Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
terça-feira, 3 de março de 2015
Malucos nucleares: iranianos, israelenses, norte-coreanos, paquistaneses, russos, etc...
Mas que alguns desses malucos estejam na posse de armas nucleares, e talvez até dispostos a usá-los, isto já é preocupante, e no entanto isso também existe, e as matérias deste dia refletem essa situação maluca em torno de malucos proliferadores, e outros que tentam reverter a situação...
Não bastasse os impasses das negociações do Irã com o P5+1 em torno do seu programa nuclear, e o provável fracasso da fase atual (que deve terminar na última semana de março), vamos ter provavelmente sanções mais fortes contra o Irã a serem aprovadas pelo Congresso americano contra esse país, o que vai melar ainda mais as negociações, provavelmente interrompendo-as por mais alguns meses, talvez até um ano mais.
O primeiro ministro de Israel acaba de se dirigir ao Congresso americano, contra a vontade e até a oposição do executivo, mas pode ter convencido mais alguns a aprovar as sanções.
Em todo caso, temos muitas notícias ruins esta semana, que eu coleciono aqui, para os malucos por informação (como este que aqui escreve) em torno dos malucos da proliferação que existem por ai...
Paulo Roberto de Almeida
Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu waves as he steps to the podium prior to speaking before a joint meeting of Congress on Capitol Hill, March 3, 2015. (AP)
Iran Already Has Nuclear Weapons Capability
Op-ed by Graham Allison
Foreign Policy
There is no way to erase from the minds of thousands of Iranian scientists and engineers the knowledge and skills to produce weapons-grade uranium. There is no way to eliminate Iran’s indigenous capacity to mine uranium, manufacture centrifuges, or operate them. Thus, there is no conceivable end to this story in which Iran will not retain the capability to build nuclear weapons.
...
If we accept what we cannot deny, the strategic question becomes how to persuade Iran’s supreme leader that while Iran has an irreversible technical capability, it does not have — and will not be allowed to acquire — an exercisable nuclear weapons option.
Read more...
Netanyahu says U.S. is on verge of ‘bad deal’ with Iran over nuclear program
In a rousing speech before Congress punctuated by more than 40 bursts of applause, Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu assailed the Obama administration’s nuclear negotiations with Iran, asserting bluntly that the United States was on the verge of making “a bad deal.” (The Washington Post, March 3, 2015)
Proliferation News, March 3, 2015
Netanyahu Warns That Nuclear Deal 'Paves Iran's Path' to a Bomb
Katie Zezima | Washington Post
Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu forcefully argued against a nuclear deal with Iran, telling a joint meeting of Congress that such an agreement would have the opposite effect of what the international community intends, by effectively supplying Iran with the means to produce a nuclear weapon. Any agreement "doesn't block Iran's path to the bomb, it paves Iran's path to the bomb," Netanyahu said. "So why would anyone make this deal?"
Iran Calls Obama's 10-Year Nuclear Demand 'Unacceptable'
Arshad Mohammed | Reuters
Iran on Tuesday rejected as "unacceptable" U.S. President Barack Obama's demand that it freeze sensitive nuclear activities for at least 10 years, but said it would continue talks aimed at securing a deal, Iran's semi-official Fars news agency reported.
James Acton | Can Iran Sell a Nuclear Deal Domestically?
IAEA: Iran Still Withholding Key Information
Haaretz
The head of the United Nations' nuclear watchdog said on Monday Iran had still not handed over key information to his staff, and his body's investigation into Tehran's atomic programme could not continue indefinitely.
Iran Looking Into Developing Small Reactors
Tehran Times
"During the recent talks with U.S. negotiators in Geneva, U.S. Energy Secretary Ernest Moniz said Washington is also looking into the same strategy," AEOI chief Ali Akbar Salehi said.
Russia 'Ready to Repel Any Nuke Strike, Retaliate'
RT
"If there's a challenge to repel a lightning-fast nuclear strike in any given conditions – it will be done in fixed time, that's dead true," the Strategic Missile Forces Central Command's chief, Major-General Andrey Burbin, told Russian News Service on Saturday.
