Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Tiranetes togados se revelam corruptos tambem
Eis o Brasil que conhecemos: desperdicio de dinheiro (para ser leniente...)
O gasto a mais com as ONGs
Sarko, le tombeur (de rating): revista diz que ele fez a Franca perder 500 bi euros
FRANÇA PERDE O TRIPLO A
Sarkozy: o responsável pela degradação?
Revista francesa afirma que presidente tem dois terços da culpa do rebaixamento da nota do país: "Ele fez a França perder 500 bilhões de Euros", diz a manchete
Muito antes da França perder seu Triplo A, quando o rebaixamento das agências de notação eram ainda apenas uma – concreta – ameaça, o presidente Nicolas Sarkozy teria confidenciado a seus próximos: “Se perdermos o Triplo A, estou acabado”. A frase vazou e acabou nos jornais. Seja a afirmação verdadeira ou não, é difícil acreditar que Sarkozy, no cargo há cinco anos, já não estivesse preparado para esta degradação, que há meses ocupava a mente dos mercados.
A revista lembra ainda que a dívida francesa nunca progrediu tanto quanto na era Sarkozy. No fim do seu mandato, ela aumentou em 630 bilhões de euros. Aumento que o presidente logo atribui à crise, mas a Marianne destaca que apenas 110 bilhões desse montante podem ser atribuído à conjuntura econômica mundial, e que todo resto é culpa de suas ações. “Ou pela falta de ação para reduzir os desequilíbrios que herdou, e contra os quais ele mesmo se comprometeu a lutar”, continua a revista. “Este déficit estrutural deverá subir em 370 bilhões ao final de seu mandato”.
Ditadores sao politicos, tremendamente politicos - Bruce Bueno de Mesquita (Veja)
Política
Cientista político americano cria manual para ditadores
Autor de 'The Dictator's Handbook', Bruce Bueno de Mesquita diz que o interesse pessoal, e não o bem comum, é o que move um governante
Um guia para os tiranos
Cinco regras básicas da manutenção do poder segundo os cientistas políticos Bruce Bueno de Mesquita e Alastair Smith
1. Tenha um núcleo de poder tão pequeno quanto possível
2. Dê ao máximo de pessoas possível o direito formal de ascender ao núcleo de poder
3. Controle o fluxo de dinheiro
4. Pague aos seus principais apoiadores apenas o suficiente para mantê-los leais
5. Não melhore a vida da população às custas da riqueza de seus apoiadores mais próximos
Los Hermanos desintegran Mercosur, pero ya estaba desintegradose...
Desde o início, alegando "ajuda aos hermanos", que supostamente estavam se "desindustrializando", e um pouco por um totalmente equivocado complexo de culpa por ser maior, mais competitivo e mais produtivo (algo fizemos, de certo, para termos mais vantagens no comércio bilateral), o governo brasileiro permitiu que os argentinos montassem barreiras, na conversa mole de que era temporário, era necessário ajudar sua reconstrução depois da crise, enfim, um monte de razões -- todas elas equivocadas -- foram aventadas para deixar os vizinhos tripudiarem sobre as regras do Mercosul.
Não dá para reclamar agora que eles estão exagerando.
Bando de idiotas, dos dois lados, estão destruindo o Mercosul.
As alegações argentinas a respeito do saldo superavitário brasileiro são sumamente estúpidas. Não existe em comércio internacional equilíbrio perfeito das correntes de comércio no plano estritamente bilateral. Um país que só exportasse bananas, deveria exigir comércio equilibrado com todos e cada um dos parceiros comerciais, independentemente da composição específica das trocas a dois?
Os argentinos estão delirando, e os brasileiros até ajudaram a construção da doença...
