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sexta-feira, 24 de abril de 2015

China: um tsunami de 14 TRILHOES de dolares? - Felipe Miranda

China: um tsunami de 14 TRILHOES de dolares?
Felipe Miranda
Empiricus Research, 23.04.2015

Nesta semana a economia chinesa emitiu sinais fortes, no pior sentido possível...

O Grupo Kaisa tornou-se o primeiro do setor de construção civil do país a declarar default.

O Grupo não conseguiu honrar dois compromissos com credores, da ordem de US$ 52 milhões. Sua dívida total estimada é de US$ 2,5 bilhões.

No boom imobiliário local, o grupo Kaisa utilizou de uma prática comum no setor na China... tomou empréstimos baratos em dólares para financiar um plano agressivo de compras de terrenos.

Com a expressiva valorização do dólar, o grupo viu sua dívida multiplicar.

Não faltou alerta:

Às vésperas do estouro da crise das hipotecas nos EUA, em 2008, o setor de construção civil respondia por 16% do crescimento do PIB americano...


Entre 2011 e 2014, a construção civil respondeu por impressionantes 50% da expansão do PIB na China.

Nos EUA, no auge do subprime, um cidadão americano precisava em média de 4,3 anos de sua renda para comprar uma casa. Na China atual, são necessários 18 anos em média.

O estouro da bolha imobiliária chinesa pode fazer a crise das hipotecas de alto risco nos EUA parecer brincadeira.

No começo de abril, coluna minha em O Antagonista! alertava para o óbvio, como você pode ver ao lado.


A economia chinesa acaba de registrar, no primeiro trimestre de 2015 (anualizado), seu menor ritmo de crescimento em seis anos.

Os 7% de crescimento chinês podem parecer muito para nós brasileiros, cuja economia está em recessão, mas são preocupantes para um PIB que cresceu em média 10% ao ano nas últimas três décadas.

Há um esgotamento do modelo de crescimento chinês.

Antes fortemente voltado para as exportações, o mesmo, desde a crise de 2008, não encontrou mais no mercado externo o ritmo necessário para fomentar suas bases. Assim, teve de voltar os esforços para a economia interna.

Como?

Via estímulos à demanda interna e concessão de crédito irrestrito. Mas parece um tanto claro que a economia local está desacelerando, não?

Utilizando o sinal acima do mercado imobiliário, existem relatos de mais de 500 cidades-fantasma na China, e de um estoque de aproximadamente 64 milhões de moradias vazias atualmente.

Pior que, no meio da desaceleração econômica chinesa, a conta ficou...

Sob o chamariz do excesso de liquidez e dos juros baixos, companhias de mercados emergentes (de países com moeda fraca) lançaram aproximadamente US$ 9 trilhões em títulos de dívida entre 2009 e 2014.

Enquanto isso, a emissão de dívida corporativa para projetos de exploração de petróleo, neste intervalo, remonta a US$ 5 trilhões.

Com a queda pela metade do preço do petróleo e a disparada do dólar, o risco de um colapso dos títulos de dívida corporativa (somente no caso acima, da ordem de US$ 14 trilhões) é substancial:

“É uma pilha de US$ 14 trilhões de dívida de empresas que não pode, eventualmente, ser paga ou rolada nas condições econômicas atuais. Se a taxa de inadimplência for da ordem de 10% - uma hipótese conservadora - esse colapso da dívida corporativa já será seis vezes maior do que as perdas com a crise imobiliária americana de 2007-2008.”

Alertou o ex-agente da CIA Jim Rickards, autor do best seller “Currency Wars”, que recentemente foi ao Senado dos EUA alertar para o fato de o Federal Reserve estar em posição de insolvência.


A caixa preta chinesa

Voltando ao iminente colapso chinês, se os recordes da Bolsa local não encontram respaldo nos fundamentos da economia, talvez encontrem no gráfico abaixo:


A alavancagem de dívida do setor privado chinês já é três vezes maior do que o PIB do país asiático.

Outro dado alarmante: levantamento da IHS Global Insight aponta que na China há cerca de US$ 1,3 trilhão em empréstimos dos chamados “shadow banks”, ou, de fontes informais de crédito, fora do sistema financeiro regulado. Empréstimos ocultos.

No ano passado, o banco JP Morgan estimou que o crédito “obscuro” foi responsável por 69% do PIB chinês em 2012.

Onde isso vai parar?

A China é o principal parceiro comercial brasileiro. Um solavanco da economia chinesa teria, portanto, impactos substanciais por aqui.

Outra questão para ficar atento...

Nos últimos anos, a China acumulou a maior reserva de títulos do governo americano do mundo, da ordem de US$ 1,3 trilhão.

Com o iminente aumento nas taxas de juros dos EUA, esses títulos fatalmente perderão valor.

Sem alternativas, o governo chinês está administrando esses riscos com a injeção de mais liquidez e promessa de novos estímulos.

Enquanto pode, contribui para inflar ainda mais a bolha.


Para a gente, este é apenas o primeiro estágio de algo muito maior...


Um abraço,
Felipe Miranda

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Universidades brasileiras sao IRRESPONSAVELMENTE autonomas: nao conseguem se manter - Editorial Estadao

Este Editorial do Estadão traduz toda a dramaticidade da péssima administração das universidades paulistas, que são teoricamente autônomas, e que vivem de "mensalão" garantido pelo Estado, com uma fatia dos impostos estaduais.
As federais só não foram ainda à falência porque os salários dos professores e funcionários caem na conta do governo, ou seja, são pagos por todos os brasileiros, inclusive pelos paulistas.
Além da baixa produtividade inacreditável dessas universidades, elas gastam mais do que tem, e justamente não parecem capazes de se corrigir.
Eu decretaria a autonomia verdadeira, ou seja, estabeleceria um "mensalão" mínimo, e diria o seguinte: "Para o resto, virem-se. Se não tiverem dinheiro para pagar os professores, cobrem mensalidades ou demitam os excedentes. Não tem mais dinheiro para cobrir a irresponsabilidade de vocês."
Paulo Roberto de Almeida

