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domingo, 23 de novembro de 2025

Agora sim: condições ideais para escrever suas memórias - Paulo Roberto de Almeida

Agora sim: condições ideais para escrever suas memórias

Paulo Roberto de Almeida 

Quando eu era secretário e até conselheiro diplomático, tínhamos diárias muito espartanas, 200 e poucos dólares, para participar de conferências ou reuniões  de serviço em cidades relativamente caras: Genebra, NY, Paris, Washington.

Recorríamos aos colegas amigos para poupar o taxi do aeroporto distante, por vezes até hospedagem. Do contrário, tinha de ser um hotelzinho modesto, três estrelas, quartinho pequeno, TV, frigo, banheiro ainda menor.

Acabo de assistir as imagens das novas acomodações exclusivas do condenado a 27 anos, mas que ainda não começou a cumprir a pena.

Pois elas me lembraram os quartinhos modestos das missões diplomáticas.

Pois eu acho que o ex-presidente, agora sem chance de voltar para a política e teoricamente limitado em sua capacidade de receber milhões via Pix dos devotos, beatos e outros idiotas seduzidos pelas lições de machismo e de propensões claramente autoritárias na política, tem uma excelente oportunidade para finalmente começar a escrever suas memórias, certamente medíocres, de tenente terrorista a capitão alçado a chefe de generais, que sem dúvida o desprezavam, mas que aproveitaram ao máximo as benesses do poder.

Ele terá tempo suficiente, nos próximos meses e anos, para redigir páginas enaltecedoras de uma carreira medíocre, mas bastante enriquecedora (das rachadinhas às rachadonas, com cartão corporativo).

Depois, vai ser preciso contratar um revisor de Português para polir a linguagem tosca e a redação sofrível do golpista incompetente e covarde.

Editora não vai ser problema, inclusive uma edição paga (pelos apoiadores da tropa golpista).

Acho que só falta uma estante para acomodar livros de Direito, de História do Brasil e algum manual de redação.

É tudo o que espero do cara que ainda precisa pagar pelos 700 mil mortos durante a pandemia, segundo o pastor  Ismael, que quase foi linchado pelos reunidos na “vigília libertadora” da fatídica sexta-feira de derretimento da  tornozeleira eletrônica.

O quartinho modesto me fez relembrar a primeira metade da minha carreira diplomática; gostei!

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 23/11/2025


quinta-feira, 16 de outubro de 2025

As frases mais polêmicas ditas por nossos líderes políticos: Lula, Bolsonaro, FHC, Dilma, Ciro Gomes - Airton Dirceu Lemmertz

 

O eleitor brasileiro costuma ter "memória curta" (ou seria memória seletiva?). Assim, com o auxílio da IA do Google, relembre algumas frases [polêmicas] de políticos conhecidos nacionalmente: Lula, Bolsonaro, Ciro, Dilma, Cardoso.

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As frases mais polêmicas ditas por Lula:

Diferentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo de seus mandatos e carreira política, geraram polêmicas por diversos motivos, como a repercussão negativa, críticas ou reações adversas na sociedade. As falas que se destacaram por essa razão incluem: 

Sobre alimentos e consumo
"Não compre, force os produtores a baixar o preço": Em fevereiro de 2025, Lula declarou que a população deveria parar de comprar alimentos caros, argumentando que isso forçaria os produtores a reduzir os preços. A declaração gerou críticas e debate sobre a efetividade da sugestão e a realidade do poder de compra da população.
"Comam ovos": Na mesma ocasião, em um contexto de preços altos da carne, Lula sugeriu que as pessoas poderiam comer ovos, contando que, no palácio, ele comia ovos de diferentes aves, incluindo ovos de ema. 

Sobre política interna e Justiça
"Que porra que é essa?": Em 2016, em áudio divulgado, Lula criticou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e a investigação da Receita Federal sobre o Instituto Lula.
Críticas ao STF: Ao longo de sua carreira, Lula fez declarações que geraram críticas por seu tom confrontador em relação ao Supremo Tribunal Federal. Em 2017, foi desmentida uma frase atribuída a ele que ameaçava o STF, mas outras falas geraram controvérsia. 

Sobre política externa
Declarações sobre a guerra na Ucrânia: Durante a guerra, Lula fez declarações que causaram repercussão internacional e que, segundo analistas, demonstraram falta de alinhamento com a postura de outros líderes ocidentais. 

Sobre comentários considerados preconceituosos
Comentário sobre a ministra Gleisi Hoffmann: Em um evento em 2025, a fala de Lula sobre a ministra ser "bonita", ao invés de destacar sua competência profissional, foi considerada machista e gerou críticas nas redes e na mídia.
Declarações consideradas capacitistas e gordofóbicas: Em julho de 2024, falas de Lula consideradas capacitistas e gordofóbicas também geraram críticas.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Jair Bolsonaro:

Algumas das frases mais polêmicas de Jair Bolsonaro foram ditas ao longo de sua trajetória política, antes e durante a sua presidência. As declarações geraram controvérsia em relação a temas como homossexualidade, tortura, democracia, minorias e, mais recentemente, a pandemia de COVID-19. 

Comentários sobre a pandemia de COVID-19
"Não sou coveiro": Em abril de 2020, ao ser questionado sobre o aumento no número de mortes causadas pela COVID-19, Bolsonaro respondeu: "Não sou coveiro, tá?".
"E daí?": Após ser perguntado sobre o Brasil ter ultrapassado a marca de 5 mil mortos pela doença, em abril de 2020, Bolsonaro disse: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?".
"Histórico de atleta": Em março de 2020, Bolsonaro minimizou a gravidade do vírus, afirmando que, se fosse infectado, não precisaria se preocupar, pois tinha um "histórico de atleta".
"Gripezinha": Em uma de suas primeiras manifestações sobre a pandemia, Bolsonaro referiu-se à COVID-19 como uma "gripezinha" ou "resfriadinho".
"País de maricas": Em novembro de 2020, ao abordar as preocupações com o vírus, ele declarou: "Tem que deixar de ser um país de maricas, pô". 