Paulo Roberto de Almeida
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Editorial O Estado de S.Paulo, 13/01/2012
Mais protecionismo argentino
A escalada protecionista prossegue na Argentina, com a decisão do governo de impor mais uma trava às importações, e boa parte da conta será paga, sem dúvida, por empresas brasileiras e seus trabalhadores. Quem quiser importar o que quer que seja será obrigado, a partir de 1.º de fevereiro, a apresentar uma declaração juramentada e antecipada à Secretaria de Comércio Exterior. A Secretaria é comandada formalmente pela economista Beatriz Paglieri, colaboradora e seguidora do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, famoso por sua intervenção no sistema oficial de índices de inflação e pelas pressões sobre importadores. A manipulação dos índices tornou-os internacionalmente desacreditados. Moreno enriqueceu sua obra, no ano passado, impondo aos empresários proibições informais de importar, sustentadas, segundo denúncias noticiadas pela imprensa, por ameaças e muita truculência.
Cada avanço do protecionismo argentino torna mais evidente o atraso da integração econômica do Mercosul. Os maiores países do bloco não conseguiram sequer, até agora, criar um espaço de negócios digno de ser classificado como zona de livre comércio. Muito mais distante, portanto, está a consolidação da união aduaneira - status oficial do conjunto formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
No ano passado, até novembro, a Argentina acumulou superávit comercial total de US$ 10,5 bilhões. Esse resultado é atribuível aos preços internacionais dos produtos agrícolas e, em boa parte, à política protecionista, reforçada com a exigência de licenças não automáticas de importação. A concessão das licenças demorou, em muitos casos, mais que os 60 dias permitidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Muitas empresas brasileiras foram prejudicadas e autoridades de Brasília foram obrigadas a intervir. Dificultaram por algum tempo a entrada de produtos argentinos, para mostrar a disposição de retaliar, e forçaram o outro lado a buscar um entendimento. Mas contentaram-se, afinal, com a promessa do governo argentino de respeitar o prazo legal. O compromisso, é claro, não foi cumprido.
Parte do empresariado argentino também protesta contra essa política. Muitas indústrias dependem de componentes importados. Segundo o jornal Clarín, de Buenos Aires, uma fábrica da Fiat em Córdoba ficou 48 horas sem produzir porque peças compradas do Brasil estavam retidas na alfândega. A reportagem menciona fontes da empresa, embora a própria Fiat argentina, para evitar encrencas com o governo, tenha fornecido aos operários uma versão mais branda, atribuindo a falta de componentes a férias da fábrica brasileira.
De acordo com a nova exigência do governo, para cada peça necessária à fabricação de um produto final - um veículo, por exemplo - será necessário apresentar uma Declaração Jurada Antecipada de Importação (Djai). Segundo fontes da indústria automobilística, informa o Clarín, as montadoras dependem, em média, de 70% a 80% de partes importadas.
Apesar do protecionismo argentino e da valorização do real, o Brasil acumulou no ano passado um superávit de US$ 5,8 bilhões no comércio com o maior parceiro do Mercosul. A principal explicação é simples: barreiras podem apenas dificultar o ingresso de produtos estrangeiros, mas não bastam para tornar a indústria de um país mais eficiente e mais competitiva.
Competitividade resulta da combinação de muitos fatores, mas boa parte do empresariado argentino, acostumado à superproteção fornecida pelo governo, pouco tem feito para elevar a produtividade de suas fábricas. Outra parte mostra preocupação com a eficiência, mas seu trabalho é dificultado pelas intervenções desastradas do governo - como, por exemplo, as barreiras à importação de peças.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o governo brasileiro já entrou em contato com as autoridades argentinas para avaliar as novas medidas e prevenir danos ao comércio bilateral. Essa iniciativa será inútil, se o governo, como no ano passado, se contentar com promessas destinadas a não serem cumpridas. Seria bom, para variar, forçar uma conversa séria sobre o assunto.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Oba!: a Europa vai ficar barata: Standard & Poor’s downgrades France, Austria, Italy and Spain
Pois é: há muito tempo que eu esperava o default da Grécia, para ver se o euro caia bastante, para viajar baratinho pela Europa. Esses alemães acabaram concordando em salvar gregos e troianos, o que impediu o debâcle...
Pena
Enfim: esperamos que salvem-se todos (mas que o euro poderia baixar, isso poderia...).