A crise nas universidades

18 de maio de 2014 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
Numa iniciativa que surpreendeu a comunidade acadêmica, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) decidiu não reajustar os salários dos professores e servidores em 2014. Esta será a primeira vez, nos últimos dez anos, que o funcionalismo da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ficará sem a correção da inflação.
A medida é drástica e foi a única saída encontrada pelas três instituições para contornar a crise financeira que estão enfrentando, por terem comprometido quase todas as suas receitas com a folha de pagamento. A situação mais grave é a da USP. Ela gasta 105,14% de seu orçamento com salários - e essa despesa pode crescer ainda mais por causa da progressão de carreira dos servidores técnico-administrativos e dos professores. Isso a obrigou a consumir R$ 250 milhões de suas reservas financeiras só nos três primeiros meses do ano. Desde 2012, a USP já gastou R$ 1,3 bilhão dessas reservas - o equivalente a 40% do total. Na Unicamp e na Unesp, a folha de pagamento consome 96,52% e 94,47% de seus orçamentos, respectivamente.
Há três semanas, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, já havia comunicado à comunidade acadêmica que, por falta de recursos, fora obrigado a suspender as contratações de novos professores, a adiar a construção de novas obras e a estudar a redução da frota e dos contratos de terceirização dos serviços de segurança, limpeza e manutenção predial.
As unidades da maior universidade brasileira estão economizando até papel. Viagens para seminários nacionais e internacionais foram canceladas. O financiamento de linhas de pesquisa está sendo revisto. Somente os restaurantes universitários, os serviços de utilidade pública e a política de apoio estudantil não foram cortados. Com essas medidas, a USP quer reduzir em 30% as despesas de 2014 com custeio e investimento. A Unicamp e a Unesp também adotaram medidas semelhantes, porém menos drásticas do que a USP, para conter a crise financeira. A receita básica da USP, da Unicamp e da Unesp equivale a 9,75% do ICMS. Seus dirigentes alegam que a receita desse tributo tem sido afetada pelo baixo crescimento da economia, reduzindo o valor dos repasses.
A decisão do Cruesp ocorreu no momento em que as entidades de professores e servidores das três universidades estaduais paulistas estavam começando a se mobilizar para a campanha salarial de 2014, exigindo um reajuste de 9,78%.
Para aumentar as verbas orçamentárias das três instituições, as entidades de professores exigem que o porcentual da receita do Estado destinado às universidades seja aplicado não apenas sobre o ICMS, mas sobre as demais receitas do governo paulista - inclusive as transferências federais, a dívida ativa e o que é arrecadado pelos programas de combate à sonegação. Já os sindicatos de servidores querem que as três universidades paulistas simplesmente utilizem o que resta de suas reservas estratégicas para financiar o reajuste dos salários. No caso da USP, as entidades de docentes e servidores também pedem a realização de uma auditoria sobre a gestão do ex-reitor João Grandino Rodas, a quem acusam de ter promovido gastos perdulários e financiado medidas de discutível utilidade, como a abertura de escritórios no exterior.
O problema das universidades estaduais paulistas, contudo, não é apenas financeiro. Cresceram de forma desordenada e enfrentam gargalos burocráticos e dificuldades para redistribuir funcionários entre as unidades. Sob a justificativa de desenvolver atividades de extensão, lançaram os mais variados programas sociais, perdendo o foco acadêmico. E, embora ofereçam centenas de cursos, muitos têm currículos defasados e estão desconectados com a realidade do trabalho. Reformar estruturas administrativas arcaicas, redefinir prioridades acadêmicas e buscar novas fontes de financiamento, inclusive discutindo com rigor a adoção do ensino pago - esses são os grandes desafios que a USP, a Unicamp e a Unesp têm de enfrentar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Tribulacoes do Mercosul - Entrevista de PRA (eu mesmo) ao Instituto Millenium

“Para ser bem-sucedido, o Mercosul tem de voltar ao básico”, afirma diplomata

Entrevista com Paulo Roberto de Almeida 
Instituto Millenium, 9 de setembro de 2013

Apresentando uma rápida recuperação econômica, enquanto a China passa por um período de arrefecimento, os Estados Unidos vislumbram a possibilidade de acordo de livre-comércio com a União Europeia.
Em entrevista ao Instituto Millenium, o cientista social e diplomata Paulo Roberto Almeida aponta suas impressões sobre o pacto, incluindo as implicações para Brasil e América Latina. Considerando o posicionamento dos países-membros do Mercosul, Almeida analisa ainda a situação do bloco.
Confira a entrevista.
Paulo-Roberto-de-AlmeidaInstituto Millenium: Durante o auge da crise financeira de 2008 e nos anos seguintes, especialistas sinalizavam para um possível fim do predomínio econômico ocidental. Hoje percebemos um arrefecimento da economia chinesa e a rápida recuperação dos Estados Unidos. Como o senhor enxerga essa situação?


Paulo Roberto Almeida: Que os EUA declinem, relativamente, em face de países com taxas elevadas de crescimento, como a China, é absolutamente normal e esperado. Mas cabe retornar à história e registrar que, diferentemente dos velhos impérios do passado, que baseavam o seu poderio na dominação puramente militar, no controle de territórios e na extração de recursos, o império ocidental, ou americano, não está baseado nesses processos de força bruta, e sim no império do livre comércio, dos investimentos, da inovação tecnológica e, sobretudo, da inteligência.
Se impérios militares podem ser vencidos por uma coalizão de oponentes ou por algum adversário mais poderoso, um império baseado na inteligência e na interdependência é relativamente indestrutível. Na atual configuração da economia mundial, pode-se prever um declínio muito relativo para os EUA, e para a própria Europa. Eles são impérios da sociedade do conhecimento e, por mais avanços industriais que possam ocorrer em outras regiões, sempre estarão na vanguarda das descobertas científicas e das inovações tecnológicas.


Instituto Millenium: A Europa parece acreditar na manutenção dos EUA como potência econômica, ao iniciar negociações para um acordo de livre comércio. Caso aprovado, quais são as vantagens para as duas regiões?


Almeida: Se e quando for efetivado – e as apostas contrárias são poderosas –, tal acordo terá um impacto profundo em termos institucionais, ou seja, sobre o sistema internacional de comércio e suas rodadas de negociação e em relação a terceiros mercados. Mais ainda, um acordo desse tipo parece sintetizar todos os bons efeitos e todos os defeitos, todos os méritos e os muitos vícios do minilateralismo comercial.

