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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 16 de março de 2021

Relações Brasil-Africa, dos anos Lula à atualidade - livro de Mathias Alencastro e Pedro Seabra

 Livro relata altos e baixos na relação recente entre Brasil e África

Obra reúne artigos que tratam de investimentos, cooperação e papel da sociedade civil

Folha de S. Paulo | 15/3/2021, 15h 13

Em 2003, o ex-primeiro-ministro de Moçambique Mário Machungo fez um discurso empolgado, em razão da promessa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de construir uma fábrica de medicamentos contra a Aids no país.

“É uma confirmação eloquente de que a cooperação com o Brasil ocorrerá entre parceiros iguais, sem o paternalismo ou a busca de hegemonia que caracterizam as relações de Moçambique com países desenvolvidos”, afirmou.

Sete anos depois, quando Lula estava de saída da Presidência, a fábrica ainda não estava pronta. Aflitos para que o presidente brasileiro pudesse inaugurar alguma coisa, diplomatas sugeriram que ele pelo menos acompanhasse presencialmente o início do treinamento de profissionais que trabalhariam no local.

Este ciclo de promessa e realidade na relação entre Brasil e África permeia o livro “Brazil-Africa Relations in the 21st Century: from Surge to Downturn and Beyond” (Relações Brasil-África no século 21: do crescimento à desaceleração e além”), recém-lançado (editora Springer).

A obra, lançada em inglês, é uma coletânea de artigos de vários autores, cobrindo diversos aspectos de uma relação tão próxima quanto inconstante. Os textos tratam de temas como o papel das empreiteiras, as relações comerciais, cooperações nas áreas da agricultura e saúde, acordos militares e o papel da sociedade civil.

Os organizadores são Mathias Alencastro, pesquisador do Cebrap e colunista da Folha, e Pedro Seabra, professor-associado do Instituto Universitário de Lisboa. Por enquanto, há apenas edição em inglês, que pode ser adquirida pela Amazon. Uma versão brasileira está prevista para 2022, com capítulos adicionais sobre o futuro das relações.

Nesta terça (16), o livro será debatido em seminário virtual organizado pela Fundação Fernando Henrique Cardoso (mais informações abaixo).

O subtítulo do livro descreve bem o que foi a relação do Brasil com a África nas últimas duas décadas. Primeiro, houve um período de frenesi no governo Lula, com aumento de embaixadas, contratos grandiosos na área de infraestrutura e projetos de cooperação, como a fábrica de medicamentos moçambicana.

Como motor dessa estratégia, havia um ciclo de commodities em alta que dava fôlego econômico ao governo brasileiro, além de um presidente com uma estratégia ambiciosa de expandir os horizontes geopolíticos do país.

No governo Dilma Rousseff, a equação começou a se inverter, com a economia desacelerando, a Lava Jato pressionando as empresas que investiam na África e uma presidente claramente sem o mesmo interesse que o antecessor pela arena externa.

Esse processo se intensificou sob Michel Temer e Jair Bolsonaro, dois presidentes sem muito tempo ou paciência para a retórica Sul-Sul.

Dois exemplos citados no livro ilustram esse desinteresse: em 2013, Dilma saiu mais cedo de um evento da União Africana na Etiópia; cinco anos depois, Temer fez o mesmo numa reunião do bloco de países emergentes Brics na África do Sul.

Com essa guinada, dizem os autores, “uma das consequências mais visíveis foi a reorientação das prioridades geográficas [do Brasil] para longe do Sul e mais uma vez em direção ao Norte, particularmente os EUA”.

O período de expansão na relação bilateral deixou marcas transformadoras. Talvez a mais relevante delas tenha sido o novo papel do setor privado na formulação da política externa brasileira, um processo que viveu seu ápice no governo Lula.

“Diplomatas notam que o setor privado começou a intervir de maneira mais consistente nas decisões de política externa nos anos 2000, à medida que empresas como Vale e Odebrecht expandiam seus investimentos estrangeiros”, diz um dos artigos.

Lula gostava de se definir como um “mascate”, levando a tiracolo empresas brasileiras em suas muitas viagens pela África e dando todo o suporte financeiro possível para que fechassem contratos no continente, não importa se com democratas ou ditadores.

Como é sabido, esse expansionismo teria consequências políticas graves para ele, com a deflagração da Operação Lava Jato.

Talvez o melhor exemplo desse modelo tenha sido Angola, que merece um capítulo exclusivo no livro.

Na ex-colônia portuguesa, a presença brasileira se fazia sentir sobretudo pela empreiteira Odebrecht, mais até do que pela embaixada. A relação da empresa com o governo na verdade data de obras na década de 1980, quando o país vivia uma guerra civil.

No governo Lula, essa participação foi anabolizada pelo BNDES, que financiou megaconstruções como a usina de Laúca. A Odebrecht chegou a ser chamada pelo governo para ajudar a reerguer uma cadeia de supermercados estatais que estava prestes a falir, embora nunca tenha vendido um pãozinho na vida.

Lula, por sua vez, passou a ser usado pelo então presidente angolano, José Eduardo dos Santos, como uma espécie de rede de segurança para prolongar seu regime, que durou 38 anos. “As elites políticas de Angola invocavam Lula, em razão de seu prestígio internacional e papel de tutor na política brasileira, para justificar a perpetuação de Dos Santos no poder”.

A primeira década do século foi também o momento em que a imagem do Brasil sofreu seus abalos mais sérios junto à opinião pública africana.