Declarações sobre grupos minoritários
Ameaça a uma deputada: Em 2003, durante uma discussão com a deputada Maria do Rosário, Bolsonaro afirmou: "Eu não te estupro porque você não merece".
Ataques a quilombolas: Em uma palestra em 2017, ele descreveu os quilombolas de forma preconceituosa, dizendo: "O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador servem mais".
Comentários sobre a homossexualidade: Em entrevista à revista Playboy em 2011, ele afirmou: "Prefiro que meu filho morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí".
"Fraquejada" ao ter uma filha: Durante um evento do PSL em 2017, ele declarou que tem cinco filhos: "Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher".
Comentários sobre indígenas: Em 1999, o então deputado lamentou que a cavalaria brasileira não tivesse sido tão "eficiente" quanto a norte-americana, que "dizimou os índios". 

Frases sobre democracia, ditadura e tortura
Elogio à ditadura e à tortura: Em 1999, em entrevista, ele defendeu a ditadura militar e a tortura, dizendo: "Eleições não vão mudar nada neste país. Só vai mudar no dia em que nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro e fizermos o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil".
Elogio a coronel da ditadura: Em 2016, na votação do impeachment de Dilma Rousseff, Bolsonaro dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe do DOI-Codi e é considerado torturador.
Ameaças ao STF: Em manifestação em setembro de 2021, Bolsonaro afirmou que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes e declarou: "Nós vamos para o campo da batalha".
Ataques à imprensa: Em julho de 2019, questionado sobre uma reportagem que o criticava, Bolsonaro questionou a jornalista Miriam Leitão sobre a tortura que ela sofreu durante a ditadura militar.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Ciro Gomes:

Algumas das frases mais polêmicas ditas por Ciro Gomes ao longo de sua trajetória política incluem comentários sobre a ex-esposa, Patrícia Pillar, falas direcionadas ao ex-presidente Lula e declarações sobre questões sociais. 

Sobre a ex-esposa, Patrícia Pillar:
"A Patrícia é a mulher que eu amo, que eu respeito... O papel dela é de uma mulher de um candidato, e de uma bela mulher, e que me apoia" (2002): A frase, dita durante uma entrevista, foi alvo de muitas críticas e acusada de machismo por reduzir a figura de Patrícia Pillar ao papel de "mulher de candidato" e de "bela mulher", em vez de reconhecer sua própria trajetória e valor. Ciro se desculpou publicamente várias vezes pela declaração. 

Sobre o ex-presidente Lula:
"Lula é um enganador profissional" (2019): A crítica ao antigo aliado foi feita em uma entrevista exclusiva ao Congresso em Foco e expressa o rompimento político entre os dois. A declaração reforçou a rivalidade entre Ciro e o Partido dos Trabalhadores (PT).
"Se eu prometesse o indulto ao Lula, ele me mandaria para o Pakiparu" (2018): Em um vídeo, Ciro Gomes ironiza a situação legal de Lula, que na época apelava contra a condenação, indicando que um perdão seria para condenados em última instância. A fala gerou repercussão na imprensa. 

Sobre questões sociais:
"Moro em Paris, mas sou do Brasil" (2018): Ciro Gomes fez essa afirmação durante sua campanha eleitoral, causando polêmica por sugerir um certo distanciamento da realidade brasileira ao morar na França.
Declarações sobre a população em situação de rua (2022): Em um evento com empresários, Ciro Gomes fez comentários sobre a população em situação de rua que foram interpretados por muitos como elitistas. Depois da repercussão negativa, ele se defendeu nas redes sociais e culpou a "má-fé" por trás da interpretação de sua fala. 

Sobre a "guerra de bonés"
"Vão trabalhar, vagabundos" (2025): Ciro Gomes publicou uma foto em suas redes sociais com um boné amarelo com a frase, em meio a uma disputa simbólica com 
parlamentares do PL. 

Outras polêmicas:
Acusações de agressão (2023): Ao longo de sua carreira, Ciro Gomes foi acusado algumas vezes de comportamento agressivo. O jornal O Globo publicou um levantamento de cinco ocasiões em que Ciro Gomes foi acusado de agressão.
Dados falsos e exagerados (2018): A Agência Pública publicou uma checagem de fatos apontando que Ciro Gomes usou dados falsos e exagerados ao falar sobre a situação do Brasil em diversas ocasiões.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Dilma:

Algumas das frases mais polêmicas de Dilma Rousseff, que se tornaram alvo de debates e memes, incluem: 
"Quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder". 
Contexto: Esta frase, dita antes do resultado das eleições de 2014, gerou confusão por sua construção complexa e foi interpretada como uma análise equivocada do processo eleitoral.
"Estocar vento". 
Contexto: Ao defender investimentos em energia eólica em um discurso, Dilma usou a expressão para explicar a dificuldade de armazenar energia gerada pelo vento. A frase foi amplamente satirizada, embora alguns analistas mais tarde tenham apontado que a ideia de armazenar energia intermitente não era totalmente irracional. 
"Saudação à mandioca". 
Contexto: Durante a abertura dos Jogos Mundiais Indígenas, em 2015, Dilma afirmou que a mandioca era "uma das maiores conquistas do Brasil" e que, por isso, estava "saudando a mandioca". A frase foi vista como peculiar e gerou memes e críticas. 
"Mulheres sapiens". 
Contexto: No mesmo discurso sobre a mandioca, Dilma fez uma analogia sobre a evolução humana, afirmando que ao lidar com a mandioca, "nós nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens". A expressão gerou críticas e piadas, por parecer desassociar "mulheres" de "homo sapiens". 
"A figura oculta do cachorro". 
Contexto: Ao falar sobre o Dia das Crianças em 2015, Dilma se referiu ao cachorro que uma criança ganha, mencionando que "a figura do cachorro é uma figura oculta". A frase, embora tenha sido uma tentativa de metáfora, acabou gerando confusão.

