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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Brics e anti-Brics - Guilherme Casarões e Paulo Roberto de Almeida

 Primeiro a postagem de Guilherme Casarões:

“ No Jornal Nacional de ontem, falei dos desafios brasileiros diante de um BRICS ampliado e mais assertivo. A reunião de Kazan, na Rússia, mostra que Putin não está isolado. Ele recebeu 36 autoridades estrangeiras e fez um discurso de confrontação ao Ocidente. Nada menos que 13 países foram admitidos como parceiros do bloco.

Quando os BRICS foram criados, em meados dos anos 2000, o grupo era uma espécie de "clube de potências emergentes". O peso econômico e diplomático de Brasil, Rússia, Índia e China (e, mais tarde, África do Sul) era o que mantinha o bloco coeso. O objetivo comum era reformar o multateralismo financeiro e político, trazendo-lhes mais protagonismo global.

O mundo mudou e o bloco também. Ainda que a democracia nunca tenha sido característica central dos BRICS, hoje seus membros são majoritariamente autoritários. Por outro lado, o bloco está bem mais representativo do chamado "Sul Global". Não surpreende que muitos vejam os BRICS como uma aliança anti-ocidental.

Ao Brasil, que consegue manter um equilíbrio estratégico entre visões de mundo ocidentais e, digamos, pós-ocidentais, cabe trazer ao debate dos BRICS temas urgentes da política mundial, como emergência climática e reforma da governança global.

Esse é um dos grandes desafios da política externa brasileira: pensar os BRICS como um espaço propositivo, de cooperação, para não só garantir a relevância do bloco, mas também sua própria relevância dentro do bloco.

Só precisa combinar com os russos...”


Agora, o meu comentário:

“Permito-me dizer que foram admitidos 13,5 novos membros, pois que a oposição puramente “vingativa” do Brasil à Venezuela, foi contrariada pelo acolhimento extremamente simpático de Putin a Maduro, o que significa que ela já está meio dentro.

Espaço propositivo de reforma ainda precisa ser provado, pois o que apareceu até aqui foram contra-propostas, contra a ordem global que trouxe prosperidade ao mundo, por exemplo. O que trouxeram os Brics até aqui? Guerras e ameaças de guerras, e promessa de desmantelamento do que foi criado ao cabo da maior guerra da humanidade até aqui. Por acaso seus dois membros mais importantes querem trazer mais alguma? Para destruir e matar? Foi o que fez a maior potência bélica da Eurasia, chantageando o mundo com uma guerra nuclear. 

O maior desafio ao Brasil vinda da equivocada diplomacia lulopetista não é o de demonstrar a relevância do Brics ao mundo, mas sim o de superar a irrelevância do Brics para o desenvolvimento democrático do Brasil e do mundo.

Sorry, mas esse culto do estatismo e do autoritarismo não combina com padrões tradicionais da diplomacia brasileira. Os propósitos do Brics russo-chinês NÃO TÊM NADA A VER com o espirito e os objetivos do BRIC original de Jim O’Neill, que deve estar horrorizado com a sua configuração atual e seus objetivos contra-natureza. Apenas amigos de ditaduras podem apreciar a composição atual dessa força maligna para o progresso democrático da humanidade.

Não, Putin não está isolado. Por incrível que pareça, não só dezenas de dirigentes que desprezam o Direito Internacional, e ATÉ O SG-ONU, acharam por bem prestigiar um ditador criminoso de guerra e procurado por crimes contra a humanidade pelo TPI. Isso deveria nos fazer questionar certos retrocessos morais da humanidade, inclusive do próprio Brasil. Um momento lamentável da diplomacia lulo-petista, que projeta seu lado sombrio sobre a diplomacia profissional.

Certas coisas precisam ser ditas, para que não se pense que a diplomacia profissional só tem gente submissa a certos absurdos que vêm de cima.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 25/10/2024“



quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O Brics só se move segundo os interesses da Rússia de Putin - Victor Farinelli (Opera Mundi)

Os requerimentos do Brics para aceitação de novos membros no bloco se encaixam perfeitamente nos condicionantes russos para total apoio à sua política externa. O único item que combina com os interesses do Brasil é a reforma da ONU, mas todos sabem que ela não tocará no CSNU. O Itamaraty examinou cuidadosamente a lógica intrínseca ao paradigma russo? PRA BRICS define não apoio a sanções do Ocidente como condição para aceitar novos membros no bloco Victor Farinelli Opera Mundi, 14 de outubro de 2024 A 16ª Cúpula dos líderes do BRICS deve definir, na Rússia, quais os critérios para que outros países possam se associar ao bloco como parceiros, modalidade diferente da exercida por membro pleno. Entre os critérios já definidos, estão a defesa da reforma das Nações Unidas (ONU), incluindo o Conselho de Segurança; ter relações amigáveis com os membros atuais, o que inclui Rússia, China e Irã; além de não apoiar sanções econômicas aplicadas sem a autorização da ONU. Nos próximos dias 22 a 24 de outubro, os chefes de estado dos países membros, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, se reúnem em Kazan, na Rússia, para definir os critérios. Segundo o Itamaraty, a definição já está em fase avançada de negociação. "O Brasil tem adotado a posição de não indicar países porque nós entendemos que o importante é você discutir os critérios. Depois que você discute os critérios, você vê quais países se encaixam nesses critérios. Mas os critérios não vão fugir muito do que já existe para membros plenos", explicou nesta segunda-feira (14/10) o secretário do Itamaraty de Ásia e Pacífico, o embaixador Eduardo Paes Saboia, em entrevista à imprensa. Existem algumas dezenas de nações que demonstraram interesse em se unir ao bloco como parceiros associados. Atualmente, o grupo tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao BRICS neste ano como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes. O embaixador brasileiro Eduardo Saboia destacou que, entre os critérios para aceitar estados associados, deve estar a questão de representação geográfica. "Você tem regiões que estão sub representadas no BRICS e outras que talvez estejam mais representadas", comentou. Rússia confirma que 24 chefes de Estado estarão presentes na cúpula do BRICS Cúpula do BRICS na Rússia mira negociações para reduzir dependência do dólar Presidência do Brasil no BRICS visa taxação de grandes fortunas e combate à pobreza A Argentina seria um membro permanente do BRICS representando a América Latina. Porém, com a vitória do ultradireitista Javier Milei no final do ano passado, o país desistiu de ingressar no bloco. O representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) para o BRICS acrescentou ainda que é importante que os países associados não imponham ou apoiem sanções sem autorização do Conselho de Segurança e que defendam a reforma da ONU. TV BRICSCúpula do BRICS acontecerá entre os dias 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan "O BRICS não pode ser uma força de transformação, que clama pela reforma da governança global, e não ter uma posição proativa em relação à reforma da ONU, particularmente a questão do Conselho de Segurança. Quem quer se associar ao BRICS tem que ter uma posição de vanguarda na questão da reforma do Conselho de Segurança. Esse é um ponto muito importante, não só para o Brasil, mas outros países também, como a Índia e a África do Sul que também têm enfatizado isso", acrescentou Eduardo Paes Saboia. Dólar e finanças Outro tema de destaque da Cúpula do BRICS, na Rússia, serão as negociações em torno das medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do bloco, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. "[O tema] tem sido tratado nas reuniões de ministros das Finanças e Bancos Centrais, e os nossos representantes nessas reuniões têm trabalhado com muito afinco. Espero que isso continue e certamente continuará na presidência brasileira e estará refletido de alguma forma na declaração de Kazan", comentou o embaixador brasileiro. A declaração de Kazan é o documento final que apresentará a posição dos líderes BRICS após a cúpula na Rússia. No próximo ano, o Brasil assume a presidência do bloco e, segundo o representante do Itamaraty, o país dará continuidade as negociações para aumentar o uso das moedas nacionais dos países membros no comércio internacional. Cúpula BRICS O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 24 representados por líderes de Estado. Dos dez membros do bloco, nove serão representados por chefes de Estado, incluindo o presidente Lula. A exceção é a Arábia Saudita, que vai enviar para a cúpula o ministro de Relações Exteriores. Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. O bloco surgiu em 2006, quando os representantes do Brasil, da Índia, da China e da Rússia formaram um fórum de discussões. O grupo começou como BRIC (que reúne as iniciais dos países fundadores). A primeira cúpula de chefes de Estado ocorreu apenas em 2009. Em 2011, a África do Sul ingressou na organização, que ganhou a letra 's' (do inglês South Africa) e virou BRICS.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

