O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: a mafia do PT e seu trabalho sujo, sempre mais - Carlos Brickmann


O valor do poder.
Carlos Brickmann para o Observatório da Imprensa
(*) Especial - Observatório da Imprensa - (www.observatoriodaimprensa.com.br), Circo da Notícia, 12 de agosto de 2014

O general Carl von Clausewitz que nos perdoe, mas no Brasil a guerra não é, como ele dizia, a continuação da política por outros meios. No Brasil, a política é uma das mais cruéis modalidades de guerra, e não é por outros meios: o objetivo é matar no mínimo a reputação de quem não concorda com o político-guerreiro.

É surpreendente que os meios de comunicação estejam assistindo quase em silêncio a duas iniciativas político-partidárias extremamente nefastas: o organizado trabalho de distorção da Wikipédia, para incluir em biografias de pessoas odiadas pelos bem-pensantes seus preconceitos e idiossincrasias (pelo menos em dois casos, os alvos são jornalistas de prestígio, competentes, de elevado conceito profissional, ambos das organizações Globo: Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg). Em outro caso, também de interferência na Wikipédia, a fonte das distorções foi identificada pelo IP dos computadores; é gente do Governo, funcionários públicos pagos pelo cidadão para trabalhar e não para fuxicar e fazer campanha usando bens adquiridos, pagos e mantidos pelos impostos de todos.

O Governo se defende com um argumento extremamente frágil: o de que o IP identificado se refere à Internet sem fio do Palácio do Planalto, o que torna impossível identificar exatamente qual o computador de onde partem as distorções insultuosas. Se o Governo está dizendo, deve ser verdade. Mas, seja quem for, o próprio Governo admite que está sendo usada a rede sem fio do Palácio do Planalto. É uma rede protegida, e só consegue usá-la quem tiver a senha. E é uma rede paga com dinheiro público. Não pode ser utilizada exceto para os fins a que se destina - e que não são difamar adversários nem louvar aliados.

Não é o único caso: este colunista já recebeu e-mails insultuosos provenientes de uma empresa estatal; e, quase todos os dias, recebe alguns e-mails de propaganda do partido preferido do remetente ou contendo insultos e acusações contra adversários desse partido, enviados de uma fundação beneficente não governamental - mas que busca arrecadar fundos na sociedade para cumprir seus objetivos específicos, não para fazer propaganda político-partidária de quem quer que seja.
Se este colunista recebe o material, imagine os grandes veículos de comunicação e seus articulistas - que, no entanto, se calam. E não deveriam calar-se, venha o abuso do lado que vier, do Governo ou da oposição (que, em muitos Estados, é Governo). Não se pode aceitar como normal que pessoas pagas por toda a população usem dinheiro público, instalações públicas, equipamento público, ou recursos de doações para fins beneficentes, para atacar adversários ou louvar aliados.

Alguns milhares de pessoas, contratadas publicamente por pelo menos duas coligações partidárias, têm como função atacar adversários nas redes sociais. É feio; mas, sendo feito com recursos privados, dentro de limites precisos, previstos em lei (nada de calúnia ou difamação, por exemplo), vá lá.

Mas nem isso justifica certas grosserias como as que estão ocorrendo na Internet. O blogueiro responsável pelo perfil Dilma Bolada, oficialmente contratado para a época de campanha, não precisaria abusar do preconceito, do machismo e da baixaria como nesse post, atribuído a Dilma Bolada, endereço @dilmabr:

"Marina Silva de biquíni é a cena mais aterrorizante que já vi na minha vida. Agora entendo porque ela defende tanto a Amazônia".