Fonte:

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As frases mais polêmicas ditas por Fernando Henrique Cardoso:

Diversas frases e declarações de Fernando Henrique Cardoso ao longo de sua carreira política causaram polêmica e repercussão. Algumas das mais notórias incluem: 
"Esqueçam o que eu escrevi" 
Contexto: Esta frase, frequentemente atribuída a ele, teria sido dita em um almoço com empresários, ainda durante a sua atuação como Ministro da Fazenda, antes da implementação do Plano Real.
Polêmica: A declaração gerou controvérsia, pois soou como um rompimento com suas ideias acadêmicas de esquerda, que criticavam o sistema capitalista. FHC sempre negou ter dito a frase, que, segundo a Folha de S.Paulo, tornou-se parte do folclore político brasileiro. 
"Tenho um pé na cozinha"
Contexto: Durante a campanha presidencial de 1994, FHC, em um esforço para se aproximar da população mais simples, disse que tinha um "pé na cozinha".
Polêmica: A frase, considerada de cunho racista e paternalista, foi mal recebida e rendeu críticas da oposição. FHC se retratou, afirmando que a expressão não deveria ter sido interpretada de forma preconceituosa. 
"Vagabundos"
Contexto: Em 1998, durante a campanha de reeleição, FHC comentou sobre aposentadorias antecipadas, referindo-se aos aposentados antes dos 50 anos como "vagabundos".
Polêmica: A declaração causou grande reação, especialmente porque alguns de seus próprios aliados e membros do governo se encaixavam na descrição. FHC teve que se explicar em rede nacional para amenizar o desgaste. 
"Nosso sistema político deu cupim nele, está todo podre, ele bichou" 
Contexto: Em 2017, FHC se referiu à corrupção sistêmica na política brasileira em uma declaração à revista Época.
Polêmica: Embora muitos concordassem com a crítica, a frase gerou debate sobre o papel do próprio PSDB e de FHC na manutenção desse sistema político "apodrecido". 
Crítica a Lula com erro gramatical
Contexto: Em 2007, FHC, ao criticar o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cometeu um erro de concordância verbal ao dizer que "ele tem que saber que as coisas não se faz assim".
Polêmica: O erro de português, vindo de um ex-presidente intelectual, foi ironizado por adversários e virou tema de debate político, ofuscando a crítica que ele pretendia fazer. 
"Nunca se roubou tanto em nome de uma causa" 
Contexto: Em 2015, FHC disse essa frase em referência aos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e os governos do PT.
Polêmica: A declaração foi criticada por defensores do PT, que argumentaram que a frase minimizava os casos de corrupção ocorridos em governos anteriores, inclusive os do próprio FHC.

Fonte:
https://www.google.com/search?q=As+frases+mais+pol%C3%AAmicas+ditas+por+Fernando+Henrique+Cardoso%3A&rlz=1C2GCEA_enBR1094BR1098&sca_esv=0ce7f51f65b406f8&sxsrf=AE3TifOGv0CaJxloyyA8Fi1-MxmAJ975Zw%3A1760625579947&source=hp&ei=qwPxaPCiN6WH5OUPiuCz4Aw&iflsig=AOw8s4IAAAAAaPERuwKrR_8KgzH0lwEGuGoZJMvD_Ott&aep=22&udm=50&ved=0ahUKEwiwpJey-aiQAxWlA7kGHQrwDMwQteYPCBE&oq=&gs_lp=Egdnd3Mtd2l6IgBIAFAAWABwAHgAkAEAmAEAoAEAqgEAuAEByAEAmAIAoAIAmAMAkgcAoAcAsgcAuAcAwgcAyAcA&sclient=gws-wiz&mtid=sgPxaOenLbCT5OUP0Jy92AM&mstk=AUtExfAJ8EzgAfExafb0kIMucjGemlOmcVAiF_ZfJNEF_2gPo3n5iFm1jQfWTuI864eCOBJgUeLy1fSVB4WyfTA8dqXQ2NT0HOfxmd92yh1UUNJB-vay9r9_Uwv-iDtgzCDaUHQXxRo5-oZmEysygdsrb-m50KiMVmMcaku1gTDZhQl7ASC9XpT5IPQkO4X3NPfDiufgo9YJQoZd6qPzuoPFZsH1qcL4QoCShxXEMbFvQ_qVhdS-q3-BgcxWrxfuZ-OwTxuuVVXctqPEPurOUmn1LZLOUgHTFBmhHJ8&csuir=1

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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Opinião: Uma avaliação dos nossos riscos - William Waack O Estado de S. Paulo

Opinião
William Waack
Uma avaliação dos nossos riscos
A direita brasileira identificada com Trump vai sofrer graves danos eleitorais
Do ponto de vista exclusivamente comercial e geopolítico o tratamento que o presidente dos EUA dá ao Brasil é simplesmente burrice
O Estado de S. Paulo, 09/07/2025
Atualização: 10/07/2025 | 10h01

O ataque do presidente americano ao Brasil não tem paralelos históricos. Trata-se sobretudo de uma agressão política, cujos termos são por definição inegociáveis. Trump age com a prepotência de quem, de fato, escolheu dividir o mundo em esferas onde os fortões fazem o que querem, e os fracos — como o Brasil — que se virem.
A última vez em que um presidente americano agiu contra o Brasil por questões políticas ocorreu sob Jimmy Carter a meados da década de setenta. As semelhanças são remotas dada a brutalidade — e a irracionalidade ideológica — exibida por Trump neste momento.
Naquela época dois fatores haviam se combinado: a pressão contra a ditadura militar brasileira por conta de violações de direitos humanos e o acordo nuclear que o Brasil assinara com a Alemanha, que incluía a transferência de tecnologia sensitiva. O presidente era o general Ernesto Geisel, que reagiu cancelando um acordo de cooperação militar com os EUA. O Brasil acabou fazendo um programa nuclear paralelo e a democratização liquidou a questão dos direitos humanos.
Do ponto de vista exclusivamente comercial e geopolítico o tratamento que Trump dá ao Brasil é simplesmente burrice. Mas é um extraordinário nível de mediocridade estratégica, ignorância histórica e posturas prejudiciais aos próprios interesses da super potência que Trump vem exibindo desde que assumiu. Em nome de um eleitorado que aplaude o populista que está diminuindo em vez de aumentar a liderança e capacidade de ação americana.
Os danos comerciais ao Brasil são consideráveis mas em situações semelhantes de imposição de tarifas Trump demonstrou a falta de consistência habitual — é algo que pode ser eventualmente “negociado”. O problema muito mais grave é político e terá impacto também no contexto eleitoral doméstico brasileiro.
Como aconteceu em países como Canadá, Austrália, México e, até certo ponto Alemanha, a interferência política de Trump nos assuntos de cada um produziu os resultados contrários. Ou seja, Trump desmoralizou, enfraqueceu e tirou potencial eleitoral das forças políticas que quis “proteger”. No caso brasileiro, o clã Bolsonaro e todo agente político que aderiu ao fã clube de Trump.
É claro que esse é um problema do capitão e sua ilusão infantiloide de que um prepotente como Trump possa livrá-lo da cadeia — onde provavelmente mais e não menos gente vai querer vê-lo agora. Bem mais complicada é a situação do governo brasileiro que, ao contrário do exemplo da esquerdista que preside o México, não soube criar qualquer canal direto com a Casa Branca.
O Brasil é uma potência menor, com escassa capacidade de retaliação que não nos torne ainda mais vulneráveis, sobretudo em relação a insumos. É grande a tentação de pular para um lado no confronto geopolítico, mas um pouco de inteligência estratégica indica que os Trumps acabam indo embora, e a profundidade dos laços entre Brasil e Estados Unidos permanecem.
Mas o mais provável é que ninguém vai enxergar esse horizonte nos próximos dias.