O Brasil no admirável mundo dos BRICS - Luiz Carlos Azedo Correio Braziliense

Análise: 

O Brasil no admirável mundo dos BRICS

"Essa mudança geopolítica está por trás da crise da Venezuela, que rompeu com o Ocidente. Essa não pode ser a nossa, defendemos a democracia e nossos interesses", observa o jornalista

Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense, 27/08/2024

https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/08/6928465-analise-o-brasil-no-admiravel-mundo-dos-brics.html#google_vignette

O economista Paulo Gala, professor da economia da EESP/FGV, é um dos maiores especialistas em política industrial e comércio exterior do Brasil. Muito ativo nas redes sociais, vem chamando a atenção do grande público para a importância dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em particular, para o Brasil. Estabelecido em 2006, o grupo pesa cada vez mais nas relações internacionais, com destaque para a China e a Índia.

Segunda maior economia do mundo, depois dos Estados Unidos, segundo Gala a China se estabeleceu como um líder global em inovação e tecnologia, com empresas como a Huawei, Tencent e Alibaba, que atuam em setores como telecomunicações, comércio eletrônico e inteligência artificial. E passou por um grande avanço na infraestrutura, com a construção de sua rede de ferrovias de alta velocidade e projetos ambiciosos de logística, como a iniciativa do Cinturão Econômico da Rota da Seda.

A Índia também emergiu como líder global em serviços de tecnologia da informação e terceirização de processos de negócios. Cidades como Bangalore são centros tecnológicos, com empresas de TI de renome.

O país é um dos maiores produtores de medicamentos genéricos do mundo. Destaca-se, também, na pesquisa espacial, com realizações notáveis, incluindo a Missão Marte Orbiter (Mangalyaan) e o lançamento de inúmeros satélites para diversos fins.

Em postagem recente no X (antigo Twitter), Gala elencou diversas razões para que o G-7 (Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Japão), o grupo de países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, passe a levar mais a sério a existência dos BRICS, que somarão, em breve, 3,7 trilhões de habitantes — ou seja, 46% da população mundial. Vamos a elas.

China, Índia e Brasil estão entre as 10 maiores economias do mundo. Os indianos também pousaram na Lua, e os BRICS (Rússia, oito; China, três; e Índia, um) estão quase igualando o número de missões lunares dos EUA (15).

Os BRICS representam 32,1% do PIB global contra os 29,9% do G-7. Em 2024, cinco países se associaram: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Egito e Irã.

Em 2023, a Índia tornou-se a maior população do mundo, com o maior número de usuários do Facebook, Instagram, You- Tube e WhatsApp, e exportou mais em software (US$ 133 bilhões) do que a Arábia Saudita em petróleo (US$113 bilhões). Em 2022, a China comprou 97% de todo o lítio da Australia, o maior produtor mundial, e responde por 57% dos carros elétricos do planeta.

A maioria das pessoas no Ocidente não conhece a Saudi Aramco, a petroleira da Arábia Saudita, que, agora, faz parte dos BRICS e fatura U$ 48 bilhões/ano, mais do que a Tesla, Meta, Apple e Microsoft juntas, que somam US$ 45 bilhões/ano. As duras sanções do Ocidente contra a Rússia são quase inúteis, porque os russos estão inundando a Ásia com petróleo — e os chineses inundando a Rússia com produtos industrializados.

Pragmatismo

Os chineses lideram a distribuição de supercomputadores. A indiana Tata Motors comprou a Jaguar e a Land Rover. A chinesa Geely comprou a Volvo, e a vietnamita Vinfast abriu capital na Bolsa de Nova York e já vale mais do que a General Motors.

O leste da Ásia (China, Índia, Coréia do Sul, Taiwan e Japão) formam o bloco econômico mais importante do mundo, maior do que os EUA ou a Zona do Euro, pois 70% do crescimento do mundo este ano vem da Ásia — a China, sozinha, responde por 1/3 do crescimento mundial.

Mais de 20 países querem entrar nos BRICS. Bangladesh, por influência da Índia; Egito, Etiópia e Marrocos, da Rússia; Belarus e Cazaquistão, antigas repúblicas soviéticas, também fizeram a solicitação.

Tailândia e Vietnã pediram para ingressar no bloco, e Argélia busca aproximação. Países ligados aos Emirados Árabes Unidos — como a Palestina, Nigéria e Bahreim — já manifestaram interesse. O Irã não fica atrás.

Na América Latina, países como Cuba, Honduras e Venezuela querem ingressar no bloco. O próximo encontro do BRICS será em Moscou e caminha nessa direção.

É uma grande mudança geopolítica. Entretanto, há contradições políticas relevantes entre esses países. Exemplo: a Rússia é aliada da China, porém, a Índia é aliada dos Estados Unidos. É um erro avaliar que esses países formam um bloco monolítico, tanto quanto é insensato, no caso do Brasil, um alinhamento que não leve em consideração as relações históricas com os EUA e a União Europeia.

Nosso principal parceiro comercial é a China, que compra nossas commodities minerais e de alimentos, e nos vende a maior parte dos produtos industrializados que consumimos. Isso está matando a nossa indústria e nos toma mercado. Essa mudança geopolítica está por trás da crise da Venezuela, que rompeu com o Ocidente democrático e se tornou aliada incondicional da China.

Essa não pode ser a nossa. Defendemos a democracia e uma política externa independente e pragmática, cujo eixo são nossos interesses. Devemos nos relacionar igualmente com os países dos BRICS e o Ocidente democrático, ao qual pertencemos.


quinta-feira, 25 de julho de 2024

BRICS: an alliance that more than twenty countries now want to be part of - Pedro Scuro

 As President Lula recently admitted, the best thing for Brazil is to play its cards as a member of BRICS (first of the countries by alphabetical order, but also by political decision) and compete not only economically, but also by developing an innovative social policy. 


