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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Imperfeições dos mercados ou ‘perfeições’ dos governos?: escolha as suas - Paulo Roberto de Almeida


Meu mais recente artigo publicado:
Imperfeições dos mercados ou ‘perfeições’ dos governos?: estabeleça quais são as suas preferências
Hartford, 9 fevereiro 2015, 5 p. Artigo de comentários sobre a atualidade. 
Publicado em Mundorama (10/02/2015; link: http://wp.me/p79nz-40s). 
Relação de Originais n. 2767;  Publicados n. 1163.


 Imperfeições dos mercados ou “perfeições” dos governos?:
estabeleça quais são as suas preferências

Paulo Roberto de Almeida

 Como ocorre toda semana, o The New York Times publicou, em 8 de fevereiro de 2015, na coluna Economic View do suplemento dominical dedicado a Business, um artigo sobre “Ansiedade e taxas de juros”, do famoso economista de Yale Robert Shiller – autor do não menos famoso Irrational Exuberance, já em sua terceira edição – no qual ele argumenta, em determinada passagem, que os mercados não são de fato eficientes, uma vez que tendem a amplificar as reações emocionais das pessoas. A intenção dele não era exatamente a de lançar invectivas contra uma tal de “lógica do mercado”, como fazem certos neófitos por aqui (e em diversas outras partes do mundo também), ou de sequer fornecer argumentos aos que se revoltam contra a “ditadura dos mercados”, como também fazem muito frequentemente todos aqueles que não entendem nada de mercados. Shiller estava apenas chamando a atenção para a reação exagerada das pessoas em face de determinadas inversões de tendência dos mercados, o que parece absolutamente normal (“Anxiety and Interest Rates: How Uncertainty Is Weighing on Us”: http://www.nytimes.com/2015/02/08/upshot/anxiety-and-interest-rates-how-uncertainty-is-weighing-on-us.html?emc=edit_tnt_20150207&nlid=13125452&tntemail0=y&_r=0&abt=0002&abg=1).
Nem os agentes tradicionais de mercado nem os simples cidadãos – que entram e saem dos mercados para conduzir uma operação qualquer – dispõem de todas as informações em volume e na qualidade necessários para tomar suas decisões da melhor forma possível, com total domínio sobre os fatos e amplo conhecimento de causa. Sempre persistem zonas de sombra, quando não áreas inteiras cinzentas, e até territórios obscuros, que induzem esses agentes e os particulares a tomarem decisões erradas, a enveredar por caminhos perigosos, abrindo assim a janela para a formação de bolhas especulativas, ou à simples depreciação de seus ativos, apostando nas ações ou nas moedas “erradas”. Tais fatos, ou movimentos, acontecem, e seria incongruente colocar a culpa nos mercados, que apenas se movimentam sob o impulso de nossas próprias decisões, individuais ou coletivas.
Desde quando comecei a aprender um pouco de economia – bem mais nos cadernos especializados dos grandes jornais do que na leitura dos manuais acadêmicos, justamente – sempre desconfiei das alegações sobre as “falhas de mercado”, que figuram em praticamente todos os livros de micro e macro, com alguns exemplos das principais, para, a partir daí, legitimar as medidas corretivas que os governos tomam para tornar os mercados mais “funcionais”. Os próprios dirigentes políticos, quando não seus assessores econômicos, recorrem a essas figuras de estilo – falhas ou imperfeições de mercado –, para implementar medidas que parecem “racionais”, numa primeira abordagem, mas que depois podem causar mais problemas do que soluções.
Sinto discordar desse tipo de visão, e provavelmente de 90% dos acadêmicos envolvidos nesse tipo de debate, mas discordo frontalmente desse tipo de alegação. Não é que eu não acredite nas “imperfeições” do mercado, pois minha discordância vai bem mais além: eu não acredito é que existam “imperfeições” de mercado, uma vez que esse é o estado natural de existência e de funcionamento dos mercados. Ora, sendo isso natural, não há porque falar em “imperfeições”, como se estas fosse anomalias passíveis de correção pela ação de algum grupo de sábios, ou videntes, como se o mercado, ou os mercados mais precisamente, pudessem funcionar de outra forma como o fazem, com todos os seus movimentos erráticos, esses altos e baixos, essas ondas de otimismo e os vagalhões de pessimismo que o caracterizam sempre e em qualquer circunstância. Volto a repetir: não existem imperfeições de mercado, existem mercados, simplesmente. Tal tipo de afirmação me parece tão evidente que dispensaria qualquer explicação, mas vamos tornar explícito o que acabo de argumentar implicitamente.
O que é o mercado, ou o que são os mercados? Não existe um único mercado, obviamente, mas dezenas, centenas, milhares deles, sempre à disposição de qualquer agente ou um simples trabalhador, sem esquecer os famosos rentistas, que vivem, ao que parece, de especulações nos mercados; todos eles são prontamente atendidos em suas intenções de satisfazer seus desejos ou necessidades, de maneira perfeitamente legal, ou até ilegal e clandestina (para drogas, por exemplo). Os mercados são simples espaços de encontro para trocas bilaterais ou “multilaterais”, e eles existem tanto virtualmente quanto fisicamente, desde que duas ou mais pessoas se disponham a trocar seus ativos por outros, detidos pela outra parte interveniente nesse tipo de “escambo”. Pode ser uma maçã contra uma banana no pátio da escola, ou milhões de dólares numa bolsa qualquer, num agente de câmbio de divisas, ou na compra de bônus governamental de alguma economia emergente. Quaisquer bens ou serviços que sejam objeto de alguma preferência subjetiva quanto ao seu valor são facilmente integrados e integráveis a um mercado qualquer, formal ou informal, de qualquer tipo, dimensão ou “perfeição”. Mercados são perfeitamente ubíquos, mesmo quando invisíveis.
O professor Shiller afirma isto em seu artigo: “porque os mercados não são realmente muito eficientes, o efeito desses variados fatores [níveis extremos de juros e preços devido à confluência de múltiplos fatores precipitantes, entre eles a ansiedade] tende a ser amplificado pela realimentação emocional. Por exemplo, quando as pessoas começam a ver taxas e preços mudando, algumas delas decidem agir: elas são atraídas ao mercado quando os preços estão subindo, e frequentemente o deixam quando os preços caem. Nós então [suponho que ele esteja falando dos economistas] ficamos surpresos pela extensão da aparente sobre-reação do mercado aos fatores precipitantes que não pensávamos que estivessem realmente na mente de todo mundo.”