Opinião por William Waack
Jornalista e apresentador do programa WW, da CNN
https://www.estadao.com.br/politica/william-waack/a-direita-brasileira-identificada-com-trump-vai-sofrer-graves-danos-eleitorais/?j=2132572&sfmc_sub=761468549&l=8503_HTML&u=65252480&mid=534001280&jb=3005&utm_medium=newsletter&utm_source=salesforce&utm_campaign=conectado&utm_term=20250710&utm_content=

terça-feira, 25 de março de 2025

Asilo diplomático? Seria interessante... - Paulo Roberto de Almeida

 Asilo diplomático? Seria interessante...

Paulo Roberto de Almeida

Acredito que JB está seriamente inclinado a tentar um "asilo diplomático" em alguma embaixada de Brasília. São poucas as que permitiriam isso.

Acredito também que a PF não deveria fazer nenhum movimento para impedi-lo. Condenado a mais de 40 anos de prisão, JB não aguentaria (nem aguentariam com ele) mais do que um ou dois anos na embaixada, depois seria gentilmente conduzido às grades. As embaixadas sabem que não podem permitir que ele tenha atividades políticas na condição de asilado, e só atrapalharia a vida do embaixador (se na residência) ou dos demais diplomatas (se na chancelaria).
Acho que seria até econômico para o Brasil: não precisaria sustentá-lo, nem a sua tropa de aspones, durante o tempo que ali passaria. Poderia ser até o final (talvez até antecipado) da presidência Trump e a "normalização" das relações exteriores dos EUA. O Bananinha poderia até visitá-lo e fazer um comício na porta da embaixada. Alimenta a imprensa, sem qualquer efeito jurídico.
Vá JB! Escolha a sua embaixada, e prepare a declaração de fuga do sistema jurídico "ilegal" do Brasil.
Será um espetáculo à parte, mas dessa vez sem a presença do próprio (salvo filmagens clandestinas dentro dos locais).
Apenas relembrando: o mais longevo asilo diplomático numa embaixada, historicamente registrado, talvez tenha sido o do cardeal Mindszenty, da Hungria, refugiado na embaixada americana em Budapeste, desde a invasão soviética de 1956 até 1971. Dá tempo de escrever vários livros, mas não creio que essa seria a ocupação principal do JB: ele ficaria no celular, dedilhando coisas inúteis aos seguidores.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/03/2025

segunda-feira, 3 de março de 2025

O BEM-VINDO OCASO DE LULA E BOLSONARO ! - Editorial Estadão

OPINIÃO DO ESTADÃO, 3/03/2025

O BEM-VINDO OCASO DE LULA E BOLSONARO ! 

Enquanto Bolsonaro está a caminho do banco dos réus, Lula lida com a decepção e frustração popular. Um calvário que pode deixar órfãos seus eleitores, mas é oportunidade para o País ! 

Há um sentimento de orfandade no ar diante do presente frágil e do futuro sombrio reservados aos dois principais líderes que, nos últimos anos, empurraram o Brasil ladeira abaixo de uma divisão nefasta. O presidente Lula da Silva e seu antecessor, Jair Bolsonaro, enfrentam, cada um a seu modo, um julgamento público que pode significar-lhes o ocaso – um calvário gerador de incômoda melancolia na larga faixa do eleitorado que tem se movido por uma mistura de paixões políticas e ódio às identidades adversárias.

Como se sabe, o demiurgo petista se vê às voltas com uma queda profunda de sua popularidade, expressão do descontentamento e da frustração da base que o elegeu, além da insatisfação já duradoura da chamada frente ampla que apostou nele por temor e rejeição ao adversário. Não bastasse a impopularidade, Lula enfrenta ainda um mal maior: a dificuldade crônica de renovar ideias e soluções para o País, fazendo do seu governo uma soma inquietante de velhos projetos para novos problemas.

Já o ex-capitão liberticida, que passou seus anos de mau militar, mau parlamentar e mau presidente insuflando ânimos golpistas, precisará lidar com o julgamento do Supremo Tribunal Federal, acusado que foi de ter cometido os crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros delitos. Somadas, as penas podem passar dos 40 anos de prisão.

Dada a assimetria dos riscos impostos a ambos, não são julgamentos similares, mas seus efeitos, de certo modo, são. Para quem fez carreira dividindo o País entre “nós” e “eles”, não há perspectiva pior do que a perda de força política e a crescente incapacidade de inspirar o presente e o futuro – é disso, afinal, que depende o poder. Pois Lula e Bolsonaro podem passar cada vez mais, isso sim, a representar o passado.

Bolsonaro já poderia ter sido expelido da política desde quando ultrapassou os limites do decoro e da decência ao envergonhar a instituição parlamentar. Poupado, entendeu que não precisava respeitar limite algum – nem legal, nem político, nem moral – e foi em cima dessa ideia que se lançou à Presidência, em 2018, como candidato “antissistema”. E assim gestou um governo conflituoso, irresponsável e desastroso.

Lula retornou ao poder vendendo a falácia de que poderia ser o artífice da reconciliação tão desejada pelos brasileiros, mas tem se mostrado incapaz de fazer jus à missão recebida. As contradições e fragilidades do terceiro mandato são o preço a pagar pelo pensamento envelhecido de um líder e de um partido que se opuseram aos esforços para a estabilização da economia nos anos 1990, hostilizaram todos os governos aos quais fizeram oposição e, uma vez no poder, produziram a mais grave crise política e econômica da história recente do País.