A proximidade com ditadores cobrou seu preço, às vezes em razão de decisões que beiravam o surrealismo, como a defesa de que a Guiné Equatorial, uma ex-colônia espanhola governada há 42 anos por Teodoro Obiang, entrasse na CPLP, uma comunidade de países que falam português. O motivo eram as jazidas de petróleo descobertas em seu território.

Simultaneamente, a reputação do Brasil como uma presença benigna no continente, em oposição ao colonialismo europeu e à sanha predatória da China, sofreu um abalo por causa da mobilização da sociedade civil.

Em Moçambique, como mostra o livro, uma rede de ONGs e agricultores se organizou para torpedear o ProSavana, programa de incentivo ao agronegócio com participação brasileira, no norte do país. O Brasil passou a ser associado a uma espécie de “sub-imperialismo”.

Se a segunda década do século mostrou retração na presença brasileira, isso não significa a retirada completa do palco africano. Ainda há um estoque considerável de obras e projetos de cooperação no continente.

As próximas décadas verão a África seguir no processo de crescimento demográfico e econômico iniciado precisamente quando Lula colocou o continente em seu radar de prioridades, o que inevitavelmente atrairá interesse de empresas e do governo do Brasil.

Se puder ser uma relação mais madura e menos afeita a ciclos de euforia e fracasso, teremos aprendido algo.

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/03/livro-relata-altos-e-baixos-na-relacao-recente-entre-brasil-e-africa.shtml

 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

3° Simposio sobre Seguranca Regional Europa-America do Sul, 12/06 - Comando Militar do Planalto

 Simpósio sobre Segurança Regional Europa-América do Sul, a se realizar no dia 12 de junho de 2017, a partir das 8h30, no Auditório do Comando Militar do Planalto (Av. do Exército, Setor Militar Urbano, Brasília). O Simpósio será conduzido nos idiomas Português, Espanhol e Inglês, e haverá tradução simultânea nestas línguas.

Abaixo o programa e mapa de acesso ao local.

R.S.V.P. | Inscrições devem ser efetuadas pelo email ou telefone:
Tel: +55 61 3443-1133 (206)

Traje: Passeio completo

Encontra-se no site do Comando Militar do Planalto o relatório da edição 2016.

Certificados de participação serão encaminhados, a pedido, após o simpósio.





terça-feira, 3 de março de 2015

Educacao: o que sera' que o Brasil tem a aprender com os Brics, ou Rics? Tambem pergunto...

Vejo uma matéria dessas e fico me perguntando o que o Brasil teria a aprender, em matéria de educação superior, ou técnico-profissional com esses países que ele não poderia aprender com Alemanha, França, EUA, Japão, Reino Unido e outros países produtores de ciência e tecnologia de primeira qualidade.
Por que teríamos de multiplicar canais de cooperação com países de línguas não tradicionais -- russo e chinês, por exemplo -- quando a ampliação e reforço dos laços com países com os quais temos décadas de cooperação e intensos contatos culturais e turísticos podem ser feitos a um custo bem menos e com muito mais retorno do que com os ditos BRICS?
Eu sempre procuro medir qualquer coisa em termos de investimento e retorno, ou seja, o menor investimento e o maior retorno possíveis. Será que os BRICS passam no teste?
Eu sempre me pergunto essas coisas...
Deve ser mania...
Paulo Roberto de Almeida

Brics: países debatem cooperação multilateral na área de educação

Correio do Brasil, 2/3/2015 14:48
Por Redação, com ABr - de Brasília

Na área de educação profissional, o coordenador-geral de Planejamento e Gestão da Rede do MEC, Nilton Nélio Cometti, disse que um dos objetivos é compartilhar experiências dos cinco países
Na área de educação profissional, o coordenador-geral de Planejamento e Gestão da Rede do MEC, Nilton Nélio Cometti, disse que um dos objetivos é compartilhar experiências dos cinco países

Especialistas e representantes dos governos dos países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estiveram reunidos em Brasília nesta segunda-feira para discutir propostas de cooperação multilateral em educação profissional e tecnológica, educação superior e desenvolvimento de metodologias conjuntas para indicadores educacionais, além dos princípios básicos para a criação de uma rede universitária do bloco.
As propostas serão encaminhadas ao ministro da Educação, Cid Gomes, e aos vice-ministros da África do Sul, Mduduzi Manana, da China, Yubo Du, da Índia, Satyanarayan Mohanty, e da Rússia, Alexander Klimov, que vão se reuniram à tarde no 2º Encontro dos Ministros de Educação do Brics. Nesta segunda-feira, ao final do encontro, os ministros assinaram a Declaração de Brasília com as principais decisões do grupo e recomendações para ações futuras na área,  informou o Ministério da Educação (MEC),.
Os temas debatidos foram educação superior, com foco em mobilidade de alunos e pesquisadores na pós-graduação, indicadores sociais de educação e propostas de cooperação em educação profissional e tecnológica. “A ideia  na parte da manhã foi trabalhar grupos técnicos com os especialistas de cada país. Os ministros receberão relatos dos especialistas para tomarem decisões políticas. Também houve encontros bilaterais entre representantes de universidades do bloco para no futuro desenvolver sistemas de mobilidade (acadêmica entre as instituições)”, disse a assessora internacional do MEC, Aline Schleicher.
Na área de educação profissional, o coordenador-geral de Planejamento e Gestão da Rede do MEC, Nilton Nélio Cometti, disse que um dos objetivos é compartilhar experiências dos cinco países no setor. No caso brasileiro, segundo ele, entre os pontos fundamentais estão orientar a oferta de cursos conforme as demandas do setor produtivo e atender às pessoas que realmente necessitam da educação profissional.
O encontro desta segunda avança nas discussões do plano de ação aprovado na 6ª Cúpula do Brics, em julho do ano passado, em Fortaleza, e da primeira reunião de ministros de Educação do bloco, que ocorreu em novembro de 2013, em paralelo à Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, em Paris.