BRICS: an alliance that more than twenty countries now want to be part of

We grow up hearing that in a different way from people, countries have no mutual affections, only interests. It’s maybe not the case of BRICS nations, among whom, as in great love affairs, things got serious on a beautiful summer day in Yekaterinburg thanks to their shared characteristics. So serious that from timid handshakes in the beginning at each subsequent meeting partners exchanged “engagement rings,” so from brief encounters emerged an “alliance” of which at present more than twenty other countries want to be part.

Far from a fleeting matter it became apparent that BRICS is written in the stars – like in Rihanna’s song: “From the moment of our inception/ we were destined to be together/ on a mission to last forever”. A tune not sung in the global South as much as in powerhouses of Western academia, where the disintegration of world financial markets and their weak recovery is associated with the demise of Bretton Woods institutions created after World War II to put subaltern economies on the halter.

Those straps have done terrible damage, nearly destroying entire societies, including what was left of former Soviet Union. Corsets relying on school-boy convictions on the merits of market-led strategies that, by favoring people at the top in developing countries they eventually pass on to the lower strata. Wonders such as when the rich receive tax cuts these somehow pass down creating jobs for the hoi polloi.

To wangle what typically turns out a mess – and to bestow afterlife to IMF and World Bank – the elite lot of Western democracies carved out G-7, dreamt as the world’s informal steering committee, mission soon reassigned to G-20 expressly to persuade Brazil, China, and India that at last they were recognized as ‘coordinators’ of new clusters of global players. It worked in the beginning. In 2009 Brazil and China were given the dubious privilege to contribute to ensure IMF and World Bank “as much as $1 trillion in additional resources” to support Greece, Hungary, Iceland, Ireland, Latvia, Pakistan, and Ukraine through their financing shortfalls.

By the same token, too eager to play a serious role Brazil became the largest troop contributor – and the only sponsor, according to Lula – to the disastrous “United Nations Stabilization Mission” in Haiti. The aftereffect of a coup d’état orchestrated by France and United States to topple a lawful president advocate of liberation theology, and to dissuade him from returning. Ironically, as foreign screwups became unbearable, it was not U.S. and French flags but that of Brazil which the populace burned in the streets of Port-au-Prince, chanting “Down with the occupation!

Haiti has shown China and Brazil the futility of learning from imperialism of power whose last offspring is the Jewish settler state, endowed with autonomy and countless resources to carry out fiendish lessons learned from its paragons. As Lula recently admitted, the best for Brazil, and possibly for China, is to play cards as members of BRICS and compete not only in economic and political casinos but in terms of innovative social policy. For that matter, poorly conceived U.S.-inspired schemes such as “race quotas” were supplanted by cash transfer programs and preventing vulnerable youth from falling prey to organized crime and/or to murderous police squads, yet another imperialist residue.

Financial services, hand-in-hand with fiscal irresponsibility, radical Christianity, and refusal to address the oil crisis lead Brazil to the “point of Armageddon”

As regards industrial policy also very little is to be expected from the advanced West, unless contrariwise. As the president of the Brazilian development bank, Aloisio Mercadante, points out, the country industrialized late, under the pressure of 1929 commodity crisis. The precise moment when real difference was made by – what Zygmunt Bauman called – “active utopias” (“makeable society,” social justice, socialism) uphold by founding members of the International Labor Organization (1919) and used as catalysts to balance idealism and pragmatism and put social reforms into practice through “international labor regimes.”

Bearing those utopias in mind reforms were set going in the 1940s and shaped a state-controlled social order consistent with the interests of large groups. They served as beacons for private competition but also met the basic agenda of labor movement. Identities of business and trades were redefined, citizenship stratified by splitting occupations into professional categories, giving rise to a highly vigorous, plural and primordially urban society in a capitalist, “artifacted” context resulting from technology, organization, and total (economic, symbolic, political) confrontation.

Subsequently, the state and productive basis put together in the forties and fifties, entered a period of accelerated growth and fashioned one of the world’s most modern urban societies, in which industry accounted for more than 30% of GDP, higher that China and Korea in 1980’s. All at the expense of public debt. Brazilian financial intermediary system services basically a mercantile economy, and since the public sector lacks effective fundraising instruments, imbalances already present in the economy invariably increase. Quite the opposite in China and Korea, Professor Mercadante remarks.

China and Korea make the most of “a creative relation between state and market, development-inducing state sectors, and strategic public companies in key sectors”, allowing both countries “to formulate new financing mechanisms not subordinated to the logic of financialization” – whereby financial services, broadly construed – hand in glove with fiscal irresponsibility, radical Christianity and refusal to deal with the oil crisis – take over an overriding economic, cultural, and political role, accruing no real benefit to society, in point of fact edging it to a “point of Armageddon.”

Lula can build a stronger, fairer, and more generous country, ready to become a “window of historic opportunity”

For that matter, rather than spooky “Armageddon” better to acknowledge the true nature of things in a changing world and refer – as Antonioni in “Zabriskie point” – to “the void” of the ruling elites’ culture that over and over and in ever more ferocious ways commands the collapse of everyone and everything. A crippling “void” in point is Brazil’s tax system, seen by media and academia as “a madhouse” set to preserve privileges.

In December, to a standing ovation in Congress Lula announced the most telling overhaul that, after more than 30 years in the making, will simplify such a perverse mechanism. Still, asked The Economist, can he “withstand the pressure from special-interest groups in order to implement it fully?” Some say no, since in January Lula announced a new industrial policy involving hundreds of billions in grants, subsidized loans and import-tax exemptions for inputs to national companies between now and 2026. Moves that certainly “undermine the idea of a simplified tax system”, the journal concludes naively.

Indeed, more than “keeping fiscal accounts in order,” the idea is to reverse a long-lasting process of deindustrialization, this time avoiding delusional fantasies of wealth, power, or omnipotence, such as when the country uncunningly went by G-20 rules or when it expected to deliver something good relying on undependable partners such as EU, US, Brazilian generals.

Then again, as in the old Jimmy James’s song, “now is the time to set things right”and punctuate that as part of BRICS Brazil may – provide no obsession with grandiose actions is involved – be about to initiate an effort no one better than Lula represents for. It means increasing mass consumption, credit and investment, primacy for innovation-minded companies, and a country more vigorous, just and generous, ready to become a “window of historical opportunities” in a world beleaguered by pain, war, crisis, risk, strain, and despair.

SOCIOLOGIST

Pedro Scuro


As President Lula recently admitted, the best thing for Brazil is to play its cards as a member of BRICS (first of the countries by alphabetical order, but also by political decision) and compete not only economically, but also by developing an innovative social policy. 

BRICS: an alliance that more than twenty countries now want to be part of

We grow up hearing that in a different way from people, countries have no mutual affections, only interests. It’s maybe not the case of BRICS nations, among whom, as in great love affairs, things got serious on a beautiful summer day in Yekaterinburg thanks to their shared characteristics. So serious that from timid handshakes in the beginning at each subsequent meeting partners exchanged “engagement rings,” so from brief encounters emerged an “alliance” of which at present more than twenty other countries want to be part.

Far from a fleeting matter it became apparent that BRICS is written in the stars – like in Rihanna’s song: “From the moment of our inception/ we were destined to be together/ on a mission to last forever”. A tune not sung in the global South as much as in powerhouses of Western academia, where the disintegration of world financial markets and their weak recovery is associated with the demise of Bretton Woods institutions created after World War II to put subaltern economies on the halter.

