este post, destinado a lhe dar 5 minutos de fama (mas acho que dá para ler em menos tempo...).
Ele lê tudo o que escrevo, com raiva preventiva, imaginem vocês, os seus dois neurônios atilados, saltando para fora da caixa ôca daquilo que passa por cérebro, só para descobrir um errinho qualquer de digitação, de concordância, de construção em meus textos. 
E ele fica extasiado com alguma genial descoberta. Pronto, pegou mais mais uma estupidez da minha parte. Orgiástico, não é mesmo AE?


E aí ele escreve, esperando ser publicado (claro!, do contrário por que ele escreveria??), pois seu único prazer é de ser um PRA-bashing man, um detrator exclusivo que eu tenho, para vigiar todos os meus erros (o que agradeço sinceramente, pois se não fosse ele, os posts sairiam com muitos erros a mais do que já saem). 
Eu cometo erros em todas as línguas em que escrevo, claro, mas já reparei que ele só corrige mesmo o meu portugueis estropiado, não os textos em outras línguas (se ele quiser revisar meus textos em francês e em inglês, eu até agradeço e posto aqui; aliás, preciso verter um para o espanhol, mas não pode ser em portunhol como é o de todos esses amigos de Cuba).


O AE não deve ter muito o que fazer, e não deve ter uma existência própria na vida. Seu único objetivo é destratar este blogueiro provocador e anarquista. Deve ser freudiano.
Ele pensa que isso me dá raiva.
Mas eu aprendo com isso. Thanks AE...


Ele até me dá inspiração para fazer mais um dos meus minitratados.
Ele vai ler, estou seguro, pois terá sido feito especialmente para ele.
E vai me ajudar a descobrir erros involuntários nesse minitratado e em todos os demais textos (e vários outros que derivam da minha própria estupidez, claro). Não desista agora, por favor AE!


O AE é um gênio! Ele trabalha de graça para mim...
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sobre este blogueiro e alguns de seus blogs


Recebo, de um leitor, o comentário imediatamente transcrito, sobre o meu blog, postado em algum outro blog, do qual não possuo agora a referência (mas isso não tem importância, pois o que vale é o comentário, não quem o fez, ou onde fez):
(primeiro transcrevo, depois comento, sendo que o post original vai reproduzido in fine)

Diplomatizzando
O blog Diplomatizzando ( clique aqui) é escrito pelo diplomata e também professor Paulo Roberto de Almeida. Ele é daquelas pessoas brilhantes, digo novamente, brilhantes, mas também polêmico, porque muitas vezes suas ideias são radicais. Suas posições são firmes: não gosta da esquerda, acha o MEC uma máquina social imbecilizante ,e por muito pouco não chama você de idiota. Mas, tenho que dar o braço a torcer, às vezes ele tem argumentos... e por pouco não te convence que o governo Lula foi nocivo para o país. Porém, ele tem outro blog, o Vivendo com os livros ( link abaixo), onde fala, é claro, de suas preferências literárias. Fiz um “copy-paste” do último (acho) post do blog, onde, humildemente, ele se coloca como um aprendiz de escritor. E, olha, ele que tem uma penca de livros publicados. Frasezinhas soltas, mas sempre rrricas ( como diziam meus hóspedes Argentinos nessa semana)

Comento, agora (PRA):
Agradeço pelo “pessoa brilhante”, mas sinceramente não creio que seja o caso: existem pessoas muito mais brilhantes do que eu, mas isso tampouco importa. Eu sou apenas um gajo esforçado, que está sempre lendo.
Agradeço também pelas “ideias radicais”. Não tenho certeza de que sejam, eu as pretendo apenas conforme à realidade, e por isso mesmo recuso a caracterização seguinte, que pretende que eu não gosto da “esquerda” (seja lá o que isso queira dizer).
Eu mesmo me pretendo de esquerda, se por isso entendermos uma pessoa que gostaria de acabar com certos privilégios – de políticos e juízes, por exemplo --, de introduzir mais igualdade na sociedade – via mercado, porém, e não via Estado, que sempre distribui para os mais espertos, que costumam ser, via de regra, os ricos e os mandarins do Estado, justamente --, que defende causas progressistas – e não o regressismo do século XIX, como certos indivíduos reacionários a ponto de achar que prescrições de 180 anos atrás ainda servem para os nossos tempos, enfim, eu sou de esquerda nesse sentido moderno, não no sentido arcaico de alguns que se pretendem de esquerda sem sê-lo, de verdade.