domingo, 15 de setembro de 2013

Brasil-EUA: cooperacao em inteligencia (FSP)

MARCO ANTÔNIO MARTINS, DO RIO
Folha de S.Paulo, 15/09/2013

Pelo menos uma vez por semana, dois agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, chegam a um dos prédios da Polícia Federal em Brasília, no setor policial sul da capital.
Em menos de cinco minutos, eles passam pela portaria e se dirigem a uma reunião em um dos edifícios onde ficam os cerca de 40 agentes brasileiros da Divisão Antiterrorismo (DAT).
A desenvoltura dos americanos não é por acaso: ali, os computadores, parte dos equipamentos e até o prédio, dos anos 90, onde estão reunidos e trabalham os policiais que investigam terrorismo no Brasil, foram financiados pelos EUA.
Nas duas últimas semanas, a Folha entrevistou policiais federais, militares da inteligência do Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Todos admitem que os acordos de cooperação entre a Embaixada dos EUA e a PF são uma formalidade. E que, na prática, os americanos têm atuação bastante livre em território brasileiro. Procurada, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou.
Segundo a Folha apurou, a atuação da inteligência americana no Brasil não se limita à espionagem eletrônica, revelada em documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden.
Os americanos estão espalhados pelo país atrás de informações sobre residentes no Brasil, brasileiros ou não. Eles dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais federais, dizem essas fontes.
Na prática, os americanos acabam se envolvendo em operações das mais diversas.
Em 2004, por exemplo, a Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos, teve participação da CIA.
Em 2005, os americanos estiveram diretamente envolvidos no rastreamento do lutador de jiu-jítsu Gouram Abdel Hakim, suspeito de pertencer a uma célula da rede terrorista Al Qaeda.

POLÊMICA
A parceria entre a Embaixada dos EUA e a Polícia Federal --formalizada por meio da assinatura de um memorando em 2010, mas ativa na prática desde muito antes disso-- é polêmica.
Um de seus críticos é o ex-secretário nacional Antidrogas Walter Maierovitch. "Opinei pela não oficialização do convênio, em relação às drogas, porque era um acobertamento para a espionagem desenfreada, sem limites", lembra Maierovitch.
À época, a justificativa para o convênio era que o auxílio entre americanos e brasileiros serviria para o combate às drogas. Depois do 11 de Setembro, no entanto, o foco passou a ser o terrorismo.
Os americanos mantêm escritórios próprios no Rio, com a justificativa da realização da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016, e em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para vigiar a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira.
"O que mais tem é americano travestido de diplomata fazendo investigação no Brasil", afirma o policial federal Alexandre Ferreira, diretor da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).
Cinco bases da PF para o combate ao terrorismo funcionam hoje no país --no Rio, em São Paulo, em Foz do Iguaçu e em São Gabriel da Cachoeira. Todas contam com equipamentos e tecnologia da CIA para auxiliar nos trabalhos, e há agentes americanos atuando em parceria com os brasileiros.
"O problema não é a parceria. O problema é do Brasil, que não faz o dever de casa e não se protege contra esse 'amigo' que busca, na verdade, seus interesses", diz o professor Eurico Figueiredo, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).
*
ATUAÇÃO DA CIA NO BRASIL
O ACORDO
O acordo entre a Polícia Federal e a Embaixada dos Estados Unidos foi formalizado em 2010
REPRESENTANTES
Quem representa o governo americano no acordo é a CIA, a Agência Central de Inteligência. Na PF é a Divisão Antiterrorismo (DAT)
OBJETIVO
A cooperação técnica prevê intercâmbio, compartilhamento, transferência de conhecimento, apoio de qualquer natureza e fomento de programas, projetos e ações voltados para o combate ao terrorismo
INVESTIMENTO
O acordo não prevê financiamento de nenhum programa
BENEFÍCIOS
Policiais federais contam que os computadores do DAT foram doados pelos americanos. Em cursos nos Estados Unidos, os policiais brasileiros ganham dos americanos a hospedagem e o aluguel de carros durante o período de estudo
DAT/CIA
As unidades dividem três bases no país: São Paulo, Foz do Iguaçu (PR) e São Gabriel da Cachoeira (AM). As reuniões semanais em Brasília acontecem em prédio construído com ajuda dos americanos na década de 1990
DENTRO DA LEI
Os agentes do DAT buscam autorização judicial e assim investigam ações de possíveis grupos terroristas no país a partir de informações passadas pela CIA
ZONA CINZA
Assim são chamadas pelos policiais federais algumas técnicas dos espiões americanos no país: invasão de sistemas, compra de informações e suborno de funcionários de empresas públicas ou privadas
DIPLOMACIA
Alguns espiões têm cargos na embaixada americana em Brasília ou nos consulados do Rio, de São Paulo, Porto Alegre (RS), Recife (PE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Manaus (AM)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Columbia University e o Brasil: Centro de estudos brasileiros em Columbia, Escritorio da Columbia no Rio de Janeiro