Andrew Weiss | Putin the Improviser
Educacao: o que sera' que o Brasil tem a aprender com os Brics, ou Rics? Tambem pergunto...
Por que teríamos de multiplicar canais de cooperação com países de línguas não tradicionais -- russo e chinês, por exemplo -- quando a ampliação e reforço dos laços com países com os quais temos décadas de cooperação e intensos contatos culturais e turísticos podem ser feitos a um custo bem menos e com muito mais retorno do que com os ditos BRICS?
Eu sempre procuro medir qualquer coisa em termos de investimento e retorno, ou seja, o menor investimento e o maior retorno possíveis. Será que os BRICS passam no teste?
Eu sempre me pergunto essas coisas...
Deve ser mania...
Paulo Roberto de Almeida
Brics: países debatem cooperação multilateral na área de educação
Por Redação, com ABr - de Brasília
Especialistas e representantes dos governos dos países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estiveram reunidos em Brasília nesta segunda-feira para discutir propostas de cooperação multilateral em educação profissional e tecnológica, educação superior e desenvolvimento de metodologias conjuntas para indicadores educacionais, além dos princípios básicos para a criação de uma rede universitária do bloco.
As propostas serão encaminhadas ao ministro da Educação, Cid Gomes, e aos vice-ministros da África do Sul, Mduduzi Manana, da China, Yubo Du, da Índia, Satyanarayan Mohanty, e da Rússia, Alexander Klimov, que vão se reuniram à tarde no 2º Encontro dos Ministros de Educação do Brics. Nesta segunda-feira, ao final do encontro, os ministros assinaram a Declaração de Brasília com as principais decisões do grupo e recomendações para ações futuras na área, informou o Ministério da Educação (MEC),.
Os temas debatidos foram educação superior, com foco em mobilidade de alunos e pesquisadores na pós-graduação, indicadores sociais de educação e propostas de cooperação em educação profissional e tecnológica. “A ideia na parte da manhã foi trabalhar grupos técnicos com os especialistas de cada país. Os ministros receberão relatos dos especialistas para tomarem decisões políticas. Também houve encontros bilaterais entre representantes de universidades do bloco para no futuro desenvolver sistemas de mobilidade (acadêmica entre as instituições)”, disse a assessora internacional do MEC, Aline Schleicher.
Na área de educação profissional, o coordenador-geral de Planejamento e Gestão da Rede do MEC, Nilton Nélio Cometti, disse que um dos objetivos é compartilhar experiências dos cinco países no setor. No caso brasileiro, segundo ele, entre os pontos fundamentais estão orientar a oferta de cursos conforme as demandas do setor produtivo e atender às pessoas que realmente necessitam da educação profissional.
O encontro desta segunda avança nas discussões do plano de ação aprovado na 6ª Cúpula do Brics, em julho do ano passado, em Fortaleza, e da primeira reunião de ministros de Educação do bloco, que ocorreu em novembro de 2013, em paralelo à Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, em Paris.
Renuncia de Dilma, em lugar de impeachment, para permitir a volta do chefe da quadrilha
Pelo menos é assim que interpreto o longo artigo, com longas citações, desse aliado fundamental do lulo-petismo no jornal do chamada chefe da quadrilha, mas que é apenas o subchefe, e que eu chamo de Stalin Sem Gulag (ainda bem, do contrário eu não estaria aqui escrevendo para vocês, mas em algum Gulag tropical).
Enfim, tudo isso tem a ver com o pavor dos petralhas de serem conduzidos à Papuda, e de soçobrar no pântano que eles mesmos criaram, por quadrilheiros, mafiosos, ladravazes.
A renúncia abriria a possibilidade de volta triunfal daquele que já foi chamado de Grande Apedeuta, e que é na verdade o capo di tutti i capi.
Assim vamos, de surpresa em surpresa.
Não deixa de ser interessante...
