O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador fim do mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fim do mundo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Esse nosso mundo balzaquiano: as ilusoes perdidas do seculo 21 - Paulo Roberto de Almeida

Um dos meus artigos mais recentes, publicado nas Colunas Dom Total (12/02/2015):
Paulo Roberto de Almeida

12/02/2015  |  domtotal.com

As ilusões perdidas do século 21

Les llusions Perdues é um romance em três partes, de Honoré de Balzac, que inaugura o seu grande painel da comédia humana, desde a França da Restauração até o Segundo Império, passando pelas revoluções de 1830 e de 1848, com os experimentos republicanos pelo meio. Toda a série é feita de dramas humanos e familiares, peripécias e frustrações dos personagens, excessivamente otimistas a princípio, cujos projetos de vida se esboroam ante os choques da realidade. O título talvez sirva também à comédia mundial da atualidade, feita de “estados de alma” talvez tão complicados quanto aqueles que abatiam o ânimo dos personagens balzaquianos. Repassemos o painel.

No momento da derrocada do socialismo real, ao iniciar-se a última década do século passado, o então presidente George Bush (pai) chegou a saudar a abertura de uma “nova ordem mundial”, sinalizando a chegada de uma nova era, que se esperava livre dos contratempos da Guerra Fria, talvez mais aberta à cooperação entre os grandes atores da política mundial. A China vinha aprofundando suas reformas de mercado desde os anos 1980, quando Deng Xiao-ping tomou decididamente as rédeas do gigante desmantelado economicamente depois de décadas de maoísmo delirante. Faltava só a conversão do império soviético às regras das economias de mercado e das instituições multilaterais da área: as de Bretton Woods e o Gatt, então solitário na negociação de normas para o comércio em bases não discriminatórias. Salvo acidentes de percurso – como o massacre de Tian An-mein, em 1989, ou a queda de Gorbachev, pouco mais de um ano depois –, o processo parecia realmente se desenvolver conforme as predições do teórico do “fim da História”, não tanto para confirmar o acabamento da própria, quanto para anunciar o esgotamento das alternativas às democracias de mercado, modelo que passou a ser o first best no campo das estruturas econômicas e dos regimes políticos.

Os anos Ieltsin à frente da Rússia, logo em seguida ao desaparecimento do império soviético e do desmembramento de suas antigas satrapias da Ásia central e das repúblicas da Europa oriental, prometiam perspectivas otimistas na coordenação de objetivos políticos e econômicos. Tanto assim que a Rússia foi logo admitida no G-7, que passou a se reunir como G-8 – embora o antigo formato continuasse a valer para os temas econômico-financeiros das economias capitalistas avançadas – e em 2001 foi reconhecida pelo mesmo grupo como sendo uma “economia de mercado”, a despeito de não ter conduzido até então nenhuma reforma realmente compatível com os requisitos do Gatt ou as normas da Ocde. Coincidentemente, naquele momento, a China conseguia encerrar quase 15 anos de negociações difíceis com os membros do Gatt, justo a tempo de ser admitida na OMC antes do início da Rodada Doha de negociações comerciais multilaterais; mas ela não conseguiu, quase 15 anos depois, ser reconhecida como uma economia de mercado, embora tenho ido bem mais longe do que a Rússia no processo de reformas econômicas internas. A Rússia só foi admitida na OMC em 2012, mas nunca cumpriu os requerimentos típicos de uma economia de mercado de fato, nem parece preocupada em atender aos padrões normalmente seguidos na Ocde.

O que temos, então, um quarto de século depois do final oficial do socialismo real e da integração das duas grandes economias socialistas à divisão internacional do trabalho da terceira onda de globalização capitalista? Grandes frustações tanto no campo econômico, quanto no domínio político, para dizer o mínimo, com alertas constantes no terreno da segurança internacional – na Europa oriental e no Pacífico asiático – e outras tantas decepções na contenção de alguns “estados vilões” – uns proliferadores, outros patrocinadores de terroristas – como também na de novos atores não-estatais que fragilizam ainda mais Estados já literalmente falidos.

