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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O que teremos pela frente? Mais do mesmo... - Veja, Antagonista


Palocci: propina para campanha de Dilma foi acertada por Lula em reunião
Em trecho de delação que teve sigilo retirado por Sergio Moro nesta segunda-feira, ex-ministro volta a citar encontro no Palácio da Alvorada, em 2010
Veja, 1 out 2018, 17h45 - Publicado em 1 out 2018, 15h43



No trecho da delação premiada de Antonio Palocci que teve o sigilo retirado pelo juiz federal Sergio Moro nesta segunda-feira, 1º, o ex-ministro cita a suposta reunião no Palácio da Alvorada, em 2010, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido ao então presidente da Petrobras que encomendasse a construção de 40 sondas de exploração de petróleo para arrecadar propina à campanha de Dilma Rousseff à Presidência naquele ano. Ele já havia relatado a reunião em depoimento a Moro na Operação Lava Jato.
“Que, inclusive, pode afirmar que participou de reunião, no início de 2010, na biblioteca do Palácio do Alvorada, com a presença também de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, e José Sérgio Gabrielli, na qual o então Presidente da República foi expresso ao solicitar do então presidente da Petrobras que encomendasse a construção de 40 sondas para garantir o futuro político do país e do Partido dos Trabalhadores com a eleição de Dilma Rousseff, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava”, contou o ex-ministro.
Ainda na reunião, conforme o relato de Antonio Palocci à Polícia Federal, Lula lhe pediu que gerenciasse o dinheiro ilícito arrecadado a partir da corrupção nos contratos das sondas “e o seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República”.
“Que isso se dava, segundo Lula relatou e conforme narra o colaborador, para garantir que o projeto seria efetivamente desenvolvido por Gabrielli; que esta foi a primeira reunião realizada por Luiz Inácio Lula da Silva em que explicitamente tratou da arrecadação de valores a partir de grandes contratos da Petrobras”, diz Antonio Palocci.
Embora Palocci diga que essa foi a primeira vez em que Lula tratou de propina abertamente, o ex-ministro afirma que o ex-presidente sabia da corrupção na estatal, na atuação de ex-diretores como Renato Duque, indicado pelo PT à Diretoria de Serviços, e Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP à Diretoria de Abastecimento. Segundo Antonio Palocci, era comum, “em ambientes restritos”, Lula “reclamar e até esbravejar sobre assuntos ilícitos que chegavam a ele e que tinham ocorrido por sua decisão”.
Palocci já havia relatado a reunião no Alvorada em depoimento a Moro em setembro de 2017, no processo da Lava Jato que tem ele e Lula como réus e apura suposta propina de 12,9 milhões de reais ao ex-presidente por meio das compras de um terreno que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, e de uma cobertura vizinha à do petista em São Bernardo do Campo.
Diante do magistrado, Antonio Palocci afirmou que “ele [Lula] falou: ‘olha eu chamei vocês aqui porque o pré-sal é o passaporte do Brasil para o futuro, é o que vai nos dar combustível para um projeto político de longo prazo no Brasil, ele vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador das contas nacionais, dos grandes projetos do Brasil, e eu quero que o Gabrielli faça as sondas pensando neste grande projeto para o Brasil. Mas o Palocci está aqui, Gabrielli, porque ele vai lhe acompanhar nesse projeto para que ele tenha total sucesso e para que ele garanta que uma parcela desses projetos financie a campanha dessa companheira aqui, Dilma Rousseff, que eu quero ver eleita presidente do Brasil'”.
Propina em medidas provisórias
No trecho da delação de Antonio Palocci divulgado hoje por Sergio Moro, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil narra sete modalidades de cobrança de propina, enumeradas de A a G. Um dos tópicos trata de “venda de emendas legislativas”, no qual ele estima que “das mil medidas provisórias editadas nos quatro governos do PT, em pelo menos novecentas houve tradução de emendas exóticas em propina”.
“A prática de venda de emendas se tornou corriqueira, particularmente na venda de emendas parlamentares para medidas provisórias vindas dos governos, casos em que algumas MPs já contam com algum tipo de vício destinado a atender financiadores específicos e saem do Congresso Nacional com a extensão do benefício ilícito a diversos outros grupos privados; Que em outras oportunidades a MP que não possui vício algum e ao tramitar pelo Congresso Nacional é acrescida de dispositivos que visam beneficiar financiadores”, afirmou Palocci.
Leia aqui o termo da delação premiada de Palocci divulgado por Sergio Moro.