Tira o sofá daí
As modificações feitas com uso de computador do Planalto na Wikipédia não são novidade: só durante o mandato de Dilma, houve 170 intervenções na Wikipédia, para criticar adversários, elogiar aliados e dar mais visibilidade ao trabalho dos ministérios. Neste caso, as modificações classificam as análises econômicas de Míriam Leitão como desastrosas, acusam-na de ser ligada a banqueiros controvertidos; e atribuem a Sardenberg posição contrária ao corte nas taxas de juros (que foi feito na época e revertido a seguir, estando hoje no mesmo nível de antes do corte) para defender interesses de uma federação em que seu irmão é alto funcionário. A circunstância de que Beto Sardenberg tem mais de 40 anos de carreira jornalística, sempre como profissional de primeira linha, nos mais diversos veículos, das mais diversas tendências, é convenientemente omitida.

O mais curioso é a reação do Governo, diante dos fatos revelados por O Globo: proibiu o acesso dos computadores oficiais à Wikipédia. E, ao que se saiba, parou por aí. Procurar os responsáveis pela lambança é cansativo, difícil. E, eventualmente, pode ser danoso à carreira profissional de quem os descobrir.

Uma curtição

Ainda na questão da guerra internética: este colunista descobriu, por acaso, que tinha "curtido" no Facebook a página da ex-ministra Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao Governo do Paraná. Acontece que:

1 - Este colunista escreve sobre política e acompanha o setor há muitos e muitos anos. Não vai "curtir" página de candidato nenhum, menos ainda uma página que nem sabia que existia;

2 - Na improvável hipótese de que fosse "curtir" um candidato no Paraná, não seria Gleisi Hoffmann. Por duas vezes, ela escolheu coordenadores de campanha de conduta pouco ortodoxa. Um está preso no Paraná sob acusação de pedofilia. Outro é o deputado André Vargas. Quem faz essas escolhas tem problemas de critério.

3 - A hipótese de "curtir" um candidato no Paraná, seja tucano, pedetista, petista, não existe. Aliás, nos demais Estados da Federação, também não. Na disputa presidencial, também não. É lamentável, mas nenhum dos candidatos à Presidência é entusiasmante. No segundo turno, vota-se contra alguém e, portanto, a favor do adversário. Nada mais do que isso.

Mas fez-se uma pequena investigação sobre pessoas apontadas como tendo "curtido" a página de Gleisi Hoffmann. Pois é: tem gente lá que nem sabia de quem se tratava, ou jamais tinha visto a tal página, ou prefere, no Estado, outro candidato - e mesmo assim aparece como avalizador da candidata.

Não espere que esses fatos apareçam nos meios de comunicação. Todos estão preocupados com temas bem mais próximos de nossa realidade - como a manta Louis Vuitton do cachorrinho do milionário, que teve de ser substituída porque foi lavada na máquina e que mereceu amplo e nobre espaço jornalístico. E pensar que árvores foram sacrificadas para que soubéssemos tudo sobre o cobertorzinho chique do totó de luxo!

Bretton Woods: 70 anos da criacao do FMI e do Banco Mundial - convite

Infelizmente, não vou poder estar, a despeito da vontade. Estive recentemente em Bretton Woods, onde adquiri o livro de Benn Steil: The Battle of Bretton Woods.
Mas, lerei as transcrições, depois, a partir dos materiais do CFS.
Paulo Roberto de Almeida

The Center for Financial Stability (CFS) cordially invites your participation at
"Bretton Woods 2014: The Founders and the Future." 

The conference will focus on the FUTURE of finance and the international monetary system via presentations, delegate discussions, and interactions as well as draw lessons from the astonishing leadership and vision demonstrated in 1944 for today and into the future.