Those straps have done terrible damage, nearly destroying entire societies, including what was left of former Soviet Union. Corsets relying on school-boy convictions on the merits of market-led strategies that, by favoring people at the top in developing countries they eventually pass on to the lower strata. Wonders such as when the rich receive tax cuts these somehow pass down creating jobs for the hoi polloi.

To wangle what typically turns out a mess – and to bestow afterlife to IMF and World Bank – the elite lot of Western democracies carved out G-7, dreamt as the world’s informal steering committee, mission soon reassigned to G-20 expressly to persuade Brazil, China, and India that at last they were recognized as ‘coordinators’ of new clusters of global players. It worked in the beginning. In 2009 Brazil and China were given the dubious privilege to contribute to ensure IMF and World Bank “as much as $1 trillion in additional resources” to support Greece, Hungary, Iceland, Ireland, Latvia, Pakistan, and Ukraine through their financing shortfalls.

By the same token, too eager to play a serious role Brazil became the largest troop contributor – and the only sponsor, according to Lula – to the disastrous “United Nations Stabilization Mission” in Haiti. The aftereffect of a coup d’état orchestrated by France and United States to topple a lawful president advocate of liberation theology, and to dissuade him from returning. Ironically, as foreign screwups became unbearable, it was not U.S. and French flags but that of Brazil which the populace burned in the streets of Port-au-Prince, chanting “Down with the occupation!

Haiti has shown China and Brazil the futility of learning from imperialism of power whose last offspring is the Jewish settler state, endowed with autonomy and countless resources to carry out fiendish lessons learned from its paragons. As Lula recently admitted, the best for Brazil, and possibly for China, is to play cards as members of BRICS and compete not only in economic and political casinos but in terms of innovative social policy. For that matter, poorly conceived U.S.-inspired schemes such as “race quotas” were supplanted by cash transfer programs and preventing vulnerable youth from falling prey to organized crime and/or to murderous police squads, yet another imperialist residue.

Financial services, hand-in-hand with fiscal irresponsibility, radical Christianity, and refusal to address the oil crisis lead Brazil to the “point of Armageddon”

As regards industrial policy also very little is to be expected from the advanced West, unless contrariwise. As the president of the Brazilian development bank, Aloisio Mercadante, points out, the country industrialized late, under the pressure of 1929 commodity crisis. The precise moment when real difference was made by – what Zygmunt Bauman called – “active utopias” (“makeable society,” social justice, socialism) uphold by founding members of the International Labor Organization (1919) and used as catalysts to balance idealism and pragmatism and put social reforms into practice through “international labor regimes.”

Bearing those utopias in mind reforms were set going in the 1940s and shaped a state-controlled social order consistent with the interests of large groups. They served as beacons for private competition but also met the basic agenda of labor movement. Identities of business and trades were redefined, citizenship stratified by splitting occupations into professional categories, giving rise to a highly vigorous, plural and primordially urban society in a capitalist, “artifacted” context resulting from technology, organization, and total (economic, symbolic, political) confrontation.

Subsequently, the state and productive basis put together in the forties and fifties, entered a period of accelerated growth and fashioned one of the world’s most modern urban societies, in which industry accounted for more than 30% of GDP, higher that China and Korea in 1980’s. All at the expense of public debt. Brazilian financial intermediary system services basically a mercantile economy, and since the public sector lacks effective fundraising instruments, imbalances already present in the economy invariably increase. Quite the opposite in China and Korea, Professor Mercadante remarks.

China and Korea make the most of “a creative relation between state and market, development-inducing state sectors, and strategic public companies in key sectors”, allowing both countries “to formulate new financing mechanisms not subordinated to the logic of financialization” – whereby financial services, broadly construed – hand in glove with fiscal irresponsibility, radical Christianity and refusal to deal with the oil crisis – take over an overriding economic, cultural, and political role, accruing no real benefit to society, in point of fact edging it to a “point of Armageddon.”

Lula can build a stronger, fairer, and more generous country, ready to become a “window of historic opportunity”

For that matter, rather than spooky “Armageddon” better to acknowledge the true nature of things in a changing world and refer – as Antonioni in “Zabriskie point” – to “the void” of the ruling elites’ culture that over and over and in ever more ferocious ways commands the collapse of everyone and everything. A crippling “void” in point is Brazil’s tax system, seen by media and academia as “a madhouse” set to preserve privileges.

In December, to a standing ovation in Congress Lula announced the most telling overhaul that, after more than 30 years in the making, will simplify such a perverse mechanism. Still, asked The Economist, can he “withstand the pressure from special-interest groups in order to implement it fully?” Some say no, since in January Lula announced a new industrial policy involving hundreds of billions in grants, subsidized loans and import-tax exemptions for inputs to national companies between now and 2026. Moves that certainly “undermine the idea of a simplified tax system”, the journal concludes naively.

Indeed, more than “keeping fiscal accounts in order,” the idea is to reverse a long-lasting process of deindustrialization, this time avoiding delusional fantasies of wealth, power, or omnipotence, such as when the country uncunningly went by G-20 rules or when it expected to deliver something good relying on undependable partners such as EU, US, Brazilian generals.

Then again, as in the old Jimmy James’s song, “now is the time to set things right”and punctuate that as part of BRICS Brazil may – provide no obsession with grandiose actions is involved – be about to initiate an effort no one better than Lula represents for. It means increasing mass consumption, credit and investment, primacy for innovation-minded companies, and a country more vigorous, just and generous, ready to become a “window of historical opportunities” in a world beleaguered by pain, war, crisis, risk, strain, and despair.

SOCIOLOGIST

Pedro Scuro


quinta-feira, 23 de maio de 2024

Rússia acusa EUA de tentar minar secretamente o avanço dos BRICS - Roberto de Lira (InfoMoney)

 Rússia acusa EUA de tentar minar secretamente o avanço dos BRICS

Roberto de Lira

InfoMoney, 22/05/2924

Diplomata russo alega que EUA atua nos bastidores para impedir o desenvolvimento do bloco de emergentes, por entender que ele desafia a hegemonia americana

Os Estados Unidos estão tentando minar secretamente o grupo BRICS das economias emergentes, disse nesta quarta-feira (22) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov. Segundo a agência de notícias russa Tass, Ryabkov afirmou que Washington não gosta do grupo criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul porque não pode controlá-lo.

"Os Estados Unidos não gostam de tudo o que está além de seu controle, por isso estão conduzindo um trabalho de bastidores para minar os BRICS", disse em entrevista. "Tudo o que vai além do modelo de monoliderança e hegemonia americana ( ) causa a rejeição de Washington", reforçou.

O diplomata acusou que, entre os esforços americano para reduzir a relevância do bloco, estão conspirações de bastidores, interrupção de projetos e complicações de atividades de suas instituições, como o Banco de Desenvolvimento. "Temos nossos próprios canais, mecanismos e formas de cooperação com cada um dos membros do BRICS, que continuam se desenvolvendo apesar da resistência dos EUA", disse Riabkov.

Ele afirmou ainda que os novos países-membros do BRICS estão se encaixando perfeitamente na organização e trabalhando com entusiasmo. "Os países que aderiram à associação expressam grande entusiasmo e grande interesse. Seu objetivo é obter resultados. Não há nenhum sentimento de que estejam causando dificuldades adicionais dentro da associação", disse.

