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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A posição transparente da esquerda sobre a crise diplomática Brasil-Venezuela - Opera Mundi

Poucas vezes, consegui ler um posicionamento da esquerda brasileira, sobre a política externa de um governo de esquerda, com tal transparência quanto esse artigo não assinado de Opera Mundi, um dos canais tradicionais da esquerda mais fiel ao que pensam os chamados "petistas raiz".

Tudo se explica, segundo o artigo, pela "falência histórica da política de colaboração de classes", que na visão da esquerda falhou e precisa ser substituida por uma política de enfrentamento ao imperialismo, o responsável por todos os nossos problemas, que estariam melhor encaminhados na colaboração com os países do BRICS+, e sobretudo com os países de esquerda da AL, como a própria Venezuela.

Só nos cabe agradececer ao redator pela transparência de opinião. 

Paulo Roberto de Almeida

Política externa em cima do muro é reflexo da esquerda brasileira e pode abreviar Governo Lula

O Brasil não precisava ter vetado a entrada da Venezuela como parceiro do BRICS. É sabido que essa decisão foi tomada para não ficar mal com os Estados Unidos. Mas poderia muito bem ter se abstido e justificado que seria errado ir contra a vontade de todos os outros membros. Não era difícil ter deixado passar a decisão da maioria. Lula demonstrou fraqueza e isso é o pior que um chefe de Estado pode fazer. O inimigo viu que Lula fraquejou e isso vai animá-lo a aumentar as pressões. Essa é uma síndrome da esquerda nacionalista e reformista. Só que a fraqueza que Lula demonstrou foi muita - foi uma capitulação totalmente desnecessária.

Ao lado da Fazenda e Defesa, o Itamaraty é um dos três principais ministérios do governo brasileiro. Como tratam o Brasil como uma colônia, os EUA precisam ter o controle sobre esses três ministérios-chave. É inadmissível que algum deles seja independente do controle imperialista. A composição social do Itamaraty é perfeita para a penetração da influência imperialista: uma casta burocrática e familiar formada pela burguesia e os extratos superiores da pequena burguesia. Sempre foi assim.

Como uma entidade extremamente tradicional e de elite, ela é inerentemente conservadora, mesmo reacionária, que visa manter o status quo e seus privilégios absolutamente inalterados.

O imperialismo americano se aproveita disso e já há mais de 100 anos, quando começou a dominar a política brasileira, cooptou e colocou em sua folha de pagamentos senão toda a estrutura desse ministério, ao menos uma parte importante dos seus integrantes.

Como em tudo, o PT não conseguiu (se é que tentou) mudar o quadro da instituição. Os embaixadores e diplomatas de primeiro escalão colocados por Lula e Dilma foram rifados logo quando Bolsonaro assumiu o governo. Trocou muitos "petistas" por olavistas ou semi-olavistas.

Dividiram o controle com os burocratas tradicionais da corporação, deixando os poucos "esquerdistas" de canto. Agora que Lula voltou, ao invés de fazer a mesma limpeza que Bolsonaro fez e retirar os bolsonaristas e direitistas de cena, praticamente não mexeu no Itamaraty. O Itamaraty não está sob o controle do presidente da República - como deveria estar, sendo um dos principais ministérios e, portanto, devendo obedecer fielmente ao presidente.

Política de conciliação esgotada

A vida política institucional de Lula já está indo para o seu desfecho e ele tem a chance de deixar um legado positivo histórico, conduzindo o Brasil para um caminho soberano em relação ao jugo imperialista. Não há sucessor na esquerda e, se Lula falhar na tarefa (que ele talvez almeje e a qual seus apoiadores acreditam que ele é capaz de realizar) de abrir as portas do Brasil para a nossa soberania, a esquerda pagará um preço enorme. Haverá uma crise histórica de lideranças absolutamente adaptadas à submissão imperial, que só não se abateu com toda a força porque Lula ainda existe.

O veto do Brasil à Venezuela no BRICS é consequência da insistência da esquerda em manter a política não apenas de conciliação, mas de colaboração com a direita tradicional, vendida como a "menos pior" - que se expressa, novamente, no apoio aos candidatos dessa direita contra os "mais piores" bolsonaristas no segundo turno das eleições municipais.

As eleições municipais consolidaram a ressurreição dessa direita (o centrão). Depois da débâcle histórica de 2018, a direita conseguiu se recuperar aos poucos, graças ao resgate proporcionado pela esquerda. As eleições de 2022, com a formação de uma frente ampla desnecessária para eleger Lula, levaram este à presidência, mas ao custo de que essa direita tradicional se apoderasse do governo.