Não é, portanto, que eu não gosto da esquerda, e isto precisa ficar claro. Eu apenas tenho alergia à burrice, e horror à desonestidade intelectual. Não tenho culpa se essas duas (más) “qualidades” se encontrem em volume desproporcionalmente superior em certos setores da opinião ideológica que costuma poluir nossas universidades.
Se a esquerda for inteligente, e honesta, eu não tenho nenhum problema em debater com ela, como debato com qualquer pessoa, independentemente do colorido político e do posicionamento partidário: não tenho preconceitos.

Acho, sim, o MEC uma máquina deplorável, mas não tenho nenhuma ilusão de que se ele fosse uma máquina razoável a educação no Brasil teria condições de melhorar, pela simples razão de que toda a pedagogia brasileira está pervertida e dominada por essas figuras que eu chamo de “saúvas freireanas”,  as pessoas que acham que Paulo Freire é um gênio da educação universal. Infelizmente, a idiotice capturou a educação brasileira e estacionou. Deve demorar mais um 25 anos (por baixo) para despoluir o ambiente, se isso algum dia ocorrer...

Por fim, não pretendo convencer ninguém que o governo Lula foi nocivo para o país: eu apenas me limito a expor fatos – que estão na imprensa – e a emitir algumas opiniões, que são as minhas, e não obrigo ninguém a partilhá-las.
Como disse, eu tenho alergia à burrice e horror à desonestidade intelectual. Sou contra mentirosos, fraudadores, pessoas sem caráter, etc e tal.
Cada um que encontre seus personagens.
Paulo Roberto de Almeida
PS. Abaixo o post original de onde saiu o comentário acima transcrito.

 um estimulo a escritores aprendizes (como eu)


Sobre o ato de escrever:-
- Toda pessoa tem o direito de dizer o que ela acha ser verdadeiro, e qualquer outra tem o direito de atacá-la por esta boa razão.

Samuel Johnson


- O talento, não está em escrever uma página, está em escrever trezentas.

Jules Renard


- Escrever, é uma relação de amor consigo mesmo, com as coisas, os momentos e as pessoas. Escrever, é como viver uma vida paralela à sua vida de cada dia; é o vaso purificador da alma e de seus movimentos.

Louise Portal

-
Escrever é também uma maneira de falar sem ser interrompido.

Jules Renard.

-
Escrever: a única maneira de emocionar alguém sem ser perturbado por uma face.

Jean Rostand

-
Custou-me quinze anos para descobrir que eu não tinha talento para escrever. Infelizmente, não consegui parar, eu já tinha me tornado famoso.

Robert Benchley

-
A História será indulgente comigo, porque eu tenho a intenção de escrevê-la.

Winston Churchill

-
Para escrever não se deve ser muito inteligente, é preciso ser um idiota resplandecente.

Antonio Lobo Antunes

-
A escrita tem isto de misterioso: ela fala.

Paul Claudel

-
A ecrita é uma aventura. No começo é um jogo, depois é uma amante, em seguida é um mestre, e aí se torna um tirano.

Winston Churchill

-
A única escrita válida é aquela que a gente inventa... É isto que torna as coisas reais.