Segundo o diplomata, a cultura dos BRICS é não ficar atolado em diferenças entre os Estados-membros, mas avançar em uma direção positiva. "Apelaremos a todos os potenciais associados para que deixem de lado os seus problemas, divergências e preocupações relativamente ao comportamento de qualquer outro membro da associação. Não é fácil, mas a nossa experiência mostra que é possível", disse.

O grupo BRICS teve duas ondas de expansão desde seu surgimento, em 2006. Em 2011, a África do Sul aderiu ao grupo original, que incluía Brasil, Rússia, Índia e China. Em agosto de 2023, seis novos membros, incluindo a Argentina, foram convidados a se juntar à associação. Buenos Aires mudou de ideia no final de dezembro do ano passado, após a eleição do presidente libertário Javier Milei.

Os outras cinco recém-chegados - Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia - começaram a trabalhar de pleno direito nos BRICS em 1º de janeiro de 2024.

(Com Reuters)


sábado, 18 de maio de 2024

BRICS: de la ambición desarrollista al desafío geopolítico - Uwe Optenhögel (NUSO)

 Tema central

NUSO Nº 310 / Marzo - Abril 2024

BRICS: de la ambición desarrollista al desafío geopolítico

Uwe Optenhögel

https://nuso.org/articulo/310-BRICS/

La ampliación de los BRICS debe ser comprendida en un nuevo contexto geopolítico global y de malestar del Sur global. Con una institucionalidad escasa e intereses a menudo contrapuestos entre sus integrantes, los BRICS parecen más un síntoma de los cambios en la arena internacional que su causa. El riesgo, como se ha visto con la invasión rusa de Ucrania, es empero el desarrollo de una noción de multipolaridad contraria al orden basado en reglas.

La cumbre de los brics (Brasil, Rusia, la India, China, Sudáfrica) que tuvo lugar en Sudáfrica en el verano boreal de 2023 podría quedar como una fecha memorable para la política internacional. En medio de una masiva campaña de los países del g-71 para aislar a Rusia como reacción a su ataque contra Ucrania, algunas potencias regionales importantes del mundo no occidental decidieron solicitar unirse a los brics, entre cuyos miembros destacados está Rusia. Con Egipto, Etiopía, Irán, Arabia Saudita y Emiratos Árabes Unidos, este club pasaría de tener diez miembros en enero de 2024 (Argentina iba a ser otro de los nuevos miembros, pero el recientemente asumido gobierno de Javier Milei decidió no ingresar por razones ideológicas). La señal dada a Occidente no podría ser más clara: estos países ya no están dispuestos a permitir que nadie les dicte cómo actuar o con quién cooperar en el plano internacional.

Reclamo por un lugar adecuado en el orden global

Dado el legado de la organización desde sus inicios, era difícil prever este proceso. Los brics fueron lanzados en el verano de 2009 durante la crisis financiera internacional. La adopción del acrónimo ideado por Goldman Sachs, uno de los principales bancos de inversión estadounidenses y principal culpable de la crisis, aparentemente no fue considerada un problema. El banco había lanzado un nuevo fondo para canalizar el abultado capital de sus inversores hacia los extremadamente dinámicos mercados emergentes de Brasil, Rusia, la India y China. Sudáfrica se sumó en 2011 a instancias de China: los bric se transformaron en brics.

Tras casi tres décadas de dinámica expansión y tasas de crecimiento a veces espectaculares, en particular en China, había quedado claro que la globalización de bienes y mercados financieros se basaba en un capitalismo desregulado, cuya codicia lo había llevado a expandirse demasiado, lo que había empujado a todo el orden económico internacional al borde del colapso y a su máxima crisis desde la Gran Depresión de finales de la década de 1920. Las economías emergentes y, de hecho, el Sur global en su totalidad, vieron confirmada su convicción de que el orden internacional a fines de la primera década del siglo xxi representaba el mundo del pasado. Desde el Banco Mundial hasta el Fondo Monetario Internacional (fmi), desde el Consejo de Seguridad de la Organización de las Naciones Unidas (onu) hasta el poder global del dólar estadounidense, las instituciones del orden mundial reflejaban el equilibrio de poder de 1945, no el de 2009. Los países emergentes y en desarrollo sintieron más que nunca que no estaban adecuadamente representados en este sistema multilateral que no reflejaba el porcentaje de la población mundial que sumaban ni su creciente importancia política y económica. En el momento de su creación, el grupo de los brics representaba aproximadamente 40% de la población mundial. La participación de esos países en el pib mundial aumentó de 8% en 2001 a 26% (en dólares estadounidenses) en 2023, mientras que la participación de los países del g-7 cayó de 65% a 43% en igual periodo. Entre 1990 y 2022, los países integrantes de los brics lograron una tasa de crecimiento de 4,5%, mientras que los del g-7 lograron en ese lapso un magro 1,5%, con China (12,3%) y la India (6,4%) como las fuerzas que más traccionaban2.

Desde su lanzamiento, los brics han sido una asociación laxa de Estados muy diferentes y con divergencias mucho más pronunciadas que el g-7, por ejemplo. La institucionalidad del grupo es escasa, carece tanto de estatutos como de cuerpos ejecutivo y legislativo. No posee siquiera una secretaría permanente. No existen criterios formales de membresía. Este grupo de países presenta también una gran diversidad en términos políticos, militares y económicos: gobiernos democráticos y autoritarios se prestan mutua colaboración, y tres de los miembros son potencias nucleares (Rusia, China y la India). El peso económico dentro del grupo está distribuido de forma muy despareja. El producto bruto de China supera al de todos los demás miembros sumados y asciende a 70% del total aproximadamente. También hay conflictos abiertos, incluidos enfrentamientos militares, entre determinados países como China y la India. Sin embargo, los Estados miembros comparten intereses comunes en relación con la reforma del sistema multilateral de la onu, el sistema financiero internacional, el comercio y el desarrollo.

Legitimación política y prioridades de los países fundadores

Los comunicados finales de las últimas 15 cumbres de los brics son muy claros en este aspecto. Tres prioridades han surgido desde que existe el grupo:

a) El sistema financiero: el primer comunicado final, de 2009, expresó lo siguiente:

Nuestro compromiso es avanzar en la reforma de las instituciones financieras internacionales, de manera que reflejen los cambios en la economía mundial. Las economías emergentes y en desarrollo deben tener mayor voz y representación en las instituciones financieras internacionales, y sus altos directivos deben ser nombrados mediante un proceso de selección abierto, transparente y basado en el mérito. También creemos que es muy necesario un sistema monetario internacional estable, predecible y más diversificado.3

b) Desarrollo y comercio: al comienzo, los brics promovieron vigorosamente los Objetivos de Desarrollo del Milenio (odm) y, desde 2015, los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ods). Al hacerlo, eligieron una posición que reflejaba la de muchas conferencias importantes y exitosas de la onu4, que han tenido un impacto perdurable en la agenda del desarrollo y dieron como resultado la Conferencia sobre el Clima de París y la adopción de los ods. Esta fase de la política multilateral se caracterizó por la socialización de las relaciones internacionales. El Foro Social Mundial, por ejemplo, declaró ser una «cumbre desde abajo». Los resultados innovadores de estas conferencias para la comunidad internacional no habrían sido posibles sin la participación de organizaciones no gubernamentales (ong) de todo tipo.

c) Una amplia reforma del sistema de las Naciones Unidas y su enfoque del multilateralismo.