Centrão, sempre no poder

Na verdade, o centrão nunca saiu do poder. É a grande chaga que mantém o Brasil como uma semicolônia do imperialismo desde a proclamação da república. Nenhuma revolução ou contrarrevolução o tirou do poder - no máximo reduziu ou fortaleceu o seu domínio, mas nunca o erradicou. A maior parte do tempo do governo Bolsonaro já havia sido, de fato, de um governo do centrão.

A direita tradicional conseguiu neutralizar a força avassaladora da extrema-direita ao longo da primeira metade do governo Bolsonaro, e foi ainda mais rápida em neutralizar o governo Lula. Há mais de um ano o presidente não passa de um refém do centrão, da direita oligárquica e dependente do imperialismo americano.

O último bastião da resistência de Lula dentro do governo - a política externa - já está sendo conquistado pela direita. O imperialismo não pode tolerar uma política brasileira na cena mundial que apoie a resistência palestina e tampouco o fortalecimento de Rússia, China e do enfrentamento ao seu domínio, representado pelo BRICS. As engrenagens pró-imperialistas do Itamaraty já foram ativadas a fim de completar o cerco do próprio aparelho do Estado brasileiro ao presidente Lula e àquilo que ele representa.

Há, ainda, um problema crucial: a extrema-direita, apesar de suas contradições internas, está com sua força e popularidade praticamente intactas já há uma década. E, como sempre, é favorecida pela sabotagem e propaganda da direita tradicional (centrão, imprensa, bancos e grandes capitalistas) contra Lula. Além do mais, a forte presença da extrema-direita influenciou a política da própria direita tradicional, agora ainda mais reacionária.

Política de não-alinhamento

O presidente, assim, vive uma situação muito delicada. Há quem acredite que ele está certo em buscar uma suposta equidistância tanto dos Estados Unidos quanto da China. Mas um país como o Brasil, uma semicolônia do imperialismo americano submetida atualmente a uma crescente pressão de Washington, não pode se dar ao luxo de buscar uma pretensa neutralidade, ao contrário de outros, como Índia ou Turquia, que são geograficamente distantes dos EUA e vizinhas de China e Rússia e cuja dependência política e econômica do imperialismo americano (embora ainda seja grande) não é tanta quanto a nossa.

Mesmo países fronteiriços com a Rússia não suportaram as pressões contra a aplicação de uma política não-alinhada e tiveram seus governos derrubados por golpes de Estado promovidos pelo imperialismo. Foi o caso da Ucrânia, em 2014, e é o que tende a ocorrer na Geórgia novamente. Essa também é a tendência do Brasil, se Lula continuar cedendo e não tomar um rumo verdadeiramente soberano, o que significa se aliar com China e Rússia e deixar de depender dos Estados Unidos.

O imperialismo americano tem o controle do Brasil. Tanto o centrão quanto a extrema-direita são seus aliados contra Lula. Ainda que tenham desavenças (às vezes encarniçadas), na hora H eles deixarão essas discordâncias de lado e lutarão juntos contra o inimigo comum, como a história já demonstrou em incontáveis ocasiões. E os aparelhos burocráticos do Estado, como o Judiciário - principal ferramenta do imperialismo no Brasil, junto com a grande imprensa burguesa -, marcharão ao seu lado.

Falência histórica

Aparece com crescente saliência, novamente, a falência histórica da política de colaboração de classes. Sua estabilização já não é mais viável desde que foi rompida com o golpe de 2016 e a ascensão da extrema-direita por obra da burguesia e do imperialismo. O que temos hoje é um monstrengo: a ala pretensamente nacionalista da burguesia, a quem Lula e o PT insistem em se apegar, sente-se ainda mais pressionada pelo imperialismo do que Lula - e cede muito mais facilmente e com muito menos hesitação do que o presidente.

Quaisquer coincidências de interesses com a classe operária e as demais classes populares que ainda possam existir se esvaem em uma situação de polarização política continuada e que volta a crescer, elevando particularmente as contradições das camadas populares com o imperialismo americano.

A burguesia "nacional", os aliados civilizados, democráticos e progressistas de Lula vão pular fora do barco (mesmo que não o façam abertamente) porque sabem que não há futuro nenhum dentro dessa aliança anti-histórica, na expressão usada por Mário Pedrosa ao analisar um cenário parecido, a crise do PTB de Jango com o PSD poucos anos antes do golpe de 1964.