O fato de a Columbia University ter instalado um escritório de representação no Rio de Janeiro é uma excelente notícia para o estímulo dos intercâmbios recíprocos, assim como o é o apoio dado pela Fundação Lemann ao Centro de Estudos Brasileiros da Columbia em New York. Apenas gostaria de deixar registrado que esse centro foi criado, inicialmente, por iniciativa do Embaixador Rubens Barbosa, e o apoio de personalidades como Armínio Fraga, tendo sido seu primeiro diretor o conhecido brasilianista Albert Fischlow, depois seguido por Thomas Trebat, que justamente assumiu o escritório da Columbia no Rio de Janeiro.
Quanto ao centro, tendo seu mais recente diretor, Marc Hertzman, assumido um cargo de professor na Universidade do Illinois em Urbana, onde também existe um Centro de Estudos Brasileiros apoiado pela Fundação Lemann, aguarda-se a designação de um novo diretor.
Paulo Roberto de Almeida

March 19, 2013Bookmark and Share

Columbia Opens Global Center in Rio de Janeiro


In an ongoing strategy to broaden Columbia’s already extensive global presence and perspective, University President Lee C. Bollinger joins this week with faculty, alumni, Brazilian leaders and a delegation of international visitors to open a Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil—the University’s second in South America.
“The opening of our Rio center marks an important milestone in fulfilling Columbia’s distinctive vision of global engagement,” said Bollinger. “The driving principle of the Columbia Global Centers always has been to foster academic collaboration across national boundaries, discover new knowledge, and address challenges facing our society by connecting students and faculty on our home campuses in New York City to partners around the world. It is fitting that Rio de Janeiro, a truly global capital, completes the initial phase in the evolution of Columbia Global Centers, and we look forward to working here in ways that not only deepen our own understanding of Brazil and South America but enhance our contributions to life and learning.”
L-R: Provost John Coatsworth; Mailman School Dean Linda Fried; Marina Grossi, president of the Brazilian Business Council for Sustainable Development; Israel Klabin, director of the Brazilian Foundation for Sustainable Development; Sociology Professor Saskia Sassen; and Architecture Dean Mark Wigley at the opening of the Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil
L-R: Provost John Coatsworth; Mailman School Dean Linda Fried; Marina Grossi, president of the Brazilian Business Council for Sustainable Development; Israel Klabin, director of the Brazilian Foundation for Sustainable Development; Sociology Professor Saskia Sassen; and Architecture Dean Mark Wigley at the opening of the Columbia Global Center in Rio de Janeiro, Brazil
In addition to Rio, Columbia has opened centers in Amman, Beijing, Istanbul, Mumbai, Nairobi, Paris and Santiago. Columbia Global Centers promote and facilitate international collaborations, research projects, academic programming and study abroad, enhancing the University’s historic commitment to global scholarship and problem-solving.
With a series of panel discussions and special events this week, President Bollinger,Thomas J. Trebat, director of Columbia’s Rio center, and Safwan M. Masri, Columbia’s vice president for global centers, will join with deans, faculty members and local dignitaries to discuss the future of cities, global perspectives on education, freedom of expression and economic development.
Initial programs and projects based in Rio include a close partnership with Columbia’sGraduate School of Architecture, Planning and Preservation, which has already opened a Studio-X laboratory in the city for experimental work in urban design. The Center is facilitating Brazilian projects for Columbia Law SchoolColumbia Business SchoolColumbia University Medical Center, including the Mailman School of Public Health, and the School of International and Public Affairs. Columbia’s School of the Arts is looking to launch film projects in Brazil, and the Global Scholars Program also seeks a Brazilian component.
“From almost any perspective—economic, political, social, cultural—Brazil exudes vibrancy and growth and has enormous contributions to make to the global community of nations,” said Trebat. “With its national focus now turned squarely toward improving education for all of its citizens and expanding knowledge in all fields, Brazil and its iconic city of Rio de Janeiro are also absolutely perfect hosts for this, the newest Columbia Global Center.”
Columbia Global Centers encourage new relationships across schools, institutes, and academic departments within the University. Some of the research and scholarly initiatives are regionally focused while others involve multiple centers engaged in truly global conversations. The centers also support a significant expansion of opportunities for Columbia students to do hands-on research and service-learning abroad, particularly those who may not want to spend a full semester or academic year off-campus.
Some universities in the United States have built branch campuses and degree-granting schools abroad. Columbia is taking a different path. The Columbia Global Centers provide flexible regional hubs for a wide range of activities and resources intended to enhance the quality of research and learning at the University. They are built on the belief that establishing an interactive network of partnerships across geographic boundaries and collaborations across traditional academic disciplines can help address complex challenges by bringing together scholars, students, public officials, private enterprise and innovators from many fields.
The Rio center occupies about 2,500 square feet of office space in the heart of the city’s commercial center, with close proximity to local universities, research centers and the city transportation system. It houses a small classroom, a seminar room, and offices for use by faculty, students and staff. “The addition of an eighth node in Rio de Janeiro represents an important milestone in the evolution of the network of Columbia Global Centers,” said Masri. “The opportunities the vibrant city of Rio—indeed Brazil—has to offer are vast, in terms of student and faculty engagement as well as partnerships with local universities and institutions. The global center in Rio will also serve as an important hub as we embark on addressing global themes across the network; particularly universal education, health, and the future of cities and urbanization. Brazil is an incredible model of development and reform, provides easy access to the rest of the region, and has graciously welcomed and supported our presence, for which we are incredibly grateful.”
—by Columbia News Staff
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April 23, 2013Bookmark and Share