Outro lado

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, afirma, por meio de nota, que a conduta de Moro “apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula”.
“Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (“de ofício”), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”.
Sobre os relatos de Palocci, o defensor diz que o ex-ministro “mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena – 2/3 com a possibilidade de ‘perdão judicial’ – e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias”.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: desanimo e (des)esperanca - Merval Pereira

Ou, poderia ser uma sequência de umasérie tipo Máfia I, Máfia II, III, etc.
Paulo Roberto de Almeida 

Desânimo e esperança

Merval Pereira, O Globo, 13/08/2014
Entra eleição, sai eleição, tão certo quanto a noite chega ao fim do dia, as campanhas presidenciais são marcadas por baixarias. As denúncias se sucedem, desde o nível municipal até o Palácio do Planalto, que este ano entrou no circuito de campanha à medida que foram se perdendo ao longo do tempo as divisas entre o governar e o uso eleitoral do governo, entre o público e o privado na sua acepção mais ampla.
Usar o Palácio para propaganda eleitoral, usar viagens presidenciais para gravar programas de propaganda de governo, tudo vai se misturando em todos os níveis do Estado brasileiro, piorando o que já era ruim. As regras complacentes para a atuação dos incumbentes que se candidatam à reeleição foram feitas com esse propósito, de alargar os limites do aceitável.
Por isso, é muito grande a chance de um governante se reeleger. Esgotada a capacidade de mobilizar a sociedade à base de promessas que não se realizaram, o PT passou a adotar a tática do medo contra seus adversários, especialmente os tucanos, que haviam usado a mesma tática em 2002 sem resultado, pois naquela ocasião o ambiente político pedia mudanças.
Os tucanos pagam até hoje pelo erro político de terem aprovado a reeleição para o mandato de Fernando Henrique, o que à época parecia uma providência necessária para garantir a continuidade do Plano Real, e hoje se tornou um golpe político a purgar. Não é por acaso que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, tem como um dos projetos o fim da reeleição.
Apesar do mensalão em 2005, Lula se reelegeu em 2006 na base da ameaça de que os programas sociais corriam perigo sem ele na Presidência, e com uma campanha contra as privatizações que o então candidato tucano Geraldo Alckmin não soube combater. Foi nessa campanha que surgiram os aloprados, presos com dinheiro em um hotel em São Paulo para a compra de dossiês contra os tucanos, especialmente José Serra, que acabou se elegendo governador de SP.
Em 2010, a baixaria começou cedo com dossiês contra Serra, então candidato à Presidência, surgindo no QG de Dilma, e mais adiante a invasão de dados de familiares de Serra na Receita Federal.
Nesta atual campanha, a internet tem sido usada de maneira desabrida contra Aécio, e de maneira generalizada contra jornalistas e políticos considerados inimigos do regime. A tensão tende a ser maior durante a campanha, pois, mesmo sendo Dilma a favorita para vencer a eleição, nunca a vitória esteve tão ameaçada, seja pela fragilidade de seu governo, seja pelo anseio de mudanças na condução do país.
Apesar dos pesares, a resiliência da candidatura petista é uma demonstração de como quem está no governo tem instrumentos para continuar, mesmo com a economia em pandarecos e com crescimento médio abaixo de 2% ao ano nos últimos quatro anos. A questão é saber se a velocidade das notícias ruins combinará com o timing das urnas, e não é à toa que os petistas voltaram a falar com força em uma vitória no 1º turno.
A falta de mobilidade das candidaturas, todas elas praticamente em linha reta há alguns meses, e a insistência de um eleitorado desiludido em votar branco ou nulo ou se ausentar da eleição faz com que esse sonho de vitória imediata volte a ser factível.
Além do mais, pesquisas mostram que num eventual e ainda provável 2º turno, os candidatos de oposição ganham novo alento diante do duelo entre Dilma e qualquer um deles. Todas mostram a possibilidade real de um empate técnico entre Aécio e Dilma.
Já Eduardo Campos se aproxima a cada rodada de Dilma, reduzindo a diferença que, no 1º turno, é grande. Quando ele é a única opção oposicionista, suas chances crescem com o voto útil, o que mostra uma tendência de mudança na motivação do eleitorado.
Estudos de Macrométrica do economista Chico Lopes, utilizando-se de um programa do matemático americano Nate Silver, perito em previsões corretas dos resultados eleitorais hoje com um blog no “The New York Times", mostram que Aécio pode vencer no 2º turno se o número de brancos e nulos e mais as abstenções forem nos níveis normais das eleições anteriores. Se, no entanto, confirmar-se a tendência de denunciar os métodos políticos em prática rejeitando as eleições, o efeito deverá ser contrário, confirmando na Presidência quem a maioria quer ver fora, segundo as pesquisas. Será esse o caso se os oposicionistas não conseguirem reverter a situação em que o desânimo derrota a esperança.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Alguem ai falou na mafia? De Hollywood para...