Lula também vai ter de abandonar essa ambivalência na política externa e escolher um lado. Se não fizer, não vai durar. E se capitular definitivamente para o imperialismo, tampouco terá algum sucesso. O problema é que não dá para adotar uma política externa e uma política interna antagônicas. Para adotar uma política externa independente e, portanto, oposta ao controle do imperialismo, ele vai ter de se voltar contra os agentes do imperialismo dentro do próprio país, começando por aqueles que infestam o governo mesmo.

Pressões

Mas, se na política externa Lula sofre a pressão positiva do BRICS ampliado em contraposição à pressão negativa dos Estados Unidos, no cenário interno, a pressão popular - a única que poderia contrapor a pressão da direita - quase não existe, ao menos de forma organizada.

Daí também a parcela de culpa da esquerda, dos partidos (a começar pelo próprio PT), dos sindicatos e da imprensa progressista na política capituladora de Lula com relação ao BRICS e à América Latina. Na realidade, as posições de Lula, em geral, ainda são mais acertadas do que as da maioria da esquerda.

Não é Lula, somente, quem está na corda bamba. É toda a direção da esquerda brasileira. Sua política medíocre e rebaixada é a grande responsável pelos erros cometidos por Lula e pelo governo. Os movimentos populares precisam dar um giro de 180 graus em sua política e começar a combater de fato os inimigos de Lula, ou seja, os agentes do imperialismo no Brasil, pressionando o presidente e as suas próprias direções. Porque as pressões do outro lado da corda são cada vez mais fortes e Lula não vai conseguir se equilibrar por muito tempo.

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O Brics só se move segundo os interesses da Rússia de Putin - Victor Farinelli (Opera Mundi)

Os requerimentos do Brics para aceitação de novos membros no bloco se encaixam perfeitamente nos condicionantes russos para total apoio à sua política externa. O único item que combina com os interesses do Brasil é a reforma da ONU, mas todos sabem que ela não tocará no CSNU. O Itamaraty examinou cuidadosamente a lógica intrínseca ao paradigma russo? PRA BRICS define não apoio a sanções do Ocidente como condição para aceitar novos membros no bloco Victor Farinelli Opera Mundi, 14 de outubro de 2024 A 16ª Cúpula dos líderes do BRICS deve definir, na Rússia, quais os critérios para que outros países possam se associar ao bloco como parceiros, modalidade diferente da exercida por membro pleno. Entre os critérios já definidos, estão a defesa da reforma das Nações Unidas (ONU), incluindo o Conselho de Segurança; ter relações amigáveis com os membros atuais, o que inclui Rússia, China e Irã; além de não apoiar sanções econômicas aplicadas sem a autorização da ONU. Nos próximos dias 22 a 24 de outubro, os chefes de estado dos países membros, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, se reúnem em Kazan, na Rússia, para definir os critérios. Segundo o Itamaraty, a definição já está em fase avançada de negociação. "O Brasil tem adotado a posição de não indicar países porque nós entendemos que o importante é você discutir os critérios. Depois que você discute os critérios, você vê quais países se encaixam nesses critérios. Mas os critérios não vão fugir muito do que já existe para membros plenos", explicou nesta segunda-feira (14/10) o secretário do Itamaraty de Ásia e Pacífico, o embaixador Eduardo Paes Saboia, em entrevista à imprensa. Existem algumas dezenas de nações que demonstraram interesse em se unir ao bloco como parceiros associados. Atualmente, o grupo tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao BRICS neste ano como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes. O embaixador brasileiro Eduardo Saboia destacou que, entre os critérios para aceitar estados associados, deve estar a questão de representação geográfica. "Você tem regiões que estão sub representadas no BRICS e outras que talvez estejam mais representadas", comentou. Rússia confirma que 24 chefes de Estado estarão presentes na cúpula do BRICS Cúpula do BRICS na Rússia mira negociações para reduzir dependência do dólar Presidência do Brasil no BRICS visa taxação de grandes fortunas e combate à pobreza A Argentina seria um membro permanente do BRICS representando a América Latina. Porém, com a vitória do ultradireitista Javier Milei no final do ano passado, o país desistiu de ingressar no bloco. O representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) para o BRICS acrescentou ainda que é importante que os países associados não imponham ou apoiem sanções sem autorização do Conselho de Segurança e que defendam a reforma da ONU. TV BRICSCúpula do BRICS acontecerá entre os dias 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan "O BRICS não pode ser uma força de transformação, que clama pela reforma da governança global, e não ter uma posição proativa em relação à reforma da ONU, particularmente a questão do Conselho de Segurança. Quem quer se associar ao BRICS tem que ter uma posição de vanguarda na questão da reforma do Conselho de Segurança. Esse é um ponto muito importante, não só para o Brasil, mas outros países também, como a Índia e a África do Sul que também têm enfatizado isso", acrescentou Eduardo Paes Saboia. Dólar e finanças Outro tema de destaque da Cúpula do BRICS, na Rússia, serão as negociações em torno das medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do bloco, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. "[O tema] tem sido tratado nas reuniões de ministros das Finanças e Bancos Centrais, e os nossos representantes nessas reuniões têm trabalhado com muito afinco. Espero que isso continue e certamente continuará na presidência brasileira e estará refletido de alguma forma na declaração de Kazan", comentou o embaixador brasileiro. A declaração de Kazan é o documento final que apresentará a posição dos líderes BRICS após a cúpula na Rússia. No próximo ano, o Brasil assume a presidência do bloco e, segundo o representante do Itamaraty, o país dará continuidade as negociações para aumentar o uso das moedas nacionais dos países membros no comércio internacional. Cúpula BRICS O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 24 representados por líderes de Estado. Dos dez membros do bloco, nove serão representados por chefes de Estado, incluindo o presidente Lula. A exceção é a Arábia Saudita, que vai enviar para a cúpula o ministro de Relações Exteriores. Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. O bloco surgiu em 2006, quando os representantes do Brasil, da Índia, da China e da Rússia formaram um fórum de discussões. O grupo começou como BRIC (que reúne as iniciais dos países fundadores). A primeira cúpula de chefes de Estado ocorreu apenas em 2009. Em 2011, a África do Sul ingressou na organização, que ganhou a letra 's' (do inglês South Africa) e virou BRICS.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Chanceler venezuelano participa em cúpula do BRICS e reforça rumores sobre entrada no bloco - Opera Mundi