Lemann Foundation Makes Commitment to Brazilian Studies at Columbia


With the primary goal of building capacity to recruit and fund scholars and students dedicated to social and civic engagement in Brazil, the Lemann Foundation has signed a multi-million dollar agreement with Columbia University for the benefit of several related initiatives. The gift is Columbia’s largest ever for Brazil-related efforts and is the largest gift from a Brazilian donor.
“Combined with the University’s newly established presence in Brazil through its Global Center in Rio, this gift will substantially strengthen Columbia’s already-robust bilateral relationships,” said Columbia Provost John H. Coatsworth. “This generous gift stands out as a game changer for Brazilian studies at Columbia.”
Specifically, the gift establishes and endows the Lemann Center for Brazilian Studies; establishes the Lemann Professorship of Brazilian Studies enabling Columbia to recruit top-notch scholars focused on social issues in Brazil; endows the Lemann Foundation Interschool Fellowship Fund so that Columbia can recruit and fund master’s degree students at the School of International and Public Affairs, the Mailman School of Public Health, the School of Social WorkColumbia Journalism School, and the Graduate School of Architecture, Preservation, and Planning; supports the Picker Center for Executive Education in exploring the feasibility of executive education programs in Brazil; and helps fund collaborations and exchanges organized and executed by the new Global Center in Rio de Janeiro.
Columbia has a long history of scholarship in Brazilian studies. Two of the most important works on Brazilian history—Gilberto Freyre’s The Masters and the Slaves (1934) and Frank Tannenbaum’s Slave and Citizen (1946)—were shaped by Columbia’s intellectual leadership.  Two of the most prominent American scholars focusing on Brazil, Albert Fishlow and Alfred Stepan, have taught at Columbia for decades.
The University has also brought to its New York campus a distinguished set of visitors that includes former President Fernando Henrique Cardoso, Vice President Dr. Michel Temer, and current and former Central Bank presidents Francisco Gros, Arminio Fraga, and Henrique Mereilles. Columbia has also developed ties and collaborations with several prominent Brazilian institutions and scholars. The most notable initiatives include the creation of the Ruth Cardoso Chair, in collaboration with CAPES (the Brazilian federal agency for the support and evaluation of graduate education), FAPESP (the state of São Paulo research foundation) and the Brazilian Fulbright Commission; and agreements with the Fundação Getúlio Vargas, the University of São Paulo, and the Instituto Ling, among others.
—by Columbia News Staff

domingo, 4 de julho de 2010

Lula quer que Petrobras faca prospeccao em Cabo Verde

Ué, eu pensei que a Petrobras fosse uma companhia comercial, que só empreende negócios com base numa análise técnica e econômica dos resultados esperados, e que sua tecnologia fosse coisa proprietária, não para sair distribuindo de graça por aí.
Não sabia que o presidente da República fizesse parte de seu Conselho de Administração, e que pudesse sair por aí dando ordens a essa companhia, como se fosse um simples serviçal do seu palácio. Pensei também que havia certo profissionalismo na Petrobras, não que ela fosse um mero instrumentos dos desvarios presidenciais.

Lula quer que Petrobrás faça prospecção em Cabo Verde
Agência Estado, domingo, 4 de julho de 2010

Em visita ao país, presidente diz que atuação da estatal na nação africana deverá ser feita com transferência de tecnologia em exploração em águas ultra profundas

ILHA DO SAL, CABO VERDE - A Petrobrás poderá fazer prospecção de petróleo em Cabo Verde. Em visita ao país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que pedirá à direção da estatal que inicie as conversas com o governo cabo-verdiano. "Queremos expandir a Petrobrás para que ela possa fazer estudos em outros lugares, sobretudo em águas profundas. Conversei com o primeiro-ministro e Cabo Verde tem interesse em fazer estudos em suas águas", disse Lula em pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.

O presidente brasileiro afirmou que assim que regressar ao País, após sua viagem por seis nações da África, conversará com a direção da estatal. "Eu assumi compromisso de, regressando ao Brasil, conversar com a direção da Petrobras para que venha gente aqui fazer uma primeira conversa com autoridades de Cabo Verde para ver as possibilidades."

Segundo Lula, a atuação da Petrobrás em Cabo Verde deverá ser feita com transferência de tecnologia em exploração em águas ultra profundas, área em que a Petrobras tem excelência no mercado mundial. "Nós não vamos abdicar da política de solidariedade. Vamos partilhar o conhecimento que nós temos com os outros países", afirmou o presidente brasileiro. "O Brasil está vivendo um momento muito especial, com perspectiva de exploração em águas ultra profundas, na chamada camada pré-sal. Há o compromisso de investir US$ 224 bilhões até 2014 na construção de sondas, navios, pesquisa e expedições", acrescentou.

José Maria Neves, por sua vez, demonstrou entusiasmo com a possibilidade de a estatal de petróleo brasileira atuar em Cabo Verde. "Há indicações de que pode haver petróleo em Cabo Verde em águas ultra profundas, e gás também", disse o primeiro-ministro. Neves afirmou que é estratégico para Cabo Verde ter o domínio do mar e das riquezas provenientes do mar do arquipélago. "Nós queremos cooperar com o Brasil para realizar os estudos técnicos necessários para saber se há recursos petrolíferos ou gás aqui em Cabo Verde. Essa é uma área fundamental de cooperação", disse o primeiro-ministro.