Os problemas de segurança estão certamente entre as preocupações primordiais dos líderes ocidentais do G-7 (que voltou à sua conformação original, depois da invasão da Crimeia pela Rússia), começando pelo caso da Georgia e culminando pelo da Ucrânia. A nova Guerra Fria comandada por Vladimir Putin se parece muito com os movimentos de Stalin nos territórios de fronteira da Europa central e meridional e segue, grosso modo, as mesmas táticas empregadas pelo ditador: surpresa, decepção, disfarce, desinformação, uso de agentes no terreno dedicados ao controle dos sistemas operacionais do território visado, tudo isso combinado à denegação constante das ações efetivamente conduzidas.

No que se refere à China, a grande parceira econômica de meio mundo, o que se tem é uma integração oportunista aos circuitos da globalização capitalista, impulsionada tanto pelas suas milhares de empresas voltadas para o comércio exterior, quanto guiada pelos mandarins da autocracia comunista, que realizam a sua “acumulação primitiva” de novas fontes de poder estratégico para cumprir os eternos objetivos do Império do Meio: nunca mais voltar a ser humilhada por potências estrangeiras, como ocorreu durante dois séculos de decadência imperial e várias décadas de guerra civil republicana e de decadência econômica maoísta. Tanto nos terrenos comercial e cambial, ou de propriedade intelectual e de licenciamento e controle de investimentos estrangeiros, a China conduz uma estratégia de conflitos limitados, ou de atritos administrados, buscando obter vantagens num processo que poderia ser descrito como de uma Guerra Fria econômica.

Outros parceiros emergentes das grandes democracias de mercado, ainda que formalmente democráticos, como Índia ou Brasil, tampouco parecem coadunar-se com os objetivos ocidentais de coordenação econômica no sentido de uma maior abertura de mercados e liberalização de investimentos, ou de assunção de novas responsabilidades no controle de focos de instabilidade ou catástrofes humanitárias em diversas regiões do planeta, entre elas a participação mais ativa na luta antiterrorista no plano internacional, em níveis compatíveis com as pretensões a um maior papel no Conselho de Segurança. No terreno estratégico, porém, a Índia parece ter alcançado elevado grau de confiança e coordenação com os EUA, ao adotarem, ambos, uma “visão estratégica conjunta” para a região da Ásia-Pacífico e do Oceano Índico, algo que parece fora de cogitação no caso do Brasil, sob a administração partidária que comanda o poder político desde 2003.

O panorama em outras esferas não parece muito gratificante: há um retorno a populismos de direita ou de esquerda em países periféricos ou até formalmente do centro, persistência de crises fiscais ou do baixo crescimento no próprio coração das economias avançadas e desarticulação de fato nas diversas instâncias de coordenação política e econômica. Em alguns países da América Latina, é visível a deterioração do ambiente econômico e político, como é o caso da Venezuela e da Argentina.
Em síntese, mesmo muito distantes dos états d’âme das femmes de trente ans dos romances balzaquianos, mas a quase trinta anos desde o pontapé inicial do “fim da história” e do começo da terceira onda da globalização capitalista, todas as nações mais envolvidas nos circuitos econômicos, políticos e de segurança no plano internacional têm, cada uma, seus motivos de frustações com o comportamento dos parceiros e com os resultados de suas próprias ações. São as ilusões perdidas de um século que parecia ter começado tão bem, e que começa a desandar numa série de conflitos menores e outros atritos de baixa intensidade. Como há um século, tudo parecia ir bem, até que...

Paulo Roberto de Almeidaé doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Uma breve historia do fim do mundo - The Economist


The end of the world

A brief history

Why do end-of-time beliefs endure?