... o meu tratado geral, mas que é apenas um minitratado.
Ela merece muito mais, sobretudo sendo tão ativa em certos países...
Paulo Roberto de Almeida
Tratado Geral da Máfia
treze rápidos registros sobre um fenômeno persistente

Paulo Roberto de Almeida

1. A Máfia é uma associação entre iguais, sendo que alguns desses iguais são mais iguais que os demais.

2. Os mais iguais da Máfia são inimputáveis e, nessa condição, não reconhecem leis ou regras de não membros, ou de quaisquer outras origens, que pretendam torná-los imputáveis, o que retiraria, na visão deles, o prefixo deste último conceito. Os mais iguais ficam particularmente irritáveis com as limitações legais que os comuns tentam implementar e que possam contrariar os objetivos gerais da Máfia.

3. A Máfia é uma associação voltada exclusivamente para o seu interesse próprio. O interesse próprio da Máfia e dos mafiosos é o poder, de preferência absoluto, sua conquista e sua manutenção. Eventualmente, eles contam com aliados subordinados, contra quaisquer outras forças ou fatores que possam resistir aos seus objetivos.

4. A defesa do interesse próprio da Máfia é o dever principal e primordial dos iguais e dos mais iguais, sobre quaisquer outros objetivos gerais ou particulares de todos e cada um. Os mais iguais é que dispõem sobre o interesse da Máfia; os demais têm o direito e o dever de segui-los, mais o segundo do que o primeiro.

5. O objetivo geral da Máfia prima sobre os interesses individuais dos mafiosos, que, em nome da obediência estrita a esse objetivo primordial, a ele sacrificarão seus interesses pessoais em favor desse objetivo geral. Tal código de disciplina não é exclusivo da Máfia, sendo comum a determinadas associações corporativas, mas é nela implementado de maneira particularmente eficaz (por vezes hedionda, mas não destinada a ser do conhecimento de almas sensíveis ou de menores de idade).

6. Em contrapartida à fidelidade absoluta e obediência cega às suas principais regras, os membros da Máfia dela recebem total solidariedade, em quaisquer circunstâncias, mesmo quando temporariamente ausentes – geralmente contra a sua vontade – das atividades concebidas e implementadas em favor do objetivo geral da corporação.