En este contexto, queda claro que el surgimiento de los brics en el escenario internacional ha estado asociado a un alto grado de legitimidad del Sur global. Emergía un actor comprometido con un orden multipolar más justo, lo que se interpretó como un paso más hacia la emancipación de los países en desarrollo. El fin del colonialismo europeo parecía ser un paso determinante pero incompleto en el camino hacia la liberación. Fue velozmente reemplazado por la dependencia y la explotación neocoloniales, que se basan en un sistema financiero dominado por el dólar estadounidense. Esto se hizo especialmente evidente durante la crisis de deuda que sufrieron los países en desarrollo en la década de 1980. Los programas de ajuste estructural diseñados por el fmi obligaron a los países en desarrollo a liberalizar el comercio, privatizar empresas públicas y poner en práctica diversas medidas de austeridad como condición para los préstamos que necesitaban. Estas políticas obligaron a los países a recortar prestaciones sociales y provocaron un aumento de la pobreza y la desigualdad, lo cual hizo imposible el desarrollo nacional autónomo para muchos países en desarrollo.

Dadas estas condiciones iniciales para los brics, a partir de 2009 muchos analistas comenzaron a ver este grupo de Estados como un desafío potencial para los países occidentales que colaboraban en el g-7. Sin embargo, esto no fue así. El crecimiento previsto para las economías emergentes no se materializó. Por el contrario, los brics perdieron impulso. Brasil y Sudáfrica se vieron sumidos en problemas políticos internos, y Rusia no trascendió los límites de una economía rentista basada en la energía y las materias primas. «Las economías de los brics no asiáticos se estancaron en la década de 2010. En las cumbres, el bloque emitía confusos comunicados sobre el pérfido Occidente, los cuales eran rápidamente ignorados por el pérfido Occidente. Los brics parecían muertos», escribió la revista The Economist5.

Una introspección a la luz de ambiciones frustradas y la pérdida de relevancia global

Con la consolidación de la economía global tras la crisis financiera, la presión reformista que había caracterizado las primeras reuniones del g-20 comenzó a disminuir del lado occidental. Las esperanzas de que el Sur global finalmente pudiera desempeñar un papel más importante en la configuración del orden internacional basado en reglas se vieron frustradas: desde entonces, la reforma del sistema multilateral de la onu ha sido objeto de un debate interminable, con el Consejo de Seguridad de la onu estancado; el fmi y el Banco Mundial en manos de europeos y estadounidenses, respectivamente; y la Organización Mundial del Comercio (omc), bloqueada. En este sentido, la década de 2010 fue una década perdida para el Sur global.

En vista de tales acontecimientos, surge la pregunta de qué mantuvo unidos a los brics durante esta fase. A pesar de su pérdida de importancia mundial, el club cumplió una serie de funciones importantes para sus miembros: proporcionó una plataforma para criticar el sistema existente, contribuyó indirectamente a la estabilidad de sus regímenes internos y, por lo tanto, ofreció protección contra interferencias externas no deseadas (principios de soberanía y no injerencia), al tiempo que posibilitaba crear alianzas flexibles en política exterior. Además, la naturaleza del club sirvió como fuente de prestigio y representó para Brasil y Sudáfrica, en su calidad de únicos miembros en sus respectivos continentes, un vehículo para proyectar su influencia regional.

Sin embargo, fue incluso más importante el hecho de que los brics comenzaran a construir instituciones multilaterales, a intensificar sus relaciones internas y a adaptarse al retorno a la geopolítica en las relaciones internacionales. En 2015, se creó el Nuevo Banco de Desarrollo (nbd), con sede en Shanghái, como plataforma de préstamos para financiar a los países en desarrollo. También se acordó generar reservas para contingencias que funcionarían como colchón en caso de presión financiera global. El proceso de creación del Banco fue prolongado y plagado de conflictos entre los miembros del club. Surgieron diferencias sobre un eventual predominio de China en el capital del banco, que fue rechazado por los demás miembros. Finalmente, el capital suscrito fue de 50.000 millones de dólares y cada miembro aportará un quinto. Al fondo de reservas de emergencia, sin embargo, China contribuye con 41%. Además de que el volumen de la hoja de balance del Banco es varias veces inferior al del Banco Mundial o el fmi, muchos negocios todavía se hacen en dólares. Las críticas al desempeño hasta ahora deficiente de la institución (falta de transparencia, demasiados préstamos en dólares, predominio de los miembros fundadores en los órganos de supervisión, etc.) no provienen solo de observadores occidentales. «Esto no hace pensar en un banco del Sur global verdaderamente progresista», dice el profesor Daniel Bradlow de la Universidad de Pretoria, en Sudáfrica6. Algunas de las evaluaciones de las prácticas comerciales del nbd son muy críticas: «Por qué los países brics no lograron rehacer el orden financiero global», se preguntaba el canal de televisión France247.

Independientemente de estas valoraciones, desde la perspectiva de sus accionistas, los brics habían dado un primer paso. Al mismo tiempo, China ha seguido vigorosamente su propia estrategia global bajo la forma de la Iniciativa de la Franja y la Ruta y ha participado de manera prominente en el lanzamiento de otro banco de desarrollo, el Banco Asiático de Inversión en Infraestructura (aiib, por sus siglas en inglés), que en cierto modo eclipsó el lanzamiento del banco de los brics8. El aspecto más crucial en la década de 2010 fue probablemente el fortalecimiento de las relaciones internas entre los Estados miembros en las áreas de inversión y comercio mutuo. También se han intensificado los intercambios y la comunicación entre los gobiernos nacionales y las organizaciones gubernamentales y, además de las cumbres anuales, se han creado numerosos grupos de trabajo y foros. Hasta mediados de la década, las ong brasileñas e internacionales, como Oxfam, tenían la ilusión de poder asesorar a los brics sobre cómo tratar con la sociedad civil9. Sin embargo, no son activistas de ong quienes se reúnen en el marco de los brics, sino representantes de ministerios, partidos gobernantes, empresas, el mundo académico, etc. Esto hace que se creen redes de elites funcionales estrechamente asociadas a los gobiernos. Esta práctica muestra que el club de los brics no está muy dispuesto a permitir la participación de la sociedad civil. Más bien resultó ser un retroceso con respecto a la participación social en la política internacional lograda en las últimas décadas. Los brics son un proyecto puramente intergubernamental10.

La pandemia y la guerra de Rusia como catalizadores

Todo esto sucedió, en buena medida, fuera del radar de Occidente, que desde la crisis financiera ha estado preocupado por gestionar múltiples crisis y el «regreso de la geopolítica». Solo con la pandemia y la invasión rusa de Ucrania Occidente se dio cuenta de que ya no podía dar por sentado que los países del Sur global seguirían automáticamente su línea. Por el contrario, quedó claro que la ignorancia occidental había tenido un alto precio. Ambos acontecimientos reforzaron la tendencia hacia la reorganización y la desglobalización. En lo que respecta a la pandemia, los países en desarrollo tuvieron que afrontar la amarga verdad de que los países ricos de Occidente no estaban dispuestos a reconocer las vacunas contra el covid-19 como un «bien común global», tal como exigían la India y Sudáfrica11. Por el contrario, protegieron las patentes de sus compañías farmacéuticas multinacionales, a pesar de los efectos graves e inciertos de una pandemia global. El estallido de la guerra en Ucrania también demostró pronto que las guerras emprendidas por las principales potencias tienen consecuencias globales de largo alcance y que, con suerte, pueden confinarse al campo militar.