 The shape of things to comeBridgeman
A VERICHIP is a tiny, implantable microchip with a unique identification number that connects a patient to his medical records. When America's Food and Drug Administration recently approved it for medical use in humans, the news provoked familiar worries in the press about privacy-threatening technologies. But on the notice boards of raptureready.com, the talk was about a drawback that the FDA and the media seemed to have overlooked. Was the VeriChip the “mark of the beast”?
Raptureready.com runs an online service for the millions of born-again Christians in America who believe that an event called the Rapture is coming soon. During the Rapture, Christ will return and whisk believers away to join the righteous dead in heaven. From there, they will have the best seats in the house as the unsaved perish in a series of spectacular fires, wars, plagues and earthquakes. (Raptureready.com advises the soon-to-depart to stick a note on the fridge to brief those left behind—husbands, wives and in-laws—about the horrors in store for them.)
Furnished with apocalyptic tracts from the Bible, believers scour news dispatches for clues that the Rapture is approaching. Some think implantable chips are a sign. The Book of Revelation features a “mark” that the Antichrist makes everybody wear “in their right hand, or in their foreheads”. Rapturists have more than a hobbyist's idle interest in identifying this mark. Anyone who accepts it spends eternity roasting in the sulphurs of hell. (And, incidentally, the European Union may be “the matrix out of which the Antichrist's kingdom could grow.”)
Christians have kept faith with the idea that the world is just about to end since the beginnings of their religion. Jesus Himself hinted more than once that His second coming would happen during the lifetime of His followers. In its original form, the Lord's Prayer, taught by Jesus to his disciples, may have implored God to “keep us from the ordeal”.
Men have been making the same appeal ever since. In 156AD, a fellow called Montanus, pronouncing himself to be the incarnation of the Holy Spirit, declared that the New Jerusalem was about to come crashing down from the heavens and land in Phrygia—which, conveniently, was where he lived. Before long, Asia Minor, Rome, Africa and Gaul were jammed with wandering ecstatics, bitterly repenting their sins and fasting and whipping themselves in hungry anticipation of the world's end. A bit more than a thousand years later, the authorities in Germany were stamping out an outbreak of apocalyptic mayhem among a self-abusing sect called the secret flagellants of Thuringia. The disciples of William Miller, a 19th-century evangelical American, clung ecstatically to the same belief as the Montanists and the Thuringians. A thick strand of Christian history connects them all, and countless other movements.


Don't get left behind

Apocalyptic belief renews itself in ingenious ways. Belief in the Rapture, which enlivens the familiar end-of-time narrative with a compellingly dramatic twist, appears to be a modern phenomenon: John Nelson Darby, a 19th-century British evangelical preacher, was perhaps the first to popularise the idea. (Darby's inspiration was a passage in St Paul's letter to the Thessalonians, which talks about the Christian dead and true believers being “caught up together” in the clouds.) It is not easy to say how many Americans believe in Darby's concept of Rapture. But a dozen novels that dramatise the event and its gripping aftermath—the “Left Behind” series—have sold more than 40m copies.
New apocalyptic creeds have even sprung from those sticky moments when the world has failed to end on schedule. (Social scientists call this “disconfirmation”.) When the resurrected Christ failed to show up for Miller's disciples on the night of October 22nd 1844, press scribblers mocked the “Great Disappointment” mercilessly. But even as they jeered, a farmer called Hiram Edson snuck away from the vigil to pray in a barn, where he duly received word of what had happened. There had been a great event after all—but in heaven, not on Earth. This happening was that Jesus had begun an “investigative judgment of the dead” in preparation for his return. Thus was born the Church of Seventh-day Adventists. They were not the only ones to rise above apparent setbacks to the prophesies by which they set such store: the Jehovah's Witnesses of the persistently apocalyptic Watchtower sect survived no fewer than nine disconfirmations every few years between 1874 and 1975.
 Getting ready in 1967Getty Images


Which way to Armageddon?

