Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
A humilhacao do Senado - Merval Pereira
O rebaixamento do Congresso: MP dos portos adotada na pressao do Executivo
A agonia do Palácio do Planalto terminou para conseguir aprovar a medida provisória 595, batizada de MP dos Portos, terminou. Horas antes de perder a validade, a MP passou pelo plenário do Senado e agora segue para a presidente Dilma Rousseff, que ainda pode vetar trechos do texto que foi aprovado pelo Congresso. Foram 53 votos a favor, 7 contra e 5 abstenções.
No Senado, a base governista conseguiu rejeitar, em bloco, todos os nove destaques apresentados ao texto – o que, se aprovados, levariam a medida para nova discussão na Câmara dos Deputados, fazendo com que perdesse a validade. Com a estratégia, os senadores ganharam tempo para que a nova regulação dos portos fosse aprovada cinco horas antes do limite.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
A degradacao das instituicoes no Brasil: deterioracao do parlamento - Noblat, Azevedo
Confiante em aprovação, governo já prepara vetos à MP dos Portos
Após mais um dia de sessão tumultuada, a Câmara dos Deputados concluiu ontem a apreciação das emendas à medida provisória que aumenta a competição no setor portuário e pode deslanchar investimentos no País. O lento avanço do texto, que caduca ao fim do dia de hoje e ainda precisa ser votado no Senado, não impediu o governo de manter a confiança de que caberá à presidente Dilma Rousseff a palavra final sobre as normas. O Palácio do Planalto já prepara os vetos a itens com os quais não concorda.
Durante a madrugada, foram derrubados pontos polêmicos e temidos pelo governo, como a emenda do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que compilava diversas mudanças. Outra emenda rejeitada pelo Planalto exigia a contratação de funcionários no porto por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), possibilidade que engessaria e encareceria as operações, para o governo. No início da noite de ontem, foi a vez de a base aliada contra-atacar. Após sete horas de manobras do PSDB e do DEM para atrasar a votação, uma emenda do PT furou a fila, derrubou cinco emendas da oposição e acelerou a tramitação.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Navios demoram mais de dois meses para carregar nos portos brasileiros...
Em uma aula, na quarta-feira passada, para alunos de um curso de MBA na Connecticut University Business School, que me perguntavam sobre o agronegócio brasileiro, eu confirmei o que sabia, ou seja: o Brasil realmente é um "killer" em produtividade agrícola e que, pelo menos até a porteira da fazenda a soja brasileira era mais barata do que a soja americana. Depois, acrescentei, os custos de transporte até o porto encareciam a nossa soja.
Não sabia, e não falei, dessa triste realidade dos portos brasileiros. Se soubesse, aliás, teria vergonha em relatar tal descalabro.
Paulo Roberto de Almeida
Mais uma empresa chinesa desiste da soja brasileira
Preocupado com apagão logístico, senador Blairo Maggi negocia na China com importadores, que ameaçam suspender compra do produto
Maggi não revelou o nome da companhia chinesa nem o tamanho da carga, mas disse que são "vários navios" destinados a uma esmagadora de soja que importa o produto por meio de uma trading do Japão.
Esse é o segundo caso em um mês de cancelamento causado por atrasos dos embarques no Brasil, onde navios estão esperando em média 65 dias para ser carregados nos portos - cada dia parado custa US$ 25 mil.
"É o fim do mundo", disse Maggi, que está entre os maiores produtores de soja do Brasil. Segundo ele, "é muito ruim" a percepção dos importadores chineses em relação aos problemas logísticos brasileiros.
Concorrência. O setor teme que os atrasos nos embarques levem os clientes chineses a optar pelo produto americano quando houver excesso de oferta no mercado - neste ano, os estoques mundiais estão em níveis historicamente baixos em razão da quebra da safra de soja nos Estados Unidos. "Estamos perdendo a credibilidade", disse Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), que acompanhou Maggi na visita à China.
Segundo o senador, eles ouviram a mesma mensagem de todos os importadores com quem se reuniram: "Eles nos disseram que darão preferência à soja americana em detrimento da brasileira, por causa da previsibilidade no embarque".
Neste ano, essa opção é limitada pela restrição da oferta nos EUA. Mas, se não houver problema na próxima safra, Silveira prevê mais 15 milhões a 20 milhões de toneladas no chamado "estoque de passagem". Em sua opinião, a maior parte dessa "sobra" poderá ficar encalhada no Brasil.
Há um mês, a maior importadora chinesa de soja, Sunrise, cancelou a compra de quase 2 milhões de toneladas do produto por causa de atrasos nos embarques em portos brasileiros.
Na época, o gerente de grãos e óleos da empresa, Shao Guorui, disse ao Estado que a Sunrise analisava a possibilidade de compensar o cancelamento dos contratos com a aquisição de soja na Argentina a partir de abril.