Ora, não é preciso ser prêmio Nobel de economia (2013) para descobrir que existem fatores precipitantes, ou que as pessoas reagem de tal e tal modo ao ver os preços subindo ou descendo nos mercados de valores. Sinto muito dizer isso, mas a afirmação do professor Shiller não faz nenhum sentido, ou então ela expressa exatamente o comportamento das pessoas nos mercados. Por que estes seriam pouco eficientes, então, quando eles estão atuando exatamente como as pessoas o fizeram se movimentar? Para a alta nos momentos otimistas, quando os preços estão subindo, e para a baixa quando há percepção, ou movimento real, de queda. Não é preciso nenhuma exuberância racional para explicar isso, embora as pessoas se comportem exatamente assim, com toda a irracionalidade que permeia qualquer ação humana em face de incertezas, zonas de sombra ou simples desconhecimento das dinâmicas da vida (sejam elas as forças da natureza, ou as forças igualmente imponderáveis da economia).
Tenho para mim que os mercados são perfeitamente eficientes e altamente perfeitos, uma vez que eles reagem exatamente em função de como as pessoas atuam neles, ou seja, investindo ou se retirando, trocando ativos ou permanecendo paradas, e tudo isso é feito de maneira perfeitamente descoordenada, anárquica mesma, como devem ser mercados altamente funcionais. Agora, se você pretende que o mercado funcione de uma determinada maneira, e não possa refletir os movimentos das pessoas, então coloque alguns burocratas de governo para vigiá-lo, para corrigi-lo, para discipliná-lo de algumas “imperfeições” detectadas por esses mesmos burocratas. O mais provável é que eles estejam atuando a mando de “gestores” mais poderosos, que por sua vez decidiram empreender alguma ação corretiva porque alguns agentes de mercado decidiram que ele só poderia se movimentar numa direção, e não em outra: geralmente mantendo o câmbio em determinado patamar, determinadas ações imunes aos resultados efetivos da empresa, mercadorias em certo nível de preços do que a sua oferta mais abundante, ou escassa, o determinaria, pelo livre movimento de produtores e de compradores nesses mercados específicos, etc.; escolha qualquer um dos casos.
A legitimação é sempre a mesma: como os mercados não são “eficientes”, os sábios do governo (com seus conselheiros econômicos por trás) resolvem “ajudá-los” impondo certas regras, ou limitando o ingresso de outros participantes. Barreiras ao ingresso de novos competidores é sempre uma maneira “eficiente” de preservar os ganhos dos poucos participantes de algum cartel qualquer, e isso é feito não apenas nos mercados “livres”, mas também em regime de concessões públicas (transportes, por exemplo) ou no comércio exterior (pelas tarifas ou mediante normas técnicas, que se tornam regulações compulsórias, como as nossas famosas tomadas “jabuticabas”). O resultado de tudo isso é que sempre haverá ganhos para alguns – até que o dinheiro do regulador acabe, pelo menos – e perdas para os demais, pelo menos enquanto durar a festa, ou seja, enquanto a dinâmica do mercado não se vingar de seus “corretores” (o que ele sempre acaba fazendo, mais cedo ou mais tarde). O exemplo mais patente dessa realidade é o câmbio: a Venezuela e a Argentina que o digam.
O fato singelo é o seguinte: mercados livres, perfeitamente funcionais – ainda que causando perdas para uns e outros –, sempre serão infinitamente mais eficientes do que qualquer comitê de salvação pública econômica, e isto por uma razão muito simples. Os mercados reagem imediatamente à entrada e saída de pessoas – ou de bens e serviços – em seus espaços de intercâmbios, permitindo assim que alguns realizem ganhos, que outros contabilizem suas perdas, e todos procuram se ajustar rapidamente, o que torna o sistema sempre muito eficiente e quase “perfeito”, ao sinalizar pelos preços quais são as expectativas de ganhos (oxalá) ou induzindo à redução das perdas. Quando o comitê de sábios intervêm, ele não pode fazê-lo de maneira dirigida, ou pessoal, mas estabelecendo regras genéricas, digamos assim, contemplando toda uma categoria de transações, e não a movimentação individual dos agentes. Eles ainda precisam fazê-lo por via legislativa ou mediante resoluções administrativas, que sempre são muito lentas a serem implementadas, e mais lentas ainda a serem modificadas.
Resulta de tudo isso que medidas governamentais de “correção” dos mercados sempre serão imperfeitas, limitadas, parciais, insuficientes e, no limite, estúpidas, para tratar da diversidade de situações que emerge das interações dinâmicas, racionais ou irracionais, entre pessoas e corporações transacionando nos mercados. Quanto mais livres forem estes últimos, todos buscarão o seu benefício individual – como aliás dizia Adam Smith por meio de sua famosa alegoria da “mão invisível”, que não é uma teoria e sim uma simples constatação de bom senso – e ninguém supostamente será punido pela ineficiência ou imperfeição de qualquer mercado, uma vez que todos permanecem perfeitamente livres para entrar e sair de algum deles quando assim o desejarem. De resto, quaisquer que sejam as eventuais “imperfeições” ou a ineficiência dos mercados, elas sempre serão infinitamente mais benignas, e menos prejudiciais, do que as ações dos governos, que tendem a criar camisas de força nos mercados o que só acaba ou sufocando-os ou produzindo o conhecido fenômeno dos “contraventores de regras”.
Pense bem: qual das situações você prefere? Portanto, quando alguém vier lhe falar numa tal de “lógica de mercado”, ou de que é preciso corrigir alguma imperfeição detectada, responda logo: “Tudo bem: o mercado não possui nenhuma lógica, mas ela sempre será superior à de qualquer governo; no mais, não mexa com o meu mercado, está bem assim?”. O mundo seria bem simples sem os arquitetos da vontade alheia e sem todos esses engenheiros sociais tentando tornar a nossa vida mais “simples”...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2767: 8-9/02/2015