Why do end-of-time beliefs endure? Social scientists love to set about this question with earnest study of the people who subscribe to such ideas. As part of his investigation into the “apocalyptic genre” in modern America, Paul Boyer of the University of Wisconsin asks why so many of his fellow Americans are “susceptible” to televangelists and other “popularisers”. From time to time, sophisticated Americans indulge the thrillingly terrifying thought that nutty, apocalyptic, born-again Texans are guiding not just conservative social policies at home, but America's agenda in the Middle East as well, as they round up reluctant compatriots for the last battle at Armageddon. (It's a bit south of the Lake of Galilee in the plain of Jezreel.)
Behind these attitudes sits the assumption that apocalyptic thought belongs—or had better belong—to the extremities of human experience. On closer inspection, though, that is by no means true.
Properly, the apocalypse is both an end and a new beginning. In Christian tradition, the world is created perfect. There is then a fall, followed by a long, rather enjoyable (for some) period of moral degeneration. This culminates in a decisive final battle between good (the returned Christ) and evil (the Antichrist). Good wins and establishes the New Jerusalem and with it the 1,000-year reign of King Jesus on Earth.
This is the glorious millennium that millenarians await so eagerly. Millenarians tend to place history at a moment just before the decisive final showdown. The apocalyptic mind looks through the surface reality of the world and sees history's epic, true nature: “apocalypse” comes from the Greek word meaning to uncover, or disclose.
Norman Cohn, a British historian, places the origin of apocalyptic thought with Zoroaster (or Zarathustra), a Persian prophet who probably lived between 1500 and 1200BC. The Vedic Indians, ancient Egyptians and some earlier civilisations had seen history as a cycle, which was for ever returning to its beginning. Zoroaster embellished this tepid plot. He added goodies (Ahura Mazda, the maker and guardian of the ordered world), baddies (the spirit of destruction, Angra Mainyu) and a happy ending (a glorious consummation of order over disorder, known as the “making wonderful”, in which “all things would be made perfect, once and for all”). In due course Zoroaster's theatrical talents came to Christians via the Jews.
 Raelians don't dig GodAFP
This basic drama shapes all apocalyptic thought, from the tenets of tribal cargo cults to the beliefs of UFO sects. In 1973, Claude Vorilhon, a correspondent for a French racing-car magazine, claimed to have been whisked away in a flying saucer, in which he had spent six days with a green chap who spoke fluent French. The alien told Mr Vorilhon that the Frenchman's real name was Rael, that humans had misread the Bible and that, properly translated, the Hebrew word Elohim (singular: Eloha) did not mean God, as Jews had long supposed, but “those who came from the sky”.
 ...they dig Rael, aka, Vorilhon, back from the skyCorbis
The alien then revealed that his species had created everything on Earth in a space laboratory, and that the aliens wanted to return to give humans their advanced technology, which would transform the world utterly. First, however, Rael needed financial contributions to build the aliens an embassy in Jerusalem, because otherwise they would not feel welcome (a bit lame, this explanation). Although the Israeli government has not yet given its consent, the Raelians—those persuaded by Rael's account—continue to welcome donations in anticipation of a change of heart.
The Raelians' claim to be atheists who belong to the secular world must come as no surprise to Mr Cohn, who has long detected patterns of religious apocalyptic thought in what is supposedly rational, secular belief. He has traced “egalitarian and communistic fantasies” to the ancient-world idea of an ideal state of nature, in which all men are genuinely equal and none is persecuted. As Mr Cohn has put it, “The old religious idiom has been replaced by a secular one, and this tends to obscure what otherwise would be obvious. For it is the simple truth that, stripped of their original supernatural sanction, revolutionary millenarianism and mystical anarchism are with us still.”
 It's this or redemptionBridgeman
Nicholas Campion, a British historian and astrologer, has expanded on Mr Cohn's ideas. In his book, “The Great Year”, Mr Campion draws parallels between the “scientific” historical materialism of Marx and the religious apocalyptic experience. Thus primitive communism is the Garden of Eden, the emergence of private property and the class system is the fall, the final gasps of capitalism are the last days, the proletariat are the chosen people and the socialist revolution is the second coming and the New Jerusalem.
Hegel saw history as an evolution of ideas that would culminate in the ideal liberal-democratic state. Since liberal democracy satisfies the basic need for recognition that animates political struggle, thought Hegel, its advent heralds a sort of end of history—another suspiciously apocalyptic claim. More recently, Francis Fukuyama has echoed Hegel's theme. Mr Fukuyama began his book, “The End of History”, with a claim that the world had arrived at “the gates of the Promised Land of liberal democracy”. Mr Fukuyama's pulpit oratory suited the spirit of the 1990s, with its transformative “new economy” and free-world triumphs. In the disorientating disconfirmation of September 11th and the coincident stockmarket collapse, however, his religion has lost favour.
The apocalyptic narrative may have helped to start the motor of capitalism. A drama in which the end returns interminably to the beginning leaves little room for the sense of progress which, according to the 19th-century social theories of Max Weber, provides the religious licence for material self-improvement. Without the last days, in other words, the world might never have had 65-inch flat-screen televisions. For that matter, the whole American project has more than a touch of the apocalypse about it. The Pilgrim Fathers thought they had reached the New Israel. The “manifest destiny” of America to spread its providential liberty and self-government throughout the North American continent (not to mention the Middle East) smacks of the millennium and the New Jerusalem.
Science treasures its own apocalypses. The modern environmental movement appears to have borrowed only half of the apocalyptic narrative. There is a Garden of Eden (unspoilt nature), a fall (economic development), the usual moral degeneracy (it's all man's fault) and the pressing sense that the world is enjoying its final days (time is running out: please donate now!). So far, however, the green lobby does not appear to have realised it is missing the standard happy ending. Perhaps, until it does, environmentalism is destined to remain in the political margins. Everyone needs redemption.