O infortúnio dos dois deve tornar mais difícil a vida das hostes de militantes, mas é uma ótima notícia para um país que perde muito quando seus dois maiores líderes não conhecem outra língua senão a do enfrentamento, estimulam o rancor contra aqueles que consideram seus inimigos e buscam, como populistas empedernidos que são, confundir-se com os mais legítimos interesses do povo.

Se ambos não se recuperarem da crise que os abate, resta saber o que virá a seguir. Otimistas apontam uma boa dose de esperança para o surgimento de novas lideranças – menos personalistas, mais democráticas e plurais, e sobretudo mais capazes de oferecer novas e melhores ideias para os problemas atuais e futuros. Céticos sugerem, ao contrário, que o vácuo de lideranças pode abrir espaço para aventureiros que apostam na antipolítica.

Este jornal acredita na chance de o País virar a página, embora alerte para os aventureiros à espreita. Eis um momento-chave para que o debate público no Brasil afinal deixe de ser intoxicado pelo ódio, que reduz a política ao confronto estéril entre duas visões atrasadas de mundo. Os tempos destrutivos e paralisantes protagonizados por Lula e Bolsonaro podem chegar ao fim, desde que seus eventuais herdeiros não sejam a continuidade do atraso.

domingo, 2 de junho de 2024

Ciro Gomes, opção da direita? - Triângulo Ciro, Bolsonaro, Mangabeira: uma possibilidade em 2026? - Maurício David

Maurício David, meu grande abastecedor de notícias (E DE COMENTÁRIOS INTELIGENTES), fornece aqui material de imprensa (abaixo) e seu comentário pessoal (que retirei do início e coloquei ao final) extremamente VALIOSO sobre uma possível reviravolta na próxima campanha presidencial. Cabe acompanhar, e manter o Maurício David atento para novos desenvolvimentos nessa área que vai descrita aqui.

Paulo Roberto de Almeida


 Gomes, opção da direita?

Valor Econômico, 31/05/2024

O professor de Harvard e filosófo Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro no governo Lula, diz que imaginar um cenário em que o ex-presidente Jair Bolsonaro apoie em 2026 na eleição presidencial o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) “não é nenhum absurdo”. “Bolsonaro já declarou publicamente que no passado chegou a votar em Ciro para presidente”, lembra. Mangabeira colaborou para as campanhas presidenciais de Ciro em 2018 e 2022.

Segundo Mangabeira, que encontrou-se com Bolsonaro no ano passado, o ex-presidente dificilmente irá reverter sua inelegibilidade e tem três opções: uma é apoiar alguém de seu círculo íntimo, o que seria interpretado “como uma recusa de avanço”, com baixa perspectiva de sucesso eleitoral.

A outra, que ele reputa como “mais factível”, seria apoiar alguém de seu agrupamento político, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). E por fim, o que ele chama de “melhor opção”: “Optar por alguém não só fora de seu círculo íntimo e de seu agrupamento político, “alguém que desse condições de interpretar para o país uma proposta produtivista e nacionalista e de ser apoiado pelo líder da direita”. E Ciro, segundo Mangabeira, “continua a ser um dos intérpretes mais críveis dessa alternativa”.

Ciro hoje se diz sem planos eleitorais e o professor está mais para livre pensador do que para articulador político. Mas Mangabeira tem um ponto: “Bolsonaro é o líder não de uma maioria, mas de uma grande minoria dentro do país, assim como Lula é o líder de outra facção quase majoritária”. Dentro dessa lógica, se partisse de Bolsonaro a iniciativa de quebrar a polarização, abriria-se um terreno para se construir uma maioria.

Para o ex-ministro de Lula, o atual presidente é vulnerável. “Em condições normais, Bolsonaro teria sido reeleito. Há muita chance de Lula ser derrotado”, comenta. O que teve de anormal em 2022, segundo o professor, foi produzido pelo próprio ex-presidente, que quebrou a cultura republicana.

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COMENTÁRIO DE MAURICIO DAVID:


Gosto muito do Mangabeira, com a mesma admiração  que o filósofo baiano Caetano Veloso a êle devota...O Mangabeira é quase gênio e, como todo quase-gênio, é um homem de temperamento difícil. Em 2001, quando eu estava ainda no Chile, o Mangabeira me convidou para assumir a secretaria-executiva de um Instituto que estava criando, o Instituto Desenvolvimento com Justiça (presidido conjuntamente por êle e pelo nosso querido Fernando Lyra, precocemente falecido). Aceitei de imediato. Logo após retornei ao Brasil para participar da campanha do Ciro à Presidência da República, nas eleições de 2002 (atuamos juntos, Mangabeira e eu, através do nosso Instituto Desenvolvimento com Justiça na Assessoria do Ciro). Para mim, foi uma ótima oportunidade de fazer uma caminhada que muito me enriqueceu (no bom sentido da palavra...) politicamente. 
Posso dizer muito francamente que lendo agora estas considerações do Mangabeira sobre o cenário político e as opções do Ciro, que divirjo das considerações atuais do ilustre professor da Law School de Harvard. Mas reconheço que são estimulantes à uma reflexão proveitosa, como sempre.

Certa vez o Mangabeira me pediu que organizasse em minha casa uma reunião com um grupo de intelectuais cariocas, pois ele queria ouvir a opinião de intelectuais do Rio sobre o Brasil e seu futuro. Puz-me na tarefa de organizar a reunião. Presentes a fina flor da intelectualidade carioca – sendo o nome de maior projeção o grande Antonio Barros de Castro, meu dileto amigo e magnífico interlocutor – deu-se um certo mal entendido. Todos os presentes estavam ansiosos por ouvir as idéias e proposições do ilustre intelectual baiano-cambridgiano. Este, por sua vez, me disse depois que o que esperava da reunião era de que os presentes expusessem a êle, Mangabeira, as suas idéias sobre a realidade brasileira e o que esperavam do governo Lula. Eis que de repente o Mangabeira se levanta e sem dizer uma palavra para o dono da casa que atendera a um seu pedido para organizar a reunião, e às dezenas de pessoas que honraram ao convite do próprio Mangabeira para ouvi-lo, sai da reunião tão mudo quanto entrara... Não foi a primeira vez que o vi comportar-se assim. Em outra ocasião, em uma reunião da campanha do Ciro realizada em um hotel-residência da avenida Vieira Souto onde se hospedava o Manga quando vinha ao Rio (depois eu soube que era o banco Opportunity e o seu dono – o famigerado Daniel Dantas – era quem pagava as despesas do Manga quando vinha ao Brasil...) também nesta oportunidade o nosso Manga se levantou subitamente e se retirou da reunião que mal havia começado, deixando estupefatos os convidados presentes (muitos de fora do Rio, inclusive, que haviam vindo expressamente para a reunião). Será que será assim que um professor de Harvard trata seus “alunos” ? Sei lá... Eu tive que sair correndo atrás do Mangabeira, que saíra caminhando por uma das transversais da Vieira Souto e começou a conversar comigo como se nada acontecera, levando-me com êle para uma loja especializada em pedras semi-preciosas pelas quais aparentemente ele tinha fascínio e uma coleção reputada nos Estados Unidos. Nada disto vai em detrimento do reconhecimento da sua mente privilegiada e da sua procura elogiável e infatigável por novos caminhos para o Brasil.