La propia guerra y el apoyo decisivo de Occidente a Ucrania generaron interrupciones en la cadena de suministro y escasez en varios mercados globales (alimentos, materias primas, energía, etc.), lo que provocó aumentos de precios y mayores tasas de interés e inflación, y puso la cuestión de la deuda nuevamente en la agenda de un gran número de países en desarrollo.

El objetivo de la alianza occidental era convertir a Rusia en un paria internacional y ponerla de rodillas económicamente mediante sanciones duras y de gran alcance como nunca antes se habían aplicado. Sin embargo, una consecuencia no deseada de estas sanciones ha sido una grave perturbación del comercio internacional y amplias repercusiones en las propias sociedades occidentales. En este contexto, muchos países del Sur global votaron a favor de la resolución de la onude marzo de 2022 que condenó la guerra de agresión de Rusia. Sin embargo, de los cinco países brics, solo Brasil votó a favor; Rusia, por supuesto, votó en contra; China, la India y Sudáfrica se abstuvieron. Aun así, apenas unos pocos países del Sur global se sumaron a las sanciones impuestas por Occidente, ya que vieron peligrar sus intereses y relaciones con Rusia y consideraron que la guerra era un asunto occidental o, más precisamente, europeo. En este conflicto, Occidente se enfrentó repetidamente a su propia doble vara, que ha dañado de manera permanente su credibilidad en el Sur global. ¿No ha violado él mismo el derecho internacional y ha ignorado las normas internacionales en muchas ocasiones? Es posible que el ministro de Asuntos Exteriores de la India, Subrahmanyam Jaishankar, haya descrito con acierto la visión del Sur global sobre la guerra de Ucrania cuando dijo: «Alguna vez, Europa deberá superar la mentalidad de que los problemas de Europa son problemas del mundo, pero que los problemas del mundo no son problemas de Europa. Que si eres tú, es tuyo, y que si soy yo, es nuestro»12. Y cualquiera que sea el impacto que tenga la guerra en Ucrania en la relación entre Occidente y el Sur global, esta enfrenta una nueva prueba de fuego en lo que respecta a la guerra entre Israel y Hamás en Gaza.

Muchos países en desarrollo no ven razón alguna para tomar partido con respecto a la guerra en Ucrania. En una era en la que el mundo desarrollado está reduciendo riesgos y desarmando dependencias unilaterales de países (China y Rusia en particular), los países en desarrollo tienen influencia por primera vez en años. De hecho, de repente están siendo cortejados, ya sea por materias primas, porque son necesarios para resolver los flujos migratorios globales o simplemente porque la creciente polarización entre China y Estados Unidos está abriendo un espacio de negociación para los «nadies» de la comunidad internacional.

La ampliación de los brics como un desafío para Occidente

Este entorno tenso y dinámico fue el telón de fondo de la xv Cumbre de los brics en Sudáfrica en agosto de 2023. Dos temas importantes estaban en la agenda: ampliar el club para incluir nuevos socios y un mayor desacoplamiento del dólar mediante un aumento del comercio en monedas nacionales. Hubo un gran interés público en la reunión, una señal de que los brics se han convertido en el símbolo de un cambio en el panorama global, a pesar de que el club ha logrado poco en términos de sus objetivos generales de política de desarrollo13. Sin embargo, en Johannesburgo había una fila de candidatos a la membresía.

Según Sudáfrica, se recibieron unas 20 solicitudes formales y hubo otros 20 países interesados. La cuestión de la ampliación provocó controversias entre los miembros fundadores. China y Rusia se mostraron a favor, mientras que la India y Brasil se opusieron. Al no haber criterios formales de membresía, la admisión de nuevos miembros era exclusivamente una cuestión de influencia entre los miembros fundadores. La selección de nuevos socios, que ha convertido al grupo de cinco países en otro de diez, no deja dudas de que Rusia y China se impusieron14. Los nuevos países que se sumaron en enero de 2024 (Egipto, Etiopía, Irán, Arabia Saudita y Emiratos Árabes Unidos) son dos monarquías, una teocracia, una dictadura militar de facto y un país que hoy vive una guerra civil. El único caso de democracia indiscutible era Argentina, pero después de la elección de Javier Milei, el nuevo gobierno de derecha radical decidió no ingresar. ¿Por qué no se tomó en consideración a países como Indonesia, Tailandia, Nigeria, Vietnam, Malasia, Filipinas, Bangladesh, México y Colombia? La respuesta es que los nuevos miembros elegidos cumplen una tarea muy específica.

La ampliación de los brics con la incorporación de grandes exportadores de energía como Arabia Saudita, Emiratos Árabes Unidos e Irán mejora la importancia nominal de los brics como asociación energética y financiera. Países como Irán, Rusia y China tienen grandes incentivos para desarrollar sistemas monetarios alternativos, ya que temen ser sancionados y excluidos del sistema basado en el dólar. Esta ampliación también incrementa el potencial para la promoción del uso de monedas distintas del dólar en la fijación de precios, el comercio y el pago de energía. La ampliación de los brics con la incorporación de nuevas potencias energéticas podría contribuir al desarrollo de mercados comerciales alternativos para la energía, tanto petróleo como gas natural. Por ejemplo, el comercio de futuros de petróleo en renminbi chinos lanzado en 2018 se ha desarrollado rápidamente. El gobierno chino también está muy interesado en promover el uso del renminbi en el comercio de gas natural.15

Rusia y China han convertido así a los brics en un proyecto antioccidental con el objetivo de romper la hegemonía de las potencias occidentales en el orden global actual y el predominio del dólar estadounidense en la economía global. Los elementos emancipatorios de la fase fundacional, vinculados a una ambición de desarrollo integral, ceden paso a un proyecto geopolítico caracterizado por una política de poder tradicional, fuerza económica y militar e influencia en la política exterior. Si la ampliación que ha tenido lugar se convierte en norma, hay grandes probabilidades de que los brics+ degeneren en un club de regímenes predominantemente autocráticos. Esta transformación no ofrece nada en términos de progreso para los pueblos del mundo en desarrollo y es más probable que derive en un retorno al tipo de política de grandes potencias que caracterizó el siglo xix. El mundo multipolar de Vladímir Putin16 y Xi Jinping formula reclamos neoimperialistas sobre esferas de interés autodefinidas. No está sujeto a ninguna norma y es exactamente lo opuesto a un mundo multilateral en el que todos actúan según las mismas reglas. Esta noción de multipolaridad destruye el orden basado en reglas y reemplaza la fuerza de la ley por la ley del más fuerte. A cada líder autocrático se le garantiza libertad de acción en su propio país.