7. Os mais iguais constituem uma família original ou forjam laços similares aos de uma família, havendo solidariedade implícita entre os seus membros, que respondem pelo comportamento de qualquer um dos demais integrantes da família. Os menos iguais terão de ter seu estatuto aprovado por alguma família, antes de poderem ser reconhecidos como membros não originais da família maior, mas a ela deverão solidariedade e obediência, como igualmente exigido de qualquer membro original. Uma vez consolidado esse vínculo, ele se torna indelével e indestrutível.

8. Como em outras corporações da espécie, os membros da Máfia devem observar as normas de silêncio obsequioso e de estrito cumprimento às ordens dos mais iguais, observadas as regras de disciplina e de hierarquia que costumam imperar nesses meios. A não observância dessas regras pode submeter o inadimplente às sanções habituais em vigor na Máfia, eventualmente de forma definitiva.

9. A Máfia não professa qualquer religião que não a sua própria, que é estritamente confessional e baseada nas regras gerais e nos princípios da Máfia. Os mais iguais são os altos sacerdotes dessa religião laica, que não possui textos sagrados nem ritos particulares, apenas aqueles que são fixados aleatoriamente pelos mais iguais. A Máfia só deve obediência a um deus: o seu próprio interesse totalitário de manter, ampliar, preservar e eternizar o seu poder. Esse deus é particularmente vingativo.

10. A Máfia tampouco adere a um culto humano qualquer, a não ser ao da seleção determinista dos mais iguais, que devem ser preservados a despeito de quaisquer acidentes naturais e contra quaisquer imponderáveis da fortuna e da sorte. Os demais iguais, como formigas ou abelhas da comunidade, estão ali para preservar o poder dos mais iguais, e assegurar que a espécie tenha continuidade e expansão.

11. A Máfia não se vincula a qualquer ideologia política, a não ser a do seu interesse próprio, que pode conviver com diversas orientações no campo dos regimes políticos e dos sistemas econômicos. Numa analogia superficial, a Máfia se coaduna bem mais com regimes corporativos, fascistas, autoritários, ou mesmo totalitários, e menos com sistemas abertos e transparentes. A Máfia e os mais iguais não pretendem prestar contas de suas atividades e iniciativas a qualquer autoridade que não a dela.

12. Os membros da Máfia têm o dever de contribuir para o fortalecimento, sobretudo financeiro, da corporação, que assume várias formas associativas e identidades. Se algum membro da Máfia enfrentar dificuldades no mundo dos comuns, a corporação lhe presta total solidariedade em quaisquer circunstâncias, determinação ainda mais enfática no caso dos mais iguais, que podem contar com todos os recursos da Máfia. A contrapartida, seguida invariavelmente por todos os membros, é o silêncio e a proteção dos interesses da corporação, de seus negócios e de suas atividades.

13. A Máfia sempre tem razão, e essa razão é exclusivamente aquela expressa pelos mais iguais. Eventuais opiniões em contrário devem ser confrontadas, e seus emissores devem ser convencidos de que a verdade da Máfia é sempre a melhor, independentemente de quaisquer fatos contrários ou provas circunstanciais. Na ausência de convencimento, ou de reconhecimento explícito, a corporação e seus membros têm o dever de corrigir os recalcitrantes e os obstrutores da verdade da Máfia. Perdas colaterais, por vezes até internas, são admitidas nesse processo, que é estritamente controlado pelos mais iguais. A decisão última sobre a verdade da Máfia pertence aos mais iguais, mas, em última instância, quem decide sobre a melhor verdade é o mais igual dentre os mais iguais.
Pela exegese da organização:
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2542: 7 de Dezembro de 2013

2542. “Tratado Geral da Máfia: treze rápidos registros sobre um fenômeno persistente”, Hartford, 7 Dezembro 2013, 2 p. Considerações sobre um fenômeno da política contemporânea. Reproduzido no blog do Instituto Millenium (13/12/2013; link: http://www.imil.org.br/artigos/tratado-geral-da-mfia/).

terça-feira, 3 de junho de 2014

Negocios companheiros: sempre tem coisas misteriosas... e dinheiro publico...