Ernest Hemingway

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Anonimos governistas: uma tribo sempre crescente (e que pulula neste blog tambem)

Eu poderia até escrever uma "praga" sempre crescente, mas isto poderia ofender certos governistas sinceros, gente de boa vontade, e animada das melhores intenções possíveis, e que pensam estar fazendo o bem ao povo deste país, ao servir um governo qeu quer o "bem do povo", contra esses malditos neoliberais que sempre ficam torcendo contra, querendo crises e derrotas, fracassos e frustrações, apenas para provar que o governo é incompetente, inconsciente, ineficiente, enfim, essas coisas que todo mundo sabe mas que poucos ousam dizer...
Não tenho problemas em escrever "praga", ou tribo, inclusive porque acho a minha própria tribo, a dos sociólogos, um bando de masturbadores sociais que produzem muita ideologia e pouco conhecimento útil à sociedade.
Mais, passons...
Este post é dedicado a todos os bravos -- estricto et lato sensii -- governistas anônimos que fazem comentários por vezes indignados, no mais das vezes derrisórios ou irônicos, contra este modesto bloguista, como se eu fosse responsável pelo teor dos materiais que aqui posto. Vejam bem: 90% (ou mais) do que vem aqui para leitura, deleite (ou desprazer) de seus frequentadores ou passantes é pura matéria de imprensa, que os navegantes, anônimos ou não, governistas ou não, podem ler livremente em todos os sites e blogs que eu mesmo frequento. Eu só faço o favor de transcrever aqui o que acho interessante, ponto.
Meus comentários iniciais apenas traduzem o que penso da matéria, ponto.
Mas eis que  alguns desagradados resolvem comentar, NÃO a matéria, que seria o mais importante, mas os meus comentários, e atacam este blogueiro indefeso -- nem tenho porte de armas, nem sei lutar artes marciais -- que apenas reflete o que vai pelo mundo, sem qualquer poder de mudar a realidade.
Eu apenas pretende, aspiro, gostaria, de mudar a forma de pensar de alguns que aqui vêem, animados por um furor governista capaz de dar inveja aos políticos adesistas mais fanáticos.
Mudar a forma de pensar quer dizer o que? Pensar como eu? Absolutamente; apenas refletir sobre a matéria e constatar como a realidade se vinga dos incautos, dos iludidos, dos levados pela propaganda governista (sempre enganosa e hipócrita, como convém a todos os governos, e com o nosso dinheiro, além do mais), de todos aqueles que acham que o que os governantes fazem está sempre certo. Não, não está. Se está certo é porque fizeram apenas e tão somente o seu dever, e não há porque elogiá-los por isto. Se está errado é preciso alertar, denunciar, condenar, e é o que eu faço aqui habitualmente.
Quem não gosta, pode deixar de ler. Quem gosta não precisa elogiar, que eu não gosto disso.
Abaixo um exemplo de governista anônimo (uma praga, mas inevitável), e meus comentários a seus comentários.


2 Comentários

[a este post: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/09/america-latina-crescendo-firme.html]
Anônimo Anônimo disse...
Firme na torcida contra, Prazão! Vamos pensar negativo! Se a gente torcer bastante, daqui até 2014 é só crise! Daí só precisamos convencer o povão de que a culpa pela maior crise global da história é do LULA/DILMA e pimba, o poder é nosso de novo!
Quinta-feira, Setembro 08, 2011 7:41:00 AM
Excluir
Blogger Paulo R. de Almeida disse...
Caro Anônimo Governista (e leitor descuidado),
Você, como vários outros anônimos governistas que frequentam, leem, se debatem com raiva em relação a este modesto blog, ficam extremamente ansiosos para ler, não as matérias que eu posto (e 90% do que eu posto é pura seleção de matérias da imprensa, sem minha interferência, portanto), mas meus comentários iniciais.
Tamanha é a ansiedade governista, que desta vez você nem reparou que eu sequer toquei no nome deste país que o acolhe tão generosamente e que também é o meu. Seja por patriotismo, seja por sabujice ao governo, você se apresseou em falar de crise, de eleições, quando eu sequer toquei no nome do Brasil, falando apenas de tendências econômicas da América Latina.
Acho que você tem duas fixações doentias: uma é contrariar sempre meus comentários, outra é servir a esse governo que você acha ótimo, mesmo anonimamente, ainda que você, no recesse de sua caverna governista você se deleita com amigos e colegas ao dizer que colocou mais um comentário contra um brasileiro vil (eu, claro), que está sempre criticando o governo, por qualquer motivo.