Instituto Millenium: Quais seriam os impactos deste acordo para o Brasil e para a América Latina?
Almeida: Acordos regionais de comércio são potencialmente discriminatórios contra terceiras partes e podem reforçar as tendências ao desvio de comércio e de investimentos, mais do que ao crescimento global desses fluxos. No caso da UE e dos Estados Unidos, porém, essas ameaças são relativamente insignificantes, tendo em vista as barreiras tarifárias bastante reduzidas efetivamente existentes, exceto no setor agrícola, e o amplo grau de uniformização de práticas comerciais e contábeis já alcançadas dentro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No entanto, não é improvável que, em um cenário como esse, os países da orla do Pacífico, e até do Índico e da Oceania, acelerem suas próprias negociações, algumas já em curso, com o objetivo de também estabelecer uma vasta área de preferências tarifárias, podendo evoluir, em médio prazo, para um acordo de livre comércio. Não foi por outra razão que alguns países latino-americanos – Chile, Peru, Colômbia e México – decidiram consolidar antigos laços de liberalização comercial parcial em um esquema que leva o significativo nome de “Aliança do Pacífico”.
A preocupação de países visivelmente excluídos desses processos de liberalização comercial pode levar a acordos de integração regional, entre eles, em especial, os do Mercosul, bloco que parece experimentar uma fase de retrocessos econômicos e de certa recaída na retórica integracionista de cunho político com efeitos totalmente inócuos para a integração real de suas economias.

Instituto Millenium: O Brasil enfrenta dificuldades para realizar acordos internacionais por pertencer ao Mercosul. O bloco representa 58% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, porém o país enfrenta o protecionismo argentino, o Paraguai foi suspenso e a Venezuela encontra-se em crise econômica. Qual a sua análise sobre o Mercosul?
Almeida: A base de todo empreendimento integracionista é a existência de uma vontade comum aos participantes em adotar as medidas necessárias para viabilizar os requerimentos do processo de desmantelamento de barreiras à formação de um espaço econômico comum. Se, em algum momento, essa comunhão de propósitos existiu entre os membros do Mercosul, essa vontade, há muito, parece ter deixado de existir. Basta observar, no decurso da segunda década do bloco, a adoção progressivamente crescente de medidas unilaterais de caráter exclusivamente nacional que passaram a afetar a conformação jurídica do quadro regional enquanto personalidade de direito internacional sob a forma de união aduaneira.
Todos reconhecem que, a despeito dos avanços realizados nos primeiros dez anos, os impulsos do Mercosul em direção a uma maior liberalização comercial e para a constituição de um espaço econômico unificado no Cone Sul foram paralisados a partir de 1999, e até retrocederam nos anos seguintes. A união aduaneira sequer consolidou-se sob uma autoridade comum, dotada de aplicação uniforme de suas regras, havendo, inclusive, a coexistência de enorme volume de exclusões à Tarifa Externa Comum.
Os governos dos países-membros favoreceram, em diversos setores da área econômica, o retorno a velhas posturas nacionalistas e estatizantes, atitudes que estavam em nítida contradição com os requisitos tradicionais da integração, que são a abertura econômica e liberalização comercial.

Instituto Millenium: O senhor vê solução para o bloco?
Almeida: Para ser bem-sucedido, o Mercosul tem de voltar ao básico, e cumprir o acordado no 1º artigo do Tratado de Assunção (TA), ou então começar por assumir a responsabilidade de efetuar uma reforma profunda de seus instrumentos constitutivos. Um bom começo de um processo de reformas seria um diagnóstico realista dos impedimentos sistêmicos ou contingentes ao acabamento da união aduaneira, a partir do qual se poderia prescrever uma arquitetura institucional, para a qual as autoridades políticas dos atuais parceiros poderiam concordar em dar apoio.
Nenhuma solução “cooperativa” em torno de um processo de integração elude, porém, a necessidade de reformas internas em cada um dos países participantes. E um compromisso inquebrantável com o respeito à legalidade democrática e aos bons princípios do estado de direito seria uma condição essencial para o sucesso de todo e qualquer esquema integracionista que se empreenda na região.
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Comentário recebido da leitora Regina Caldas: 


"Observações bastante pertinentes. Em 91, ao participar de um evento entre as lideranças dos países membros do Mercosul, observei que o mesmo atropelava os procedimentos. Na ânsia de sedimentação, seus membros decidiam precipitadamente..Naquela ocasião, dei como exemplo os passos cuidadosos da CE, em cada etapa do seu processo de integração. Mas o Mercosul, na pressa de consolidação, fazia o contrário. Pularam etapas, não realizaram os testes necessários para correção de caminhos, e não se importaram em dar o tempo necessário à assimilação...Deu nisto". 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Russia invade Chipre para recuperar seu capital

Brincadeira antecipada de Primeiro de Abril, claro, mas parece que seria a única maneira de os grandes correntistas russos, indignados com o sequestro de todo aquele dinheiro honesto adquirido com os ingentes esforços do capitalismo russo para contribuir ao desenvolvimento cipriota, tentarem recuperar pelo menos parte do investimento feito naqueles bancos cipriotas que perguntavam pouco e prometiam muito.
Paulo Roberto de Almeida

Cyprus Bailout Agrees Large Losses on Uninsured Depositors.
Citi Research, 25/03/2013

Deal consists of €10bn financial assistance envelope to be disbursed via the ESM, with some contributions possibly from IMF and Russia. In exchange, Cyprus agreed to resolve its second largest bank, Popular Bank of Cyprus (Laiki), merging its “good” assets and insured depositors into Bank of Cyprus. Insured deposits (below €100k) in both banks are safeguarded. Equity shareholders and all bondholders in both banks will be fully bailed in. Uninsured deposits in Laiki will be fully bailed in, while uninsured deposits in Bank of Cyprus will be converted into equity and suffer major losses targeted to ensure that the bank capital ratio ultimately is brought to 9%. Uninsured deposits in Bank of Cyprus will be frozen during the process and major liquidity restrictions and capital controls are being put in place. Legislation on a bank resolution regime was already approved by Cypriot parliament, allowing government to implement decisions taken last night without further parliamentary approval. Comment: The deal is a much more straightforward way of dealing with insolvent banks, rather than spreading the costs throughout the whole banking system. The deal removes to a large extent short-term uncertainty and the risk of uncontrolled bank bankruptcies which might possibly have led to Cyprus exiting EMU. However, with confidence in the Cyprus banking sector severely hit by developments of the past week, the risk of major deposit outflows occurring when capital controls are eventually removed (or softened) remains significant, in our view.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A crise financeira estudantil do capitalismo americano