Chanceler venezuelano participa em cúpula do BRICS e reforça rumores sobre entrada no bloco

Opera Mundi | política e economia

10 de junho de 2024 

Os rumores sobre o ingresso da Venezuela como um dos novos membros do BRICS a partir de 2025 se fortaleceram nesta segunda-feira (10/06) devido à presença do chanceler do país sul-americano Yván Gil, na cúpula de ministros de Relações Exteriores do bloco, realizada na cidade russa de Nizhny Novgorod.

A presença de ministro venezuelano no evento realizado na Rússia foi significativa, já que ele foi um dos quatro chanceleres presentes que não é representante de um país membro do BRICS - os outros três foram os representantes da Bielorrúsia, Sergei Aleinik, da Turquia, Hakan Fidan, e de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla.

A aproximação de Gil dos demais chanceleres do BRICS vai se encontro a uma das promessas de campanha de Nicolás Maduro, que buscará sua segunda reeleição no pleito que ocorrerá na Venezuela no próximo dia 28 de julho.

Em diversos comícios, e também em seu programa de televisão semanal "Con Maduro +", o mandatário venezuelano vem afirmando que atuará pessoalmente para conseguir o aval do líder russo Vladimir Putin para que seu país seja aceito no BRICS, para o lugar que a Argentina rechaçou em dezembro passado, por decisão de Javier Milei.

Mauro Vieira
A cúpula dos chanceleres dos BRICS foi a primeira desde o ingresso ao bloco de cinco novos membros, em janeiro deste ano: além dos representantes mais antigos, como Brasil, Índia, China e África do Sul, além da anfitriã Rússia, também estiveram presentes os ministros de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

O Brasil foi representado pelo chanceler Mauro Vieira, cujo discurso no evento enfatizou que o BRICS "materializa a crescente influência do Sul Global nos assuntos internacionais".

Vieira também questionou a inação das entidades a nível global com relação ao massacre que Israel vem promovendo contra os civis palestinos residentes na Faixa de Gaza.

"As Nações Unidas e outras instituições multilaterais estão marginalizadas ou paralisadas, e o direito internacional, incluindo princípios humanitários básicos, está sendo flagrantemente desconsiderado, como estamos testemunhando em Gaza", reclamou o chefe do Itamaraty.