Governista Anônimo,
Eu lhe recomendo abrir o seu próprio blog a favor do governo, e depois passar no caixa do governo para recolher o seu dinheiro, merecido ou não (acho que você tem muitos adesistas oportunistas na fila).
Aprenda uma coisa, se você já não sabe.
Fazer blog a favor, é coisa de quem não pensa, só adere, bestamente. Deixe isso com os propandistas do governo, pois o governo já gasta muito do seu, do meu, do nosso dinheiro com eles e eles já estão aí para isso mesmo: fazer propaganda descarada a favor, recolhendo milhões com isso, e dando risada dos trouxas que pagam e acham bonito ("as mãos do povo", que bonito!).

Este blog pensa, ou pelo menos o seu autor, e gosta de repetir como fazia o sábio Millor Fernandes:
"Jornalismo de verdade é sempre do contra. O resto é armazém de secos e molhados".
A função do pensamento crítico é esta: dedicar-se ao que está errado, pois o que está bem o governo já propagandeia (mesmo equivocadamente e hipocritamente) com o nosso dinheiro.
Eu vou sempre agir assim: se você não está contente, abra o seu blog e faça o trabalho dos assalariados do poder.
Eu não tenho problema em ser um servidor do Estado, mas não costumo deixar o cérebro na portaria quando entro no trabalho. Se você o faz, lamento por você, e só posso lhe desejar sorte e felicidade.
Eu fico com minha consciência e minha honestidade.
Por fim: da próxima vez, leia o que escrevi, antes de se posicionar contra este autor.
Não estou aqui para contentar ninguém, apenas para fazer as pessoas pensarem...
Mas você pode se excluir, claro...
Paulo Roberto de Almeida
(um anarco-pensador...)
Quinta-feira, Setembro 08, 2011 11:22:00 AM


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ao Anônimo Desconhecido: conte ate DEZ antes de postar...

O título é uma contradição nos termos, uma "contradictio in adjecto", como diriam os latinistas, mas se existem soldados desconhecidos, por que não existem "anônimos desconhecidos"?

Pois bem, a razão é simples.
Existem anônimos "conhecidos" que frequentam regularmente este espaço, com a regularidade de um cometa mais rapidinho...
Mas existem também aqueles que entram, lêem, não gostam do que leram, e logo postam algum comentário negativo, para satisfazer sua necessidade de demonstrar descontentamento com o que leram.
Geralmente eles apenas disparam contra este humildo "post-man", este emissor de notícias ruins e menos ruins, que apenas retratam a realidade que vai pelo mundo.
Como isso não se encaixa nos cânones mentais de certos leitores, eles logo disparam uma acusação contra o posteiro que sou, me chamando de algum nome qualquer, sem ter coragem de assumir uma postura pública ou sequer sem condições de postar algum comentário coerente, indo ao "crux of the matter", em lugar de apenas demonstrar raiva ou decepção com o que leram.

Eu teria duas recomendações a comentaristas anônimos que assim procedem:
1) Pense duas vezes, conte até dez, antes de postar seu comentário subjetivo, impressionista, acusatório, sem se deter no fundamento do problema, apenas atirando neste mensageiro que sou eu.
2) Abra um blog seu, para veicular frustrações pessoais, ou então para elogiar aquelas autoridades que você acha que estão desenvolvendo uma política excepcional, benéfica ao país, que finalmente se libertou da exploração imperialista, defende sua soberania e coisa e tal. Você pode se sentir bem melhor tendo o seu próprio espaço, em lugar de ficar com raiva frequentando espaços iconoclastas como este aqui...

Assim é, caro leitor, alguns comentaristas anônimos são muito apressadinhos. Se pudessem, matariam logo de vez este blogueiro, apenas para não ter de ler certas coisas que não se encaixam no seu universo mental.