As informações são da Agência Brasil.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Venecuba: una sola nación

Não sou eu quem o digo, mas o próprio comandante.

Venezuela
Cubanos en Venezuela, ¿Ayuda o interferencia?
Ian James
Noticias24.com, May 31, 2010

Ya no sólo son médicos, enfermeras y maestros. Cuba ahora tiene oficiales militares en Venezuela para entrenar a sus tropas y expertos en informática para trabajar en su sistema de identificación y migración.

Hay quienes creen que esta relación es algo más que una simple alianza empeñada en combatir la influencia de Estados Unidos en la región y ven en cambio a un experimentado gobierno autoritario –el cual rutinariamente espía a los disidentes y mantiene estrictos controles sobre la información y los viajes — ayudando al presidente Hugo Chávez a consolidar su poder a través de controles al estilo cubano, a cambio de petróleo.

os cubanos están involucrados en la defensa y los sistemas de comunicaciones de Venezuela hasta tal punto que sabrían cómo interferir en una crisis, denunció Antonio Rivero, un ex general de brigada, que rompió con Chávez y puso sobre el tapete este tema, que ha acaparado la atención nacional.

“Han cruzado una línea”, dijo Rivero en una entrevista. “Han ido más allá de lo permitido y de lo que debería ser una alianza con un país”.

Funcionarios cubanos desestiman las acusaciones de una influencia desmedida, afirmando que su atención se centra en los programas sociales. Chávez recientemente regañó a una periodista venezolana en vivo por televisión por preguntar respecto a lo que los cubanos están haciendo en las fuerzas armadas.

“Cuba nos ayuda modestamente en algunas cosas que no te voy a detallar“, dijo Chavez. “Todo lo que Cuba hace por Venezuela es para fortalecer la patria, que es de ellos también”.

Pero el gobierno comunista de La Habana tiene un gran interés por asegurar el status quo, porque Venezuela se ha convertido en el principal benefactor económico de la isla, indicó Rivero.

Mientras Cuba lucha con problemas económicos, como la escasez de alimentos y otros productos básicos, el comercio anual con Venezuela de 7.000 millones de dólares resulta clave para su economía, en particular los más de 100.000 barriles de petróleo que el gobierno de Chávez envía cada día a cambio de servicios.

Rivero, que decidió poner fin prematuramente a su carrera militar en parte por esta situación y que ahora decidió competir por un escaño en los comicios legislativos de septiembre, dijo que los militares cubanos han asistido reuniones de alto nivel, entrenaron francotiradores, obtuvieron conocimiento detallado de las comunicaciones y aconsejaron a los militares en búnkeres subterráneos construidos para almacenar y ocultar armas.

“Saben qué armamentos tienen en Venezuela, con los cuales ellos pudieran contar en un momento determinado“, indicó Rivero.

Asesores cubanos también han estado ayudando con un sistema de comunicaciones digitales de radio para las fuerzas de seguridad, lo que significa que tiene información confidencial sobre la ubicación de las antenas y las frecuencias de radio, acotó.

Si Chávez perdiera las elecciones en el 2012, o fuese forzado a dejar el cargo –como ocurrió en el breve golpe de estado de 2002– es incluso posible que los cubanos “podrían formar parte hasta de una guerrilla”, comentó el general retirado. Ellos “saben dónde está nuestro armamento, dónde están las oficinas de comando y control, dónde están las áreas de comunicaciones vitales”.

Chávez ha reconocido que las tropas cubanas están enseñando a sus soldados cómo reparar radios en tanques y almacenar municiones, entre otras tareas.Nadie se quejaba hace años, agregó, cuando Venezuela contaba con el apoyo técnico de militares estadounidenses.

Cuba y Venezuela están tan unidos que son prácticamente “una sola nación”, dijo Chávez, quien a menudo visita a su mentor Fidel Castro en La Habana y, a veces vuela en un avión cubano.

Ambos países planean unir físicamente el año próximo con un cable submarino de telecomunicaciones.

Algunos venezolanos con ironía ya hablan de “Venecuba”. Cuando el gobierno se hizo cargo de la finca del ex embajador venezolano ante la ONU, Diego Arria, éste impugnó la incautación de su propiedad con la entrega de sus documentos en la embajada de Cuba, manifestando que los cubanos están a cargo y “son mucho más organizados que el régimen venezolano”.

“Cualquier país que se respete a sí mismo no puede colocar áreas tan delicadas del estado, como es la seguridad interna, en manos de funcionarios de un país extranjero“, dijo Teodoro Petkoff, un líder opositor que es editor del diario Tal Cual. “El presidente Chávez no confía mucho en su propia gente. Entonces quiere contar con el ‘know-how’ (conocimiento práctico) y la larguísima experiencia de un estado que tiene 50 años ejerciendo una dictadura brutal y totalitaria”.

Funcionarios del gobierno cubano, sin embargo, dicen que la mayor parte de su asistencia es para fortalecer los servicios públicos.

En el Centro Nacional de Genética Médica en Guarenas, al este de Caracas, los médicos cubanos y técnicos de laboratorio diagnostican y tratan enfermedades genéticas de personas con discapacidad.

“Lo que nosotros venimos a hacer es ciencia”, dijo el médico Reinaldo Menéndez, director cubano del centro, quien también emplea a médicos y especialistas venezolanos. “Nuestras armas… son el cerebro, la mente, el trabajo, la bata, el estetoscopio”.