Lenin, num de seus trabalhos de copia nao atribuida - neste caso de Hobson e de Rosa Luxemburgo - dizia que o imperialismo era o capitalismo chegado a sua fase madura, etapa superior do capitalismo monopolista, como ele dizia.
Num outro trabalho, ja fruto de sua genialidade politica (mas ele era economicamente estupido), ele dizia que o esquerdismo era a doenca infantil (ou juvenil) do socialismo, mas isso era para consagrar o monopolio da verdade no comite central do PCUS controlado por ele.
Pois bem, parece que chegamos 'a crise juvenil do capitalismo maduro, no proprio coracao do imperio.
A coisa anda feia do lado da bolha financeira estudantil. Nao se alegrem os antiamericanos de carteirinha: o Brasil tambem vai ter uma, dentro de mais algins poucos anos...
Paulo Roberto de Almeida

Estudantes podem provocar outra crise financeira nos EUA?
Desemprego entre jovens aumenta consideravelmente a dívida estudantil entre recém-formados
Revista Exame, 3 de fevereiro, 2013

Os Estados Unidos estão preocupados com o crescimento da crise dos empréstimos estudantis, operação que movimenta cerca de um trilhão de dólares no país.

Uma pesquisa realizada pela consultoria FICO mostra que estudantes que pegaram empréstimo representam hoje um risco muito maior de inadimplência do que aqueles que pegaram empréstimo há alguns anos. Além disso, o aumento do montante da dívida que os recém-formandos carregam agrava ainda mais a situação.

De acordo com a pesquisa, a taxa de inadimplência de empréstimos estudantis originados entre 2010 e 2012 aumentou em 22% em relação aos empréstimos originados entre 2005 e 2007. O valor médio da dívida dos empréstimos também vem crescendo rapidamente. Em 2005, o valor médio da dívida era de U$ 17. 233. Em sete anos esse valor subiu para U$ 27.253, um aumento de 58%.

A crise dos empréstimos estudantis já representa quase o dobro da crise dos empréstimos imobiliários.

Desemprego entre jovens aumenta a inadimplência

A taxa de desemprego nos Estados Unidos permanece alta, especialmente entre os jovens.

Uma pesquisa feita pela consultoria TransUnion aponta que mais da metade dos empréstimos estudantis estão sendo prorrogados, permitindo aos estudantes realizar o pagamento posteriormente. O problema é que, após o prazo de prorrogação (geralmente três anos), jovens recém-formados se deparam com um mercado de trabalho desanimador.

“As taxas de desemprego e subemprego entre recém formados – pessoas com menos de 25 anos – estão em cerca de 50%, maior patamar em mais de uma década”, diz Ezra Becker, vice-presidente da TransUnion.

Contudo, Becke não acredita que a crise dos empréstimos estudantis leve o país a uma catástrofe econômica, como fez a crise imobiliária. Segundo Becker, a dívida estudantil representa um segmento muito menor da economia do que a dívida hipotecária.

Fontes: Exame-Estudantes americanos podem gerar uma nova crise financeira?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

EUA: confusa situacao economica - Wall Street Journal


The Magnitude of the Mess We're In
By George P. Shultz, Michael J. Boskin, John F. Cogan, Allan H. Meltzer and John B. Taylor
The Wall Street JournalSeptember 17, 2012

The next Treasury secretary will confront problems so daunting that even Alexander Hamilton would have trouble preserving the full faith and credit of the United States. 