Paulo Roberto de Almeida
Renúncia de Dilma, melhor que impeachment
Por Celso Lungaretti, de São Paulo
A situação política brasileira assumiu feições de crise grave, no fim-de-semana, com a denúncia do advogado Modesto Carvalhosa, de que a presidenta Dilma e seu governo tentam proteger as empreiteiras envolvidas na corrupção e delitos revelados pela Operação Lava Jato. Quase ao mesmo tempo, o ex-secretário de imprensa durante a presidência de Lula, o jornalista Ricardo Kotscho no seu blog, num texto virulento pergunta se o governo Dilma está no fundo do poço ou se esse poço é sem fundo, depois de já ter escrito estar o governo Dilma caminhando para a autodestruição.
Diante desse clima que se deteriora, agravado pela tendência da bancada petista de rejeitar os ajustes fiscais propostos pela presidenta, o sociólogo Demétrio Magnoli se pronuncia contra o impeachment, prejudicial para a imagem do Brasil, e defende uma renúncia da presidenta e do vice-presidente para serem realizadas novas eleições. Seria a oportunidade do retorno de Lula, mesmo porque na atual situação ninguém pode imaginar como se chegará até 2018.
Seguem as apreciações do colunista Celso Lungaretti, do Direto da Redação, o Editor.
Muito perdem os internautas ditos de esquerda ao desqualificarem, com intolerância extrema, personagens como o jornalista e sociólogo Demétrio Magnoli, que está longe de ser “um dos novos trombones da direita” (como o qualificou a revista IstoÉ), embora defenda posições questionáveis sobre o movimento estudantil e sobre as cotas raciais, por exemplo.
Exigir que todos se verguem a um pensamento único é coisa dos tempos de Stalin e de Hitler. Magnoli também dá estocadas contra a direita, e algumas delas são certeiras. Por que, simplesmente, não refletirmos sobre cada uma de suas posições, aceitando algumas e divergindo das outras?
Seu artigo A hora e a história é um interessante meio-termo entre a pregação direitista do impeachment de Dilma Rousseff e a defesa incondicional de um governo que, salta aos olhos, perdeu o controle da situação e está condenado (condenando-nos) a uma lenta agonia, ou coisa pior.
Ele rechaça o impedimento (“para não transformar o Brasil num imenso Paraguai”, retrocedendo “do estatuto de moderna democracia de massas ao de uma democracia oligárquica latino-americana”, e também porque “na nossa democracia, a hipótese de impeachment só se aplica quando há culpa e dolo”), mas, assim como eu, percebe os perigos que corremos, sendo golpe de estado o maior deles, caso continuemos submetidos ao “dilmismo, essa mistura exótica de arrogância ideológica, incompetência e inoperância”, que “o país não suportará mais quatro anos”.
Como alternativa, Magnoli propõe que, ao invés de pregarem o impeachment, os descontentes lancem a Dilma o repto “Governe para todos — ou renuncie”:
“No atual estágio de deterioração de seu governo, a saída realista para Dilma é extrair as consequências do fracasso, desligando-se do lulopetismo e convidando a parcela responsável do Congresso a compor um governo transitório de união nacional. O Brasil precisa enfrentar a crise econômica, definir a moldura de regras para um novo ciclo de investimentos, restaurar a credibilidade da Petrobras, resgatar a administração pública das quadrilhas político-empresariais que a sequestraram. É um programa e tanto, mas também a plataforma de um consenso possível…
“…Se a presidente, cega e surda, prefere persistir no erro, resta apontar-lhe, e a seu vice, a alternativa da renúncia, o que abriria as portas à antecipação das eleições“.
DILMA-2 ESTÁ SENDO “CENÁRIO DE TERRA ARRASADA”,
AVALIA RICARDO KOTSCHO
PARA ONDE VAMOS, DILMA:
FUNDO DO POÇO OU POÇO SEM FUNDO?
“Bloqueio de caminheiros deixa animais sem ração — Na região sul, aves são sacrificadas em granjas, porcos ficam sem alimento e preço do leite deve subir”.
“Indicadores do ano apontam todos para a recessão”.
“Estudo da indústria calcula impacto de racionamento no PIB — Queda de 10% no abastecimento de gás, energia e água levaria à perda de R$ 28,8 bi”.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.
Os comentários às matérias e artigos aqui publicados não são de responsabilidade do Correio do Brasil nem refletem a opinião do jornal.