O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 2 de outubro de 2011

Estatisticas do Diplomatizzando - 2/10/2011

Fim de semana é tempo de balanço, revisão, avaliação.
Vejamos alguns números e dados:


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Brasil-Argentina: casa de tolerancia no Mercosul - Estadao


Parece que o "machismo comercial" do início do governo atual broxou (ou brochou?).
Em todo caso, não mais tivemos ataques histéricos de um lado ou outro, surtos psicóticos de enfrentamentos comerciais, enfim, parece que tudo voltou ao normal, ou seja: os argentinos bloqueiam produtos brasileiros, e nós continuamos compreensivos com os hermanos.
O machismo comercial se travestiu em afagos eleitorais.
Paulo Roberto de Almeida 

Excessos tolerados

Editorial O Estado de S.Paulo, 2/10/2011
Voltou a ser de grande tolerância a atitude das autoridades brasileiras em relação às medidas prejudiciais à economia do País tomadas pelo governo argentino. Desrespeitando normas do comércio internacional e as regras do Mercosul, o governo da presidente Cristina Kirchner está impondo novas restrições à entrada de produtos brasileiros em seu país. Mas a nota divulgada há dias pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC), em resposta a queixas de exportadores brasileiros contra essas restrições, não deixa dúvidas de que, quaisquer que sejam os problemas criados pela Argentina e suas consequências nocivas para as empresas brasileiras, por enquanto nada será feito.
Em resposta à denúncia de que a Argentina está retendo na alfândega 3,4 milhões de pares de calçados por prazo de até 210 dias, quando o máximo permitido pelas normas da OMC é de 60 dias, o MDIC informou que está fazendo esforços para que a liberação dos produtos "ocorra nos prazos mais curtos possíveis" e que "seguirá empenhado em resolver todos os casos". Ou seja, não fará nada diferente do que tem feito. Isso significa que também a Argentina terá toda a tranquilidade para continuar a fazer o que já faz - dane-se, por isso, a empresa brasileira.
As perdas não são poucas. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os calçados retidos na alfândega argentina à espera de licença para entrada no país valem US$ 33,8 milhões e representam metade do que o Brasil exportou para seu principal sócio no Mercosul nos sete primeiros meses de 2011.
Faz tempo que a Argentina tenta conter a entrada de calçados brasileiros. Acordo firmado em 2009 limitou a 15 milhões de pares o total das exportações anuais brasileiras. No passado, foram exportados 14,1 milhões de pares. Neste ano, com as dificuldades impostas pelo governo Kirchner, o volume será ainda menor. Como a produção argentina não é suficiente para cobrir essa diferença, ganham os exportadores de outros países, em particular os chineses.
Na tentativa de explicar sua condescendência em relação aos excessos protecionistas do governo Kirchner, a nota do MDIC tentou mostrar que o Brasil está sendo até bem tratado pela Argentina. "A Argentina, um dos principais destinos de produtos manufaturados brasileiros, tem feito exigências a todos os seus parceiros comerciais", segundo a nota. "As licenças de importação para produtos brasileiros, inclusive, têm sido concedidas em menor tempo do que para outros países."
De fato, a Argentina vem impondo dificuldades crescentes à entrada de produtos estrangeiros de todas as procedências. Agora as restrições incluem até livros - estima-se que haja 1 milhão de volumes retidos na alfândega -, um fato espantoso num país com índice de leitura tão alto como a Argentina.
Mas a justificativa não pode ser aplicada a produtos brasileiros. Ao utilizá-la, o governo brasileiro ignora o fato de que Brasil e Argentina - com Uruguai e Paraguai - integram o que, formalmente, é uma união aduaneira, que permite a livre circulação de mercadorias e serviços entre seus integrantes. O Brasil não está sendo tratado como parceiro do Mercosul, mas como qualquer outro país fora do bloco.
O Brasil tenta manter as aparências de uma sociedade feliz no Cone Sul da América do Sul. Da criticada imposição do aumento do IPI sobre automóveis importados anunciada há pouco, o governo brasileiro excluiu os carros argentinos. Essas atitudes discrepantes tornam a sociedade esquisita. Compreende-se a irritação do presidente da Abicalçados, Heitor Klein, diante da benevolência do governo brasileiro em relação às medidas tomadas pela Argentina. Não há razões econômicas que justifiquem tal atitude, que Klein atribui a interesses políticos. Ele acredita que o governo brasileiro age desse modo "para não criar problemas para a presidente Cristina Kirchner". Ela é candidata à reeleição, no dia 23 de outubro. Até lá, pelo visto, nada mudará.