Sometimes a few facts tell important stories. The American economy now is full of facts that tell stories that you really don't want, but need, to hear.
Where are we now? 
Did you know that annual spending by the federal government now exceeds the 2007 level by about $1 trillion? With a slow economy, revenues are little changed. The result is an unprecedented string of federal budget deficits, $1.4 trillion in 2009, $1.3 trillion in 2010, $1.3 trillion in 2011, and another $1.2 trillion on the way this year. The four-year increase in borrowing amounts to $55,000 per U.S. household.
The amount of debt is one thing. The burden of interest payments is another. The Treasury now has a preponderance of its debt issued in very short-term durations, to take advantage of low short-term interest rates. It must frequently refinance this debt which, when added to the current deficit, means Treasury must raise $4 trillion this year alone. So the debt burden will explode when interest rates go up.
The government has to get the money to finance its spending by taxing or borrowing. While it might be tempting to conclude that we can just tax upper-income people, did you know that the U.S. income tax system is already very progressive? The top 1% pay 37% of all income taxes and 50% pay none.
Did you know that, during the last fiscal year, around three-quarters of the deficit was financed by the Federal Reserve? Foreign governments accounted for most of the rest, as American citizens' and institutions' purchases and sales netted to about zero. The Fed now owns one in six dollars of the national debt, the largest percentage of GDP in history, larger than even at the end of World War II.
The Fed has effectively replaced the entire interbank money market and large segments of other markets with itself. It determines the interest rate by declaring what it will pay on reserve balances at the Fed without regard for the supply and demand of money. By replacing large decentralized markets with centralized control by a few government officials, the Fed is distorting incentives and interfering with price discovery with unintended economic consequences.
Did you know that the Federal Reserve is now giving money to banks, effectively circumventing the appropriations process? To pay for quantitative easing—the purchase of government debt, mortgage-backed securities, etc.—the Fed credits banks with electronic deposits that are reserve balances at the Federal Reserve. These reserve balances have exploded to $1.5 trillion from $8 billion in September 2008.
The Fed now pays 0.25% interest on reserves it holds. So the Fed is paying the banks almost $4 billion a year. If interest rates rise to 2%, and the Federal Reserve raises the rate it pays on reserves correspondingly, the payment rises to $30 billion a year. Would Congress appropriate that kind of money to give—not lend—to banks?
The Fed's policy of keeping interest rates so low for so long means that the real rate (after accounting for inflation) is negative, thereby cutting significantly the real income of those who have saved for retirement over their lifetime.
The Consumer Financial Protection Bureau is also being financed by the Federal Reserve rather than by appropriations, severing the checks and balances needed for good government. And the Fed's Operation Twist, buying long-term and selling short-term debt, is substituting for the Treasury's traditional debt management.
This large expansion of reserves creates two-sided risks. If it is not unwound, the reserves could pour into the economy, causing inflation. In that event, the Fed will have effectively turned the government debt and mortgage-backed securities it purchased into money that will have an explosive impact. If reserves are unwound too quickly, banks may find it hard to adjust and pull back on loans. Unwinding would be hard to manage now, but will become ever harder the more the balance sheet rises.
The issue is not merely how much we spend, but how wisely, how effectively. Did you know that the federal government had 46 separate job-training programs? Yet a 47th for green jobs was added, and the success rate was so poor that the Department of Labor inspector general said it should be shut down. We need to get much better results from current programs, serving a more carefully targeted set of people with more effective programs that increase their opportunities.
Did you know that funding for federal regulatory agencies and their employment levels are at all-time highs? In 2010, the number of Federal Register pages devoted to proposed new rules broke its previous all-time record for the second consecutive year. It's up by 25% compared to 2008. These regulations alone will impose large costs and create heightened uncertainty for business and especially small business.
This is all bad enough, but where we are headed is even worse.
President Obama's budget will raise the federal debt-to-GDP ratio to 80.4% in two years, about double its level at the end of 2008, and a larger percentage point increase than Greece from the end of 2008 to the beginning of this year.
Under the president's budget, for example, the debt expands rapidly to $18.8 trillion from $10.8 trillion in 10 years. The interest costs alone will reach $743 billion a year, more than we are currently spending on Social Security, Medicare or national defense, even under the benign assumption of no inflationary increase or adverse bond-market reaction. For every one percentage point increase in interest rates above this projection, interest costs rise by more than $100 billion, more than current spending on veterans' health and the National Institutes of Health combined.
Worse, the unfunded long-run liabilities of Social Security, Medicare and Medicaid add tens of trillions of dollars to the debt, mostly due to rising real benefits per beneficiary. Before long, all the government will be able to do is finance the debt and pay pension and medical benefits. This spending will crowd out all other necessary government functions.
What does this spending and debt mean in the long run if it is not controlled? One result will be ever-higher income and payroll taxes on all taxpayers that will reach over 80% at the top and 70% for many middle-income working couples.
Did you know that the federal government used the bankruptcy of two auto companies to transfer money that belonged to debt holders such as pension funds and paid it to friendly labor unions? 
This greatly increased uncertainty about creditor rights under bankruptcy law.
The Fed is adding to the uncertainty of current policy. Quantitative easing as a policy tool is very hard to manage. Traders speculate whether and when the Fed will intervene next. The Fed can intervene without limit in any credit market—not only mortgage-backed securities but also securities backed by automobile loans or student loans. This raises questions about why an independent agency of government should have this power.
When businesses and households confront large-scale uncertainty, they tend to wait for more clarity to emerge before making major commitments to spend, invest and hire. Right now, they confront a mountain of regulatory uncertainty and a fiscal cliff that, if unattended, means a sharp increase in taxes and a sharp decline in spending bound to have adverse effect on the economy. Are you surprised that so much cash is waiting on the sidelines?
What's at stake?
We cannot count on problems elsewhere in the world to make Treasury securities a safe haven forever. We risk eventually losing the privilege and great benefit of lower interest rates from the dollar's role as the global reserve currency. In short, we risk passing an economic, fiscal and financial point of no return.
Suppose you were offered the job of Treasury secretary a few months from now. Would you accept? You would confront problems that are so daunting even Alexander Hamilton would have trouble preserving the full faith and credit of the United States. Our first Treasury secretary famously argued that one of a nation's greatest assets is its ability to issue debt, especially in a crisis. We needed to honor our Revolutionary War debt, he said, because the debt "foreign and domestic, was the price of liberty."
History has reconfirmed Hamilton's wisdom. As historian John Steele Gordon has written, our nation's ability to issue debt helped preserve the Union in the 1860s and defeat totalitarian governments in the 1940s. Today, government officials are issuing debt to finance pet projects and payoffs to interest groups, not some vital, let alone existential, national purpose.
The problems are close to being unmanageable now. If we stay on the current path, they will wind up being completely unmanageable, culminating in an unwelcome explosion and crisis.
The fixes are blindingly obvious. Economic theory, empirical studies and historical experience teach that the solutions are the lowest possible tax rates on the broadest base, sufficient to fund the necessary functions of government on balance over the business cycle; sound monetary policy; trade liberalization; spending control and entitlement reform; and regulatory, litigation and education reform. The need is clear. Why wait for disaster? The future is now.

The authors are senior fellows at Stanford University's Hoover Institution. They have served in various federal government policy positions in the Treasury Department, the Office of Management and Budget and the Council of Economic Advisers.
A version of this article appeared September 17, 2012, on page A19 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: The Magnitude of the Mess We're In.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Rien ne va plus, entre a Franca e a Alemanha...

Parece um dos livros de Jean-Jacques Sempé (sim, o autor do Petit Nicolas), mas que tem um livro sobre o seu petit bonhomme, que sempre está contra as opiniões da maioria, solitário, no sentido totalmente contrário ao da massa de manifestantes que vem do outro lado...
Pois, o famoso "couple franco-allemand" parece precisar de um desses psquiatras de casal, agora que a entente Merkozy já não encontra mais continuidade num "Merkonde", ou num "Hollankel".
Se a França e a Alemanha não se entendem, a Europa corre o risco de ficar paralisada, mas minha impressão, neste caso, é que os perdedores serão os franceses, os gregos, e outros baianos da Europa (com perdão dos baianos, claro, que não têm nada a ver com isso, mas que podem ter servido de inspiração para alguns...).

Enfim, esta matéria do Le Monde, numa sexta-feira de sol, em Paris, conta um pouco desse quiproquó animado...
Paulo Roberto de Almeida 

"Médiocrité", "Formules simplistes"... Echanges tendus entre Paris et Berlin

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
François Hollande et Angela Merkel, lors du sommet de l'OTAN, à Chicago, le 21 mai 2012.

Paris et Berlin se livrent à des échanges tendus à l'approche du sommet européen des 28 et 29 juin à Bruxelles. La chancelière allemande, Angela Merkel, a réagi vivement vendredi 15 juin, lors d'une conférence d'hommes d'affaires à Berlin, aux attaques dont elle est l'objet, notamment en France, pour sa défense à tous crins de la rigueur.