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Economia de livres mercados: dez mitos persistentes - Institute of Economic Affairs

Primeiro: quem desejar filminhos sugestivos, melhor ir diretamente ao link original, pois não pretendo reproduzi-los aqui, contentando-me apenas em transcrever o texto:
http://www.buzzfeed.com/cgoodwin/10-persistent-myths-about-free-market-economics-18ka3
Segundo, vou adaptar esse texto inglês, como já prometi em relação ao texto de Alberto Montaner sobre o liberalismo, às circunstâncias especiais do Brasil, mas ainda não tive tempo de fazê-lo. Fica no meu pipeline de working papers, portanto.
Em todo caso, aproveitem...
Paulo Roberto de Almeida

10 Persistent Myths About Free Market Economics

Free markets, capitalism and economics are often surrounded by misconceptions. Here are 10 myths about economics that either don’t stand up to further scrutiny or are just downright wrong, but which continue to dominate discussions surrounding the topic.

1. Greed is all economists care about, right?

Wrong. Supporters of free markets are often accused of believing that ‘greed is good’. Greed is not good, and economists do not believe that greed is necessary for capitalism to flourish. What economists do believe is that self-interest is a powerful motivator when it comes to financial transactions. No one denies the wide range of feelings that motivate us to act in certain ways, nor does anyone deny that people often make sacrifices for others and are altruistic. The beauty of free markets is that they work, regardless of whether people are greedy or selfless.