Some speakers include:
- Ernesto Zedillo, President of Mexico (94-00);
- Eduardo Aninat, Deputy Managing Director of the IMF (99-03);
- Sheila Bair, Chair of the FDIC (06-11);
- Domingo Cavallo, Minister of the Economy, Argentina (91-96, 01);
- Charles Goodhart, Member of the Bank of England's MPC (97-00);
- Sean Hagan, General Counsel and Director of the Legal Dept at the IMF;
- Robert D. Hormats, Vice Chairman of Kissinger Associates Inc.;
- Otmar Issing, Member of the Executive Board of the ECB (98-06);
- Yves-André Istel, Senior Advisor and former Vice Chairman of Rothschild, Inc.;
- Takatoshi Ito, Member, Economic and Fiscal Counsel, Japan, MoF (06-08);
- Pedro Malan, Minister of Finance for Brazil (95-03);
- Jack Malvey, Chief Global Markets Strategist, BNY Mellon;
- Guillermo Ortiz, Governor, Bank of Mexico (98-09) / Finance Minister (94-98);
- Randal K. Quarles, Under Secretary for Domestic Finance, U.S. Treasury (05-06);
- William R. Rhodes, President and CEO of William R. Rhodes Global Advisors;
- Paul Saffo, Futurist; Stanford University;
- Richard Sandor, CEO, Envifi and “father of financial futures”;
- Siddharth Tiwari, Director, Strategy, Policy, and Review at the IMF;
- Paul Tucker, Deputy Governor (09-13) / Member of the MPC, Bank of England (02-13);
- Yu Yongding, Member of the MPC of the People’s Bank of China (04-06).

An agenda is available at http://centerforfinancialstability.org/bw2014_topics.php.

The entire Mount Washington Hotel in New Hampshire will be exclusively available for the conference, as it was in 1944. Bretton Woods 2014 will begin with a welcome dinner on Tuesday, September 2nd and continue with full day programs on September 3rd and 4th. On September 5th, delegates are invited to join us for recreational activities.

Complimentary shuttle transportation will be provided to and from Boston Logan International as well as the Mount Washington Regional Airport.

The gathering is by invitation only.  Enter the e-mail address to which this invitation was sent to begin the registration process from the conference website - www.BrettonWoods2014.org.

We are grateful to the Marriner S. Eccles Foundation, BNY Mellon, and the Citrone Foundation for their vision and support of Bretton Woods 2014.

Sincerely yours,
Larry Goodman

President
Center for Financial Stability, Inc.
1120 Avenue of the Americas, 4th floor
New York, NY 10036
lgoodman@the-cfs.org

www.CenterforFinancialStability.org

Muro de Berlim: neste dia em 1961, a construcao da prisao sovietica na capital da Alemanha

Depois de anos e anos perdendo pessoas, que votavam com os pés fugindo para a Alemanha ocidental, via Berlim ocidental, os soviéticos fizeram aquilo que já faziam em seu país: construir uma prisão, transformando os súditos da RDA em servos do Estado soviético.
 Essa vergonha durou décadas, até ruir com a implosão virtual da URSS, e depois a sua implosão de fato.
Paulo Roberto de Almeida
Nesta Data

Construção do Muro de Berlim

No dia 13 de agosto de 1961, o Muro de Berlim começou a ser construído


O Muro de Berlim foi uma construção erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta República Democrática Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se destinava a separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um setor capitalista e outro socialista. A construção deste abominável símbolo da Guerra Fria  iniciou-se a 13 de agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilômetros afora dentro da zona urbana da cidade de Berlim, à época, com cerca de 3 milhões de habitantes.
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Tal situação gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação.  O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.

Eleicoes 2014: desanimo e (des)esperanca - Merval Pereira

Ou, poderia ser uma sequência de umasérie tipo Máfia I, Máfia II, III, etc.
Paulo Roberto de Almeida 