Bom dia...
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 28 de agosto de 2010

Paixoes desatadas: os blogs como evidencias da estupidez crescente

Um leitor deste blog reclamou, ainda ontem, de minha tendência a considerar a educação no Brasil como perdida pelos próximos anos. Ele acha que eu fiz previsões catastrofistas sem qualquer razão para fazê-lo.
Em resposta, disse a ele que eu não estava fazendo previsões, mas apenas constatando o que já existe de fato na atualidade, basta olhar em volta.
Com efeito, quem conhece a realidade educacional do país, não apenas pelos indicadores, estes sim verdadeiramente catastróficos do PISA (recomendo uma visita ao site da OCDE, para maiores precisões, estarrecedoras), mas também pelo contato direto -- e quem tem filhos em escolas brasileiras, mesmo privadas, sabe o horror que são os professores, com muitas exceções, claro -- com alunos e professores (e eu tenho, pelos meus encargos acadêmicos), sabe que a realidade da educação no Brasil é muito pior do que possamos imaginar, e bota pior nisso.
Mas eu também me dedico -- só pode ser por esporte masoquista -- a ler os comentários de leitores nos blogs e colunas de jornalistas de grandes meios, em quase todos os que permitem publicação de comentários de leitores. Posso garantir que a impressão que se tem é arrasadora.
Sempre li as cartas de leitores nos grandes jornais e revistas -- Estadão, Globo, FSP, Veja, etc. -- pois elas revelam o que vai realmente na alma do povo. Mas essas cartas são rigorosamente selecionadas e as redações eliminam as mais chocantes ou mais mal escritas. Outra forma de saber dessa "opinião popular" é conversar com motoristas de taxi, mas aí o universo é imenso, e eu não ando muito de taxi, salvo em viagens, quando não tenho tempo ou paciência para ficar conversando com motoristas de SP ou Rio.
Mais instrutivos, e muito mais estarrecedores, são, portanto, esses comentários em blogs e colunas de jornalistas, sobretudo os que não são moderados devidamente.
Começa que a linguagem é a pior possível, em muitos casos, com expressões que normalmente seriam substituídas por apitos sonoros nos programas de televisão e por sinais característicos -- #@*+x&! -- nos textos escritos. Os argumentos, então, são os mais alucinantes que se pode encontrar na literatura fantástica, ou de botequim.

Portanto, quero contradizer meu comentarista e dizer o que segue.
Confesso que me assusta a mediocridade galopante e a estupidez crescente. O Brasil vem, sim, caminhando para a decadência mental.
Deixo vocês com este texto que retrata, de forma educada, essa nova realidade.
Paulo Roberto de Almeida

Paixões perigosas
Nelson Motta
O Estado de S.Paulo, 27 de agosto de 2010

Não é só nas novelas que a paixão cega, ensurdece, escurece a mente e embota a inteligência. Ela nos leva a fazer o inconcebível, a aceitar o inaceitável, a esquecer o inesquecível. Como em um transe, uma possessão, ela se incorpora e comanda, atropela a ética, a estética e as evidencias.

Paixão é droga pesada, que provoca êxtase e dependência, é insaciável, e sua falta produz desespero, vazio e dor. Mas sem paixão, dizia Nelson Rodrigues, não se pode nem chupar um Chicabon.

É impossível imaginar grandes conquistas pessoais e coletivas sem paixão, sem entrega. É ela que nos move além do instinto, da razão e de nós mesmos. Fora as carnais, que são hors concours, as paixões mais perigosas parecem ser as políticas, esportivas e religiosas.

É fascinante, e assustador, ver pessoas educadas e delicadas se transformando em bestas boçais cuspindo fogo e soltando coices verbais por um jogo de futebol. Filmados, não se reconheceriam. Reconhecidos, se vexariam. Mas é mais forte do que eles.