Bilhões do BNDES já foram para essa companhia que tem sócios misteriosos.
E dinheiro mais misterioso ainda.
Menos o do BNDES, embora não se saiba porque o BNDES colocou tanto dinheiro na companhia, para comprar empresas americanas do ramo.
O Brasil ficou assim: dinheiro público em lugares misteriosos, pode apostar que os companheiros estão por trás.\
Não todos, claro, pois a maioria é de militantes que acreditam no besteirol da justiça social.
Só os companheiros graúdos, os chefes da máfia...
Paulo Roberto de Almeida

Por Geraldo Samor
O Estado de S.Paulo, 2/06/2014

Este é mais um caso de “não vi, não sei quem é, não sei de nada” — mais uma vez, de proporções épicas.
A JBS, uma das maiores empresas brasileiras em faturamento, dona da marca Friboi e responsável por aquisições bilionárias nos últimos anos, diz que não sabe quem é o detentor de 13% de seu capital.
A Blessed Holding, uma sociedade incorporada em Delaware, nos EUA, onde há menos exigências legais para a abertura de empresas, aparecia até semana passada como dona de 13% do capital da JBS… até que o jornal O Estado de São Paulocomeçou a fazer perguntas à CVM.
Na sexta-feira, a JBS alterou a participação da Blessed em seu capital em seu formulário de referência (um documento que as empresas têm que arquivar com a CVM), reduzindo sua participação na companhia para 6,6%, cujo valor de mercado é de cerca de 1,4 bilhão de reais.
Mas o mistério permanece. Quem está por trás da Blessed?
A empresa tem como acionistas duas seguradoras — a US Commonwealth Life e a Lighthouse Capital — sediadas em paraísos fiscais diferentes, mas com telefones e emails para contato iguais. Até agora, ninguém identificou as pessoas físicas por trás das seguradoras.
“Os donos da JBS costumam declarar que não sabem” quem é o dono da Blessed, escreveram no Estadão as repórteres Alexa Salomão e Josette Goulart.
Convém continuar perguntando. Uma empresa do tamanho da JBS não pode correr tamanho risco de imagem, ainda mais quando bilhões de reais do BNDES entraram na empresa nos últimos anos.
O BNDES já investiu mais de R$ 8 bilhões na JBS e hoje é dono de 25% da empresa. A Caixa é dona de outros 10%. Ou seja: dinheiro público é dono de mais de um terço da JBS.
Ao que tudo indica, a Blessed é a criança bastarda de um casamento forçado.
O BNDES foi o padrinho da união societária entre os Batista e os Bertin, famílias que não exatamente morriam de amores uma pela outra. O banco sempre foi credor e acionista tanto da JBS quanto de seu concorrente, o frigorífico Bertin.
Em 2009, com o Bertin vergando sob o peso de R$ 6 bilhões em dívidas, o BNDES decidiu que fazia sentido enterrar a dívida de uma empresa na outra, formando assim um ‘campeão nacional’ cada vez mais ‘too big to fail’.
Logo depois da fusão, a Blessed apareceu no formulário de referência da JBS como parte da cadeia societária que controla a empresa. E em meados do ano passado, virou pivô de uma briga feia entre as duas famílias, com os Bertin acusando os Batista de falsificar assinaturas e roubar-lhes 1 bilhão de reais. Há alguns meses, as famílias chegaram a um acordo pelo qual os Bertin sairão da sociedade, mas a Blessed continua sendo um ponto de interrogação.
Agora, a JBS se prepara para fazer o IPO de uma subsidiária, a JBS Foods. Nunca a necessidade de transparência foi tão grande.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Venezuela: um banho de sangue em preparacao? Nao vai ser como a Ucrania, vai ser pior...