Les deux pays entretiennent des relations compliquées, car ils s'opposent sur les initiatives à prendre en matière de croissance pour compléter le traité budgétaire. France et Allemagne ont deux approches différentes. Quand François Hollandeplaide pour des euro-obligations (eurobonds), un outil de mutualisation des dettes européennes, ou l'utilisation de financements européens pour lancer ou accélérer la mise en œuvre de grands projets structurants, Angela Merkel ne veut pas accroître les dettes publiques et préconise des réformes structurelles, notamment sur le marché du travail, qui permettent aux pays européens d'être plus compétitifs. 
Pour la première fois depuis douze ans, Paris et Berlin ne devraient pas présenter un texte commun pour ce sommet. De son côté, l'UMP accuse l'exécutif français d'affaiblir la relation franco-allemande. 
  • Merkel affiche sa fermeté
Très attaquée, en particulier en France, pour sa défense à tous crins d'une politiquede rigueur, Angela Merkel a expliqué vendredi que ce "manque de confiance entre les acteurs" de la zone euro, ne peut être résolu qu'en s'attaquant "aux racines de la crise", à savoir "l'endettement et les écarts de compétitivité""Il y a un faux débat qui est apparu, opposant la croissance et la rigueur budgétaire. C'est n'importe quoi", a-t-elle tempêté. "Et la médiocrité ne doit pas devenir l'étalon" en zone euro, s'est emportée Mme Merkel, très applaudie.
Rappelant qu'elle plaidait pour un contrôle budgétaire beaucoup plus strict en zone euro, elle a notamment égratigné la France, appelant à observer "l'évolution du coût du travail en France et en Allemagne".
  •  Ayrault tente de calmer le jeu... mais ne lâche rien sur le fond
Le matin même, Jean-Marc Ayrault a tenté de calmer le jeu avec Berlin, tout en restant ferme sur le fond, après avoir haussé le ton contre l'Allemagne, la veille.  
"Il faut que l'Allemagne et la France, main dans la main, trouvent les 28 et 29 juin[au sommet européen] une solution pour sortir l'Europe de la crise", a affirmé M. Ayrault vendredi sur Europe 1, y associant "les autres partenaires européens". Constatant que "l'exigence de réponses à la crise, et en particulier de mesures qui vont relancer la croissance en Europe, font partie du débat", le premier ministre s'est dit "sûr" que les deux pays "trouveront" une solution. Mais, a-t-il prévenu, "cela passe par un dialogue plus fort que ce qui a eu lieu jusqu'à présent" avec Berlin.
>>Lire en édition abonnés : "Le plan de Hollande pour l'Europe"
Interrogé sur l'existence d'un "front anti-Merkel" qui serait essentiellement composé de la France et des pays du sud du continent (EspagnePortugalGrèce...), M. Ayrault a rétorqué : "Absolument pas." "Ça serait une mauvaise voie (...), une grave faute politique qui n'aboutirait à aucune solution", a-t-il ajouté.
  • Des échanges tendus la veille entre Paris et Berlin
La veille, de manière inattendue, M. Ayrault a invité Angela Merkel à ne pas "selaisser aller à des formules simplistes""Il faut prendre les choses avec sérieux et courage", a-t-il déclaré à la presse.
Le chef du gouvernement répondait à la chancelière allemande, qui a prévenu le même jour que Berlin ne pouvait se satisfaire de "solutions de facilité". Dans un discours prononcé jeudi au Bundestag, chambre basse du Parlement allemand, consacré au prochain sommet du G20 au Mexique, Angela Merkel a mis en garde contre la tentation de faire reposer la résolution de la crise mondiale sur les seules épaules de l'Allemagne, dont les "forces (...) ne sont pas illimitées".
Avant de souligner que l'Europe n'était pas la seule à devoir fournir des efforts."Tout le monde doit arrêter de financer la croissance avec de nouvelles dettes", a-t-elle clamé, surtout en direction des Etats-Unis, et non de la France. 
Cela n'a donc pas empêché M. Ayrault de lui répondre du tac au tac. Sur Europe 1 vendredi, ce dernier a justifié sa pique lancée la veille en direction de Berlin en assurant qu'elle ne s'adressait "pas spécialement à Mme Merkel" mais "à tous les leaders européens".
  • Paris affiche son rapprochement avec l'opposition allemande
L'attitude de Paris peut avoir mécontenté Berlin. Jean-Marc Ayrault et François Hollande ont reçu mercredi à Paris les trois dirigeants de la principale formation d'opposition allemande, le parti social-démocrate (SPD), avec qui ils ont constaté"leur vision commune" sur la stabilité budgétaire et la croissance.
Une rencontre inédite qui avait lieu au moment où Mme Merkel tentait de trouver un accord avec les mêmes dirigeants du SPD afin qu'ils acceptent de voter le pacte budgétaire. Cette entrevue a été perçue comme une manière de faire pression sur Angela Merkel, à deux semaines du sommet européen. Les sociaux-démocrates allemands semblaient avoir, même s'ils s'en défendent, le même objectif.
Vendredi, M. Ayrault s'est défendu de vouloir affaiblir Mme Merkel, alors que la chancelière a besoin d'une majorité des deux tiers - et donc des voix du SPD - pourfaire voter le traité budgétaire européen au Parlement allemand.
"Les sociaux-démocrates en Allemagne ont les mêmes inspirations que nous, c'est-à-dire donner de l'air à la croissance", a-t-il relevé. Il est donc "bien normal qu'on discute à la fois avec Mme Merkel et son parti, et qu'on discute aussi avec l'opposition", a-t-il affirmé sur Europe 1.
  • Nouvelle sortie de Montebourg contre "l'aveuglement idéologique" de Merkel
Par ailleurs, de nouveaux propos d'Arnaud Montebourg n'ont pas contribué à réchauffer le climat entre les deux pays. Le ministre français du redressement productif a estimé jeudi que la politique d'austérité prônée par l'Allemagne a entraîné sept pays européens dans la récession. "Certains dirigeants européens, Mme Merkel en tête, sont frappés d'aveuglement idéologique", a-t-il assené dans un entretien à L'Usine nouvelle.
M. Montebourg n'en est pas à sa première critique virulente de l'Allemagne et de sa chancelière. En novembre 2011, l'ancien candidat à la primaire PS avait suscité une polémique en prônant une confrontation dure avec Mme Merkel, accusée de mener"une politique à la Bismarck" et de faire en sorte que l'Allemagne fasse "fortune" sur"la ruine" des autres pays de la zone euro.
  • L'UMP accuse l'exécutif français de "mettre en scène l'opposition franco-allemande"
Dans ce contexte, la droite française a critiqué l'exécutif, l'accusant d'affaiblir le couple franco-allemand. 
François Hollande "défie tous les jours l'Allemagne", alors que l'Europe est en"pleine crise" et qu'un "lien fort" entre Paris et Berlin est indispensable, s'est alarmé vendredi sur i-Télé le secrétaire général de l'UMP, Jean-François Copé. "Le problème n'est pas de faire un bras de fer avec l'Allemagne. Il est de voir comment, avec l'Allemagne, on peut porter l'avenir de l'Europe dans cette période", a-t-il souligné.
Même tonalité du côté de l'ancien conseiller de l'Elysée, Henri Guaino"Depuis le début du quinquennat, on met en scène la dissension et l'opposition franco-allemande, je pense que c'est une erreur. Nous avions mis en scène l'amitié franco-allemande, cela nous permettait tous les jours de négocier avec les Allemands pour éviter une catastrophe. (...) Le ton monte de chaque côté et si le couple franco-allemand ne fonctionne pas dans les circonstances actuelles, ce sera gravissime", a-t-il mis en garde vendredi sur Europe 1.
L'ancien ministre des affaires étrangères de Nicolas Sarkozy, Alain Juppé, avait déjà qualifié de "très grave maladresse" la réception mercredi à l'Elysée et Matignon des leaders du SPD. "Je crains que ce ne soit là la première grosse bévue de la politique européenne du nouveau gouvernement", a affirmé M. Juppé, jugeant que cela n'allait pas contribuer à "créer, bien évidemment, un climat de sérénité et de confiance avec la chancelière" allemande. Or, a-t-il argumenté, "il est absolument fondamental que nous arrivions à une très bonne entente avec l'Allemagne", la situation dans la zone euro étant "très grave".