Watch this spacesuit

Noting an exponential acceleration in the pace of technological change, futurologists like Hans Moravec and Ray Kurzweil think the world inhabits the “knee of the curve”—a sort of last-days set of circumstances in which, in the near future, the pace of technological change runs quickly away towards an infinite “singularity” as intelligent machines learn to build themselves. From this point, thinks Mr Moravec, transformative “mind fire” will spread in a flash across the cosmos. Britain's astronomer royal, Sir Martin Rees, relegates Mr Kurzweil and those like him to the “visionary fringe”. But Mr Rees's own darkly apocalyptic book, “Our Final Hour”, outdoes the most colourful of America's televangelists in earthquakes, plagues and other sorts of fire and brimstone.
 Introducing “manifest destiny”Bridgeman
So there you have it. The apocalypse is the locomotive of capitalism, the inspiration for revolutionary socialism, the bedrock of America's manifest destiny and the undeclared religion of all those pseudo-rationalists who, like The Economist, champion the progress of liberal democracy. Perhaps, deep down, there is something inside everyone which yearns for the New Jerusalem, a place where, as a beautiful bit of Revelation puts it:
God shall wipe away all tears from their eyes; and there shall be no more death, neither sorrow, nor crying, neither shall there be any more pain; for the former things are passed away.
Yes, perhaps. But, to be sure, not everyone agrees that salvation, when it comes, will appear clothed in a shiny silver spacesuit.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Com acucar, sem afeto...: o avanco do diabetes pelo mundo afora

Provavelmente os mais açucólatras do mundo são os habitantes da Micronésia, numa das raras demonstrações de suicídio coletivo que possa existir...