Desânimo e esperança

Merval Pereira, O Globo, 13/08/2014
Entra eleição, sai eleição, tão certo quanto a noite chega ao fim do dia, as campanhas presidenciais são marcadas por baixarias. As denúncias se sucedem, desde o nível municipal até o Palácio do Planalto, que este ano entrou no circuito de campanha à medida que foram se perdendo ao longo do tempo as divisas entre o governar e o uso eleitoral do governo, entre o público e o privado na sua acepção mais ampla.
Usar o Palácio para propaganda eleitoral, usar viagens presidenciais para gravar programas de propaganda de governo, tudo vai se misturando em todos os níveis do Estado brasileiro, piorando o que já era ruim. As regras complacentes para a atuação dos incumbentes que se candidatam à reeleição foram feitas com esse propósito, de alargar os limites do aceitável.
Por isso, é muito grande a chance de um governante se reeleger. Esgotada a capacidade de mobilizar a sociedade à base de promessas que não se realizaram, o PT passou a adotar a tática do medo contra seus adversários, especialmente os tucanos, que haviam usado a mesma tática em 2002 sem resultado, pois naquela ocasião o ambiente político pedia mudanças.
Os tucanos pagam até hoje pelo erro político de terem aprovado a reeleição para o mandato de Fernando Henrique, o que à época parecia uma providência necessária para garantir a continuidade do Plano Real, e hoje se tornou um golpe político a purgar. Não é por acaso que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, tem como um dos projetos o fim da reeleição.
Apesar do mensalão em 2005, Lula se reelegeu em 2006 na base da ameaça de que os programas sociais corriam perigo sem ele na Presidência, e com uma campanha contra as privatizações que o então candidato tucano Geraldo Alckmin não soube combater. Foi nessa campanha que surgiram os aloprados, presos com dinheiro em um hotel em São Paulo para a compra de dossiês contra os tucanos, especialmente José Serra, que acabou se elegendo governador de SP.
Em 2010, a baixaria começou cedo com dossiês contra Serra, então candidato à Presidência, surgindo no QG de Dilma, e mais adiante a invasão de dados de familiares de Serra na Receita Federal.
Nesta atual campanha, a internet tem sido usada de maneira desabrida contra Aécio, e de maneira generalizada contra jornalistas e políticos considerados inimigos do regime. A tensão tende a ser maior durante a campanha, pois, mesmo sendo Dilma a favorita para vencer a eleição, nunca a vitória esteve tão ameaçada, seja pela fragilidade de seu governo, seja pelo anseio de mudanças na condução do país.
Apesar dos pesares, a resiliência da candidatura petista é uma demonstração de como quem está no governo tem instrumentos para continuar, mesmo com a economia em pandarecos e com crescimento médio abaixo de 2% ao ano nos últimos quatro anos. A questão é saber se a velocidade das notícias ruins combinará com o timing das urnas, e não é à toa que os petistas voltaram a falar com força em uma vitória no 1º turno.
A falta de mobilidade das candidaturas, todas elas praticamente em linha reta há alguns meses, e a insistência de um eleitorado desiludido em votar branco ou nulo ou se ausentar da eleição faz com que esse sonho de vitória imediata volte a ser factível.
Além do mais, pesquisas mostram que num eventual e ainda provável 2º turno, os candidatos de oposição ganham novo alento diante do duelo entre Dilma e qualquer um deles. Todas mostram a possibilidade real de um empate técnico entre Aécio e Dilma.
Já Eduardo Campos se aproxima a cada rodada de Dilma, reduzindo a diferença que, no 1º turno, é grande. Quando ele é a única opção oposicionista, suas chances crescem com o voto útil, o que mostra uma tendência de mudança na motivação do eleitorado.
Estudos de Macrométrica do economista Chico Lopes, utilizando-se de um programa do matemático americano Nate Silver, perito em previsões corretas dos resultados eleitorais hoje com um blog no “The New York Times", mostram que Aécio pode vencer no 2º turno se o número de brancos e nulos e mais as abstenções forem nos níveis normais das eleições anteriores. Se, no entanto, confirmar-se a tendência de denunciar os métodos políticos em prática rejeitando as eleições, o efeito deverá ser contrário, confirmando na Presidência quem a maioria quer ver fora, segundo as pesquisas. Será esse o caso se os oposicionistas não conseguirem reverter a situação em que o desânimo derrota a esperança.