terça-feira, 1 de maio de 2012

Divida Publica dos EUA maior do que o PIB: desafios presentes

O que tinha de acontecer aconteceu. Aliás, desde fevereiro último, mas só tomei conhecimento dessa matéria hoje, 1 de maio de 2012.
A dívida pública total do governo dos EUA tinha acabado de ultrapassar o tamanho do PIB, ou seja, o que os americanos devem, a si mesmos, aos estrangeiros que detém títulos da dívida federal -- feita pelo governo da União, excluindo, portanto, os particulares, que devem ter uma dívida maior do que o seu patrimônio, na média -- ultrapassa, por enquanto de pouco, o que os americanos produzem anualmente como riqueza.
Simplesmente ultrapassar não seria talvez o problema, se ela não crescesse a um ritmo três vezes mais rápido do que a produção de riqueza. Como dito na matéria abaixo, nenhum país, aliás nenhuma família, ou pessoa, pode viver tranquilamente devendo mais do que ela ganha, legalmente, como rendimentos, salários, honorários, royalties, etc.
Claro, se você tem uma "tia rica", que lhe paga o seu cartão de crédito, você ainda pode viver, durante certo tempo, gastando mais do que tem, mas isso um dia acaba: a tia rica pode morrer, ou simplesmente deixar de financiá-lo generosamente.
Os europeus, e alguns asiáticos, no pós-guerra, viveram com essa tia rica generosa, que eram os próprios EUA. Depois os EUA encontraram outra "tia rica", espalhada pelo resto do mundo, que eram todos os povos que tinham imensa confiança na economia e no poderio americanos, que viviam à sombra dessa potência -- evitando, assim, de ter de gastar mais com sua própria defesa -- e que não se incomodavam de devolver um pouco dos dólares que ganhavam exportando para os EUA investindo em títulos americanos.
Até hoje, aliás, o esquema funciona assim: os chineses realizam um superávit extraordinário exportando produtos americanos para os EUA, e retribuem com a compra de títulos do Tesouro americano.
A "tia rica" dos EUA ainda é o direito de senhoriagem sobre os dólares que emitem e que espalham abusivamente pelo resto do mundo, empurrando para os outros, portanto, um pouco da sua prodigalidade.
Mas tudo isso um dia acaba.
Americanos, talvez de direita, mas certamente conservadores, no plano fiscal, pretendem um governo limitado, que não construa desastres no futuro, ou seja, para os seus filhos.
Este é o sentido da matéria abaixo...
Paulo Roberto de Almeida 

Debt officially larger than the economy

By Robert Romano

Americans For Limited Government, Feb. 9, 2012.


You can put it in the history books now. That was the day the $15.6 trillion national debt surpassed 100 percent of the $15.4 trillion Gross Domestic Product (GDP).
Based on the latest data by the Bureau of Economic Analysis, the economy just grew by $142.2 billion in the first quarter, or an annual rate of 2.2 percent. That compares to data from the U.S. Treasury showing the national debt grew by $359.6 billion at an annual rate of 9.4 percent.
That’s at a rate of $3.95 billion in new debt every day, compared with just $1.56 billion in economic growth. This year, at that rate, it will expand by $1.4 trillion. $14 trillion over the next ten years.
“No nation can long sustain itself when it takes on debt at nearly 5 times the rate its economy grows,” remarked Americans for Limited Government President Bill Wilson.
Wilson noted the tepid 2.2 percent rate in the first quarter came well below the Obama Administration’s rosy projection of 3 percent growth for the year.
“In 2011, they projected 3.1 percent growth and only got 1.8 percent. As their growth projections prove to be way off once again, revenues will fall short of expectations, and the national debt will continue to grow that much faster,” he explained.
That, coupled with foolish administration and congressional policies underfunding the Social Security program by $95 billion this year, explains why there will have to be another vote in Congress to raise the $16.394 trillion debt ceiling.
Ironically, Republican leaders in Congress reportedly were attempting avoid a controversial showdown on the payroll tax issue in an election year. But by voting for the payroll tax deal, they guaranteed the mother of all controversial issues will likely come up this summer in the midst of the heated election battle.
But, this time, Congress will likely just sweep the issue under the rug and pass another gargantuan debt ceiling increase, not demanding any spending cuts or significant in return. After all, they caved last time. All they got was that stupid committee.
Which is just as well, really. Congress has not been able to reduce the debt at all since 1957, despite numerous claims of having “balanced” the budget since then.
Plus, the only way we can even meet our debt obligations right now is with a printing press. The Federal Reserve holds over $1.66 trillion in U.S. treasuries, with hundreds of billions in more purchases guaranteed for the foreseeable future.
That is because we are spending so much that not even financial institutions with unlimited credit lines from the central bank and sovereigns the world over have enough to lend to us. So we have to print in order to fill the gap.
In that context, it is no wonder the U.S. lost its gold-plated Triple-A credit rating with Standard & Poor’s, despite Treasury Secretary Timothy Geithner’s assurances that we would not.
“Absolutely not,” Geithner had said in an interview with ABC News’s “This Week” about the prospect in Feb. 2010, adding, “That will never happen to this country.”
Except it did. The establishment was wrong. Just like it was wrong about the positive effects of trillions of dollars of fiscal and monetary stimulus. Said ALG’s Wilson, “Unemployment is still above 8 percent, which the Administration said would never happen if the ‘stimulus’ was passed. Growth is still quite sluggish, only coming in at 2.2 percent in the first quarter, despite promises of a V-shaped recovery.”
So much for that.
Wilson said the weak economy would hurt Obama’s reelection chances: “[With] almost $4 a gallon for gasolinefood prices once again increasinghome values continuing to drop into a double-dip recession, 1 in 2 recent college graduates cannot find full-time work to pay off hundreds of billions of student loan debt, the election outlook for Obama must look quite gloomy.”
“This is Jimmy Carter all over again — only worse,” Wilson concluded. That’s actually true. When Jimmy Carter was running for reelection, the gross debt was just $907.7 billion or 32.5 percent of the $2.785 trillion GDP.
All of which gives Obama the unique honor of being the most awful president since Carter was run out of town on a rail. Come to think of it, that may not be a bad idea. Voters should consider that before we reach any more depressing milestones that threaten to bankrupt the entire country.