2. Oh, and economic growth

“Addicted to growth”, “GDP fetishism” and “the crack-cocaine of economic indicators”, are just some of the phrases used to convey society’s supposedly unhealthy fixation with Gross Domestic product (GDP). But no politician or economist has ever expressed support for the ‘growth at all costs’ mantra that is alleged to be central to ‘neo-liberalism’. Far from the be all and end all, GDP is an economic indicator just like employment and inflation. If governments aimed to maximise GDP alone, we would have a much smaller state, huge tax cuts, no planning system, no carbon-reduction targets, legalised drugs, no immigration controls whatsoever and extremely limited regulation.

3. The rich get richer while the poor get poorer

The concern that the rich are getting richer while the poor become poorer is a myth that has been around for many years but is false - or at least only half-true. The rich certainly get richer, but so do the poor. Over a century’s worth of growth has led to a steady rise in wages across the board and government figures show that between 1977 and 2012, the incomes of the poorest fifth of Britons rose by 93 per cent (adjusted for inflation). Much of this is made up of benefits, but wages have also risen significantly. Since 1986, the hourly wages of the poorest fifth of workers has risen by 49 per cent (adjusted for inflation).

4. We are working longer and longer hours

 We are working longer and longer hours

stats.oecd.org / Via OECD stats
In 1900, British workers spent roughly 3,000 hours a year on the job. Compare this to the present day, when individuals in most of the world’s developed societies each work fewer than 1,800 hours a year. It is a common misconception that we are all working longer, but average working hours for British employees continues to fall. According to OECD figures, over half UK employees work less than 40 hours a week and fewer than 12% work more than 50 hours a week. Some people on high incomes have seen their working week increase but this is not the norm.

5. Inequality is on the rise…

Inequality is on the rise...
ONS (2014a) The effects of taxes and benefits on household income, 2012/13. 26 June.
From Russell Brand to Thomas Piketty, commentators love to remind us that the UK suffers from spiralling inequality, which, if we’re not careful, will revert us back to Victorian extremes. Claims such as these are misleading at best. By any conventional measure, income inequality peaked in Britain in 1990 and has been flat or falling ever since. It is currently lower than it has been for nearly 30 years.

6. …while social mobility is falling

The majority of those born poor swiftly move up the income ladder and almost all become wealthier than their parents, contrary to the beliefs of the Polly Toynbees of this world. Far from grinding to a halt, social mobility in the UK is better than it has ever been before and, as a recent study from Oxford University concluded, ‘with relative just as with absolute rates, there is no evidence at all to support the idea of mobility in decline.’

7. We’ve got all we can from economic growth, so let’s focus on th

Sceptics of further economic growth should bear in mind the benefits to be had from ongoing prosperity. Not only does money allow us to pursue our goals and enjoy the fruits of our labour but it is also a consequence of human ingenuity and ambition. What’s more, the ever widening welfare state isn’t going to pay for itself. So perhaps we can afford a little more optimism.

8. Money doesn’t buy happiness after all

Surely the failure of aggregate happiness to rise as everyone gets wealthier is proof that pursing growth is pointless? Not necessarily, no. A number of studies have shown not only that rich people are happier than poorer people, but that countries tend to become happier as they become richer. Of course, people’s aspirations rise as they and the people around them achieve better living standards, and this is a good thing. Most, though not all, happen to think that having a better income allows them to do what they want to do. So money isn’t an obstacle to a good life – it facilitates it!

9. Inequality is bad for your health, literally

It is sometimes claimed that high rates of income inequality are associated with a number of negative social outcomes, including lower life expectancy. This claim was first made by the sociologist Richard Wilkinson in the early 1990s but subsequent research contradicted it. Wilkinson later co-authored a book - The Spirit Level - which popularised the theory while ignoring all the evidence to the contrary. The Spirit Level includes a graph which appears to show a negative correlation between inequality and life expectancy, but the graph uses old data and excludes a number of countries which don’t fit the pattern. If up-to-date data are used - or if the full complement of countries is shown - the correlation (funnily enough) disappears.

10. We’re heading back to the 1930s

We are far richer today than we were in the 1930s and GDP is many times higher, so it is meaningless to compare government spending today with that in the 30s. Even if the government meets its target, it will still be spending eight times more than the government of 1935 (adjusted for inflation). And, as a proportion of GDP, the figure will only be slightly lower than it was in 2001 - hardly The Road to Wigan Pier. And with a growing economy, why shouldn’t spending as a proportion of GDP fall? Demonstrating fiscal responsibility is a far cry from condemning us all to a life of poverty and destitution.

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