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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Site pessoal: www.pralmeida.net.
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domingo, 7 de setembro de 2025

O Brasil na Foreign Affairs de setembro de 2025: julgamento dos golpistas

 O Brasil na Foreign Affairs de setembro de 2025:

(…)

What is unfolding in Brazil these days—and what is about to unfold—is of extraordinary importance.

On September 2, Brazil’s Supreme Court opened the final phase of the trial against former far-right president Jair Bolsonaro. Alongside him stand seven other defendants, including senior military officers and former cabinet members. 

This marks a turning point in Brazilian history.

A verdict is expected by September 12. Should Bolsonaro be convicted—as appears likely given the weight of evidence—he faces more than forty years in prison.

Since early August, the former president has been under house arrest. Security around his residence in Brasília has been reinforced after Justice Alexandre de Moraes warned of a serious risk of flight. Investigators discovered a letter addressed to Argentina’s libertarian president Javier Milei, in which Bolsonaro sought political asylum.

At 70 and in fragile health, Bolsonaro has also been barred from using phones or social media, approaching foreign embassies, or maintaining contact with foreign authorities.

The charges against him are fivefold: armed criminal conspiracy, attempted coup d’état, violent subversion of the rule of law, aggravated damage, and destruction of public property.

The most serious accusation concerns the failed coup he allegedly orchestrated to prevent Lula da Silva’s inauguration and thus cling to power.

The operation, code-named Green and Yellow Dagger after the colors of Brazil’s flag and detailed in a lengthy report by federal police, allegedly included assassination plots. 

An elite army unit was tasked with killing—or poisoning—President Lula, as well as murdering Vice President Geraldo Alckmin. Plans also involved kidnapping, and likely killing, Supreme Court Justice Alexandre de Moraes, long a central figure in investigations into Brazil’s far right and now presiding over Bolsonaro’s trial.

The plan, culminating in the storming of Brazil’s institutions in January 2023, ultimately collapsed largely because parts of the military withheld support, and because international backing—particularly from the United States—never materialized.

For the first time in Brazil’s democratic history, a former president is on trial. 

More unprecedented still, members of the armed forces are facing justice. Unlike Argentina, which prosecuted military leaders for dictatorship-era crimes, Brazil never put its officers on trial. Victims’ families were denied justice, and the army retained an aura of impunity and latent power over democracy.

This trial alters the equation: Brazil is declaring that no one, not even those in uniform, is above the law. It is the first time political and military leaders face prosecution for coup-related crimes, despite the country’s history of repeated golpes.

The case is historic because it reaffirms that democratic principles and the rule of law, though fragile, remain alive. It also signals that ex-presidents cannot consider themselves legibus soluti —free from the law — but must be held accountable like all other citizens (the allusion to Donald Trump is anything but accidental).


terça-feira, 25 de março de 2025

Asilo diplomático? Seria interessante... - Paulo Roberto de Almeida

 Asilo diplomático? Seria interessante...

Paulo Roberto de Almeida

Acredito que JB está seriamente inclinado a tentar um "asilo diplomático" em alguma embaixada de Brasília. São poucas as que permitiriam isso.

Acredito também que a PF não deveria fazer nenhum movimento para impedi-lo. Condenado a mais de 40 anos de prisão, JB não aguentaria (nem aguentariam com ele) mais do que um ou dois anos na embaixada, depois seria gentilmente conduzido às grades. As embaixadas sabem que não podem permitir que ele tenha atividades políticas na condição de asilado, e só atrapalharia a vida do embaixador (se na residência) ou dos demais diplomatas (se na chancelaria).
Acho que seria até econômico para o Brasil: não precisaria sustentá-lo, nem a sua tropa de aspones, durante o tempo que ali passaria. Poderia ser até o final (talvez até antecipado) da presidência Trump e a "normalização" das relações exteriores dos EUA. O Bananinha poderia até visitá-lo e fazer um comício na porta da embaixada. Alimenta a imprensa, sem qualquer efeito jurídico.
Vá JB! Escolha a sua embaixada, e prepare a declaração de fuga do sistema jurídico "ilegal" do Brasil.
Será um espetáculo à parte, mas dessa vez sem a presença do próprio (salvo filmagens clandestinas dentro dos locais).
Apenas relembrando: o mais longevo asilo diplomático numa embaixada, historicamente registrado, talvez tenha sido o do cardeal Mindszenty, da Hungria, refugiado na embaixada americana em Budapeste, desde a invasão soviética de 1956 até 1971. Dá tempo de escrever vários livros, mas não creio que essa seria a ocupação principal do JB: ele ficaria no celular, dedilhando coisas inúteis aos seguidores.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/03/2025