MD

 

P.S.1 : A possibilidade futura de uma aliança entre o Ciro e o Bolsonaro não me parece, à primeira vista, tão exdrúxula assim. Há que se tomar cuidado, no entanto, para que não seja uma jogada do bruxo petista para dividir a oposição... Espero que o Manga perceba os riscos da sua proposição...

P.S.2 : Remember Marina ! (a quem apoiei em duas campanhas presidenciais) e que foi canibalizada pelas artimanhas do Lula... Vide a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas... É importante que o Ciro – que segue firme na oposição ao Lula e que acaba de manifestar que vai desistir de qualquer tipo de candidatura no futuro – tenha em mente os riscos de, tal como a Marina e o Alckmin-  ser canibalizado pela voracidade dos petistas que, como diz o José Dirceu e a Gleisi Hoffman (ex-presidente e atual presidente do PT) tem um projeto de dezenas de anos de poder petista... E uma voracidade imensa por $$$...


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Trump é intelectualmente muito limitado (como Bolsonaro, aliás)

Unveiling the Truth: Donald Trump's Intellectual Shortcomings Exposed in His Own Words

Throughout his public life, Donald Trump has exhibited a pattern in his speech and behavior that suggests his intellectual capacity might be questioned. His frequent use of simple, repetitive vocabulary and his struggle to convey coherent, in-depth thoughts on complex subjects have been notable. For instance, analyses of his speeches, like those conducted by Factbase, show a tendency towards elementary language, with a preference for words that resonate with emotion rather than intellect.

Trump's performance in debates and interviews often reveals a limited grasp of detailed policy or global affairs. For example, in a 2016 interview with The Washington Post, Trump's responses to questions about foreign policy were vague and superficial, lacking in specific details or understanding. Similarly, his 2020 Axios interview on HBO displayed challenges in addressing detailed statistics and health policy nuances related to the COVID-19 pandemic.

While some supporters hail his approach as "intuitive genius," attributing his success to instinctual and impulsive decision-making, this perspective may overlook the necessity for analytical depth and critical thinking in governance. Trump’s strength seems to lie in his ability to connect with certain voter bases through direct, forceful language and populist assertions, rather than through substantive, evidence-based argumentation.

His approach to communication and decision-making, often seen as eschewing complexity in favor of gut reactions and bold assertions, has sparked debate over the nature of intellectual capability. While effective for rallying a particular segment of the populace, these characteristics have led to scrutiny of his intellectual depth when navigating the intricacies of political and social issues.


terça-feira, 26 de março de 2024

Opções ainda abertas a um angustiado indiciado…

 Dúvidas quanto a uma nova estada longe dos longos braços da Justiça? 

Quais opções de asilo diplomático para o Bozo escapar do Xandão em alguma embaixada de Brasília? 

A Hungria já está "queimada", e o embaixador tomou um sabão do Itamaraty. 

A embaixada da Rússia seria, obviamente a ideal, pois o Bozo já se declarou "solidário" ao Putin e o tirano de Moscou deve ter apreciado o gesto. Em contrapartida, o Lula também é amigo do Putin.

A embaixada da Bielorússia é obviamente mais discreta, mas deve ser menos confortável. 

Mas tem também a sede do "novo" Partido NOVO, ultra-bolsonarista, até mais do que os próprios.

Por fim, cabe não esquecer os escritórios do New York Times no Rio de Janeiro: os jornalistas adorariam esconder o Bozo por algum tempo, enquanto o Heleno consegue falsificar algum passaporte, de Tuvalu por exemplo.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasilia, 26/03/2024

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Pressão do Itamaraty derruba almirante Flávio Rocha, ligado a Bolsonaro - Igor Gielow (FSP)

Pressão do Itamaraty derruba almirante ligado a Bolsonaro

Integrante da cúpula da Marinha, Flávio Rocha foi vetado como negociador do programa nuclear brasileiro

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/pressao-do-itamaraty-derruba-almirante-ligado-a-bolsonaro.shtml

Folha de S. Paulo, 28/09/2023
A pressão do Ministério das Relações Exteriores derrubou um dos integrantes do Almirantado, a cúpula da Marinha, mais associados ao governo de Jair Bolsonaro (PL).


O almirante-de-esquadra Flávio Rocha não será mais secretário de Segurança Nuclear e Qualidade da Força, e deverá ficar sem cargo executivo até ir para a reserva, em março do ano que vem.

A crise foi tratada discretamente no governo Lula, para evitar mais marola numa relação que começou complexa com a Marinha, ainda mais em tempos de investigação sobre intentonas golpistas e afins.

O último chefe da Força sob Bolsonaro, Almir Garnier, se recusou a conversar com o então ministro da Defesa indicado, José Mucio, e não compareceu à passagem de comando para Marcos Sampaio Olsen, ato inédito na história da instituição desde a redemocratização de 1985.

Garnier também foi citado na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como o único chefe de Força que abraçou a ideia de um golpe contra o resultado das eleições vencidas por Lula (PT) no ano passado.

Rocha foi muito próximo do ex-presidente. Logo após receber a quarta estrela que identifica o topo da hierarquia, em 2020, ele foi convidado por Bolsonaro para ser seu secretário de Assuntos Estratégicos, com assento no Palácio do Planalto.