Barack Miterrand Obama - Todd Buchholz


Barack Mitterrand Obama — Can Obama Pirouette?

September 6th, 2011



Todd Buchholz, September 6. 2011
The President has until Spring 2012.  If by May, it’s not “Morning in America,” it’ll be good night for Barack Obama.  The job market is miserable and the economy is limping along while economists feel for a faint pulse.  Obama has painted himself into a “Keynesian Corner.”  He sincerely believes that only government spending can help – but the cupboard is bare.  The deficit-to-GDP ratio looks stuck in a reckless 8-10% crater.  (Funny to recall that in 1983 Keynesians slammed Ronald Reagan as irresponsible when the deficit reached merely 6%, after an even higher, 10.8% jobless rate.)
Can Obama perform a swift 180-degree U-turn?  It’s been done before.  He should look to France and re-crown himself Barack Mitterrand Obama.  Like Obama, Francois Mitterrand was elected with strong left backing.  In 1981 he plunged into Keynesian prescriptions:  fat pay raises for government workers, a wealth tax on the rich, more vacation time for workers, and a boost in the minimum wage.  Union members got bigger voices at the bargaining tables.  Mitterrand even attracted four communists to his cabinet.  Happy Days were here again.  The Socialist Mitterrand would leave the bumbling Reagan in the dust.  Or so they thought.
Two years later, the French economy was a flattened soufflé.  Inflation hit double digits, while Mitterrand’s policies boosted the jobless rate above 10%.  Smart French businessmen hopped aboard the Concorde and fled the crumbling regime.  The French franc was evaporating.
Mitterrand was no fool.  By 1983, he began to push aside his socialist ideas for a French version of Reaganomics.  Suddenly, budgets were frozen, government payrolls shrunk, monetary printing presses shut down, and a Socialist government made it easier for firms to fire feckless workers.  Mitterrand called this “La Rigueur.”  Political observers called it the “Great Turn.”  The people called it a success, as the inflation rate plummeted and jobs came back to France.
Can Barack Obama follow the French pirouette executed so gracefully by Mitterrand?  I doubt it.  Though Mitterrand was an avowed and proud Socialist, he was also a nimble rascal.  Some insiders referred to him as the “Florentine,” as if he was tutored by Machiavelli himself.  Hell, he successfully covered up his work for the Vichy collaborators during World War II!
Obama strikes me as a true believer.  What he believes may be wrong, but it’ll take a Great Depression to change his mind.  Unfortunately, a Great Recession with a 9.1% unemployment rate just doesn’t seem serious enough to do the trick.