Toronto: museu Aga Khan, uma visita incontornavel, para concluir um tour na America do Norte

Vamos ajustar, Carmen Lícia e eu, nossa volta da costa do Pacífico, no próximo mês de Setembro, para poder visitar essa maravilha.
Paulo Roberto de Almeida
The Ismaili Centre at the Aga Khan Museum. (Tom Arban)

Building on faith: Inside Toronto’s new Aga Khan Museum, designed by the world’s leading architects

All photos by Tom Arban

A majestic structure in a plain Toronto suburb, the ambitious Aga Khan Museum pays tribute to an ancient culture by setting a new standard in contemporary design, Alex Bozikovic writes.

If you have driven north along the Don Valley Parkway, one of Toronto’s major highways, you may have glimpsed a mysterious sight as you leave the downtown. Since 2010, two handsome monoliths have been rising next to the highway in the Don Mills neighbourhood. One is a torqued box of glimmering white stone; the other, a pale limestone disc capped by a crystalline blue dome.
These mysterious volumes are two of Canada’s most remarkable new buildings. In September they will open as the Aga Khan Museum, a celebration of Islamic art and culture, and a new community centre and prayer hall for Ismaili Muslims.
This 17-acre campus will be a special place, not only for the region’s Ismailis but also for the city and for the country. And it may alter Toronto’s cultural map as well.
There’s no question it is worth the 13-kilometre trip from the downtown core. The museum and Ismaili Centre buildings, both inflected by Islamic traditions in architecture and art, are designed by architects of global stature: Japanese Pritzker Prize-winner Fumihiko Maki and Indian modernist Charles Correa, together with Toronto’s Moriyama & Teshima Architects. The surrounding 10 acres of public gardens were created by Lebanese landscape architect Vladimir Djurovic as a contemporary take on Persian Islamic gardens.
The complex is the work of the Aga Khan Development Network, a group of international development organizations and social enterprises overseen by the Aga Khan, spiritual leader of the globe’s 15 million Ismailis and a worldly figure who is a champion of pluralism, a noted breeder of racehorses and a serious patron of architecture.
When I toured the site recently, it was being polished to its final readiness. In the gardens, workers were adjusting the black-granite surfaces of the reflecting pools to make them perfectly level. A canvas-thin layer of water lapped quietly over the edges of the stone, refracting the equally smooth planes of the sky and the limestone and granite facades nearby.
For Toronto’s Ismailis, the community centre – one of only six of its kind in the world – will be a place for social and cultural events, and for prayer. For other visitors, the museum, its auditorium and the gardens will be a place to learn about the history and contemporary culture of the Islamic world.
The museum has “a very broad ambition in terms of programming and our audience,” says director Henry Kim. It aims to introduce the art, material culture and performing arts of Islamic civilizations – with artifacts largely from the Aga Khan’s family collections, spanning more than 1,000 years of history from Europe to India, and from manuscripts to contemporary dance.
The museum building is designed by Maki, who at 85 is one of the world’s leading architects. He favours a subtle language of lightweight panels and precise grids. The exterior of the 113,000-square-foot building is wrapped in white Brazilian granite, polished to a low lustre. When you run your hands across the facade, you find that every angle and cranny is precisely finished.
Within, the museum’s galleries are rational white boxes, with teak flooring and indirect light from a series of skylights scooped from the building’s roof line.
A restaurant, shop and large auditorium are arranged around a central courtyard. In the courtyard, glass walls are printed with an ornamental pattern drawn from an eight-pointed star – based on mashrabiya, the patterned wooden screens used to modulate the sun in many Middle Eastern buildings. The courtyard, too, is a common device of that region’s architecture; here it brings together the different functions of the building in a grand central promenade, caressed by the shifting tracery of the mashrabiya’s shadows.