Considerado muito preparado e fluente em seis línguas, passou gradativamente a ocupar o espaço de um Itamaraty então destroçado pela gestão de Ernesto Araújo, aquele que dizia ser uma honra a qualificação de pária internacional então dada ao Brasil.

Quando Bolsonaro conversou com Xi Jinping para tentar amainar uma crise criada por seu filho Eduardo, que entrou em choque com a diplomacia chinesa, ele estava na teleconferência. Logo, missões sensíveis ao exterior lhe foram confiadas, como viagens para negociar armas em países árabes e a discussão para a adoção de combustível russo para o submarino nuclear brasileiro

Todo esse protagonismo incomodou a diplomacia, a exemplo do que ocorrera durante os 13 anos em que o já falecido Marco Aurélio Garcia foi assessor de Assuntos Internacionais das Presidências de Lula e Dilma Rousseff (PT) e, em menor escala, agora com o ex-chanceler Celso Amorim no mesmo cargo no Planalto.

Com a virada do governo e o mal-estar generalizado na Marinha, sobrou para Múcio, que conhecia Rocha desde os tempos em que o almirante era assessor parlamentar da Marinha, acomodar a situação.

No papel, o militar foi nomeado em 10 de março como assessor do gabinete do comandante Olsen. Na prática, ele assumiu as funções de secretário naval de Segurança Nuclear e Qualidade, na Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Força.

Era uma saída lógica, na visão da Marinha, dado o envolvimento de Rocha em assuntos nucleares enquanto era secretário. A Força lidera os esforços brasileiros no setor desde 1979, e o governo Lula determinou uma retomada de iniciativas na área —a primeira, a transferência da diretoria do setor para São Paulo, no campus da USP, para enfatizar o caráter de benefícios civis do programa. 

Sem publicidade, em 20 de maio Rocha embarcou para uma viagem à Europa, na qual participou primeiro de uma reunião do comitê que discute o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear brasileiro no âmbito do acordo militar Brasil-França de 2009, em curso.

Depois, desembarcou em Viena para uma reunião ordinária do conselho de governantes da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), no dia 5 de junho. A sua presença causou rebuliço na missão brasileira junto ao órgão de 35 nações, no qual o país ocupa uma das duas vice-presidências.

Diplomatas com conhecimento do assunto afirmam que o problema era o caráter militar em um evento civil, ainda mais no momento em que a AIEA questiona os desígnios do Brasil, que pediu à agência um acordo para poder usar combustível nuclear em uma embarcação militar, apesar de não ter armas atômicas.

Já aliados de Rocha na Marinha viram no episódio pura inveja, sob a alegação de que ele é um bolsonarista. Seja qual for a verdade, o fato é que o Itamaraty passou a pressionar a Defesa a remover o almirante de funções executivas.

Na semana passada, Múcio e Olsen decidiram que era melhor evitar mais confusão e designaram Rocha para uma função inespecífica no Comando da Marinha. Ele seguirá com seu salário de R$ 37 mil mensais e, segundo amigos, tem se dedicado também a abrir uma empresa.

Suas funções serão incorporadas pelo diretor do programa nuclear, almirante Petrônio Aguiar, que está no cargo desde 2021. Rocha não respondeu a mensagem enviada pela Folha para comentar o caso.

No Almirantado, um colegiado de dez integrantes chefiado por Olsen, o processo caiu mal por envolver um dos seus. Por outro lado, há a compreensão de que Rocha ultrapassou limites quando aceitou trabalhar no governo Bolsonaro sendo um oficial da ativa —a maioria dos fardado que migrou para o Executivo passou para a reserva, com algumas exceções notórias como o controverso general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

O episódio todo comprova, mais uma vez, que as feridas da simbiose entre fardados e Bolsonaro, voluntária ou não, ainda estão por todos os lados.


sábado, 23 de setembro de 2023

A tentativa de golpe de Bolsonaro: quase televisionada (Valor Econômico)

 Bolsonaro quis dar o golpe, está provado. Só conseguiu o apoio do camandante da Marinha. Matéria do Valor Econômico:

“NA REUNIÃO EM QUE GARNIER ADERIU AO GOLPE, COMANDANTE DO EXÉRCITO AMEAÇOU PRENDER BOLSONARO

A delação do tenente-coronel Mauro Cid jogou luz sobre o personagem que melhor ilustra a cooptação promovida pelo EX-PRESIDENTE JAIR BOLSONARO nas Forças Armadas. Quando foi alçado ao comando da Marinha, o almirante ALMIR GARNIER nunca havia comandado nenhuma das duas esquadras da Marinha, a do Rio e a da Bahia. Já havia passado pelo comando do Segundo Distrito Naval, que fica em Salvador, mas pelas esquadras, cujo comando sempre foi uma pré-condição informal, não.

Foi assim, já devedor do presidente da República, que ele assumiu o posto. Jair Bolsonaro bancara sua indicação a despeito de ele não integrar o topo da lista. Para demonstrar lealdade, em 2021 protagonizou um exercício extemporâneo dos fuzileiros navais em Formosa, Goiás. E, finalmente, em 2022, virou conselheiro de Bolsonaro. O ex-presidente ligava pra ele em toda encruzilhada em que se via no governo. Garnier havia chegado onde jamais imaginara.

Por isso, quando o ex-presidente, naquela noite de 24 de novembro, em reunião com o comando das três Forças no Palácio do Alvorada, perguntou se os comandantes estariam fechados com ele na contestação ao resultado, Garnier foi o único a responder de bate pronto que sim.

O brigadeiro CARLOS BATISTA, da Aeronáutica, ficou calado, e quem enfrentou o presidente foi o comandante do Exército, general FREIRE GOMES. Ele não apenas disse a Bolsonaro que o Exército não compactuava com um golpe como afirmou à queima-roupa: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.

Não é exatamente porque setores das Forças Armadas não tenham querido dar o golpe, é porque não havia condições fazê-lo. Freire Gomes sabia que os comandantes do Sul (Fernando Soares), do Sudeste (Thomaz Paiva), do Leste (André Novaes) e do Nordeste (Richard Nunes) não apoiariam. Além disso, os americanos — civis e militares — já haviam dado fartas demonstrações de que não apoiariam. Seis comitivas desembarcaram no Brasil ao longo de 2022 com esta missão.