Segundo ele, a companhia deveria ter recebido seis navios em fevereiro e seis em março, mas a chegada dos carregamentos foi adiada para abril, em razão do apagão logístico que atinge os portos nacionais. A China é o principal consumidor da soja brasileira e adquiriu quase 70% dos US$ 17,5 bilhões exportados no ano passado.
Maggi ressaltou que a demora nos embarques gera prejuízos às processadoras de soja chinesas, que enfrentam dificuldades para cumprir os contratos com os clientes. O senador deu o exemplo da esmagadora Cofco, que paralisou a operação de uma fábrica por não ter recebido o produto comprado do Brasil no prazo previsto. "O navio está há 65 dias parado no Porto de Santos. Depois que for carregado, vai demorar mais 30 dias para chegar à China", observou.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
O custo da mafia sindical: portos parados
20 Aug 2012 08:40 AM PDT
A combinação de greves e operação-padrão de servidores federais nos portos brasileiros afeta o volume do comércio exterior e também traz prejuízo para as empresas que exportam ou importam mercadorias. Várias delas já correm o risco de terem cancelados os pedidos de encomendas que permanecem retidas nos terminais. Além disso, o custo de armazenagem sobe diariamente.
É o caso, por exemplo, da Brasil Máquinas de Construção (BMC), uma das principais distribuidoras de máquinas do país. A empresa já gastou cerca de R$ 1,5 milhão em custos de armazenagem de uma carga, com 154 máquinas, que está parada há quase um mês no porto do Rio, esperando liberação.
"A gente acaba pagando uma armazenagem absurda e deixando de entregar, deixando de vender", reclama o presidente da BMC, Felipe Cavalieri. Segundo ele, a encomenda vale R$ 46 milhões para a empresa, que distribui máquinas de marcas como Hyundai, XCMG e Zoomlion. Por enquanto, diz, os clientes não cancelaram encomendas, mas ele admite que o risco existe.
No porto de Santos (SP), o acúmulo de cargas paradas chegou ontem a 17 mil contêineres, quase 4,5 vezes mais que o volume verificado uma semana atrás. Mesmo com o retorno ao trabalho dos fiscais ligados ao Ministério da Agricultura, nesta semana, as operações devem levar dez dias para se normalizar, avalia o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).
Segundo o presidente do Sopesp, Querginaldo Camargo, os terminais estão operando com taxas de ocupação entre 80% e 85%, muito acima do considerado ideal. O percentual ótimo é até 65%. "Só não travou de vez, porque estamos trabalhando com os Redex [terminais alfandegados localizados na retaguarda do cais] e conseguindo pulverizar a carga", disse. "Tudo o que podemos fazer é tentar agilizar o posicionamento da carga".
A situação é complicada também no complexo portuário de Itajaí, em Santa Catarina, que ontem tinha 14.801 contêineres parados nas áreas de armazenagem dos terminais. Desses, 7.441 eram de produtos importados, 5.640 para exportações e o restante estava em transbordo.
O diretor-executivo do Sindicato das Agências Marítimas do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, afirmou que houve atrasos, mas nenhuma embarcação deixou de atracar em Santos devido à greve. Ontem, havia 74 navios na fila para atracação, sendo 54 de granéis sólidos. "Estamos em uma época sazonal, com safra de milho, açúcar, soja. E não há berços suficientes para toda a demanda", disse Roque.
Sem desfecho à vista para a greve dos servidores federais, cresce também a preocupação das indústrias farmacêuticas e de laboratórios de diagnósticos em relação ao abastecimento de medicamentos e principais insumos farmacêuticos. "Estamos em estado de alerta", afirmou Nelson Mussolini, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). A indústria farmacêutica é dependente de importação de insumos e medicamentos biológicos.
Mesmo com a liminar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantindo o retorno de 70% de seus funcionários ao trabalho, o setor não está seguro de que o abastecimento poderá ser garantido. De acordo com Mussolini, os pontos mais críticos continuam sendo o porto de Santos e o aeroporto do Galeão (RJ).
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), informou que, das 400 empresas ligadas à entidade, 110 já foram afetadas, considerando que cerca de 50% do material usado pelo setor é importado. Em levantamento feito pela entidade, 87% dos associados declararam enfrentar problemas em aeroportos e 46% em portos. Se a greve fosse encerrada hoje, seriam necessárias de três a cinco semanas para o fornecimento ser normalizado, avalia a entidade.
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terça-feira, 22 de maio de 2012
Brasil governamental: o pior adversario do Brasil produtivo
22/05/2012 07:08
Assim, ganha força o cenário de que acreditar em um Brasil competitivo seria “acreditar em Papai Noel”, já que os investimentos realizados para melhorar a infraestrutura de transportes, mesmo com a aplicação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), têm como resultado baixa qualidade de obras, pouca agilidade e muitas denúncias junto ao Ministério Público e ao TCU.
Projeto da Ponte de Cabeçudas é primordial para Imbituba