“Somos internacionalistas por convicción”, agregó Menéndez, que pasaba ante fotos de Chávez y Fidel Castro en las paredes.

El viceministro cubano de Salud, Joaquín García Salavarria, coordina las misiones de los más de 30.000 médicos, enfermeras y otros especialistas de la isla. Se estima que alrededor del 95% de los aproximadamente 40.000 cubanos en Venezuela trabajan en las misiones de salud, educación, deportes y programas culturales, y que el resto están ayudando como asesores en áreas desde la agricultura hasta en el diseño del software de la compañía telefónica estatal, CANTV.

“¿Qué control vamos a ejercer nosotros en este país?”, dijo García.

Mientras hablaba, García leyó rápidamente unas estadísticas que, según dijo, reflejan la incidencia verdadera de la presencia cubana: Más de 408 millones de consultas en las clínicas de salud de los barrios desde 2003. Eso es un promedio de 14 consultas por cada uno de los más de 28 millones de habitantes de Venezuela.

Muchos venezolanos están muy agradecidos por la atención médica gratuita proporcionada por los cubanos, y que se nota en sus bulliciosas salas de espera.

Sin embargo, las encuestas han mostrado en repetidas ocasiones que una gran mayoría de los venezolanos no quieren que su país adopte un sistema como el de Cuba.

Chávez dice que no trata de copiar el sistema socialista de Cuba, pero ha adoptado algunas prácticas, como la creación de una milicia civil para defender su gobierno. Cuando fundó un cuerpo de Policía Nacional el año pasado, el mandatario se jactó de que “vamos a competir con la policía cubana, que es de las mejores del mundo”.

Una alta funcionaria de la policía cubana, Rosa Campoalegre, ha estado en Caracas colaborando en la creación de una nueva universidad para la policía y otros funcionarios de seguridad. Campoalegre declinó un pedido para ser entrevistada.

Expertos cubanos han estado trabajando en el sistema de registro y notaría pública. Cerca de 12 cubanos especialistas en informática de la Universidad de Ciencias Informáticas de La Habana han estado creando y afinando programas para ayudar al Servicio Administrativo de Identificación y Migración de Venezuela (Saime) a mejorar el control de pasaportes y digitalizar el sistema de documentos de identidad, dijo su director Dante Rivas.

“No hay nada que ocultar aquí”, expresó Rivas en una entrevista. “Ellos lo que hacen es elaborar los softwares, conjuntamente con nosotros, pero el manejo lo tenemos exclusivamente nosotros. Solo eso, no hacen más nada“.

Señaló que en Cuba el gobierno utiliza un sistema totalmente distinto.

En la isla el registro civil computarizado incluye todos los datos pertinentes sobre sus ciudadanos, tales como dirección, edad y características físicas. Todos los cubanos deben llevar una tarjeta de identidad, y los que quieren viajar fuera del país deben obtener un permiso especial.

Es especialmente preocupante que los cubanos estén envueltos en las áreas que “tienen que ver con control de información, información privada de personas”, dijo Rocío San Miguel, quien dirige la asociación civil Control Ciudadano para la Seguridad, la Defensa, y la Fuerza Armada Nacional.

Chávez, por su parte, sostiene que la asistencia de Cuba vale “10 veces más de lo que cuesta el petróleo que nosotros enviamos a Cuba“.

Agradeció efusivamente a Cuba por ayudar a Venezuela a modernizar su sistema eléctrico, una medida ridiculizada por los adversarios de Chávez debido a los problemas que tiene Cuba con los cortes de energía. El presidente venezolano también le acreditó a Cuba la aplicación de un sistema de siembra de nubes para ayudar a adelantar la temporada de lluvias a principios de año tras una severa sequía.

“¿Cuál cubanización?”, dijo el gobernante. “Aquí los cubanos nos están ayudando”.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A falencia da ajuda ao desenvolvimento - Paulo R Almeida

Uma versão sintética de um artigo publicado de maneira mais extensa neste link.

Cooperação internacional e desenvolvimento: isso muda o mundo?
por Paulo Roberto de Almeida
Ordem Livre - 17 de Maio de 2010

O conceito de cooperação, num entendimento puramente formal da palavra, implica uma ação voluntária de dois ou mais parceiros em prol de objetivos comuns, sendo subjacente ou implícita a idéia de que juntos eles conseguirão fazer algo que talvez não pudessem alcançar isoladamente. Nessa compreensão, a realidade da cooperação é relativamente recente na comunidade internacional, posto que até o advento dos primeiros organismos intergovernamentais, a partir de meados do século 19, e mais especificamente da ONU, um século depois, não havia espaços políticos ou instrumentos para o estabelecimento de uma cooperação genuína entre Estados soberanos. Até então, a realidade das relações entre Estados era feita, na melhor das hipóteses, de concorrência em bases autônomas, ou, na pior, de animosidade ou de hostilidade, que podiam resultar, inclusive, em conflitos militares, sendo muito comum a relação de dominação, de exploração e de subordinação entres os países.