Um amigo que esteve com Garnier um mês depois desta reunião, numa sala da Marinha, já o encontrou à paisana, com a barba por fazer, indisposto a participar da cerimônia de transmissão do cargo.

“Será melhor para a Marinha, para o novo comandante e para você”, disse, sem sucesso, ao almirante. Este amigo fez chegar a informação ao ministro JOSÉ MÚCIO, já escolhido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para a Defesa.

Múcio tentou convencer Garnier a transmitir o cargo e tampouco teve sucesso. Os dois se encontrariam durante um almoço na casa do novo comandante da Marinha, MARCOS OLSEN, já sob o novo governo.

 * Delação gerou apreensão nas Forças Armadas, mas declaração de Múcio serenou ânimos

 * Marinha diz não ter tido acesso à delação

A partir daí Garnier começou a ter uns problemas de saúde e a pedir a amigos que lhe sugerissem um advogado. O almirante, de fato, vai precisar de um. Porque se esta delação do coronel Cid for confirmada, estaria sujeito a pelo menos dois crimes, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. E a Justiça Militar? No limite, pode lhe tirar a patente. Ainda que venha a perder a titularidade do soldo de almirante da reserva, o recurso passaria a ser depositado na conta de sua esposa.

O coronel Cid, em sua delação, aparentemente escolheu virar seus holofotes para Garnier, mas há um outro almirante quatro estrelas,que tinha sala no Palácio do Planalto, como assessor direto dopresidente, o almirante Flavio Rocha, que era titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Com o fim do governo Bolsonaro, foi reincorporado ao Alto Comando da Marinha. Procurado, não atendeu à chamada do VALOR.

domingo, 4 de junho de 2023

Ricardo Bergamini reuniu as matérias sobre a "moeda única" da América do Sul propostas nos governos Bolsonaro e Lula



Governo quer moeda única para América do Sul, diz Bolsonaro

 

Agência Brasil, 07/06/2019

:

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse hoje (7) que o governo quer uma moeda única para toda a América do Sul. A proposta foi apresentada ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1145221&o=nodehttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1145221&o=node

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-06/governo-quer-moeda-unica-para-america-do-sul-diz-bolsonaro

 


Lula volta a defender moeda única em reunião com chefes de Estado da América do Sul

 

Presidente sugeriu ainda a líderes dos 10 países sul-americanos presentes no encontro a utilização do BNDES para construção de uma poupança regional com presidentes de países da América do Sul, no Palácio do ItamaratyMarcelo Camargo/ Agência Brasil.

 

Diego Mendesda - CNN - São Paulo, 30/05/20231

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/lula-volta-a-defender-moeda-unica-em-reuniao-com-chefes-de-estado-da-america-do-sul/#:~:text=O%20presidente%20Luiz%20In%C3%A1cio%20Lula,propostas%20econ%C3%B4micas%20para%20o%20bloco.Twitter

 


Defendida por Lula e Guedes, “moeda única” não é viável, dizem especialistas

 

Proposta faria com que países da América Latina adotassem uma mesma moeda, facilitando a integração comercial, mas reduzindo autonomia monetária.

 

João Pedro MalarPedro Zanatta do CNN Brasil Business em São Paulo, 17/05/2022

 

Matéria completa clique abaixo:

 

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/presidenciaveis-defendem-moeda-unica-entenda-a-viabilidade-da-proposta/

 

Ricardo Bergamini

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Uma opinião sobre o ex-presidente fujão (agosto de 2019) - Paulo Roberto de Almeida

 Por acaso, encontrei uma postagem que fiz em AGOSTO DE 2019, em intenção de jornalistas que perguntavam minha opinião sobre o mais horrível (desde sempre, ou seja, antes, durante e depois) dirigente que jamais conspurcou a cadeira presidencial (e isto desde 1549, isto é, desde a designação pela metrópole do primeiro governador-geral do Brasil, D. Tomé de Souza).

Eu teria agora, 2/02/2023, muito pouco a acrescentar, a não ser para pior, ou seja, patife, genocida, salafrário, covarde, fujão, psicopata perverso, imbecil e mal amado, além de certo desequilibrio que revela profundos problemas freudianos.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 2/02/2023


Mini-reflexão sobre o estado atual de um país em "desarroi" (como diriam os franceses)

Brasília, 28 de agosto de 2019

Como diria um filósofo, "as consequências sempre veem depois..."

Alguns jornalistas me perguntam se eu acho que o presidente tem alguma estratégia, por trás de suas tomadas de posição, sempre contudentes.

Eu digo que não, que por vários outros motivos, eu penso que o presidente não tem estratégia nenhuma, simplesmente porque o homem não pensa, ponto.

Ele é pura reação: possui instintos primitivos, e deixa esses instintos florescer impunemente (ou com prejuízos para terceiros, como estamos vendo agora).

Ou seja, não há NENHUMA ESTRATÉGIA, porque é impossível para um indivíduo de tão baixa reflexão, conhecimento ou ponderação pensar qualquer coisa de forma ordenada. É só confusão.

Ou seja, ele tem "estilo", se essa nobre palavra pode ser usada: uma atitude agressiva, confrontacionista, sempre atacando supostos inimigos, se contentando com sua família, seu clã, sua tribo, seus asseclas, e seus seguidores, a maior parte tão desmiolados quanto ele. Ao manter essa atitude de ataque, de desrespeito, de choque, ele acha que vai manter unida a sua base e continuar gozando da onda de apoio que teve para se eleger.

Como ele não pensa, não se deu conta que a sociedade já o rejeitou.

Ou ele é contido por generais mais inteligentes, ou por uma junta médica que o declare insano, ou do contrário ele vai continuar acirrando o cenário político no Brasil até ser expelido para fora de onde nunca deveria ter estado, ou entrado.

Infelizmente, para todos nós, ele será meio contido, e assim vamos nos arrastar penosamente em direção a 2022, com prejuízos para todo o Brasil e os brasileiros.

Enfim, nada que os argentinos (e alguns outros povos) já não tenham conhecido.

Decadência não é só um conceito para elegantes digressões acadêmicas.

Se os brasileiros ainda não perceberam que o Brasil está decadente, num estado pré-falimentar, é melhor acordar agora. Sejam bem-vindos à realidade.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 28 de agosto de 2019

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...