Na Ucrânia foram mais ou menos 70 a 100 mortos (apenas em Kiev), mas lá a população ocupou inteiramente a praça principal da cidade durante três meses, resistindo ao banho de sangue da última quinta-feira. Chegou um momento em que os resistentes da praça Maidan começaram a se armar com armas vindas de outras cidades, e aí os policiais do aparato repressivo desistiram de ir a uma luta que não lhes era nada simpática, e começava a ficar perigosa. Eles simplesmente se retiraram, ou seja, a repressão deixou de existir depois do banho de sangue.
Com essas mortes, uma troika europeia simplesmente deu um ultimatum ao presidente: marque eleições para sua saída. Ele até marcou, mas foi "renunciado" antes pelo Parlamento, que finalmente se decidiu a evitar mais mortes, afastando um boneco de Putin.
Na Venezuela, os manifestantes -- pacíficos, ou armados apenas de paus e pedras -- lutam não apenas contra todo o aparelho repressivo das forças policiais e militares, como também são atingidos por balas disparadas por mercenários, snipers, esbirros do regime, que também existiam na Ucrânia.
Mas, eles não podem contar com a divisão do Parlamento e sequer, muito menos, totalmente inexistente, a pressão dos países vizinhos, que vão assistir calados ao massacre de populares.
Não tenho nenhuma dúvida: um banho de sangue se aproxima. A população decente da Venezuela pagará um alto preço por protestar pacificamente contra a máfia de assassinos totalitários que se apossou do poder.
Para nossa vergonha, o Brasil permanecerá calado ante os crimes.
Raras vezes senti vergonha do meu país: uma delas foi durante a ditadura, quando me auto-exilei no exterior.
Esta pode ser outra.
Paulo Roberto de Almeida




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Middle Class Joins Protest

Middle Class Joins Protest

CreditMeridith Kohut for The New York Times
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SAN CRISTÓBAL, Venezuela — As dawn broke, the residents of a quiet neighborhood here readied for battle. Some piled rocks to be used as projectiles. Others built barricades. A pair of teenagers made firebombs as the adults looked on.
These were not your ordinary urban guerrillas. They included a manicurist, a medical supplies saleswoman, a schoolteacher, a businessman and a hardware store worker.
As the National Guard roared around the corner on motorcycles and in an armored riot vehicle, the people in this tightly knit middle-class neighborhood, who on any other Monday morning would have been heading to work or taking their children to school, rushed into the street, hurling rocks and shouting obscenities. The guardsmen responded with tear gas and shotgun fire, leaving a man bleeding in a doorway.


“We’re normal people but we’re all affected by what’s happening,” said Carlos Alviarez, 39, who seemed vaguely bewildered to find himself in the middle of the street where the whiff of tear gas lingered. “Look. I’ve got a rock in my hand and I’m the distributor for Adidas eyewear in Venezuela.”
The biggest protests since the death of the longtime leader Hugo Chávez nearly a year ago are sweeping Venezuela, rapidly expanding from the student protests that began this month on a campus in this western city into a much broader array of people across the country. On Monday, residents in Caracas, the capital, and other Venezuelan cities piled furniture, tree limbs, chain-link fence, sewer grates and washing machines to block roads in a coordinated action against the government.
Behind the outpouring is more than the litany of problems that have long bedeviled Venezuela, a country with the world’s largest oil reserves but also one of the highest inflation rates. Adding to the perennial frustrations over violent crime and chronic shortages of basic goods like milk and toilet paper, the outrage is being fueled by President Nicolás Maduro’s aggressive response to public dissent, including deploying hundreds of soldiers here and sending fighter jets to make low, threatening passes over the city.
On Monday, the state governor, who belongs to Mr. Maduro’s party, broke ranks and challenged the president’s tactics, defending the right of students to protest and criticizing the flyovers, a rare dissent from within the government.
Polarization is a touchstone of Venezuelan politics, which was bitterly divided during the 14-year presidency of Mr. Chávez, Mr. Maduro’s mentor. But while Mr. Chávez would excoriate and punish opponents, he had keen political instincts and often seemed to know when to back off just enough to keep things from boiling over.