The cultural fusion is rich, and subtle. Combined with the quality of materials – including a silky plaster that makes long expanses of wall feel like a textile – it creates a remarkable quality of place.
This is no accident. The Aga Khan, now 77, is one of the world’s most sophisticated patrons of architecture; he oversees a set of international prizes in architecture, and projects of the Aga Khan Development Network around the world include housing, urban infrastructure and historic preservation.
Daniel Teramura, a partner at Moriyama & Teshima who is overseeing the Ismaili Centre, recalls the Aga Khan, on a winter visit to the site, standing in the cold to study samples of limestone in the Don Mills daylight. “I don’t remember another client who has taken that kind of interest in the details,” Teramura says.
This project also serves an agenda of cultural diplomacy. The Aga Khan had long been seeking a site for a major museum that would showcase the collection of Islamic art and artifacts, in keeping with his and the Ismaili community’s emphasis on cross-cultural dialogue. The location in Don Mills was locked up in 2002, after the Aga Khan’s plans to build the museum in central London, across the Thames from Parliament, fell apart.
The Aga Khan’s organizations decided instead to focus on Don Mills, where the Ismaili Centre was already in the works. They bought the site of the former Bata Shoe headquarters, a significant building by the Toronto modernist office of John B. Parkin Associates. But after studying the site, the Aga Khan’s agencies decided that the building couldn’t be reused and demolished it in 2007.
That was a substantial loss, but the new complex offers more than fair compensation. The urbanity of the project is remarkable: Most of the parking is underground, in a 600-space garage, allowing most of the site to be preserved as open space.
Allowing people to wander the gardens and to “sample” the museum’s galleries and evening performances is an important part of the museum’s strategy, says Kim, who came to this project from the Ashmolean Museum at the University of Oxford. He realizes that the location of the Aga Khan Museum might be a challenge in attracting visitors. But the new Eglinton Crosstown transit line will run past its doorstep, and by car it is as easily accessible as the Ontario Science Centre, just around the corner. “What we have is a potentially very interesting cultural centre away from downtown,” he argues.
That is an exciting prospect. Don Mills once was a locus for innovation in architecture and planning, with offices and warehouse buildings designed by some of Canada’s top architects in the 1960s. That modernist legacy has been badly diluted by new buildings, but the absurdly fine quality of the museum and Ismaili Centre will set a new standard.
The Ismaili community in Toronto is also gaining a beautiful new amenity. The Ismaili Centre is the work of Correa, arguably India’s greatest contemporary architect, and the prayer hall, orjamat khana, especially, is unmatched. The space is expansive, capped with a glass roof that stretches 21 metres as it bends, weaves and reaches for the sky. This room, which will be restricted to Ismailis during times of prayer, may be the most beautiful sacred space in the country.
The rest of the centre serves secular purposes, with interiors designed mainly by Toronto’s Arriz & Co. Designer Arriz Hassam, an Ismaili whose family arrived in Canada as refugees from Uganda in 1974, fused Islamic tradition (ornate floors, inset with Turkish and Italian marble) and Canadian maple to craft a serene, spare setting. It reflects, in its details, the Ismaili experience in Canada.
“Many Islamic buildings build on societies’ local traditions,” Hassam notes. “How do you develop a building that would identify with the Ismaili community in a Canadian context? This is their home now.”
Just outside the main prayer hall is an anteroom. Here, maple slats on the walls – expressions of tasteful Canadian modernism – are interspersed with a subtle pattern that repeats again and again. It is, in calligraphic script, the name of Allah.
Follow  on Twitter: @alexbozikovic

A mafia, ou o PT, uma unica e mesma coisa - Merval Pereira

Alguma surpresa nisso?
Leiam o meu Tratado Geral da Mafia: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/12/tratado-geral-da-mafia-treze-rapidos.html
Paulo Roberto de Almeida 