Na faculdade, já achava meio ridículos os debates acalorados nas assembleias estudantis, movidos a slogans, palavras de ordem, acusações, bravatas e ameaças. E não raro, força bruta e intimidação. Nobres e pobres paixões juvenis.

Hoje, ler os comentários de leitores nos blogs é chafurdar no que há de mais estúpido na paixão política, e pior, partidária. Pelo seu potencial destruidor, por emburrecer os inteligentes, fortalecer os intolerantes, afastar os diferentes, entorpecer a razão, inviabilizar qualquer convivência.

É a paixão desses militantes sinceros e radicais, de qualquer partido, coitados, que serve de massa de manobra para políticos apaixonados - não pelo País ou a cidade - mas pelo poder, e por eles mesmos.

Como equilibrar a paixão necessária com a razão e a serenidade indispensáveis para viver e crescer em liberdade? Paixões são indomáveis e incontroláveis, delas nascem as piores formas de servidão. Nos resta esperar o lançamento de um Super Paixoneitor Control Tabajara, e não perder a novela Passione, uma aula sobre os estragos que ela provoca.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aviso aos navegantes comentaristas (sobretudo os interessados na carreira diplomatica)

Este post destina-se, em primeiro lugar, a pedir desculpas aos comentaristas (propriamente centenas deles, talvez milhares, não sei), que me escreveram em diferentes épocas e que não tiveram respostas, que não obtiveram satisfação às suas demandas, legítimas, ou sequer postagens de seus comentários.
Sim, minhas desculpas, atrasadas, mas elas têm um motivo (ou vários).
Em segundo lugar, devo dizer que só hoje, 15.06.2010, descobri todos os comentários não publicados agrupados numa das "dobras" do meu blog. Não sei se alguns de vocês já descobriram, ou se alguns pelo menos desconfiaram, que eu sou um total incompetente em matéria de manipulação de programas de internet, ou qualquer programa de computador. Nunca li nenhum tipo de manual, e embora tenha consciência de que talvez devesse fazê-lo, para adentrar nas boas práticas, sempre vou deixando para algum dia, e esse dia nunca chega.
O fato é que eu tenho um fluxo de mensagens de várias centenas por dia, e algumas vão se acumulando em camadas geológicas num sentido invertido, ou seja, saem do Pleistoceno e vão parar no Pré-Cambriano (não sei se meus leitores possuem alguma noção de geologia, mas isso corresponde a uma estratificação de centenas de milhões de anos, o que deve ser equivalente a minha caixa de entrada dos não-lidos).
Sinto muito, mas não consigo administrar todo esse fluxo de mensagens e de comentários postados em alguns dos meus blogs.
Também entrou muito junk, até que eu bloqueasse a porcaria com pedido de confirmação, mas ainda assim muitas mensagens legítimas ficaram sem postagens, sem respostas, sem nada.
Vou tentar responder, mas acho que não consigo.

Recomendaria aos que me fazem perguntas sobre a carreira diplomática que entrem no meu site e no meu blog e façam a busca com palavras chaves, pois muita coisa vai aparecer.
Não consigo responder a todos os questionamentos, e de vez em quando aparece cada pergunta maluca...

Em todo caso, fica o pedido de desculpa e a explicação, que espero satisfaça os insatisfeitos...
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 15.06.2010)

domingo, 30 de maio de 2010

Leitores, escritores, comentaristas, seguidores e ressentidos...

Um blog é de certa forma um diário público, o mais próximo de uma exposição pessoal de preferências, gostos, inclinações e orientações políticas que possa existir em nossos tempos de transparência quase absoluta.
A despeito de ser unilateral, ou seja, determinado unicamente pelo seu "proprietário", ele é também uma construção "coletiva", no sentido de ter seguidores, comentaristas, colaboradores voluntários e involuntários.
Tudo isso de forma aberta, livre, gratuita, quase um desmentido da famosa frase que pretende que "não existe almoço livre" no capitalismo. Os blogs parecem ser free lunchs, oferecidos por empresas absolutamente capitalistas e orientadas para o lucro e a acumulação de capital, duas expressões detestadas por certas pessoas.
Na verdade, não se trata exatamente de um free lunch, pois as facilidades que nos são concedidas são cobertas pela publicidade que Google e outras empresas do gênero recolhem no mercado, aí sim, capitalista, o de venda de produtos e serviços.