Now Mr. Maduro, his chosen successor, who is less charismatic and is struggling to contend with a deeply troubled economy, has taken a hard line on expressions of discontent, squeezing the news media, arresting a prominent opposition politician and sending the National Guard into residential areas to quash the protests.
Two people were killed on Monday, including a man here in San Cristóbal who, according to his family, fell from a roof after guardsmen shot tear gas at him. There is disagreement on whether all the deaths nationwide cited by the government are directly associated with the protests, but the death toll is probably at least a dozen.
In this neighborhood, Barrio Sucre, residents said they were outraged last week when a guardsman fired a shotgun at a woman and her adult son, sending both to the hospital with serious wounds. In response, the residents built barricades to keep the guardsmen out. On Monday, after guardsmen made an early sortie into the neighborhood, firing tear gas and buckshot at people’s homes, the inflamed and sometimes terrified residents prepared to drive them back.
Across town, Isbeth Zambrano, 39, a mother of two, still fumed about the time two days earlier when the National Guard drove onto the street, where children were playing, and fired tear gas at residents. Now she sat in front of her apartment building, casually guarding a beer crate full of firebombs.
“We want this government to go away,” she said. “We want freedom, no more crime, we want medicine.” Around her neck, like a scarf, she wore a diaper printed with small teddy bears. It was soaked in vinegar, to ward off the effects of tear gas, in case of another attack.
Unlike the protests in neighboring Brazil last year, when the government tried to defuse anger by promising to fix ailing services and make changes to the political system, Mr. Maduro says the protesters are fascists conducting a coup against his government. He has largely refused to acknowledge their complaints, focusing instead on violence linked to the unrest. Here in Táchira State, he says the protests are infiltrated by right-wing Colombian paramilitary groups, and he has threatened to arrest the mayor of San Cristóbal.
Mr. Maduro’s stance is mirrored by the intensity among the protesters. While he has called for a national conference on Wednesday and some opposition politicians have urged dialogue, a majority of protesters here, most of them longtime government opponents, rejected that option.
“They’ve been mocking us for 15 years, sacking the country,” said Ramón Arellano, 54, a government worker, while a burning refrigerator in the street behind him blotted out the sky with a cone of black smoke. “A dialogue from one side while the other turns a deaf ear, that’s not fair.”
Like most of the protesters here, Mr. Arellano said he wanted a change of government. Protesters say that could be achieved by having Mr. Maduro resign, or be removed through a recall election or changes to the Constitution.
Mr. Maduro says he will not leave office, and he continues to have wide support among those loyal to Mr. Chávez’s legacy.
This state, and especially San Cristóbal, the state capital, are longtime opposition strongholds. The opposition presidential candidate, Henrique Capriles, received 73 percent of the vote in San Cristóbal when he ran against Mr. Maduro last April.
A city of 260,000, San Cristóbal was almost completely shut down on Monday. Residents had set up dozens of barricades all around town. In many areas, residents set out nails or drove pieces of rebar into the pavement, leaving them partly exposed, to puncture tires.
In Barrio Sucre, Escarlet Pedraza, 19, showed two motorcycles that she said had been crushed by National Guard troops, who drove armored vehicles over them. She recorded the event on her cellphone camera.
Later, residents burned tires and threw rocks at guardsmen, who advanced and entered a side street, firing tear gas and shotguns directly at the houses.
The guardsmen broke open a garage door in one house and smashed the windshield of a car inside. The house next door filled with tear gas and the family inside, including two young children, choked in the fumes. “I’m indignant,” said Victoria Pérez, the mother, weeping. “This is getting out of hand. It’s arrogance, it’s a desire for power.”
A student, his face covered with a cloth, kicked angrily at a house where a pro-government family lives, shouting at them to join the protest. Other residents rushed in to stop him.