POLÍTICA

A banalização do crime

Merval Pereira, O Globo, 13/08/2014

Sem ter como desmentir as recentes denúncias de manipulação criminosa, os governistas e sua vasta rede de militantes que atuam na internet passaram a uma bem orquestrada ação de banalização dessas atividades ilegais, como se fossem corriqueiras. É o caso da preparação dos ex-diretores da Petrobras para depoimentos na CPI que apura a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, acusada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de prejudicial aos cofres da empresa.
A própria presidente Dilma abriu essa discussão ao acusar publicamente o ex-diretor Nestor Cerveró de ter produzido um relatório falho tecnicamente, que induziu o Conselho Administrativo da Petrobras, presidido por ela na ocasião, ao erro de aprovar uma transação que se mostrou equivocada. Pois bem, como é sabido a Petrobras demitiu Cerveró, que à época trabalhava na BR Distribuidora, e a própria presidente da estatal, Graça Foster, admitiu no Congresso que aquela não fora uma boa compra. Descobre-se agora que a Petrobras está pagando as multas com que os ex-diretores foram punidos pelo TCU, e que todos eles, inclusive o culpado pelo prejuízo, estavam recebendo orientações especiais e treinamento para o depoimento na CPI da Petrobras.
Não bastasse a estranheza de a estatal prejudicada bancar a defesa de ex-diretores acusados de malversação de dinheiro público, gravações de uma reunião na sede da Petrobras revelaram que a chegada de Cerveró à sede da empresa foi cercada de preocupações e cautelas para que sua presença não fosse notada. E que as perguntas que seriam feitas a ele e a outros diretores já estavam previamente preparadas pelos próprios membros da CPI da base aliada do governo.
O ministro das Comunicações Paulo Bernardo, para justificar essa tramoia, deu uma declaração absolutamente absurda: segundo ele, desde Pedro Álvares Cabral, as CPIs são arranjadas. Esqueceu-se de que a CPI que derrubou o então presidente Collor foi liderada pelo PT, e que outras, como a dos Correios, acabaram levando à cadeia diversos líderes petistas envolvidos no mensalão.
Na verdade, as CPIs, um instrumento das minorias, sempre tiveram papel importante no desvendar de atos corruptos, e só quando a maioria resolve boicotá-la é que se transforma em uma farsa como a da Petrobras. Na própria gravação é possível ouvir os advogados da Petrobras procurando uma maneira segura de enviar as perguntas a José Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, o que não seria necessário se não fosse um ato escuso. Treinar os depoentes em CPIs é uma coisa, montar uma farsa com perguntas previamente combinadas é outra muito diferente. A mesma coisa acontece com o caso dos perfis da Wikipédia alterados por pessoas de dentro do Palácio do Planalto.
Que a Wikipédia é um ambiente aberto a todos, ninguém discute. Mas a inclusão de informações inverídicas e calúnias no perfil de alguém não pode ser considerada normal. Especialmente se essas ações são feitas no Palácio do Planalto, de onde saíram mais de 200 alterações em diversos perfis, muitas para incluir elogios a pessoas do governo, outras para atacar jornalistas independentes como Míriam Leitão ou Carlos Alberto Sardenberg.
A própria presidente Dilma, ao repudiar a ação, cometeu um ato falho ao dizer que “nesse caso específico, é algo que quem quiser fazer individualmente que faça, mas não coloque o governo no meio.” A fala da presidente é reveladora de uma maneira de pensar a luta política: distorcer informações sobre pessoas consideradas inimigas do governo pode ser uma atividade política que alguns utilizam, desde que não coloque embaraços para o governo.
Que a guerrilha virtual é uma atividade corriqueira dos petistas, já é sabido. A novidade, que agrava a situação, é que agora essa prática criminosa está sendo feita de dentro do Palácio do Planalto, numa demonstração de que não há mais um mínimo de separação entre o governo e a campanha eleitoral, até mesmo nas ações mais baixas. É uma ação de guerrilha de dentro do palácio do governo. Como a presidente pode lavar as mãos? Não há cadeia de comando? Nem dentro do Planalto? Como o Gilberto Carvalho pode dizer que foi “uma bobagem” e ficar tudo bem?
Nesse caso, pelo menos politicamente, o ônus da prova se inverte. É a Presidência que precisa entregar o culpado e provar que era um aloprado celerado agindo por conta própria. Caso contrário, é como se o Nixon dissesse que quem instalou aquelas escutas no prédio Watergate foram uns aloprados do Partido Republicano. 