Charts, maps and infographics
Daily chart - Diabetes
Sugar rush

The Economist, June 27th 2011
The progress of a disease over thirty years

THE number of adults with diabetes more than doubled between 1980 and 2008, according to a new study led by Professor Majid Ezzati of Imperial College London and Goodarz Danaei at Harvard University and published in the Lancet. This jump is not quite as horrific as the numbers might initially suggest, because ageing helped push up rates. But a good 30% of the increase was caused by higher prevalence of diabetes across age groups. Obesity seems to be a main culprit; the authors found a high correlation between rising rates of diabetes and a rise in body mass index. The global leap masks considerable variation between the sexes and among regions. Across the world the rate of diabetes rose by 18% for men and by 23% for women, to 9.8% and 9.2% respectively. In some countries the gap between the sexes was more dramatic. In Pakistan, for example, rates jumped by 46% for men and by 102% for women. The highest incidence of all is found in the Marshall Islands, where more than a quarter of all adults had diabetes in 2008. America has lived up to its hefty reputation. Women’s rate of diabetes jumped 79%, something that has contributed to a decline in life expectancy among some groups. And once again, French women are the envy of the world. Rates there fell by 11.2%.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Nova data para 'Juízo Final': melhor assim...

Ufa! Ainda bem!
Eu estava preocupado.
Esse debiloide tinha anunciado o fim do mundo muito em cima do fim do mundo. E eu não tive tempo de me preparar adequadamente.
Imaginem: nem testamento eu tinha feito, para saber como eu iria distribuir meus milhões de dólares, entre obras de caridade, asilos para marxistas desempregados, bibliotecas públicas e Viagra para pandas (que estão desaparecendo porque não conseguem procriar, esses idiotas).
Agora tenho um pouco mais de tempo para me preparar adequadamente.
Preciso falar com esse pastor idiota e pedir um pouco mais de tempo. E que ele contrate alguns econometristas, pelo menos, para fazer os cálculos direitinho.
Eu já tenho data para o meu juízo final.
Com os livros que eu ainda tenho para ler, antes de passar desta para melhor (acho que não, não vai dar para levar muitos livros, justamente), calculo que vou precisar de mais ou menos 85 anos suplementares para terminar só os livros que tenho na minha biblioteca....
Pastor, dá um jeito, vai...
Paulo Roberto de Almeida

Radialista evangélico dos EUA aponta nova data para 'Juízo Final'
REUTERS, 24 de maio de 2011

Seita dos EUA garante: mundo acaba no sábado, 21
Evangelista se diz 'surpreso' por mundo não ter acabado
Em programa de rádio, líder de seita diz que houve 'erro de cálculo'; mundo acaba em outubro, afirma

LOS ANGELES - O radialista evangélico norte-americano cuja profecia do Dia do Juízo Final não se cumpriu no último sábado explicou com simplicidade nesta terça-feira, 24, o que deu errado: ele cometeu uma "falha de cálculo".

Em vez de o mundo terminar fisicamente no dia 21 de maio com um grande terremoto cataclísmico, como ele tinha previsto, Harold Camping, de 89 anos, disse que agora acredita que sua previsão esteja se realizando "espiritualmente" e que o apocalipse concreto vai ocorrer cinco meses após a data inicialmente prevista, ou seja, em 21 de outubro.

Camping, que tinha iniciado uma contagem regressiva para o Dia do Juízo final, levando alguns seguidores a gastarem as economias de suas vidas inteiras na expectativa de serem arrebatadas para o céu, divulgou a correção durante uma participação em seu programa de rádio "Open Forum", transmitido desde Oakland, na Califórnia.

'Sentimos muito'

A sede da rede Family Network, de Camping, que abrange 66 estações de rádio nos EUA, passou o fim de semana fechada, com uma placa sobre a porta dizendo "este escritório está fechado. Sentimos muito não termos podido receber você".

Em um discurso de 90 minutos, por vezes desconexo, que incluiu uma sessão em que ele respondeu a perguntas de repórteres, Camping disse que lamentava que o arrebatamento que ele tinha tanta certeza que aconteceria não ocorreu no sábado.

Mais tarde, refletindo sobre trechos da Bíblia, ele disse que lhe ocorrera que um "Deus misericordioso e compassivo" poupará a humanidade "do inferno sobre a Terra" por outros cinco meses, comprimindo o apocalipse físico em um período de tempo menor.

Mas ele insistiu que 21 de outubro sempre foi a data final de sua cronologia do Fim dos Tempos, ou, pelo menos, de sua cronologia mais recente.