Pois bem, um blog é, portanto, o reflexo de nossas preferências pessoais, como dizia acima. Se ele agrada certo número de pessoas, ele tem sucesso e "adquire" bom volume de seguidores. Alguns começam a comentar e as relações se firmam e se expandem, até com certa cumplicidade com relação a análises e avaliações.
Obviamente, não se pode contentar a todos e por vezes chegam comentários críticos, opostos ao que vai aqui postado, ou até irônicos, quando não condenatórios. Faz parte do jogo e sempre devemos aceitar comentários de boa fé, pois eles refletem o que pensam as pessoas, mesmo contrariamente à filosofia pessoal e aos princípios do "administrador" do blog.
Nem sempre todo mundo é de boa fé, mas isso também é do jogo.
Existem pessoas, por exemplo, que gostariam de encontrar aqui o que elas mesmas pensam sobre o mundo e a política, e quando isso não ocorre (o que deve ser frequente, pois estou consciente de não representar, em absoluta, a "média" do pensamento universitário brasileiro), elas tomam a iniciativa de passar uma lição de moral ao "postador" principal, que sou eu mesmo.
Enfim, tudo isso é esperado. Patético é quando essas pessoas se revoltam, não contra o fato em si, podendo então analisá-lo em seu mérito próprio, mas contra o "mensageiro", neste caso eu mesmo. Atirar contra o mensageiro é o exercício mais fútil que pessoas sem argumentos praticam, em toda irracionalidade. Por muito menos, os mongóis desmantelaram o império persa, depois que o rei persa matou seus mensageiros.
Não contentes de encontrar aqui algo que contraria suas posições políticas e ideológicas, as pessoas contrariadas, ou ressentidas, querem "ensinar" ao mensageiro algo que ele recusa, por razões pessoais ou filosóficas.
Se não são acolhidos como esperam, elas se põem raivosas, como certo personagem obscuro que me escreveu o seguinte, e eu destaco com tudo o que ele tem direito, em negrito e em itálico:

A cada dia tenho mais certeza da sua falta de preparo para escrever sobre qualquer coisa.

O que eu poderia dizer a respeito disso?
Creio que nada, apenas dois conselhos:

1) Pessoas que se julgam superiormente dotadas, deveriam, em lugar de ficar seguindo os blogs de terceiros, fazer os seus próprios blogs. Eu lhes desejo, antecipadamente, sucesso na empreitada. Concorrência sempre é bom e eu sou partidário da competição aberta.
2) Pessoas bem mais preparadas do que eu para escrever algo de inteligente, deveriam fazê-lo, em lugar de ficar mandando comentários irados em blogs de pessoas tão despreparadas para fazê-lo como eu mesmo. Por que perder tempo batendo em cachorro morto, não é mesmo?

Mas eu sempre aprendo, em todas as situações e circunstâncias, pois estou sempre retirando uma lição útil de todos os episódios da vida.
O que me escreveu o cidadão acima -- não identificado (talvez contrariando seu desejo de publicidade pessoal), não apenas essa frase, mas outros comentários que ele porventura gostaria que eu publicasse, para inflar o seu ego e demonstrar amplamente sua vastíssima capacidade analítica -- me serve para preparar um outro trabalho, de uma série que eu pretendia apenas singela, dedicada a banalidades ortográficas, como os meus mini-tratados (sobre as reticências, as exclamações, as interrogações, as entrelinhas...). Enfim, puro divertissement...
Mas, com base no que o personagem obscuro me escreveu, vou fazer, não sei se nessa série ou em outra, um mini-tratado da mediocridade.
Creio que o indivíduo em questão se verá fielmente retratado...

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 31 de maio de 2010)