Alemanha-Grecia: um caso de amor e odio - Todd Buchholz



OP-ED CONTRIBUTOR

Germany’s Mediterranean Envy

Solana Beach, Calif.
GREECE is broke and broken. Its budget deficit bulges near 10 percent of gross domestic product, while the Germans choke theirs down to just 1.5 percent.
Ask a typical German why and he’ll say: “They drink and dance during the day. We wait for sunset.” That’s the image. The hard-working, disciplined, punch-the-clock-on-time German stays solvent and sober. In contrast, the Mediterranean neighbor lolls around in fertile fields of lemons and olives.
And yet most Germans go along, if grudgingly, with bailouts. Recent elections show the Social Democrats and Greens picking up votes, even though they are even more euro-friendly than Angela Merkel’s government. Why are Germans willing to reach deep into their pockets for many billions of euros to bail out Zorba the Greek and his lackadaisical neighbors?
The standard answer: to safeguard the German economy. But this is flabby reasoning. Despite the Great Recession, the German economy has been bouncing along at a decent pace with a 7 percent unemployment rate, and it even racks up a trade surplus with China. Sure, adopting the euro in 1999 sliced border-crossing costs for German companies, but European monetary union was never chiefly about money. If money was the biggest concern, Germany would never have surrendered the gilded Deutsche mark, controlled by the austere, trusted Bundesbank, for a euro that might someday be twisted by a rabble of politicians baying for votes from Slovenians.
No, Germany’s real motivation to help Greece is not cash; it’s culture. Germans struggle with a national envy. For over 200 years, they have been searching for a missing part of their soul: passion. They find it in the south and covet the loosey-goosey, sun-filled days of their free-wheeling Mediterranean neighbors.
In the early 1800s, Goethe reported that his travels to Italy charged him up with new creative energy. Later, Heinrich Heine made the pilgrimage, writing to his uncle: “Here, nature is beautiful and man lovable. In the high mountain air that you breathe in here, you forget instantly your troubles and the soul expands.”
Nietzsche claimed that the staid German psyche was stunted and needed more than a beer stein of passion. He was fascinated by ancient Greece and famously juxtaposed sober Apollo with that reckless, wine-drinking southerner, Dionysus. A dose of Dionysus might not be so bad, he figured.
Today, Germany still looks too Apollonian. Companies like BMW and Siemens conquer industrial markets by manufacturing flawless, perfectly timed motors. But when do Germans experience the fun of Dionysus? Only when vacationing in Greece, Italy, Spain and Portugal.
Even then, they struggle to find the right balance. In Thomas Mann’s novella “Death in Venice,” the humorless, authoritarian protagonist Gustav von Aschenbach loses his regal bearing and becomes infatuated while in Italy, letting go of his strait-laced ways. Aschenbach lurches from overly repressed to overly sensualized, dyeing his hair, rouging his cheeks and stuffing his mouth with overripe strawberries.
And then there’s Sigmund Freud, an Austrian whose Germanic surname translates as “joy.” If only. Freud, too, thought that Italy and the south offered a tantalizing “softness and beauty” that could save the Teutonic psyche. Instead of Nietzsche’s Apollo and Dionysus, Freud poses superego and id. The id hosts a wild imagination and ecstasy. The superego is that German librarian-frau with her hair tied up in the bun telling you to “shush!”
On the map of Germany you can find quite a few towns with my family name of Buchholz. My wife once scolded me for acting too uptight, saying “You take all the fun out of everything.” Wow, I felt both powerful and bad. I could take all of the fun out ofeverything. Forget Apollo — even Zeus didn’t have that much power! But a starchier-than-thou power sickens the soul.
So today Germany has the power and the discipline and yet still feels bad for its neighbors. Germans are simply unwilling to sever the emotional bond they feel with their unhurried but passionate brothers and sisters to the south.
During Oktoberfest, Germans in biergartens will lift a glass and sway arm in arm to a popular, schmaltzy German tune called “Griechischer Wein” (“Greek Wine”). Haunting and rousing, the lyrics compare Greek wine to the “earth’s blood.” The German narrator spies a group of Greek men drinking together and longs to be with them. He doesn’t even have to ask, for the dark-eyed men stand up and invite him to join them.
Despite a history of proclaiming their superiority, deep down Germans are not sure they’ve got it right, after all.
Todd G. Buchholz is the author of “Rush: Why You Need and Love the Rat Race.”


A frase da semana, do ano, de sempre -- Mundo real...

"A vida é horrível: é tão cheia de realidades!"

Frase de uma paciente rebelde da psicanalista americana Karen Horney:
In: Neurose e Desenvolvimento Humano, Cap. II, Exigências Neuróticas
(Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1966).