Na acepção moderna do termo, a realidade da cooperação está intrinsecamente ligada aos objetivos da Carta da ONU e à atuação de suas agências especializadas, nos diversos campos estabelecidos desde 1945 e que vem sendo ampliados gradualmente desde então, sempre quando novos temas – energia nuclear, direito do mar, meio ambiente, direitos da criança e da mulher, habitação, e vários outros – recolhem certa unanimidade dos Estados no sentido de seu tratamento multilateral. Os dois objetivos prioritários da ONU são a cooperação entre os Estados para a preservação da paz e da segurança internacional e para promover o desenvolvimento dos povos dos países membros. Obviamente, como não se pode contornar a questão central do poder – ou seja, quem manda e quem obedece –, a ONU (como antes dela a Liga das Nações) não poderia dar um encaminhamento satisfatório ao primeiro conjunto de objetivos sem fixar mecanismos não igualitários de resolução de disputas, hoje consolidados no seu Conselho de Segurança (não muito diferente do sistema oligárquico da Liga); aí não se trata tanto de cooperação, mas de coerção, o que também é necessário.

Descontados, porém, os poucos episódios de coerção multilateral – ou seja, as operações de peace keeping (muitas) ou de peace making (pouquíssimas) da ONU – a maior parte da agenda onusiana (PNUD e a dúzia de agências especializadas atuantes) está prioritariamente voltada para a cooperação ao desenvolvimento, cenário que implica a mesma relação desigual já existente na questão do poder, ou seja, países que prestam cooperação, de um lado, e países que recebem cooperação, de outro. Esse tipo de relação assimétrica – que desde o início da ONU dividiu os países em desenvolvidos e em desenvolvimento, com a situação bizarra, mas temporária, dos chamados “socialistas” – tem sido preservado desde então, sem mudanças relevantes ou significativas no plano das capacitações nacionais.

Em outros termos, a interação entre cooperação e desenvolvimento não parece ter produzido os resultados esperados pelos seus promotores multilateralistas de 60 anos atrás. A questão, portanto, que deve ser colocada de forma clara é se esse tipo de ação cooperativa, nas formas que vêm sendo prestadas tradicionalmente, pode, de fato, produzir o que propõe, ou seja, desenvolvimento. O registro histórico do período transcorrido desde a aplicação sistemática e institucional da cooperação técnica ao desenvolvimento só pode ser avaliado em categorias inferiores, do tipo sucesso moderado até o fracasso evidente, numa gradação que possui vários casos de lento progresso, mas nenhum de rápida prosperidade em direção ao desenvolvimento.

A realidade do desenvolvimento mundial, nos últimos dois séculos e meio – grosso modo, desde o início da Revolução Industrial – não foi feita de grandes alterações na quase imóvel hierarquia econômica do desenvolvimento: a despeito do desaparecimento de alguns grandes impérios e a descolonização completa do chamado Terceiro Mundo, a grande divergência se manteve praticamente intacta durante a maior parte do período. Os que já eram desenvolvidos no século 19 continuaram desenvolvidos no decorrer do século 20, e as economias atrasadas e periféricas permaneceram, em grande medida, atrasadas e periféricas. Os únicos países a terem saltado a barreira do desenvolvimento durante esse período foram, de uma parte os nórdicos, de outra o Japão, todos por terem reunido condições culturais e institucionais que resultaram num processo autogerado de crescimento sustentável e transformador das antigas estruturas conservadoras e fixadas na economia primária.

A situação não conheceu mudanças notáveis durante a maior parte do século 20, sendo apenas alterada pela emergência de algumas nações asiáticas à plena capacitação industrial, logo sendo chamados de NICs, ou novos países industriais. Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura são provavelmente os únicos exemplos de países que alcançaram o desenvolvimento na segunda metade do século 20, tendo partido de patamares quase tão medíocres quanto os da maioria dos países da Ásia, da África e da América Latina, que, aliás, ainda patinam no subdesenvolvimento. Instrutivo constatar que nem o Japão ou os nórdicos, nem qualquer um dos países que se qualificaram posteriormente deveram a melhoria de suas situações respectivas à cooperação ao desenvolvimento. E resulta pelo menos estranho que dos países que mais receberam cooperação ao desenvolvimento desde os aos 1950 – como os africanos, em cifras equivalentes a muitas dezenas de bilhões de dólares – nenhum conseguiu escapar do não-desenvolvimento.

Isto não quer dizer que ela seja absolutamente ineficaz, podendo ser útil, ou até mesmo necessária, nos casos mais dramáticos de inexistência de estruturas físicas e institucionais de um Estado ‘normal’ e de grande atraso educacional. Mas ela não é decisiva, ou suficiente, a ponto de mudar os dados básicos de um pais que não consiga reunir ele mesmo as condições para um processo endógeno de desenvolvimento (que implica a manutenção de um processo contínuo e sustentável de crescimento econômico, com transformações estruturais via inovações tecnológicas e distribuição social dos resultados da prosperidade assim criada). Ao contrario, ‘excesso’ de ajuda pode até prejudicar o processo de desenvolvimento, ao tornar o país em questão dependente da assistência externa, quando ele deveria estar buscando suas próprias fontes de crescimento num ciclo autogerado de investimento produtivo, poupança e atividades empreendedoras.

Em resumo, a cooperação não tem a capacidade de mudar o destino dos países se os recebedores não souberem se organizar para inserir a economia nacional nos circuitos da economia mundial, pelo lado do comércio e dos investimentos, não pela vertente da assistência externa. Em retrospecto, a única ajuda a ser prestada por países ricos aos países pobres deveria ser aquela que simplesmente qualifica a população desses últimos no domínio do ensino universal de base e aquele técnico-profissional; todo o resto deveria ser deixado em segundo, ou terceiro, plano.

Paulo Roberto de Almeida é sociólogo, diplomata, e reúne seus escritos em um site pessoal.