Nearby, a neighbor, Teresa Contreras, 53, flipped through the channels on her television, showing how there was no coverage of the violence, a sign, she said, of the government control over the news media.
Earlier, Andrea Altuve, 38, a teacher, watched the preparations for the coming battle, with people adding to barricades and children pouring gasoline into beer bottles for makeshift bombs.
“It looks like a civil war,” she said. “They are sending the National Guard into the neighborhoods out of fear.”

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Novo sistema de autoatendimento BB - novo sistema de acesso ao Brasil dos companheiros

Recebido, ainda agora, em uma dessas mensagens que nos promete, educadamente, atualização para os mais modernos sistemas de atendimento da bandidagem eletrônica


Prezado Usuário,

A equipe tecnológica do Banco do Brasil se preocupa em garantir tranquilidade para os clientes ao utilizar nossos serviços do autoatendimento e realiza frequentemente atualizações.

O motivo deste nosso email é para avisar que no dia 19/11/2013 foi lançada uma correção de acesso ao Autoatendimento. 

Esta atualização vem para correção de componentes adicionais de acesso e se faz obrigatória para todos os clientes pessoa física. Para realiza-la siga as instruções disponíveis no link abaixo:
(...)
Qualquer duvida entre em contato conosco. 

(logo, etc.)
==========
Agora, adaptado aos novos tempos da bandidagem político-partidária

Prezado Otário Brasileiro,

A equipe de falcatruas generalizadas do partido dos companheiros se preocupa em que você seja assaltado, em toda tranquilidade, seja pelos meios eletrônicos diretos desse órgão fascista por excelência que arranca parte do seu salário antes mesmo de você o receber, seja por meios indiretos, nas concorrências viciadas, nas compras superfaturadas, nas contribuições de dízimo, vigésimo e trigésimo de toda a companheirada aboletada nos cargos públicos (sem ter competência para tal), nas dotações generosas dadas a ONGGs do partido (disfarçadas de entidades benévolas, quando são altamente malévolas), nos subsídios e transferências realizadas para todos os sanguessugas que recebem pensões, transferências, subsídios (para órgãos tão inocentes quanto os neobolcheviques do MST), enfim, para todos os companheiros das máfias sindicais e das centrais fictícias, que recebem das gordas tetas do MTb sem precisar prestar contas a qualquer órgão de controle do regime burguês que veio antes de nós.

O motivo deste nosso email é para avisar que, no último dia 15/11/2013, alguns companheiros ficaram temporariamente indisponíveis para consultas diretas, conversas ao pé do ouvido, enfim, para serviços diversos, por causa de sua transferência para as novas e acolhedoras acomodações nos escritórios federais vulgarmente conhecidos como Papuda, o que todavia não os impede de se comunicar com a companheirada por meio de bilhetes, mensagens, matérias de imprensa, declarações de seus caríssimos advogados, e outros meios que o próprio Estado se encarrega de lhes fornecer. Os companheiros avisam que tal situação -- que já motivou procissões na frente dos novos escritórios -- é puramente temporária, e será revertida assim que componentes adicionais de acesso sejam instalados e estejam plenamente operacionais a partir desta atualização.

Se você está satisfeito com os nossos serviços da série "nunca antes", clique aqui para sua atualização cadastral: 
(...)

Entenda que nossos serviços são obrigatórios, por delegação dos milhões de otários que votaram em nós, motivados pelo nosso discurso cativante, prometendo mundos e fundos, bem como por mandato especialmente conferido pelas dezenas de milhões que integram o imenso exército de assistidos do novo Brasil (um quarto da população, não é maravilhoso?), todas elas pessoas físicas (o que não impede que algumas pessoas jurídicas também se aproveitem dessas gordas tetas do Estado brasileiro, copiosamente azeitado por novos recursos que extorquimos desses burgueses idiotas, que até nos financiam voluntariamente).
Qualquer dúvida, entre em contato conosco.
(logo, etc.)

Pela adaptação, 
Paulo Roberto de Almeida