Robert Romano is the Senior Editor of Americans for Limited Government.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O FMI ajudando a Europa pode espalhar a crise pelo mundo - Washington Post

Um artigo do Washington Post que reflete as preocupações de Washington no sentido em que a mobilização do FMI, e do dinheiro de todos os 187 membros, para salvar os europeus, poderia espalhar a crise para todos os lados...
Paulo Roberto de Almeida 

Euro program at IMF could spread rescue risk worldwide

The Washington Post, December 2, 2011


The Obama administration has been adamant that Europe can afford to resolve its financial crisis on its own, and that U.S. taxpayers and others outside the region should not foot the bill for any expanded bailout effort.
But a developing plan for Europe to funnel rescue funds through a series of loans to the International Monetary Fund could leave the United States and other IMF members holding the bag.
Video
Dec. 2 (Bloomberg) -- Wolfgang Munchau, president and co-founder of Eurointelligence, talks about the European sovereign-debt crisis and the outlook for next week's leaders' summit. He speaks with Maryam Nemazee on Bloomberg Television's "The Pulse." Bob Janjuah, co-head of cross-asset allocation strategy at Nomura International Plc, also speaks. (Source: Bloomberg)
Dec. 2 (Bloomberg) -- Wolfgang Munchau, president and co-founder of Eurointelligence, talks about the European sovereign-debt crisis and the outlook for next week's leaders' summit. He speaks with Maryam Nemazee on Bloomberg Television's "The Pulse." Bob Janjuah, co-head of cross-asset allocation strategy at Nomura International Plc, also speaks. (Source: Bloomberg)
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European finance officials emerged from high-level meetings last week saying they would “rapidly explore” how to use the IMF as a way to channel money from European countries that can afford it, such as Germany, to ones such as Italy or Spain that might need extensive amounts of support.
Routing the money through the IMF would solve a number of political problems for Europe — chiefly allowing Germany and other wealthier nations to avoid the appearance of directly underwriting spendthrift nations such as Italy.
“There is a certain subterfuge” involved in the plan that is taking shape, said Edwin M. Truman, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics and a former adviser to the U.S. Treasury.
But the proposal would also spread the risks of bailing out struggling European countries throughout the IMF’s membership. Any loans made to the IMF would become obligations of the agency’s 187 members – including the United States, the fund’s largest single shareholder. If the money is used to pay for bailouts of major nations, such as Italy, and those efforts go sour, the fund’s members would have to ensure that the IMF repaid the nations that provided the funds.
U.S. officials are exploring a number of waysto allow the IMF to get more involved in Europe’s problems at no cost to U.S. taxpayers, including an increase in an IMF-administered loan pool that lets countries borrow major currencies, such as dollars and euros.
Treasury officials say that the IMF has never lost money bailing out a country and that any additional loans made by the agency would be subject to strict oversight.
Bilateral loans — with one country lending money directly to the IMF — have been used before as a way to boost the IMF’s financial power without forcing the full membership to pay for a general increase in the agency’s capital base.
IMF officials note that there has never been a complete default by a country on loans provided as part of an IMF rescue.
Countries do, however, occasionally fall behind on payments due the IMF. Sudan, Somalia and Zimbabwe, for example, are in “protracted arrears” for debts going back as far as the 1980s and now totaling around $2 billion.
While the prospect of a developed European country defaulting on a loan to the IMF may have long seemed slim, the agency has been navigating new terrain since the onset of the financial crisis in 2007 — with a dramatic increase in its funds, lending and the associated risks. Instead of its traditional role in helping individual countries that are facing difficulty, the agency has been supersized into a “systemic” backstop for the entire world economy. The IMF has expanded the types of loans and financing programs it offers and, with the start of the European debt problems, was plunged into a crisis in the industrialized world as never before.
Of the fund’s roughly $950 billion in financing, less than $400 billion remains available — not enough to comfortably shoulder major programs in Spain or Italy if they are needed.
“The IMF will need more resources should the crisis deepen further,” fund spokesman Gerry Rice said Friday.
But there is opposition, including from the U.S. government, to boosting IMF funding solely to help the euro zone, a region with $12 trillion in annual economic output and immense household and corporate wealth.
The bilateral loan arrangement would skirt that and other touchy issues.
Countries that don’t want to participate in the program wouldn’t have to. Increases in the agency’s general financing are paid for by member countries based roughly on their size and the importance of their economy. But no IMF member would be obligated to provide a bilateral loan. European officials say they hope the program may draw contributions from countries such as China, but they expect that much of any new funding would come from Europe itself.
Using the IMF also prevents the euro region’s deep-pocket countries, primarily Germany, from being pressured to make direct loans to any other countries.
Direct loans were provided by Germany and other countries to Greece for its current bailout. That provoked strong opposition from German citizens, who were resentful of helping a country seen as lacking financial discipline. Help for Italy, if it is needed, would be far more expensive — and the political controversy that much more intense.
Loaning money to the IMF, instead of directly to a failing euro neighbor, could defuse the difficult politics. The agency can use the money for rescue programs as needed, attaching economic and budget conditions to any bailout.