Futuro abierto

Al mismo tiempo, el grupo se está volviendo aún más heterogéneo de lo que ya era, con crecientes desequilibrios entre los países miembros y conflictos abiertos entre los nuevos afiliados. Queda por ver cómo las tres democracias restantes (Brasil, la India y Sudáfrica) abordarán el nuevo enfoque, más limitado y al mismo tiempo más agresivo. El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, que abogó firmemente por la membresía argentina, enfatizó en Johannesburgo que el grupo brics no estaba dirigido contra otros, sino que buscaba mejorar la posición del Sur global en el orden internacional17. Y algunos analistas sostienen que, para la India, «el país más poblado del mundo, la cumbre es solo un espectáculo secundario, porque la India tiene ambiciones mayores, lo que hace que la cumbre de los brics sea apenas una entre muchas»18. En tal contexto, es dudoso que la nueva dirección y la ampliación a brics+ hagan que el club sea más funcional. De cualquier manera, es un desafío directo a Occidente19.

Por más escéptico que se pueda ser sobre el futuro de los brics+, el interés mostrado en la cumbre de Johannesburgo y el número de países candidatos ilustran que la multipolaridad está sólidamente establecida en el orden global actual. Los brics, o en el futuro brics+, generalmente son tratados como un actor más en este contexto. Pero si se los observa más de cerca, los brics parecen más un síntoma de los cambios en la arena internacional que una causa. El equilibrio entre Estados y «civilizaciones» está cambiando con la modernización económica y tecnológica del antiguo «Tercer Mundo».

Y los brics están dando a estos cambios una cara institucional. Para que esto tenga éxito, a menudo basta con promover la política simbólica. Si se observa el legado de la «asociación laxa», es evidente que los logros económicos y de desarrollo sustanciales son limitados, mientras que el impacto geopolítico en un mundo de discursos que rivalizan puede ser considerable. Sin embargo, la historia nos enseña que en un mundo con múltiples centros de poder tiende a aumentar el riesgo de conflictos y guerras20. Un mundo multipolar puede garantizar estabilidad solo si las principales potencias colaboran. Cuando la multipolaridad no se integra al multilateralismo, el resultado es fragmentación y guerra.

Occidente, y la Unión Europea en particular, deberían ver este proceso como un tardío llamado de atención. Si la ue desea seguir siendo un actor global, debe tener claro que la multipolaridad llegó para quedarse y que el panorama estratégico probablemente se volverá aún más complicado. Para avanzar en un entorno así, será necesario que la ue vaya más allá del marco transatlántico centrado en Occidente y que se comprometa verdaderamente con los países en desarrollo. Esto significa compartir el conocimiento, la experiencia y la sabiduría de Europa con sus socios, pero no sermonearlos ni hostigarlos21.

La ue tendrá que aprender a tomar decisiones autónomas en un mundo multipolar cada vez más impredecible y a menudo fragmentado. Pero quizás esté mejor equipada para hacerlo que la mayoría de los demás actores. Como alianza de Estados miembros muy diferentes, dispares y a menudo en conflicto, está acostumbrada a situaciones complejas y al arte de acordar en negociaciones arduas.

  • 1.

    Alemania, Canadá, Estados Unidos, Francia, Italia, Japón y Reino Unido.

  • 2.

    Niccolo Conte: «Charted: Comparing the gdp of brics and the G7 countries» en Visual Capitalist, 23/10/2023; Thorvaldur Gylfason: «G7 versus the brics: Taking Stock in 12 Figures» en Social Europe, 3/10/2023.

  • 3.

    «Joint Statement of the bric Countries’ Leaders», Ekaterimburgo, 16/6/2009, disponible en infobrics.org/document/3/.

  • 4.

    V. «Die großen Weltkonferenzen der 1990er Jahre» en Ministerio Federal de Cooperación Económica y Desarrollo, bmz.de.

  • 5.

    «The BRICS Bloc Is Riven with Tensions» en The Economist, 17/8/2023.

  • 6.

    Ibíd.

  • 7.

    «NDB: A Bank with a Question Mark» en DW, 4/8/2026.

  • 8.

    Para conocer la estrategia global de China durante la presidencia de Xi Xinping, v. U. Optenhögel: «Sind Chinas beste Zeiten schon vorbei?» en Mit Sicherheit kontrovers, blog, 21/11/2022, y «China en el orden global: ¿socio comercial, competidor o alternativa sistémica?» en Nueva Sociedad edición digital, 1/2023, disponible en nuso.org.

  • 9.

    Ver Oxfam: «Improving Global Governance through Engagement with Civil Society: The Case of BRICS», Oxfam Briefing Note, 3/2016; Fátima Mello: «Wohin geht die brics-Gruppe?» en IPG, 28/7/2014; William Gumede: «Strengthening Civil Society Influence on brics», Policy Brief No 29, Democracy Works Foundation, 15/6/2018.

  • 10.

    Esto no sorprende si consideramos cómo tratan China y Rusia a los ciudadanos que no se ajustan al sistema: son monitoreados sistemáticamente (en especial bajo el sistema de crédito social de China), perseguidos, a veces asesinados o recluidos de diversas maneras.

  • 11.

    V. el debate sobre este asunto en Biswajit Dhar: «India’s Vaccine Diplomacy for the Global Good», East Asia Forum, 8/2/2021; Oxfam: «Campaigners Warn that 9 out of 10 People in Poor Countries Are Set to Miss Out on covid-19 Vaccine Next Year», comunicado de prensa, 9/12/2020.

  • 12.

    «Explained: What Jaishankar Said about Europe, Why Germany Chancellor Praises Him» en Outlook India, 20/2/2023.

  • 13.

    Ver T. Gylfason: ob. cit.

  • 14.

    Para una comparación de tamaños con el G-7 tras la ampliación, v. N. Conte: ob. cit.

  • 15.

    V. Hanna Voss: «Is the Dollar’s Dominance Ending?», entrevista a Zongyuan Zoe Liu, experto en monedas internacionales, Friedrich-Ebert-Stiftung, 17/10/2023, disponible en fes.de.

  • 16.

    Bajo el gobierno de Putin, Rusia desarrolló el concepto de Russkiy MIR (mundo ruso), que relativiza las fronteras existentes entre los Estados e incluye explícitamente la diáspora, un concepto integral que aborda cuestiones ideológicas, políticas, culturales, geopolíticas y de identidad. Este concepto ya ha sido usado por Putin para legitimar la anexión rusa de Crimea.

  • 17.

    V. «Debatte um brics-Erweiterung: Putin und Xi wollen Gegenpol zum Westen bilden - Lula nicht» en NTV, 22/8/2023.

  • 18.

    Christoph P. Mohr: «One Summit Amongst Many» en IPS, 21/8/2023.

  • 19.

    V. tb. Herbert Wulf: «Kampfansage an den Westen» en IPG, 12/6/2023.

  • 20.

    V. la entrevista a Matias Spektor en Jens Glüsing y Bernhard Zand: «Ist der Globale Süden moralisch überlegen, Herr Spektor?» en Der Spiegel, 24/8/2023.

  • 21.

    Zachary Paikin, Shada Islam y Sven Biscop: «Regional Actor, Global Player: Can the eu Get the Best of Both Worlds?», CEPS, 26/6/2023.


  • Nota: la versión original de este artículo en inglés se publicó en Foundation for European Progressive Studies: Progressive Yearbook 2024, FEPS, Bruselas, 2024, con el título «BRICS to BRICS+: From Development Ambition to Geopolitical Challenge». Traducción: Carlos Díaz Rocca.