Premio Nobel: o Brasil ja tem um - Artur Avila, em Matematica

O matemático Artur Avila, primeiro brasileiro a receber prêmio Fields, considerado o Nobel da Matemática (Divulgação/VEJA)
O matemático Artur Avila, primeiro brasileiro a receber prêmio Fields, considerado o Nobel da Matemática (Divulgação/VEJA)
Na VEJA.com:
O brasileiro Artur Avila, pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Rio de Janeiro, vai receber a Medalha Fields, considerada o “Nobel de Matemática”. O anúncio foi feito na abertura do 27º Congresso Internacional de Matemáticos, em Seul, na tarde desta terça-feira (manhã da quarta, no horário sul-coreano). O prêmio é concedido a cada quatro anos pela União Internacional de Matemática a estudiosos com menos de 40 anos de idade que tenham alcançado resultados inéditos e revolucionários na área. Outros três especialistas serão premiados (confira a lista completa). É a primeira vez que um matemático latino-americano recebe a honraria.

“O anúncio me surpreendeu. Eu não esperava ter chances em 2014 (…) Minha reação inicial foi mais de alívio que de outra coisa, já que o prêmio agora significa que não vou ter de passar por mais quatro anos de pressão. Quando comecei como matemático, nem pensava nesse tipo de prêmio. Mas, desde 2008, começou a se falar nessa possibilidade e ficou impossível ignorar”, disse Avila, em comunicado divulgado pelo Impa. “O que eu mais queria (e continuo querendo) é fazer matemática da mesma maneira que no início. Por exemplo, escolhendo tópicos em que trabalhar por considerá-los atraentes, em vez de pensar em termos do reconhecimento que eles possam trazer.”
Avila, de 35 anos, é considerado um prodígio desde a adolescência. Antes mesmo de se formar na faculdade de matemática, em 2001, foi convidado a atuar como pesquisador do Impa, instituto supervisionado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, onde hoje ocupa a Cátedra Armínio Fraga. Dois anos depois, Avila recebeu convite para dirigir o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), em Paris — ele se naturalizou francês e realiza parte das pesquisas na França.
Nos últimos dez anos, o prestígio de Avila no meio acadêmico vem crescendo apoiado em estudos que buscam entender os sistemas dinâmicos, cujo estado evolui com o passar do tempo por influência de diversos fatores. A teoria desse ramo da matemática é utilizada para construir previsões em áreas tão distintas como física, biologia e economia.
Avila também ficou conhecido entre os estudiosos por conseguir provar, em 2005, a “Conjectura dos dez martínis”, problema proposto em 1980 pelo americano Barry Simon — que prometeu pagar dez copos da bebida a quem explicasse sua teoria sobre o comportamento dos “operadores de Schrödinger”, ferramentas matemáticas ligadas à física quântica. Junto com a pesquisadora Svetlana Jitomirskaya, Avila solucionou o problema e, de fato, foi premiado com algumas rodadas de martíni.
Desde 2010, há uma expectativa de que o brasileiro seja premiado com a Medalha Fields. Naquele ano, ele se apresentou na 27ª edição do Congresso Internacional de Matemáticos, realizado na Índia — uma honraria destinada a poucos. Desde a primeira edição do congresso, apenas nove brasileiros haviam sido convidados para palestrar no evento. Na edição deste ano, além de Avila, mais quatro brasileiros participam do congresso, entre eles o matemático Fernando Codá, que também era cotado para receber a medalha.